(67,0$7,9$6'26,03$&726'26,19(67,0(1726

Documentos relacionados
2PRGHORGHLQVXPRSURGXWRHVHXVPXOWLSOLFDGRUHV

GARGALOS DA INDÚSTRIA

&$5$&7(5,=$d 2'$&$'(,$352'87,9$'(%$6( )/25(67$/125,2*5$1'('268/

2 Análise de insumo-produto

Aplicação da Matriz Insumo Produto para o Município de Criciúma. Por: MSc. Thiago R. Fabris

IMPACTO DO DECRETO Nº NA ECONOMIA DO RIO GRANDE DO SUL

MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO ASPECTOS METODOLÓGICOS

IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO BRASIL: UMA COMPARAÇÃO ENTRE AS ROTAS DA SOJA E DA MAMONA

Comércio Internacional: Impactos no Emprego. Março 2009 DEREX / DEPECON / DECONTEC 1

Coeficientes de Exportação e Importação

Nova Metodologia do PIB. DEPECON 28/Março/2007

Metodologia de análise inter-regional do agronegócio: aplicação ao caso do Rio Grande do Sul-restante do Brasil *

As estimativas preliminares da FEE para o ano de 2001 no Estado indicam

N 134. Índices de preço e quantum do comércio exterior. Ricardo A. Markwald, Armando Castelar Pinheiro, Carmen Falcão e Henry Pourchet

N 106. Taxas de câmbio: metodologias e resultados. Eduardo Augusto Guimarães

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MINEIRA

Resultados do 2º trimestre de 2012

PRODUÇÃO INDUSTRIAL EM ABRIL DE 2003: DEMANDA INTERNA DEPRIMIDA AFETA INDÚSTRIA

Coeficientes de Exportação e Importação

Novas Universidades Federais: porquê, como, quando e onde? Luiz Cláudio Costa 28 de junho de 2017

Resultados do 3º trimestre de 2012

DEPECON Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos. Cenário Econômico e Desempenho Mensal da Indústria

ano XVIII, n 1, Janeiro de 2014

Reformulação da metodologia dos Coeficientes de abertura comercial. Brasília, julho de 2016

CEPEA CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA ESALQ/USP

AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO COMÉRCIO EXTERIOR SOBRE A GERAÇÃO DE EMPREGO NO BRASIL - 1º. Semestre de 2011

Participação de importados na economia brasileira segue em crescimento

Resultados do 1º trimestre de 2012

Contas Nacionais Trimestrais

Contas Nacionais Trimestrais

TAIÓ. Relatório do Movimento Econômico. Representatividade Setorial

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

ano II, n 15, junho de 2012

ARTIGOS ESTIMAÇÃO DA MATRIZ INSUMO-PRODUTO A PARTIR DE DADOS PRELIMINARES DAS CONTAS NACIONAIS * Joaquim J. M. Guilhoto Umberto A. Sesso Filho RESUMO

Sem plataformas de petróleo parcela exportada da indústria cairia em 2013.

Projeto de Pesquisa: Importância Sócio-Econômica da Cadeia de Serviços de Saneamento Básico no Estado de São Paulo

Características do Emprego Formal RAIS 2014 Principais Resultados: CEARÁ

6(&5(7$5,$ '2 3/$1(-$0(172 ( *(67 2 ',$*1Ï67,&2 '2 6(725 '( 7(&12/2*,$ '$,1)250$d ,2 *5$1'( '2 68/ 3RUWR $OHJUH DEULO GH

PRODUÇÃO INDUSTRIAL EM MAIO DE 2003: O SETOR DE BENS DE CONSUMO DURÁVEIS TEM O PIOR DESEMPENHO

DESEMPENHO INDUSTRIAL

Indicadores Econômicos e Fomento à Indústria

INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL

ano XIX n 3 Março de 2015

PROGRAMA DE SEMINÁRIOS EM DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Cenários de Simulação com Modelos EGG. Cenário de Liberalização Comercial Unilateral Brasil e Resto do Mundo

PRODUÇÃO INDUSTRIAL EM NOVEMBRO DE 2003:

PIB do Agronegócio do Estado de São Paulo

AGRONÔMICA. Relatório do Movimento Econômico. Representatividade Setorial

Federação das Indústrias do Estado de Sergipe

Evolução dos coeficientes de exportação e importação da Indústria de Transformação

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. 1º Trimestre/2017

Coeficientes de Abertura Comercial

Seleção de Setores Econômicos a considerar na Análise.

Avaliação dos Impactos econômicos. do Turismo de Eventos em Porto Alegre

Tabela 1: Principais produtos exportados pelo estado de São Paulo

MULTIPLICADORES DE EMPREGO E RENDA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CELULOSE, PAPEL E GRÁFICA EM 2003: UMA APLICAÇÃO DA MATRIZ DE INSUMO-PRODUTO

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

RIO DO CAMPO. Relatório do Movimento Econômico. Representatividade Setorial

Projeto de Pesquisa: Importância Sócio-Econômica da Cadeia de Serviços de Saneamento Básico no Estado de São Paulo

A Produtividade e a Competitividade da Indústria Naval e de BK Nacional. Fernanda De Negri Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA

ano II, n 9, janeiro de 2012

EMPREGO INDUSTRIAL EMPREGO JUNHO DE º SEMESTRE DE 2012

ano V, n 46, Fevereiro de 2015

Crise econômica e mercado de trabalho: Medidas de Auxílio ao trabalhador. Alexandre Ferraz Economista do DIEESE. Doutor em Ciência Política pela USP.

COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL

CADEIA DE VALOR E IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICA DA INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA NO BRASIL

MAPEAMENTO DA ATIVIDADE ECONÔMICA NO DF. Brasília, 16/02/2017 CODEPLAN

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

CONTABILIDADE SOCIAL

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

MUDANÇAS ESTRUTURAIS DO EMPREGO NA ECONOMIA BRASILEIRA: 1996 E 2002 COMPARADOS

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

Indicadores selecionados do RS*

ano XVII, n 7, julho de 2013

CADEIA DE VALOR E IMPORTÂNCIA SOCIOECNÔMICA DO COMPLEXO DE DEFESA E SEGURANÇA NO BRASIL

Indicadores selecionados do RS*

ano I, n 8 dezembro de 2011

ano XVI, n 6, junho de 2012

B Indústrias extrativas Fabricação de produtos alimentícios

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. 2º Trimestre/2017

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

A PRODUÇÃO INDUSTRIAL CATARINENSE ABRIL/2016

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA FLUMINENSE. Mês de referência: Abril de 2011

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

A INDÚSTRIA EM NÚMEROS

Modelos de Insumo-Produto

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. 3º Trimestre/2017

Características do Emprego Formal RAIS 2014 Principais Resultados: SANTA CATARINA

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. Trimestre terminado em Fevereiro/2017

Coeficientes de Exportação e Importação da Indústria de Transformação. Trimestre terminado em Maio/2017

Encontro de Lideranças 17/08/2015 APRESENTAÇÃO DO SINICON SOBRE O EMPREGO E OS IMPACTOS DA CONSTRUÇÃO PESADA NA ECONOMIA

Transcrição:

(67,0$7,9$6'26,03$&726'26,19(67,0(1726 62%5($(&2120,$*$Ò&+$ Há evidências de que o valor da produção dos principais produtos da silvicultura segue em tendência crescente na região dos investimentos, impulsionado principalmente pelos municípios mais pobres, com PIB SHUFDSLWD inferior ao estadual. Dos produtos dessa atividade, vem ganhando destaque a produção de madeira em tora, a ponto de determinar, inclusive, uma certa mudança no padrão de produção da silvicultura, em 2004. Como foi observado, a partir desse ano, a região dos investimentos tornou-se mais especializada na produção de madeira em tora do que o Estado, enquanto, nos anos anteriores, se destacava a produção de lenha. Contudo o setor de exploração vegetal e silvicultura é ainda pouco desenvolvido no Estado, com um elevado nível de importação para satisfazer a demanda doméstica pelos produtos, principalmente com respeito ao consumo intermediário. Por seu turno, o setor de papel e gráfica já se encontra num patamar mais desenvolvido, perdendo, no entanto, representatividade nacional e estadual em relação a 1998, uma vez que as taxas de crescimento do Valor Adicionado do setor, no Rio Grande do Sul, foram substancialmente inferiores às do Brasil em 2003. Em verdade, o setor da cadeia de base florestal no qual o Estado possui um padrão, em relação ao Valor Adicionado, mais especializado do que o nacional é o de madeira e mobiliário. Os investimentos que serão realizados se concentram, todavia, na subcadeia da celulose, podendo alterar, portanto, o contexto atual dos setores de exploração vegetal e silvicultura e de papel e gráfica no Rio Grande do Sul. 2SURMHWRHRVFULWpULRVGHWUDWDPHQWRGRVGDGRVSDUDDHVWLPDomR O novo ciclo de investimentos associados à expansão e/ou à instalação de um grupo particular de indústrias de papel e celulose no Rio Grande Sul será efetuado em três fases: formação de florestas, instalação da indústria de celulose (compreendendo, essas duas, o período pré-operacional do projeto) e operação da indústria (período operacional). 22 Para a primeira fase, estão previstos investimentos florestais da ordem de aproximadamente R$ 2,41 bilhões, considerando-se o total do período 2007-11. Por conseguinte, será gerada, em média, uma produção de 13,7 milhões de metros cúbicos de madeira ao ano, em toras de seis metros de comprimento, com diâmetros entre 4cm e 40cm, com e sem casca, destinada à fabricação de celulose de fibra curta (derivada da madeira de eucalipto). Na verdade, 22 Cabe ressaltar, novamente, que, neste trabalho, estão sendo consideradas as três maiores empresas investidoras.

61 estão previstos dois ciclos de rotação de aproximadamente sete anos cada (até meados de 2021), com manejos florestais aplicados de talhardia simples e/ou corte raso. Para tanto, a área de efetivo plantio será de aproximadamente 360.000 hectares, atingindo uma produtividade média esperada de 41 m³/ha/ano. Na média dos anos 2005/06, a área relacionada ao plantio de florestas de eucalipto no Estado foi de 182.000 hectares (Anu. Estat. ABRAF, 2007). Assim, a estimativa das empresas é praticamente dobrar essa área. Para a segunda, conforme informações de uma das empresas investidoras, estão previstos os seguintes investimentos no período 2007-11: R$ 636,23 milhões em obras de engenharia, R$ 127,71 milhões em instalações elétricas, R$ 2.171,06 milhões em máquinas e equipamentos, R$ 604,30 milhões em licenças e administração e R$ 31,93 milhões em treinamento. Desses, a maior parte será realizada no Rio Grande do Sul, exceto no caso de máquinas e equipamentos, pois 79,5% dos produtos serão adquiridos fora do Estado. Na terceira fase, a meta é atingir uma produção adicional de aproximadamente 3,8 milhões de toneladas ao ano de celulose. Além disso, será gerada uma produção de aproximadamente 1.000 GWh/ano de energia elétrica. Em valores monetários, a produção corresponde a R$ 2,8 bilhões/ano de celulose e R$ 302,8 milhões/ano de energia. 23 Em síntese, os investimentos de cada fase, que serão realizados pelas três empresas, no período 2007-11, são apresentados na Tabela 16 24. Observa-se que, além dos R$ 2,41 bilhões a serem investidos para a formação de florestas no total do período analisado, serão efetuados investimentos da ordem de R$ 5,2 bilhões e R$ 3,1 bilhões para a instalação e a operação da indústria, respectivamente, totalizando R$ 10,7 bilhões. 23 Convém deixar claro que as empresas investidoras forneceram dados para a fase de formação de florestas. Nas fases de instalação e operação da indústria, somente uma delas informou seus investimentos. Os valores correspondentes à produção de celulose das empresas não informantes foram estimados a partir da relação (calculada com base na empresa informante): onde ; 3 93 = ; ; é a produção física de celulose (em toneladas), ; é a produção física de madeira em tora (em metros cúbicos) e 3 é o preço da celulose (em reais por tonelada). Assim, foi estabelecido um coeficiente 93, o qual, aplicado à produção física de madeira em tora das empresas não informantes, gerou a estimativa do valor de produção de celulose dessas empresas. Embora seja uma estimativa, a relativa homogeneidade do processo produtivo dessa cadeia permite afirmar que esses resultados serão consistentes com os valores ainda não anunciados pelas empresas. 24 Como a proporção dos gastos totais a serem realizados e o cronograma dos investimentos são semelhantes entre as três empresas, também se procedeu à estimativa dos gastos para a instalação da indústria das empresas não informantes a partir dos valores da informante.

62 Tabela 16 ANOS Valores dos investimentos, por fases, das empresas na produção de celulose, no Rio Grande do Sul 2007-11 FORMAÇÃO DE FLORESTAS INSTALAÇÃO DA INDÚSTRIA OPERAÇÃO DA INDÚSTRIA (R$ 1 000) TOTAL DAS TRÊS FASES 2007 447 442 185 075-632 517 2008 618 624 1 783 160-2 401 784 2009 310 774 2 939 874-3 250 648 2010 416 265 295 435-711 700 2011 616 633-3 108 701 3 725 334 727$/ 2 409 737 5 203 544 3 108 701 10 721 982 FONTE DOS DADOS BRUTOS: Empresas investidoras. NOTA: Os valores informados incluem os salários a serem pagos aos futuros empregados, segundo os dados fornecidos pelas empresas. Para estimar os efeitos desses investimentos sobre a economia gaúcha, foi realizada, num primeiro momento, a identificação dos setores diretamente ligados às atividades econômicas, a partir das informações obtidas nas empresas. Os dados foram informados para intervalos distintos, de acordo com as fases dos investimentos, abrangendo, na totalidade, o período 2007- -21. Todas as informações dos gastos que serão efetuados para a aquisição de bens e serviços utilizados na formação de florestas e na instalação da indústria (bem como os demais investimentos florestais) foram classificadas de acordo com a estrutura de 46 setores de atividade econômica que compõem a 0DWUL]GH,QVXPR3URGXWRGR5LR*UDQGHGR6XO² 25. Além disso, as empresas informaram os gastos discriminados por origem, isto é, se os insumos serão adquiridos no Rio Grande do Sul, em outros estados ou no exterior. Desse modo, foi possível considerar especificamente os gastos em âmbito estadual, pois os demais afetam a economia de outros estados e do exterior, podendo-se mensurar os impactos que efetivamente afetarão o Rio Grande do Sul. Os valores desembolsados para pagamento de salários do pessoal ocupado que será contratado foram convertidos em gastos de consumo pessoal por setor, utilizando-se como SUR[\ a estrutura de consumo das famílias gaúchas, bem como sua propensão média a consumir. Nesse caso, observou-se uma tendência de aumento dos salários médios, em função do término do ciclo de rotação na fase de formação de florestas (isto porque, no final do ciclo, aumentará a 25 A 0DWUL] GH,QVXPR3URGXWR GR 5LR *UDQGH GR 6XO ² (Porsse, 2007), tal como publicada, contém apenas 44 setores, sendo o setor de exploração vegetal e silvicultura agregado à agricultura. Porém foram utilizados arquivos de trabalho nos quais as informações desse setor estavam abertas, bem como seus multiplicadores de impacto.

63 proporção de serviços utilizados, como os de dendrometria e de transporte, o que eleva o valor médio dos salários). Além disso, segundo as estimativas das empresas, os salários médios do pessoal ocupado na indústria serão mais altos comparativamente aos dos empregados da silvicultura. Sendo assim, utilizou-se a estrutura de consumo das famílias por classes de rendimento, considerando-se as mudanças estruturais de consumo em função das remunerações, bem como as alterações nas propensões médias a consumir, pois estas são negativamente influenciadas pelos salários (quanto maior o salário, menor a propensão média a consumir). Por exemplo, na classe de rendimento entre um e dois salários mínimos, a propensão utilizada foi de 98% (ou seja, a quase-totalidade dos salários), ao passo que, na classe de rendimento entre três e cinco salários mínimos, foi de 79%. 26 Quanto às mudanças estruturais de consumo em função dos salários, por exemplo, enquanto na classe de rendimento de um a dois salários mínimos apenas 1,0% do consumo total das famílias gaúchas é destinado à aquisição de produtos do setor de automóveis, caminhões e ônibus (nesse caso, é claro, sendo a maior parte para o consumo de automóveis), na classe de três a cinco salários mínimos esse percentual é de 3,1%. Ademais, os gastos referentes ao arrendamento de terras receberam o mesmo tratamento, uma vez que representam apenas transferências de renda das empresas investidoras para os proprietários. Os dados referentes à fase operacional da indústria receberam um tratamento diferenciado. Essa distinção é importante, porque os efeitos durante a operação da planta industrial se darão integralmente dentro da cadeia da celulose: diretamente, no setor de papel e gráfica e, indiretamente, devido aos seus encadeamentos setoriais. Assim, procedeu-se à aplicação dos valores estimados da produção anual de celulose nesse setor. 27 A aplicação desses procedimentos permitiu construírem-se os vetores de choque com valores discriminados para os 46 setores de atividade econômica, em cada fase dos investimentos e em cada ano para o qual os investimentos estão previstos (Tabelas 17, 18 e 19 ). Para a estimação dos impactos econômicos, esses valores representam uma expansão da demanda dos respectivos setores da economia gaúcha que ali foram identificados. Por conseguinte, uma série de efeitos indiretos e induzidos tende a se propagar sobre a economia, ampliando o campo de influência dos investimentos para a expansão das atividades das empresas. 26 As propensões médias a consumir foram obtidas da 0DWUL]GH,QVXPR3URGXWRGR5LR*UDQGHGR6XO² (Porsse, 2007) e do Sistema de Contas Nacionais do IBGE (2007). 27 A mesma metodologia foi adotada para a produção de energia elétrica.

64 Tabela 17 Compatibilização dos investimentos da fase de formação de florestas com a abertura setorial da matriz de insumo-produto no Rio Grande do Sul 2007-11 (R$ 1 000) SETORES 2007 2008 2009 2010 2011 01 Agricultura... 647 1 008 1 407 1 757 2 272 02 Pecuária... 153 252 350 440 603 03 Exploração vegetal e silvicultura... 340 244 453 204 234 224 292 279 176 598 04 Pesca e aqüicultura... 0 0 0 0 0 05 Extrativa mineral... 0 0 0 0 0 06 Extração de petróleo e gás... 0 0 0 0 0 07 Minerais não-metálicos... 175 259 367 454 616 08 Siderurgia... 0 0 0 0 0 09 Produtos metalúrgicos não ferrosos... 0 0 0 0 0 10 Outros produtos metalúrgicos... 92 137 193 239 318 11 Máquinas e tratores... 4 506 6 150 6 025 5 490 34 040 12 Material elétrico... 228 413 564 718 1 033 13 Equipamentos eletrônicos... 184 324 445 564 823 14 Automóveis, caminhões e ônibus... 162 441 615 796 1 484 15 Outros veículos e peças... 160 244 343 426 515 16 Madeira e mobiliário... 314 498 695 869 1 202 17 Papel e gráfica... 127 228 314 398 590 18 Indústria da borracha... 21 51 67 88 173 19 Elementos químicos... 2 11 14 20 30 20 Refino do petróleo... 4 128 4 429 4 547 4 748 5 865 21 Químicos diversos... 82 239 126 985 29 575 29 329 24 299 22 Indústria farmacêutica e de perfumaria... 558 1 119 1 502 1 938 3 004 23 Artigos de plástico... 5 11 15 20 41 24 Indústria têxtil... 88 172 232 298 450 25 Artigos do vestuário... 484 819 1 133 1 429 2 013 26 Fabricação de calçados... 255 425 590 742 1 053 27 Indústria do café... 95 132 187 230 266 28 Beneficiamento de produtos vegetais... 726 1 065 1 492 1 851 2 049 29 Indústria do fumo... 419 614 863 1 069 1 255 30 Abate de animais... 1 208 2 090 2 847 3 616 5 026 31 Indústria de laticínios... 345 653 879 1 129 1 648 32 Indústria do açúcar... 149 234 320 403 508 33 Fabricação de óleos vegetais... 191 274 387 477 575 34 Outros produtos alimentares, inclusive rações... 1 448 2 471 3 394 4 293 5 967 35 Indústrias diversas... 116 260 347 451 725 36 Serviços industriais de utilidade pública... 786 1 374 1 874 2 381 3 210 37 Construção civil... 3 604 4 915 4 806 44 329 319 994 38 Comércio... 39 211 315 406 445 39 Transporte... 463 723 1 013 1 263 1 768 40 Comunicações... 351 739 1 002 1 292 2 114 41 Instituições financeiras... 72 257 338 452 777 42 Serviços prestados às famílias... 1 448 2 935 3 998 5 134 7 599 43 Serviços prestados às empresas... 7 30 40 54 101 44 Aluguel de imóveis... 671 1 736 2 389 3 097 4 154 45 Administração pública... 24 42 59 74 111 46 Serviços privados não mercantis... 506 688 1 007 1 222 1 316... 447 442 618 624 310 774 416 265 616 633!#"!$&%(' )!... 2 409 737 FONTE: FEE.

65 Tabela 18 Compatibilização dos investimentos da fase de instalação da indústria com a abertura setorial da matriz de insumo-produto no Rio Grande do Sul 2007-10 (R$ 1 000) SETORES 2007 2008 2009 2010 01 Agricultura... 202 7 069 8 433 505 02 Pecuária... 56 1 956 2 334 140 03 Exploração vegetal e silvicultura... 24 846 1 009 60 04 Pesca e aqüicultura... 0 0 0 0 05 Extrativa mineral... 0 0 0 0 06 Extração de petróleo e gás... 0 0 0 0 07 Minerais não-metálicos... 62 2 174 2 593 155 08 Siderurgia... 0 0 0 0 09 Produtos metalúrgicos não ferrosos... 0 0 0 0 10 Outros produtos metalúrgicos... 31 1 090 1 300 78 11 Máquinas e tratores... 11 226 356 1 056 810 52 911 12 Material elétrico... 95 3 323 3 963 237 13 Equipamentos eletrônicos... 79 2 778 3 314 198 14 Automóveis, caminhões e ônibus... 162 5 671 6 765 405 15 Outros veículos e peças... 41 1 449 1 729 104 16 Madeira e mobiliário... 117 4 083 4 870 292 17 Papel e gráfica... 57 2 000 2 386 143 18 Indústria da borracha... 20 698 832 50 19 Elementos químicos... 2 60 71 4 20 Refino do petróleo... 253 8 844 10 550 632 21 Químicos diversos... 56 1 947 2 323 139 22 Indústria farmacêutica e de perfumaria... 287 10 059 11 999 719 23 Artigos de plástico... 5 176 209 13 24 Indústria têxtil... 42 1 478 1 763 106 25 Artigos do vestuário... 190 6 652 7 934 475 26 Fabricação de calçados... 102 3 563 4 250 255 27 Indústria do café... 22 783 934 56 28 Beneficiamento de produtos vegetais... 144 5 054 6 029 361 29 Indústria do fumo... 101 3 533 4 215 252 30 Abate de animais... 452 15 833 18 886 1 131 31 Indústria de laticínios... 149 5 224 6 232 373 32 Indústria do açúcar... 43 1 490 1 777 106 33 Fabricação de óleos vegetais... 50 1 741 2 077 124 34 Outros produtos alimentares, inclusive rações 546 19 107 22 791 1 365 35 Indústrias diversas... 69 2 406 2 870 172 36 Serviços industriais de utilidade pública... 272 9 530 11 368 681 37 Construção civil... 179 820 1 373 259 1 664 121 133 623 38 Comércio... 0 0 0 0 39 Transporte... 177 6 189 7 383 442 40 Comunicações... 214 7 481 8 924 534 41 Instituições financeiras... 68 2 370 2 827 169 42 Serviços prestados às famílias... 677 23 709 28 282 97 484 43 Serviços prestados às empresas... 10 343 409 24 44 Aluguel de imóveis... 254 8 891 10 606 635 45 Administração pública... 12 406 484 29 46 Serviços privados não mercantis... 101 3 538 4 220 253... 185 075 1 783 160 2 939 874 295 435!!"!$&%(' )!... 5 203 544 FONTE: FEE.

66 Tabela 19 Compatibilização dos investimentos da fase de operação da indústria com a abertura setorial da matriz de insumo-produto no Rio Grande do Sul 2011 (R$ 1 000) SETORES 2011 01 Agricultura... 0 02 Pecuária... 0 03 Exploração vegetal e silvicultura... 0 04 Pesca e aqüicultura... 0 05 Extrativa mineral... 0 06 Extração de petróleo e gás... 0 07 Minerais não-metálicos... 0 08 Siderurgia... 0 09 Produtos metalúrgicos não ferrosos... 0 10 Outros produtos metalúrgicos... 0 11 Máquinas e tratores... 0 12 Material elétrico... 0 13 Equipamentos eletrônicos... 0 14 Automóveis, caminhões e ônibus... 0 15 Outros veículos e peças... 0 16 Madeira e mobiliário... 0 17 Papel e gráfica... 2 805 901 18 Indústria da borracha... 0 19 Elementos químicos... 0 20 Refino do petróleo... 0 21 Químicos diversos... 0 22 Indústria farmacêutica e de perfumaria... 0 23 Artigos de plástico... 0 24 Indústria têxtil... 0 25 Artigos do vestuário... 0 26 Fabricação de calçados... 0 27 Indústria do café... 0 28 Beneficiamento de produtos vegetais... 0 29 Indústria do fumo... 0 30 Abate de animais... 0 31 Indústria de laticínios... 0 32 Indústria do açúcar... 0 33 Fabricação de óleos vegetais... 0 34 Outros produtos alimentares, inclusive rações... 0 35 Indústrias diversas... 0 36 Serviços industriais de utilidade pública... 302 800 37 Construção civil... 0 38 Comércio... 0 39 Transporte... 0 40 Comunicações... 0 41 Instituições financeiras... 0 42 Serviços prestados às famílias... 0 43 Serviços prestados às empresas... 0 44 Aluguel de imóveis... 0 45 Administração pública... 0 46 Serviços privados não mercantis... 0... 3 108 701 FONTE: FEE. NOTA: Na estimativa dos impactos, esses valores serão propagados para as demais atividades, em função das relações indiretas dos setores dadas na MIP-RS 2003 (Porsse, 2007).

67 Todos esses efeitos são mensurados através dos multiplicadores setoriais da 0DWUL] GH,QVXPR3URGXWRGR5LR*UDQGHGR6XO²(Porsse, 2007), cuja metodologia de cálculo será apresentada a seguir. 2PRGHORGHLQVXPRSURGXWRHVHXVPXOWLSOLFDGRUHV O modelo de insumo-produto foi desenvolvido por Wassily Leontief e publicado em 1936, com o objetivo de fornecer mecanismos para analisar as relações produtivas intersetoriais, tendo, até os dias de hoje, grande utilidade no apoio à formulação de políticas público-setoriais. Esse modelo é denominado fechado, quando alguns componentes da demanda final são considerados variáveis endógenas ao modelo, e aberto, quando esses componentes são entendidos como variáveis exógenas ao sistema. Uma característica do modelo aberto é que ele identifica somente as relações setoriais diretas e indiretas do sistema econômico, enquanto o modelo fechado permite identificar também os efeitos induzidos pelo incremento no nível de renda, quando há uma variação na demanda final. O modelo é de grande importância para o planejamento econômico, pois possibilita, por exemplo, comparar as estruturas econômicas de produção ou a produtividade entre um país ou uma região. Ele também possibilita a comparação entre os impactos que a adoção de certas políticas teriam em diferentes regiões. Além disso, torna possível verificar que repercussões ocorreriam em diferentes setores, caso houvesse alterações na demanda final de um deles. Ou seja, dado o encadeamento dos setores da economia em questão, esse modelo permite analisar quais são impactados e em que grau a produção de um determinado setor se eleva ou se reduz, quando estimulada por uma variação na demanda final. Os multiplicadores utilizados neste trabalho são derivados do modelo insumo-produto fechado, no qual a variável consumo das famílias é considerada endógena no sistema econômico. Nessa especificação, é possível avaliar os efeitos diretos, indiretos e o efeito-renda (induzido) decorrentes de variações na demanda final dos setores. Tais efeitos são mensurados através de multiplicadores de impacto intersetorial, os quais podem ser calculados para a produção, o Valor Adicionado, o emprego e o rendimento das famílias. Os dois itens a seguir apresentam uma breve introdução aos modelos de insumo-produto aberto e fechado. Posteriormente, faz-se uma apresentação do mecanismo de cálculo dos multiplicadores de impacto, e seus resultados são reportados.

68 0RGHORDEHUWRGH/HRQWLHI O modelo aberto de Leontief considera os componentes da demanda final elementos exógenos ao sistema, avaliando somente os efeitos setoriais diretos e indiretos no sistema econômico. Dessa forma, as remunerações dos agentes fornecedores dos insumos primários do sistema, as quais têm impactos na aquisição de produtos através das atividades de consumo pessoal, não são consideradas nas relações intersetoriais da economia. O modelo de insumo-produto aberto de Leontief é derivado de uma relação de equilíbrio entre oferta agregada e demanda agregada. Nessa relação, considera-se que a oferta de bens e serviços de cada setor tem como destino o consumo intermediário ou a demanda final (exportações, consumo das famílias, formação bruta de capital, consumo do governo e variação de estoques). Logo, pode-se definir: ; = &, + < (1) onde ; é o vetor coluna da oferta (produção doméstica); &, é o vetor coluna do consumo intermediário; e < é o vetor coluna da demanda final. Conforme definido por Leontief, as aquisições de bens e serviços para consumo intermediário de determinado setor podem ser avaliadas como uma proporção fixa do nível de produção desse setor. Essa hipótese é a base da função de produção de Leontief. Assim, considerando que $ é uma matriz cujos elementos representam os coeficientes de insumo- -produto (de proporção fixa), a equação 1 pode ser reescrita como: ; = $; + < (2) Como, no modelo aberto, o vetor da demanda final é considerado uma variável exógena, pode-se resolver o sistema com a equação: 1 ; = (, $ ) < = %< (3) onde % é a matriz dos coeficientes técnicos intersetoriais, mais conhecida como matriz inversa de Leontief. Os multiplicadores de impacto setorial direto e indireto são, portanto, calculados a partir dos elementos da matriz %. 0RGHORIHFKDGRGH/HRQWLHI O modelo fechado de Leontief considera que um choque exógeno de demanda final, além dos efeitos diretos e indiretos, também gera um ciclo adicional de efeitos induzidos, que são decorrentes do fato de que o emprego e a renda aumentam no sistema econômico. O aumento do

69 emprego e da renda, por sua vez, pressiona a produção das atividades econômicas através dos estímulos propagados pelo aumento do consumo de bens e serviços pelas famílias. Usualmente, para calcular o modelo fechado de Leontief e obter multiplicadores que capturam o efeito-renda, considera-se o consumo das famílias como uma variável endógena no sistema econômico. Nesse caso, em síntese, transporta-se o consumo das famílias para dentro da matriz de relações intersetorias ($), através da criação de uma nova linha e de uma nova coluna nessa matriz. A linha expressará a relação entre o Valor Adicionado do setor M com o Valor Bruto da Produção do setor M. A nova coluna representará a propensão média do consumo familiar, obtida através da relação entre o consumo setorial das famílias e o Valor Adicionado (renda) da economia. Essa endogeneização se dá a partir do pressuposto de que o consumo das famílias é determinado endogenamente, como função homogênea e linear da renda da economia. Dessa forma, o modelo fechado de Leontief é descrito por: 1 ; = (, $ ) < = %< (4) onde % representa a matriz de coeficientes técnicos intersetoriais, considerando o consumo das famílias endógeno. Os multiplicadores de impacto setorial direto, indireto e induzido (efeito- -renda) são, portanto, calculados a partir dos elementos da matriz %. 0XOWLSOLFDGRUHVGHLPSDFWR O modelo de insumo-produto permite quantificar os efeitos multiplicadores de cada setor de atividade econômica, sendo essa informação fundamental para a avaliação de impactos de políticas públicas, ou, no presente caso, para a avaliação dos impactos dos investimentos para a expansão da produção de celulose decorrentes de seus encadeamentos setoriais na matriz produtiva gaúcha. Um multiplicador de impacto setorial consiste numa expressão numérica dos efeitos diretos, indiretos e induzidos propagados sobre o sistema econômico, quando uma determinada atividade apresenta incremento de demanda final. O multiplicador direto expressa o impacto de variações na demanda final do j-ésimo setor, quando são consideradas apenas as atividades que fornecem insumos diretos ao setor em questão. Já o multiplicador indireto mede o impacto de variações na demanda final do j-ésimo setor, quando se consideram apenas as atividades fornecedoras de insumos indiretos ao setor analisado. Por fim, o multiplicador induzido fornece o impacto de variações na demanda final do j-ésimo setor, considerando a variação adicional da demanda ocasionada pelo incremento no nível de rendimento da economia, quando se estimula determinado setor.

+ *? <. * * 3 ; > = 70 Tomando como referência a variável emprego, o multiplicador direto da variável é definido como o valor do emprego requerido por unidade de produto para cada setor: ( H = (5) ; onde (, é a quantidade de emprego do setor M; e ; - é o valor da produção do setor M. Já o multiplicador direto e indireto do emprego mostra o impacto ocasionado pelo aumento na demanda final do setor M sobre o emprego total, dado todo o encadeamento intersetorial do modelo aberto de Leontief. Esse multiplicador pode ser derivado da combinação do vetor de multiplicadores diretos com a matriz de impacto intersetorial do modelo aberto de Leontief, que incorpora os efeitos indiretos. Logo, onde H.0/ = H % (6) 102 H é o vetor do multiplicador direto e indireto do emprego; 1 H é o vetor dos coeficientes do emprego, ou seja, emprego por unidade de produto em cada setor; e % é a matriz dos coeficientes técnicos do modelo aberto de Leontief. O multiplicador total do emprego (direto, indireto e induzido) fornece o impacto ocasionado pelo aumento da demanda do setor M sobre o emprego total, dado o encadeamento intersetorial do modelo fechado de Leontief. Assim: onde H 304 5 = H % (7) 607 8 H é o vetor do multiplicador direto, indireto e induzido do emprego; e % é a matriz dos coeficientes técnicos do modelo fechado de Leontief. A decomposição da parcela do multiplicador total associada aos efeitos indiretos ( 9 H ) e induzidos ( : H ) pode ser obtida pelas seguintes expressões: H H ;0< = H H (8) =0>? =0>? =0> = H H H = H H (9) Aplicando procedimentos semelhantes para as variáveis produção, Valor Adicionado e rendimento das famílias, podem-se obter os multiplicadores setoriais diretos, indiretos e induzidos para cada uma dessas variáveis. Os $QH[RV a apresentam as tabelas com os valores dos multiplicadores setoriais para cada variável, calculados com base na MIP-RS 2003, os quais serão utilizados para a obtenção das estimativas de impacto dos investimentos sobre a economia gaúcha. É importante ressaltar que, no caso dos multiplicadores de emprego, os dados se referem a gastos monetários medidos em milhões de reais, pois essa é a unidade monetária da MIP-RS. Dessa forma, os valores expressos para o multiplicador representam a quantidade de

71 trabalhadores necessários para atender a um aumento de demanda final equivalente a R$ 1,00 milhão. Ademais, embora os investimentos contemplem o aumento da produção de celulose, a estimativa dos impactos a partir da MIP-RS 2003 possibilita apenas a mensuração com um maior nível de agregação, dada a sua abertura setorial. Assim, os impactos avaliados referem-se à expansão, em média, do setor de papel e gráfica, em função da variação da demanda final ocasionada pelo aumento da produção de celulose. Cabe observar, no entanto, que, mesmo tendo a abertura para o segmento produtor de celulose, grande parte dos efeitos seriam propagados indiretamente para o setor de papel e gráfica, pois há um forte encadeamento setorial entre essas atividades. 5HVXOWDGRV Com base nas informações monetárias fornecidas pelas empresas (a partir das quais foram construídos os vetores de choque apresentados anteriormente nas Tabelas 17, 18 e 19) e nos multiplicadores de impacto derivados do modelo fechado de Leontief, foram estimados os efeitos dos investimentos para a expansão da produção de celulose sobre a economia gaúcha. As variáveis de análise são a produção, o Valor Adicionado, o emprego e o rendimento em cada fase dos investimentos. Além disso, as estimativas dos impactos são analisadas para cada ano até 2011, quando a produção de madeira em tora já terá sido gerada e as indústrias passarão a operar para a produção anual adicional de celulose. 28 Os impactos levam em conta, desse modo, os efeitos gerados pelo início da operação das indústrias, desde a fase de formação de florestas até o primeiro ano de produção de celulose. A partir desse ano, essa cadeia expandida já estará instalada no Rio Grande do Sul, tornando-se parte integrante do sistema econômico estadual. Como conseqüência, os impactos passarão a ser relativamente menores, quando comparados àqueles gerados na instalação e no início da operação. Cabe observar, ademais, que este estudo se refere à análise dos impactos brutos, isto é, seus resultados não levam em conta os efeitos de substituição do uso da terra, e não simula o impacto com possíveis usos diversificados da mesma. De qualquer modo, os efeitos mais significativos serão provocados nas fases de instalação e de operação das plantas industriais. Deve-se destacar também que alguns estudos recentes defendem o estímulo ao desenvolvimento 28 Os investimentos florestais e, por conseguinte, os plantios já vêm sendo realizados desde meados de 2004, o que possibilita a produção adicional de celulose já em 2011, dado o período do ciclo de rotação florestal de aproximadamente sete anos. Todavia, nas informações fornecidas pelas empresas, estavam disponíveis somente os investimentos a partir do ano de 2007.

72 de sistemas silvipastoris na região em análise, apontando a fragilidade natural e a baixa capacidade de uso de extensas áreas dos seus solos. 29 A seguir, as Tabelas 20 a 23 apresentam os resultados quantificados dos impactos dos investimentos florestais e industriais para a expansão da produção de celulose sobre, respectivamente, as variáveis produção, Valor Adicionado, emprego e rendimento da economia do Rio Grande do Sul. Os resultados são apresentados em valores monetários para as três fases, isto é, formação de florestas, instalação e operação das indústrias, as quais, somadas em cada ano, são comparadas com os valores atuais (obtidos da 0DWUL] GH,QVXPR3URGXWR GR 5LR *UDQGHGR6XO² (Porsse, 2007)) de cada variável, tendo-se, desse modo, uma idéia das proporções dos impactos gerados nesses indicadores da economia do Estado. 30 Alem disso, busca-se situar os setores de exploração vegetal e silvicultura e de papel e gráfica nesse contexto. Tabela 20 Impactos dos investimentos das empresas sobre o nível de produção do Rio Grande do Sul 2007-11 ANOS FASE 1 (formação de florestas) FASE 2 (instalação da indústria) FASE 3 (operação da indústria) TOTAL IMPACTOS (1) (%) 2007 1 075 423 0 1 498 0,43 2008 1 487 4 073 0 5 560 1,60 2009 746 6 598 0 7 344 2,11 2010 995 677 0 1 672 0,48 2011 1 438 0 7 040 8 478 2,43 FONTE: FEE. (1) Referem-se aos impactos em termos reais, considerando-se o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado do IBGE (IPCA-IBGE). 29 Para maiores detalhes, ver Ribaski HWDO (2005). 30 A análise não necessariamente se refere às taxas de crescimento das variáveis na economia gaúcha, em relação aos valores atuais, as quais dependem, naturalmente, de diversos outros fatores. Ela se restringe apenas à parcela do crescimento associado aos investimentos florestais e industriais para a expansão da produção de celulose no Estado.

73 Tabela 21 Impactos dos investimentos das empresas sobre o Valor Adicionado do Rio Grande do Sul 2007-11 ANOS FASE 1 (formação de florestas) FASE 2 (instalação da indústria) FASE 3 (operação da indústria) TOTAL IMPACTOS (1) (%) 2007 504 191 0 696 0,46 2008 692 1 792 0 2 485 1,65 2009 357 2 785 0 3 142 2,09 2010 478 307 0 784 0,52 2011 658 0 2 966 3 624 2,41 FONTE: FEE. (1) Referem-se aos impactos em termos reais, considerando-se o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado do IBGE (IPCA-IBGE). Tabela 22 Impactos dos investimentos das empresas sobre o emprego do Rio Grande do Sul 2007-11 ANOS FASE 1 (formação de florestas) FASE 2 (instalação da indústria) FASE 3 (operação da indústria) TOTAL IMPACTOS (1) (%) 2007 83 858 12 886 0 96 744 1,29 2008 112 432 112 672 0 225 104 3,01 2009 58 723 157 467 0 216 190 2,89 2010 75 737 18 520 0 94 257 1,26 2011 69 149 0 115 207 184 356 2,46 FONTE: FEE. (1) Referem-se aos impactos em relação ao número de empregados. Tabela 23 Impactos dos investimentos das empresas sobre o rendimento do trabalho do Rio Grande do Sul 2007-11 ANOS FASE 1 (formação de florestas) FASE 2 (instalação da indústria) FASE 3 (operação da indústria) TOTAL IMPACTOS (1) (%) 2007 173 67 0 240 0,46 2008 236 626 0 862 1,66 2009 123 956 0 1 079 2,08 2010 166 132 0 298 0,57 2011 229 0 984 1 213 2,34 FONTE: FEE. (1) Referem-se aos impactos em termos reais, considerando-se o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado do IBGE (IPCA-IBGE).

74 Em 2007, os efeitos diretos, indiretos e induzidos dos investimentos sobre o nível de produção e de Valor Adicionado da economia gaúcha seriam da ordem de R$ 1.498 milhões e de R$ 696 milhões respectivamente, constituindo-se, assim, no ano de menor impacto (Tabelas 20 e 21). Esses valores corresponderiam a um crescimento de 0,43% da produção e de 0,46% do Valor Adicionado da economia estadual, comparativamente aos valores atuais. Considerando-se somente o período pré-operacional (formação de florestas e instalação da indústria), 2009 será o ano de maior impacto na produção, com um crescimento de 2,11% em relação à atual, enquanto o Valor Adicionado crescerá à taxa de 2,09%. Já em 2011, quando iniciará a operação da indústria para a produção adicional de celulose, os efeitos passarão a ser mais representativos: 2,43% e 2,41% de crescimento da produção e do Valor Adicionado respectivamente, registrando acréscimos da ordem de R$ 8.478 milhões e de R$ 3.624 milhões. Por seu turno, os efeitos totais sobre o emprego serão mais elevados, impulsionados principalmente pela fase de formação de florestas silvicultura, uma vez que a estrutura produtiva do setor é, em relação aos setores industriais, mais intensiva em trabalho (Tabela 22). 31 Nesse caso, seriam gerados 96.744 novos postos de trabalho em 2007, representando um crescimento de 1,29% do emprego no Rio Grande do Sul, quando comparado ao número atual de empregados. O ano de maior impacto será 2008 (3,01%), no qual se concentrará a maior parte dos investimentos florestais. Logo após, seguirá o ano de 2009 (2,89%), quando o maior volume de investimentos para a instalação da indústria será efetuado. Em 2011, no período operacional da indústria, o efeito sobre o emprego será menor do que o desses dois anos destacados, crescendo a uma taxa de 2,46%, porém representando, ainda, a geração de 184.356 postos de trabalho no Rio Grande do Sul. Já os impactos sobre o rendimento das famílias gaúchas serão inicialmente menores do que aqueles sobre o emprego, determinados, de forma análoga, pela fase de formação das florestas silvicultura, pois os salários da mão-de-obra contratada no setor são relativamente inferiores (Tabela 23). De qualquer modo, em 2007, o efeito dos investimentos sobre o rendimento da economia gaúcha seria de R$ 240 milhões, significando um aumento de 0,46% do total de rendimentos atuais das famílias do Rio Grande do Sul. Os anos de maior impacto no período pré-operacional, do mesmo modo, serão 2008 e 2009, nos quais (como já mencionado) se concentrarão os maiores volumes em investimentos florestais e em instalações industriais, representando impactos de, respectivamente, 1,66% e 2,08% em relação ao total de rendimentos 31 Essa constatação é possível, pois, embora os efeitos indiretos e induzidos dos investimentos florestais sejam propagados para diversos outros setores da economia, a maior parcela se concentra no próprio setor (como foi demonstrado na Figura 3, onde se observa que 32,2% dos insumos utilizados na sua matriz produtiva são fornecidos pela própria exploração vegetal e silvicultura).

75 atuais no Estado. Todavia o efeito, em 2011 (no período operacional), será o mais elevado (R$ 1.213 milhões), atingindo um crescimento de 2,34%. Com respeito aos setores de exploração vegetal e silvicultura e de papel e gráfica, os anos de maior impacto sobre a produção dessas atividades serão 2008 e 2011 respectivamente. Em 2008, considerando-se os efeitos diretos, indiretos e induzidos sobre o setor, a atividade de exploração vegetal e silvicultura corresponderá a aproximadamente 2,9 vezes o valor de produção atual da atividade no Estado, 32 2,6 vezes o Valor Adicionado, 1,4 vez o número de empregados e 2,5 vezes o rendimento (Tabela 24). Tabela 24 Impactos dos investimentos sobre os setores de exploração vegetal e silvicultura e de papel e gráfica no Rio Grande do Sul 2008 e 2011 VARIÁVEIS @ACB D E)F&G)H&I)EJ#K(LCK(M GD!KON P D Q)P R&S D M S!F&GUTWVCX)X)Y VALORES ATUAIS (1) (R$ milhões de 2007) (A) IMPACTOS (2) (B) IMPACTOS (2) (%) (B/A) P Produção... 379 1 088 286,8 Valor Adicionado... 215 554 257,7 Emprego... 76 101 107 610 141,4 Rendimento... Z G)B!K(D!KLCF&[\ R&GUTWVCX!])] 78 195 250,9 ^ M Produção... 3 716 3 224 86,8 Valor Adicionado... 1 319 1 145 86,8 Emprego... 42 565 35 476 83,3 Rendimento... E)_` S!_ Ea!GK&R&E)_!E)bcP G#LCG)d!R&e!GUTWVCX!])] 540 353 65,3 Produção... 348 302 8 478 2,43 Valor Adicionado... 150 356 3 624 2,41 Emprego... 7 484 433 184 356 2,46 Rendimento... 51 829 1 213 2,34 FONTE: FEE. NOTA: Foram considerados os anos de 2008 e 2011, por serem os anos de maior impacto. (1) Valores ajustados pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado do IBGE (IPCA-IBGE). (2) Impactos em termos reais. Esses impactos serão reflexos de uma abrupta mudança na matriz produtiva do setor, no Rio Grande do Sul, uma vez que, em 2008, ano de maior impacto, os investimentos que forem realizados representarão um crescimento no consumo intermediário (em valores monetários) de 8,5 vezes os produtos do próprio setor, 4,0 vezes os produtos da indústria de máquinas e tratores e 4,2 vezes os produtos químicos diversos. Em síntese, o valor total do consumo intermediário do setor, em 2008, será 3,8 vezes o valor total atual. 33 É importante ressaltar também os efeitos significativos que poderão concentrar-se na região dos investimentos florestais, em termos de produção. Conforme demonstrado no item 1.1, o coeficiente de especialização para o valor da produção da madeira em tora na região dos 32 Cabe registrar, nesse caso, que o valor de produção da silvicultura e exploração vegetal já aumentou para cerca de R$ 648 milhões em 2005 (FEE, 2007), e, tomando-se esse ano como referência, o crescimento será da proporção de 1,7 vez esse valor mais recente. 33 Os valores absolutos mais expressivos são para os produtos do próprio setor e para produtos químicos diversos.

76 investimentos, em relação ao Estado, era 1,21 em 2005. Ou seja, naquele ano, essa região já era mais especializada na produção desse produto do que o Rio Grande do Sul. Considerando-se que a produção adicional estimada será realizada nessa região, onde serão efetuados os plantios, e tendo como referência o valor de produção anual médio da madeira em tora informado pelas três empresas (aproximadamente, R$ 406 milhões, valor equivalente apenas aos efeitos diretos sobre a produção), estima-se que o coeficiente de especialização para o valor da produção da madeira em tora dessa região, relativamente ao Estado, aumentará para 1,46 em 2008. 34 Quanto à indústria de papel e gráfica, embora proporcionalmente menores, os impactos também serão significativos. Em 2011, considerando-se os efeitos diretos, indiretos e induzidos, o valor da produção e o Valor Adicionado do setor aumentarão aproximadamente 86,8% sobre os valores atuais, representando um crescimento da ordem de R$ 3.224 milhões na produção e de R$ 1.145 milhões no Valor Adicionado. Nesse caso, chama atenção que os impactos totais sobre o valor da produção e o Valor Adicionado da economia gaúcha serão significativamente maiores: R$ 8.478 milhões e de R$ 3.624 milhões respectivamente. Conforme mencionado no item 2.4, as relações intersetoriais da indústria de papel e gráfica caracterizam-se pelo encadeamento com um grande número de setores da economia, o que faz com que os efeitos indiretos e induzidos sejam menos concentrados no próprio setor. De qualquer forma, o rendimento do trabalho na indústria crescerá 65,3% do valor atual, constituindo-se num acréscimo de R$ 353 milhões; e o emprego, 83,3% do número atual de empregados, consolidando 35.476 novos postos de trabalho no setor. Esses efeitos menores, comparados àqueles que incidem sobre a silvicultura e exploração vegetal, de um lado, reforçam a idéia de o setor de papel e gráfica já ser mais desenvolvido no Estado (tanto que, em 1998, o Rio Grande do Sul era mais especializado na produção dessa indústria do que o Brasil) e, de outro, refletem uma matriz produtiva menos concentrada no próprio setor, implicando impactos significativos nos demais setores de atividade econômica. Ademais, como observado no item 2.1, a expansão do setor em nível nacional e a estagnação de sua produção no Estado determinaram uma queda do coeficiente de especialização (com respeito ao Valor Adicionado), de 1,60 em 1998 para 0,57 em 2003. Isto é, o Rio Grande do Sul tornou-se menos especializado na produção da indústria de papel e gráfica do que o 34 Tal estimativa é calculada sob a hipótese de que os demais produtos da silvicultura e exploração vegetal crescerão às mesmas taxas anuais médias registradas no período 2001-05, na região dos investimentos e no Rio Grande do Sul, até o final do ciclo de maturação dos investimentos florestais. Além disso, considera-se somente a parcela de crescimento da produção atribuída à expansão desses investimentos, tanto nessa região quanto no Estado. Embora aparentemente fraca, esta última hipótese ganha consistência em função da elevada proporção dos investimentos, constituindo-se, assim, no principal fator de crescimento da produção de madeira em tora no Rio Grande do Sul.

77 Brasil. Todavia, com os efeitos diretos, indiretos e induzidos dos investimentos sobre o Valor Adicionado do setor no Estado, estima-se que, em 2011, esse coeficiente se elevará para 0,93. 35 Por fim, em relação aos impactos totais dos investimentos sobre a economia gaúcha, comparando-se os resultados estimados para os efeitos com os gastos totais que serão realizados, podem-se definir os multiplicadores dos investimentos das empresas. As Tabelas 25 a 28 apresentam os resultados dos cálculos dos multiplicadores dos gastos totais para cada variável (produção, Valor Adicionado, emprego e rendimento respectivamente). Considerando-se a média dos gastos totais e do valor que será gerado para as variáveis no período 2007-11, constata-se que, para cada R$ 1,00 gasto pelas empresas, ocorrerá um impacto de geração de R$ 2,29 de produção, R$ 1,00 de Valor Adicionado e R$ 0,34 de rendimento para as famílias. Como a unidade monetária da Matriz de Insumo-Produto do Rio Grande do Sul é milhões de reais, para cada R$ 1,00 milhão gasto pelas empresas ocorrerá um impacto de geração de emprego equivalente a 76 postos de trabalho. Tabela 25 Multiplicadores dos investimentos das empresas na produção, no Rio Grande do Sul 2007-11 ANOS E MÉDIA GASTOS TOTAIS (1) (A) PRODUÇÃO GERADA (R$ milhões) (B) MULTIPLICADORES (B/A) 2007 633 1 498 2,369 2008 2 402 5 560 2,315 2009 3 251 7 344 2,259 2010 712 1 672 2,349 2011 3 725 8 478 2,276 0pGLD 2 144 4 910 2,290 727$/ 10 723 24 552 2,290 FONTE: FEE. (1) Correspondem aos gastos totais das três fases nas quais os investimentos serão realizados (formação de florestas, instalação e operação da indústria). 35 Nesse caso, considera-se a hipótese de que o Valor Adicionado crescerá às mesmas taxas anuais médias do período 1998-03, nas economias gaúcha e brasileira, até a fase operacional da indústria. Também se atribui, nessa estimativa, somente a parcela do crescimento do setor de papel e gráfica associada aos investimentos para expansão da produção de celulose no Estado, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil. Como a análise se refere a somente um ano, que corresponde a um grande volume de investimentos, pode-se considerar que o principal fator de crescimento do setor, em nível nacional, será associado à expansão dessa indústria na economia gaúcha.

78 Tabela 26 Multiplicadores dos investimentos das empresas no Valor Adicionado, no Rio Grande do Sul 2007-11 ANOS E MÉDIA GASTOS TOTAIS (1) (A) VALOR ADICIONADO GERADO (B) MULTIPLICADORES (B/A) 2007 633 696 1,100 2008 2 402 2 485 1,034 2009 3 251 3 142 0,967 2010 712 784 1,102 2011 3 725 3 624 0,973 0pGLD 2 144 2 146 1,001 727$/ 10 723 10 731 1,001 FONTE: FEE. (1) Correspondem aos gastos totais das três fases nas quais os investimentos serão realizados (formação de florestas, instalação e operação da indústria). Tabela 27 Multiplicadores dos investimentos das empresas no emprego, no Rio Grande do Sul 2007-11 ANOS E MÉDIA GASTOS TOTAIS (1) (A) EMPREGO GERADO (número de empregos) (B) MULTIPLICADORES (B/A) 2007 633 96 744 153 2008 2 402 225 104 94 2009 3 251 216 190 67 2010 712 94 257 132 2011 3 725 184 356 49 0pGLD 2 144 163 330 76 727$/ 10 723 816 651 76 FONTE: FEE. (1) Correspondem aos gastos totais das três fases nas quais os investimentos serão realizados (formação de florestas, instalação e operação da indústria).

79 Tabela 28 Multiplicadores dos investimentos das empresas no rendimento, no Rio Grande do Sul 2007-11 ANOS E MÉDIA GASTOS TOTAIS (1) (A) RENDIMENTO GERADO (B) MULTIPLICADORES (B/A) 2007 633 240 0,380 2008 2 402 862 0,359 2009 3 251 1 079 0,332 2010 712 298 0,418 2011 3 725 1 213 0,326 0pGLD 2 144 738 0,344 727$/ 10 723 3 692 0,344 FONTE: FEE. (1) Correspondem aos gastos totais das três fases nas quais os investimentos serão realizados (formação de florestas, instalação e operação da indústria). Esses efeitos, no entanto, não permanecerão totalmente na região dos investimentos, pois alguns setores fornecedores de insumos podem estar localizados em outras áreas do Estado, havendo, por conseqüência, um vazamento dos impactos para o resto do Rio Grande do Sul, mais especificamente, para a Metade Norte.,PSDFWRVUHJLRQDOL]DGRVUHJLmRGRVLQYHVWLPHQWRVYHUVXV0HWDGH1RUWH Os efeitos indiretos e induzidos desses investimentos, mesmo que em proporções menores do que os efeitos diretos (isto é, sobre as próprias atividades de exploração vegetal e silvicultura e de papel e gráfica), na maior parte dos casos, propagar-se-ão para diversos setores da economia gaúcha. Principalmente com respeito aos setores da indústria de transformação, os impactos poderão vazar, em grande parte, para a Metade Norte do Estado, não permanecendo na região em análise. Isto porque essas atividades econômicas são historicamente mais desenvolvidas na Metade Norte do Rio Grande do Sul, mais precisamente na região nordeste, que se caracteriza pela presença de vários setores industriais, juntamente com grandes concentrações urbanas (eixo Porto Alegre Caxias do Sul e algumas áreas no seu entorno). Para se estabelecer uma visão geral dos impactos que poderão permanecer na região dos investimentos e/ou vazar para a Metade Norte do Estado, foram coletados os dados de emprego da 5HODomR $QXDOGH,QIRUPDo}HV6RFLDLV (RAIS, 2005) do Ministério do Trabalho e Emprego. As informações foram obtidas para todos os municípios gaúchos no último ano de publicação da base de dados (2005), pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do IBGE a três dígitos e, quando necessário, a cinco dígitos. Assim, foram obtidos 136.227 resultados, os

80 quais, em seguida, foram compatibilizados com os 46 setores da 0DWUL]GH,QVXPR3URGXWRGR 5LR*UDQGHGR6XO±(Porsse, 2007). Como resultado final, obteve-se uma listagemcom o número de empregados, por município, para cada setor de atividade econômica dos respectivos 46 setores dessa matriz. Agregando-se por setor de atividade econômica o emprego dos municípios que serão contemplados com os investimentos, elaborou-se a Tabela 29. Nela, são apresentados os coeficientes de especialização para o emprego dos 46 setores na região dos investimentos, o que possibilita a identificação das atividades nas quais a região é mais especializada, em termos de emprego, do que o Estado. Por fim, demonstra-se a estrutura de participação média dos impactos totais dos investimentos por atividade econômica, que, comparada aos coeficientes de especialização do emprego por setor, indica se os principais efeitos poderão, potencialmente, permanecer, ou não, na região em estudo. 36 Conforme se observa na Tabela 29, a região em análise é mais especializada do que o Rio Grande do Sul, no emprego, em setores agropecuários (01 a 04) e na indústria extrativa (05 a 07). Os setores da indústria de transformação nos quais a região apresenta maior especialização para o emprego do que o Estado são: indústria farmacêutica e perfumaria, beneficiamento de produtos vegetais, fabricação de óleos vegetais, outros produtos alimentares inclusive rações e serviços industriais de utilidade pública, sendo que, nos dois últimos, os coeficientes de especialização são significativamente baixos. 36 Embora se utilize somente a variável emprego, este já é um indicador consistente para ser utilizado como SUR[\ para os níveis das demais variáveis, uma vez que mantém relações positivas com a produção e o Valor Adicionado. Esses indicadores não foram utilizados devido à dificuldade de se obterem estimativas em nível de municípios para os 46 setores de atividade econômica.

81 Tabela 29 Coeficientes de especialização para o emprego, por setor de atividade econômica, da região dos investimentos e estrutura setorial dos impactos dos investimentos no Rio Grande do Sul 2005 SETORES ESTRUTURA SETORIAL DOS IMPACTOS CE (1) Produção VA Emprego Rendimento 01 Agicultura... 3,2 0,9 1,5 1,4 0,3 1,0 02 Pecuária... 3,0 0,5 0,6 1,0 0,3 0,6 03 Exploração vegetal e silvicultura... 4,6 16,1 18,5 50,8 19,5 26,2 04 Pesca e aqüicultura... 6,5 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 05 Extrativa mineral... 2,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 06 Extração de petróleo e gás... 7,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 07 Minerais não-metálicos... 1,1 0,2 0,2 0,1 0,2 0,2 08 Siderurgia... 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 09 Produtos metalúrgicos não ferrosos... 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10 Outros produtos metalúrgicos... 0,2 0,2 0,2 0,1 0,2 0,2 11 Máquinas e tratores... 0,5 4,7 3,8 1,8 3,6 3,5 12 Material elétrico... 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 13 Equipamentos eletrônicos... 0,7 0,1 0,1 0,0 0,0 0,1 14 Automóveis, caminhões e ônibus... 0,3 0,4 0,2 0,1 0,2 0,2 15 Outros veículos e peças... 0,1 0,3 0,2 0,1 0,2 0,2 16 Madeira e mobiliário... 0,5 0,4 0,3 0,3 0,4 0,3 17 Papel e gráfica... 0,6 21,5 17,3 7,5 15,9 15,5 18 Indústria da borracha... 0,1 0,2 0,1 0,0 0,0 0,1 19 Elementos químicos... 1,0 0,3 0,1 0,0 0,1 0,1 20 Refino do petróleo... 0,6 3,7 1,6 0,1 0,3 1,4 21 Químicos diversos... 0,9 4,2 2,9 1,1 2,3 2,6 22 Indústria farmacêutica e de perfumaria... 1,7 0,2 0,2 0,1 0,2 0,2 23 Artigos de plástico... 0,2 0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 24 Indústria têxtil... 0,3 0,2 0,1 0,1 0,2 0,1 25 Artigos do vestuário... 0,5 0,2 0,2 0,3 0,3 0,3 26 Fabricação de calçados 0,2 0,3 0,2 0,3 0,2 0,2 27 Indústria do café... 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 28 Beneficiamento de produtos vegetais... 4,4 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 29 Indústria do fumo... 0,6 0,2 0,2 0,1 0,1 0,2 30 Abate de animais... 0,8 1,0 0,6 0,4 0,4 0,6 31 Indústria de laticínios... 0,8 0,3 0,2 0,1 0,2 0,2 32 Indústria do açúcar... 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 33 Fabricação de óleos vegetais... 2,1 0,3 0,1 0,0 0,0 0,1 34 Outros produtos alimentares, inclusive rações.. 1,1 1,4 0,9 0,5 0,8 0,9 35 Indústrias diversas... 0,3 0,2 0,1 0,1 0,1 0,2 36 Serviços industriais de utilidade pública... 1,2 8,5 9,1 1,4 5,7 6,2 37 Construção civil... 0,8 17,4 17,8 17,0 18,8 17,7 38 Comércio... 1,3 3,0 3,7 3,8 7,3 4,4 39 Transporte... 1,1 1,3 1,1 0,8 2,3 1,4 40 Comunicações... 0,7 1,3 1,2 0,2 1,0 0,9 41 Instituições financeiras... 0,9 1,1 1,7 0,3 1,3 1,1 42 Serviços prestados às famílias... 0,9 3,4 4,1 4,3 9,6 5,3 43 Serviços prestados às empresas... 0,6 1,1 1,8 1,5 3,5 2,0 44 Aluguel de imóveis... 0,8 3,7 7,3 0,3 0,7 3,0 45 Administração pública... 1,1 0,0 0,1 0,0 0,1 0,1 46 Serviços privados não mercantis... 1,4 0,6 1,2 3,6 2,9 2,1 fgfhi... - 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 FONTE: RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS-RAIS. Brasília: MTE, 2005. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/pdet/acesso/raisonline.asp>. Acesso em: nov. 2007. (1) Corresponde ao coeficiente de especialização para o emprego dos setores na região dos investimentos, em relação ao Estado. Analogamente às seções anteriores, quando > 1, o coeficiente indica que essa região é mais especializada no emprego de determinado setor do que o Rio Grande do Sul. (2) Corresponde a estrutura de participação média considerando os efeitos sobre a produção, o Valor Adicionado, o emprego e o rendimento no impacto total do período 2007-11. Média (2)