Interdisciplinaridade e Articulação no Patrimônio Cultural de Cerro Corá, no Paraguai, como tema de Educação Ambiental Internacional



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Transcrição:

Interdisciplinaridade e Articulação no Patrimônio Cultural de Cerro Corá, no Paraguai, como tema de Educação Ambiental Internacional Mercedes Abid Mercante Fannyliz Alvarenga de Oliveira Tibcherani Programa de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal Resumo O estudo analisa relações de educação ambiental e patrimônio cultural numa área de fronteira internacional sul-americana, envolvendo no lado brasileiro, o município de Ponta Porá, no estado de Mato Grosso do Sul e, no Paraguai, a cidade de Pedro Juan Caballero Departamento del Amambaí. O Parque Nacional Cerro Cora, foco deste estudo, localizado em Pedro Juan Caballero, criado pelo Decreto nº. 20.698, em fevereiro de 1976, ingressa no rol das paisagens como patrimônio cultural e passa a ser reconhecido, como um bem de interesse coletivo, pelo poder público do Paraguai. A presença de riqueza natural e de um Museu Histórico, com elementos da época da Guerra da Tríplice Aliança conduziu a um tratamento histórico como monumento.(ciudad PEDRO JUAN CABALLERO,2001). É interessante ressaltar que, no caso do Parque Nacional de Cerro Corá, além da sua importância histórica são também desenvolvidas ações culturais, fomenta-se ações interdisciplinares de Educação Ambiental-EA. O foco do estudo é um desafio que transpõe a repetição de um fato histórico, (re)produz o conhecimento,buscando novos valores cognitivos, não apenas em um disciplina específica, mas revalorizando os saberes culturais sem fazer concessão ao elo histórico entre os dois países. Objetiva compreender a EA praticada no Parque Nacional de Cerro Cora e fundamenta-se em princípios de que, a interdisciplinaridade que coloca a complexidade ambiental não é um simples somatório e combinação de paradigmas que construíram os comportamentos disciplinares na universidade.para a reflexão sobre a internalização do conhecimento ambiental foram selecionadas duas escolas, sendo uma para cada país.

Introdução O estudo analisa, em termos gerais, as relações educação ambiental e patrimônio cultural numa área de fronteira internacional sul-americana, envolvendo no lado brasileiro, o município de Ponta Porá, no estado de Mato Grosso do Sul e, no Paraguai, a cidade de Pedro Juan Caballero Departamento del Amambaí. Os limites territoriais e políticos entre as cidades dos dois países estão demarcados de forma linear por uma rua, mas socialmente essa divisão não é tão definida. A aproximação existente entre as duas nações fortalece o relacionamento internacional. Cidades com políticas de desenvolvimento político, social e econômico diferenciados, mas que possibilitam criação de políticas internacionais para fortalecerem a boa convivência, como foi o caso da criação, em 1999, do Parlamento Internacional Municipal de Pedro Juan Caballero Ponta Porã (CIUDAD PEDRO JUAN CABALLERO, 2001). O Parque Nacional Cerro Cora, situado em Pedro Juan Caballero, criado pelo Decreto nº. 20.698, em fevereiro de 1976, ingressa no rol das paisagens como patrimônio cultural e passa a ser reconhecido, como um bem de interesse coletivo, pelo poder público do Paraguai e merecedor de sua proteção naquele país. A presença de riqueza natural e de um Museu Histórico, com elementos da época da Guerra da Tríplice Aliança conduziu a um tratamento histórico como monumento.(ciudad PEDRO JUAN CABALLERO, 2001). A consideração da paisagem como patrimônio passa pelo processo de monumentalização do local, conforme coloca Bezerra de MENEZES (2002) os monumentos se tornam dotados de valores próprios, como se fossem autônomos e imutáveis independentes do próprio contexto ambiental. O monumento é sempre algo que seu entorno não é. È interessante ressaltar que,no caso do Parque Nacional de Cerro Cora,além da sua importância histórica são também desenvolvidas ações culturais, fomenta-se ações interdisciplinares de Educação Ambiental-EA. O foco do estudo é um desafio que transpõe a repetição de um fato histórico, (re)produz o conhecimento,buscando novos valores cognitivos, não apenas em um disciplina específica, mas revalorizando os saberes culturais sem fazer concessão ao elo histórico entre os dois países. Objetiva compreender a EA praticada no Parque Nacional de Cerro Cora e fundamentase em princípios de que, a interdisciplinaridade que coloca a complexidade ambiental não é um simples somatório e combinação de paradigmas que construíram os comportamentos disciplinares na universidade. Mas sustenta-se na concepção de Leff (2000,p.30),que cabe à interdisciplinaridade as transformações de paradigmas estabelecidos do conhecimento,para internalizar um saber ambiental. Para a reflexão sobre a internalização do conhecimento ambiental foram selecionadas duas escolas, localizadas nas cidades vizinhas, sendo uma para cada país. Para a seleção foram considerados como critérios:aspectos relativos ao tempo de atuação no ensino, porte das escolas, atendimento dedicado à educação básica e existência nos projetos pedagógicos de programa de trabalhos de campo com a realização de visitas de alunos ao Parque Nacional de Cerro Cora,com a participação de diferentes disciplinas curriculares. As

escolas selecionadas foram: Escola MACE, em Ponta Porã no Brasil e o Colégio Parroquial Rosenstiel, em Pedro Juan Caballero Departamento Del Amambay Paraguai. Objetivos Trabalhar a temática de Educação Ambiental, aliada ao Patrimônio Histórico Natural: Cerro Corá, visando à formação de uma conscientização ambiental nos alunos do ensino médio da Educação Básica da região de fronteira: no lado brasileiro no município de Ponta Porã e no Paraguai em Pedro Juan Caballero Departamento del Amambaí. Objetivos específicos a) Avaliar o conhecimento acerca de assuntos relacionados ao meio ambiente, entre alunos das escolas selecionadas; b) Apresentar um a proposta de implementação de práticas de educação ambiental aos dirigentes das escolas, e aos órgãos públicos dos dois países com a finalidade de aprimorar o ensino e a qualidade de vida. Material e métodos A fim de conhecer o grau de entendimento da prática interdisciplinar e o contexto ambiental, foram aplicados quatrocentos e vinte questionários, sendo dezoito para professores, dois para diretores e quatrocentos para alunos do ensino médio das duas escolas. Segundo a legislação educacional dos dois países, existe o trabalho com EA, seja em forma de temas transversais ou em como disciplina, contudo, questionados sobre o trabalho em EA nas escolas, poucos alunos do Paraguai, reconheceram que há trabalhos com a EA na instituição, exceto o tercer curso-paraguay,que tem a disciplina específica. No Brasil, o reconhecimento alcançou um índice bem maior dos alunos que identificaram ações de EA que os professores trabalham de maneira interdisciplinar. Porém, apesar de pouco reconhecido o trabalho com EA no Paraguai, quando questionados com relação a campanhas relacionadas ao meio ambiente desenvolvidas nas escolas, 40% dos alunos afirmam que há campanhas específicas. As peculiaridades das cidades possibilitaram oportunidades para intercâmbio cultural dos fronteiriços e visitantes. Cidades com potenciais turísticos, voltados atualmente para o turismo de compras, recebem seus visitantes na porta de entrada demonstrando através de monumentos a forte ligação do Brasil e Paraguai, desde a cultura até o nacionalismo, do chimarrão (bebida apreciada pelo Pontaporanense), ao tereré (bebida apreciada pelo Pedrojuanino) e as bandeiras, constatam a proximidade e ligação da fronteira. A CIDADE DE PONTA PORÃ BRASIL Ponta Porã está localizada no estado de Mato Grosso do Sul Brasil com limites ao norte em Maracaju, ao noroeste e leste em Dourados, sudeste em Laguna

Caarapã, ao sul Aral Moreira, sudoeste a República Paraguai. Ao oeste, Antônio João e Bela Vista e ao noroeste as cidades de Jardim e Guia Lopes da Laguna (QUINTAS, 2003). A CIDADE DE PEDRO JUAN CABALLERO - PARAGUAI A cidade de Pedro Juan Caballero, segundo o guia de informaciones (2001), capital do XIII Departamento de Amambay, conta atualmente com 90.117 habitantes e distribuídos na área Urbana, 58.305 habitantes que representam 64,7% da população; na área rural, 31.812 habitantes que representam 35,3% da população. A localização geográfica de Pedro Juan Caballero está ao Nordeste da República do Paraguai, sendo que os limites se estabelecem ao norte, o Distrito de Bella Vista, ao sul, o Distrito de Capitán Bado, ao este, a cidade de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, Brasil, e ao oeste, o Departamento de Concepción. O clima é sub-tropical sem estação seca. O idioma da cidade de Pedro Juan Caballero bem como da cidade de Ponta Porá, é variável entre o espanhol, guarani e português devido à condição de fronteira com Brasil. A densidade populacional é de 15,87 habitantes por km 2, e a educação em Pedro Juan Caballero conta atualmente com educação básica (29 escolas com nível de ensino básico), média (07 escolas com ensino médio) e universitária (07 faculdades). Resultados e discussão Após análise dos dados considera-se que o patrimônio cultural da região tem potencial e para ser um tema de reflexão sobre o bem-estar da população, de forma a valorizar os recursos naturais e culturais, despertar para a necessidade da preservação, vislumbrando também possibilidades de desenvolvimento sustentável para empreendimentos relacionados ao turismo, seja ele voltado ao patrimônio histórico cultural, natural ou ecológico. Essas possibilidades, quando bem estruturadas, proporcionaram um retorno sócioeconômico e cultural para as cidades e sua população. É de fundamental importância que se compreenda a EA acima de suas dimensões biológicas, físicas e políticas o que é plausível é a conscientização ambiental, fundamentada no exercício da cidadania. No processo de ensinoaprendizagem se torna importante a aquisição de conteúdos como: direitos e deveres do cidadão com relação ao meio ambiente; o conhecimento da funcionalidade do ambiente; argumentações de como os elementos do meio físico se transformam e como o ambiente reage às ações humanizadas. A fronteira não é um limite intransponível; é um limite de diferenciação na prática da EA, que por um lado junta-se em um tema comum, mas diferencia-se nas especificidades das realidades das diferentes escolas. Referências Bibliográficas

BEZERRA DE Menezes, U.T. A paisagem como fato cultural. In: YAZIGI, E. (org.) Turismo e Paisagem. Contexto. S P. 2002. LEFF, E. Complexidade, Interdisciplinaridade e Saber Ambiental. In:PLILLIPI Jr,A;TUCCI,C.E.M;HOGAN,D.J.;NAVEGANTES,R.(Eds). Interdisciplinaridade em Ciências Ambientais. PNUMA. Signus Editora. 2000. COLESANTI, Marlene T. de M. Paisagem e Educação Ambienal. In: Encontro Interdisciplinar sobre o estudo da Paisagem. Rio Claro. UNESP. 1996 DIAS Genebaldo F. Educação Ambiental Princípios e Práticas. SP. Gaia. 2001 MEC Vice Ministériuo de Educacion. El curriculum de la educación media y los transversales. Assunción.2002