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- - d) as tendências feministas. e) os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.

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Transcrição:

LITERATURA BRASILEIRA 01 Leia os fragmentos que seguem. Lira I Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! (GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. Coleção Prestígio, s/l: Tecnoprint, s/d. p. 25) A Jesus Cristo Nosso Senhor Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. (...) Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história, Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. (MATOS, Gregório de. A Jesus Cristo Nosso Senhor. In: CEREJA, Roberto William; MAGALHÃES, Tereza Cochar. Literatura brasileira: ensino médio. 3. ed. São Paulo: Atual, 2005. p. 135.) Sobre os períodos literários a que pertencem esses dois trechos, é possível afirmar que I II III o poema de Gregório de Matos refere-se ao período Barroco, que tinha como uma de suas principais características o conflito espiritual, dividindo o homem entre o pecado e o perdão. Tomás Antônio Gonzaga constrói sua Lira I bem ao gosto árcade, procurando a simplicidade dos versos, descrevendo a natureza amorfoseada, pintando um ingênuo e idílico quadro. o sujeito-lírico, no poema de Gregório de Matos, argumenta em favor de sua absolvição, num jogo de idéias, utilizando uma parábola como exemplo. Esse procedimento, chamado conceptismo, era muito comum no Barroco. Das afirmativas acima, pode-se dizer que a) apenas I e III estão corretas. b) apenas II e III estão corretas. c) apenas a II está correta. d) I, II e III estão corretas. e) apenas I e II estão corretas.

02 Sobre o Pré-Modernismo e o Modernismo é INCORRETO afirmar que a) o início do século XX é marcado por grandes transformações no mundo da arte. O Futurismo, o Impressionismo, o Surrealismo, entre outros, desenharam profundas linhas de ruptura nas artes em geral. b) a literatura brasileira, a partir de 1922, com a Semana de Arte Moderna, tem o propósito de libertar os autores do academicismo, do culto ao convencional, conferindo-lhes o direito à pesquisa estética, sem incorporar, porém, os aspectos do progresso tecnológico. c) em defesa do Modernismo, Manuel Bandeira escreve em Poética : Estou farto do lirismo comedido / Do lirismo bem comportado / Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente / protocolo e manifestações de apreço ao sr. Diretor (...). d) para assegurar o rompimento com o culto ao metro perfeito, Manuel Bandeira, em Os Sapos, declara: Vai por cinquenta anos / Que lhes dei a norma: / Reduzi sem danos / As formas a forma. / Clame a saparia / Em críticas céticas / Não há mais poesia / Mas há artes poéticas. e) Mário de Andrade, defendendo a renovação da poesia, escreve, no Prefácio interessantíssimo : Leitor: / Está fundado o Desvairismo. / Este prefácio, apesar de interessante, inútil. / [...] / Que Arte não seja porém de limpar verso de / exageros coloridos. 03 Em O espelho, de Machado de Assis, o personagem principal relata aos amigos um fato de sua vida que o fez refletir sobre a alma humana. O narrador o introduz da seguinte forma: Vai senão quando, no meio da noite, sucedeu que este casmurro usou da palavra, e não dois ou três minutos, mas trinta ou quarenta. A conversa, em seus meandros, veio a cair na natureza da alma[...]. (PROENÇA FILHO, Domício. Os melhores contos de Machado de Assis. 15. ed. São Paulo: Global, 2004. p. 26.) Analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo em relação ao conto aqui referido. ( ) Jacobina, o personagem principal, aos vinte e cinco anos, foi nomeado alferes e esse acontecimento transformou completamente a sua vida. ( ) A conclusão a que chega o personagem principal é de que não há uma alma humana, mas duas: uma que representa o exterior e outra que representa o interior. ( ) A natureza da alma humana era um consenso entre os amigos que conversavam naquela noite, e a história do alferes serviu de exemplo para fundamentar suas convicções. ( ) Ao final da narrativa, Jacobina olha-se no espelho e, não mais conseguindo se enxergar, tem a idéia de vestir a farda. Isso lhe possibilita reencontrar sua alma exterior. Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo. a) V F V F b) F V V V c) V V F V d) V F F F e) F V F V 2

04 Sobre o Realismo é INCORRETO afirmar que a) propõe uma análise objetiva da realidade, tentando retratá-la como uma fotografia. b) se opõe ao Romantismo, pois o idealismo deste não permite olhar a vida com olhos de um observador impiedoso. c) Flaubert, na França, e Machado de Assis, no Brasil, são dois grandes nomes do Realismo. d) O Ateneu, uma das importantes obras do Realismo brasileiro, possui um tom introspectivo, pois nela Raul Pompéia desenvolve uma análise psicológica dos personagens. e) Dom Casmurro, de Machado de Assis, marca o início do Realismo no Brasil. 05 O ano de 2009 marca o centenário da morte de Euclides da Cunha, autor que manteve seu olhar comprometido com o fato histórico, com o rigor científico e com o fazer literário. Em Os Sertões, ele descreveu minuciosamente a terra, o homem e a luta, a partir dos conflitos intensos que testemunhou na Guerra de Canudos. Sobre essa obra, é possível afirmar que I II III Canudos, localizada no sertão da Bahia, era uma fazenda abandonada na qual Antônio Maciel, o Conselheiro, conhecido como líder religioso, fundou uma pequena cidade. Antônio Conselheiro liderou uma revolta contra a República, devido às precárias condições de vida do povo, e levou sertanejos miseráveis, armados de esperança, a enfrentarem o exército do governo federal. Euclides da Cunha, influenciado pelo determinismo, demonstra como as condições geográficas acabam condicionando o comportamento humano. Das afirmativas acima, pode-se dizer que a) I, II e III estão corretas. b) apenas a I está correta. c) apenas a II está correta. d) apenas a III está correta. e) apenas I e II estão corretas. 3

06 Leia o fragmento que segue: Severino retirante, deixe agora que lhe diga: eu não sei bem a resposta da pergunta que fazia, se não vale mais saltar fora da ponte e da vida; nem conheço essa resposta, se quer mesmo que lhe diga; é difícil defender, só com palavras, a vida, ainda mais quando ela é esta que vê, severina; mas se responder não pude à pergunta que fazia, ela, a vida, a respondeu com sua presença viva. 07 (NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida severina. In:. Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. p. 201.) Sobre o poema acima, assinale a alternativa INCORRETA. a) Esse fragmento de Morte e Vida Severina faz uma crítica à precariedade da vida no Nordeste brasileiro. b) Quem responde à pergunta do retirante é a própria vida, com toda a força e ambiguidade de seu significado. c) Apesar de focar a situação do Nordeste, esse poema é uma alegoria da miséria humana contínua em qualquer espaço/tempo. d) João Cabral de Melo Neto não segue a estrutura tradicional dos autos medievais, inovando ao trabalhar o ritmo e a musicalidade. e) Os versos se não vale mais saltar / fora da ponte e da vida são uma referência ao momento de fraqueza que a certa altura do poema faz Severino pensar em suicídio. Leia o trecho do romance Netto perde sua alma. O sargento tocou no braço de Netto. - Vosmecê deve tomar essa canoa, general. - Bem pensado, sargento. Para onde nos leva? - Para a outra margem. Mas eu o acompanho até aqui no más. Vosmecê vai só. Netto estremeceu com violência. - E por que isso? - Eu já atravessei esse rio, general. (RUAS, Tabajara. Netto perde sua alma. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 2006. p. 155.) Analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo. ( ) Nessa altura do romance, Netto, já restabelecido, pode retornar para os braços de sua esposa, que o aguarda na fazenda. ( ) A missão do sargento se encerrava ali, visto que a guerra já havia terminado e cada um seguiria seu próprio caminho. ( ) A barca com a qual Netto partirá estabelece uma relação de intertextualidade com a barca da morte de A divina comédia, de Dante Alighieri, conduzida pelo Anjo da Morte. ( ) Nesse momento, se desfaz o delírio febril que percorre toda a narrativa, e Netto, resignado, aceita sua própria morte. Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo. a) V F V F b) F V F F c) V F V V d) V V F F e) F F V V 4

08 Leia o poema abaixo. Deve haver tanta coisa desabada... Deve haver tanta coisa desabada Lá dentro...mas não sei... É bom ficar Aqui, bebendo um chope no meu bar... E tu, deixa-me em paz, Alma Penada! Não quero ouvir essa interior balada... Saudade...amor...cantigas de ninar... Sei que lá dentro apenas sopra um ar De morte...não, não sei! não sei mais nada! Em relação ao poema, assinale a alternativa INCORRETA. Manchas de sangue inda por lá ficaram, Em cada sala em que me assassinaram... Pra que lembrar essa medonha história? Eis-me aqui, recomposto, sem um ai. Sou o meu próprio Frankenstein olhai! O belo monstro ingênuo e sem memória... (QUINTANA, Mário. Nova antologia poética. 12. ed. São Paulo: Globo, 2007. p 51.) a) O poema é marcado por uma profunda melancolia, misto de saudade e desencanto, momentos que o poeta insiste em lembrar. b) No poema, o lirismo é simbolizado pela luta entre sentimentos antagônicos, que transformam o poeta em O belo monstro ingênuo e sem memória... c) A alusão ao sobrenatural, uma das características da poesia de Quintana, está presente na 1ª estrofe. d) O cotidiano, pano de fundo desse poema, representado pelo fragmento bebendo chope no meu bar, é mediado pela imersão no mundo interior, observada no verso Sei que lá dentro apenas sopra um ar. e) O soneto traz a marca da universalidade, pois representa um sentimento de mundo que pertence ao homem de todos os tempos. 09 Paulo Leminski e Arnaldo Antunes são nomes importantes que surgem nas décadas de 1970/1980 na literatura contemporânea. Esses poetas inovam através do uso de ideogramas, da ruptura com a sintaxe tradicional, dos jogos sonoros, da não linearidade do verso. Analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo. ( ) Essa fase da literatura contemporânea tem como uma de suas características o experimentalismo, que objetiva encontrar novas formas de trabalhar com a palavra no espaço em branco da folha. ( ) A irreverência marca a produção de muitos poetas desse período, que desenvolvem uma forte crítica social em um momento em que o país ainda vivia sob o regime ditatorial. ( ) O humor utilizado nos poemas caracteriza uma alienação, visto que era impossível expressar-se livremente devido à grande censura da época. Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo. a) F F V b) V V F c) F F F d) V V V e) F V F 5

10 Leia o trecho retirado do prefácio do romance Sonhos d ouro, de José de Alencar. Portanto, ilustres e não ilustres representantes da crítica, não se constranjam. Censurem, piquem, ou calem-se como lhes aprouver. Não alcançarão jamais que eu escreva neste meu Brasil coisa que pareça vinda em conversa lá da outra banda, como a fruta que nos mandam em lata (...). A manga, da primeira vez que a prova, acha-lhe o estrangeiro gosto de terebintina; depois de habituado, regala-se com o sabor delicioso. Assim acontece com os poucos livros realmente brasileiros: o paladar português sente neles um travo; mas se aqui vivem conosco, sob o mesmo clima, atraídos pelos costumes da família e da pátria irmãs, logo ressoam docemente aos ouvidos lusos os nossos idiotismos brasileiros, que dantes lhes destoavam a ponto de os ter em conta de senões. (ALENCAR, José. Sonhos d ouro. Série Bom Livro. São Paulo: Ática, 1981. p.12.) Assinale a alternativa INCORRETA. a) Nesse trecho, José de Alencar argumenta que a literatura brasileira deve ter suas próprias características, sem buscar imitar os clássicos europeus. b) Esse fragmento é ilustrativo do nacionalismo alencariano, que defendia, nos romances, o uso da língua falada no Brasil. c) O autor é categórico em suas afirmações, desafiando a crítica a se aliar a ele nessa cruzada pela defesa de uma literatura nacional. d) Além da metáfora das frutas, um outro argumento utilizado por Alencar é o fato de que o próprio português, morando no Brasil, não encontra mais senões aos nossos idiotismos. e) O Romantismo foi fundamental para a formação da literatura brasileira, justamente pela sua busca de uma identidade nacional através da língua, dos costumes, da natureza. 6