DESEMPENHO INDUSTRIAL

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Jorge Tomé
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1 DESEMPENHO INDUSTRIAL JAN-MAIO DE 2012 FOCO DA ANÁLISE: Análise resumida de indicadores da indústria de Santa Catarina de janeiro a maio de PANORAMA Dados da variação média da produção industrial calculados pelo IBGE indicam uma indústria que enfrenta retração, mas este comportamento não é homogêneo para todos os ramos industriais. Os incentivos ao crescimento via estímulos ao consumo surtiram efeito, principalmente, na indústria de máquinas e equipamentos, produtora de bens de consumo duráveis. Outros indicadores da produção (horas trabalhadas e utilização da capacidade instalada) mostram relativa estabilidade em relação ao nível de atividade dos primeiros cinco meses do ano passado. Houve aumento significativo do emprego e da massa salarial da indústria catarinense e o nível de faturamento real é elevado quando comparado aos anos anteriores. Indústrias produtoras de bens intermediários, como a química (tintas e vernizes), tem se destacado pelo crescimento de suas atividades. A indústria de máquinas e equipamentos elétricos cresce com menor intensidade. Indústrias de veículos automotores e metalurgia sofreram com o desempenho da produção de veículos e com as mudanças de normas técnicas nos motores. A primeira enfrenta problema estrutural. 1

2 As indústrias tradicionais (alimentos, têxtil, confecções, móveis, madeira, revestimentos cerâmicos) perdem dinamismo na atual conjuntura e sofrem os impactos da retração do mercado externo e da concorrência com produtos importados. 1. A INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DE SANTA CATARINA Nos últimos anos (2008 a 2011), considerada a variação do índice acumulado (jan-maio) da produção física industrial (IBGE), a indústria de Santa Catarina apresentou, em média, um desempenho pior em relação ao desempenho da indústria nacional. Exceção a este comportamento é o ano de 2012, quando a queda da produção industrial do Brasil foi maior que a queda da produção industrial de Santa Catarina, considerando a indústria de transformação. Este comportamento deu-se, sobretudo, pelo desempenho da produção da indústria de máquinas e equipamentos de Santa Catarina, que aumentou a produção em 16,72% no acumulado de 2012 (jan-maio) em relação ao mesmo período do ano anterior. QUADRO 1 - INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO BRASIL E SANTA CATARINA Indústria de Transformação Produção Física Variação (%) (Jan-Maio sobre mesmo período do ano anterior) Emprego Variação (%) Brasil Santa Catarina Brasil Santa Catarina ,7-3,4 1,43 4, ,73-2,76 2,95 3, ,3 13,5 4,71 5, ,9-14,1-1,98-1, ,25 1,95 3,79 3,45 FONTE: IBGE, MINISTÉRIO DO TRABALHO - CAGED * A variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do mês de dezembro do ano t-1, ambos com ajustes. A maioria das atividades industriais do Brasil e de Santa Catarina tiveram resultados inferiores aos registrados no ano passado, se considerado o período jan-maio, o que reflete a crise econômica que aflige a indústria nacional, apesar dos estímulos governamentais dos últimos meses. Na comparação dos resultados da produção física industrial do Brasil e de Santa Catarina, observa-se que as atividades industriais de Santa Catarina apresentam um desempenho superior em relação à média nacional nos segmentos têxtil, vestuário, papel e celulose, metalurgia, máquinas e equipamentos e veículos automotores. As atividades industriais catarinenses com variação da produção física inferior à nacional (em jan-maio/2012 sobre o mesmo período do ano anterior) foram: alimentos, madeira, borracha e plástico, minerais não-metálicos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos. 2

3 PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL - ÍNDICE ACUMULADO MÊS MAIO 2012(BASE: IGUAL PERÍODO DO ANO ANTERIOR = 100) Brasil Santa Catarina FONTE: IBGE Considerado o emprego industrial (CAGED), no mesmo período de análise, observa-se que a indústria de Santa Catarina teve maior capacidade de resposta em termos de geração de emprego em relação à variação de produção (mais intensiva em mão-de-obra, em média) do que a indústria nacional, como mostra o quadro 2. A indústria de transformação de Santa Catarina gerou empregos, de um total de empregos criados pelos setores econômicos de Santa Catarina, no período de janeiro a maio de 2012, em relação ao estoque do mês de dezembro de Foi a atividade econômica que mais gerou empregos no período. Ressalta-se os dados do setor agropecuário. A redução de empregos na agropecuária (-1.754) ocorre, sobretudo, pela crise que atinge a suinocultura, que não consegue repassar os custos de produção para os preços do produto final. QUADRO 2 - EMPREGO SETORES DA ECONOMIA DE SANTA CATARINA JAN-MAIO 2012 Setores Econômicos Saldo do Emprego Variação Emprego (%) Extrativa Mineral 273 3,68 Indústria de Transformação ,09 Serviços Ind. de Utilidade Pública 487 2,43 Construção Civil ,15 Comércio 518 0,13 Serviços ,90 Administração Pública ,18 Agropecuária ,76 Total ,98 FONTE: MINISTÉRIO DO TRABALHO - CAGED * A variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do mês de dezembro do ano t-1, ambos com ajustes. A administração pública gerou empregos, uma variação de 21,18% no acumulado do ano em relação ao estoque de dezembro de A maior variação de todos os setores econômicos do Estado. 3

4 Os demais indicadores utilizados para medir o nível de atividade da indústria, calculados a partir de uma amostra de empresas que registram dados de sua produção total, revelam uma indústria que não está diminuindo o seu dinamismo em relação ao mesmo período do ano anterior. A média das horas trabalhadas na indústria de Santa Catarina (no período jan-maio/2012) apresentam incremento em relação ao mesmo período dos três anos anteriores. Enquanto o índice médio das horas trabalhadas de janeiro a maio de 2012 foi de 99,3, no mesmo período de 2011 foi 99,1. HORAS TRABALHADAS NA PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DE SANTA CATARINA 15 5 Horas trabalhadas na produção 2 por Média Móvel (Horas trabalhadas na produção) A utilização da capacidade instalada da indústria catarinense permanece no mesmo nível de ano passado. A UCI de jan-maio de 2011 foi de 83,8, o mesmo valor da UCI média de UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DE SANTA CATARINA INDICE DE BASE FIXA 2006= utilização de capacidade instalada 2 por Média Móvel (utilização de capacidade instalada) 4

5 Os primeiros meses de 2012 (jan-maio) indica que a indústria de Santa Catarina apresentou alto nível de faturamento real. A média de faturamento real do período janeiro a maio de 2012 foi a maior desde 2002 quando comparada com o mesmo período dos anos anteriores. FATURAMENTO REAL DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DE SANTA CATARINA Faturamento real 2 por Média Móvel (Faturamento real) O índide de massa salarial mostra que houve elevação nos níveis salariais reais no acumulado do ano de 2012 (jan-maio). Em média, é o maior nível de massa salarial desde 2006 se considerado o período jan-maio. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 2,85%. MASSA SALARIAL REAL DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DE SANTA CATARINA 15 5 Massa salarial real 2 por Média Móvel (Massa salarial real) GR

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