Produção Industrial Julho de 2014

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1 Produção Industrial Julho de 2014 PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA EM JULHO/14 A produção da indústria catarinense recuou 2,7% em julho, enquanto a produção brasileira teve queda de 3,6%, ambos sobre o mesmo mês do ano anterior. Em Santa Catarina, foi o pior julho desde 2011, quando a retração foi de 8,1%. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, a produção industrial de Santa Catarina foi 1,8% menor que no mesmo período de Produção Indústria julho14/julho13 Jan-Jul 2014/ Jan-Jul 2013 Brasil -3,6% -2,8% Santa Catarina -2,7% -1,8% Das 12 atividades industriais pesquisadas, 8 recuaram a produção em julho. Os únicos avanços foram de madeira, vestuário, produtos de metal e papel e celulose. No acumulado do ano, duas atividades cresceram a produção: madeira e borracha e plásticos. Principais Pressões Ind. SC julho14/julho13 Jan-Jul 2014/ Jan-Jul 2013 Positiva Madeira 7,2% 8,% Negativa Metalurgia -12,5% -8,7% Todos os estados do sul apresentaram pior desempenho da produção industrial nos primeiros sete meses de 2014 quando comparados com o mesmo período do ano passado. Produção Industrial Geral do Sul do Brasil acumulado no ano (jan-jul/14) Estados da Região Sul Jan-Jul 2014/Jan-Jul 2013 Paraná -4,8% Santa Catarina -1,8% Rio Grande do Sul -4,9%

2 PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASIL Em julho, a produção da indústria brasileira cresceu 0,7% e interrompeu um período de cinco meses consecutivos de queda de produção, na comparação com o mês anterior. Mas, o avanço não foi suficiente para compensar o recuo de 3,5%, acumulado entre fevereiro e junho. Nos primeiros sete meses do ano, a produção industrial brasileira recuou 2,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Aumentou portanto, a intensidade de queda, dado que no período de jan-jun, a queda havia sido de 2,6%. Isso ocorreu porque julho de 2014, na comparação com julho de 2013, houve recuo de 3,6% na produção da indústria brasileira. No acumulado do ano, continua ocorrendo retração na produção industrial de todas as categorias econômicas. G R Á F I C O 1: P R O D U Ç Ã O I N D U S T R I A L I N D Ú S T R I A B R A S I L E I R A P O R C A T E G O R I A S E C O N Ô M I C A S. V A R I A Ç Ã O ( % ) DO Í N D I C E A C U M U L A D O N O A N O ( J A N - J U L / ) S O B R E O M E S M O P E R Í O D O D O A N O A N T E R I O R. Bens de consumo -2 Bens intermediários -2,5 Bens de capital -7, / F I E S C A pressão negativa mais significativa para a produção da indústria no Brasil está na retração da cadeia automobilística, que afeta todas as categorias econômicas. A produção de bens de capital apresentou retração tanto em bens de capital em geral (-1,8%), quanto em equipamentos de transporte industrial (-16,2%). A produção de bens de consumo duráveis caiu (-9%) devido à retração de automóveis para passageiros (-17,6%), dado que a produção dos demais bens de consumo duráveis cresceu 2,4%. Quanto aos bens de consumo não duráveis, existe retração na produção de semiduráveis (-4,5%) e expansão de não duráveis, 3,8%. Todos os dados na comparação com jan-jul do ano anterior. 2

3 PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASIL RESULTADOS REGIONAIS (JAN-JUL/2014) No acumulado do ano, a redução da produção industrial ocorreu em dez dos quatorze locais pesquisados. Os estados que registraram expansão foram Pará (10,9%), Amazonas (3,3%); Pernambuco (2,6%), e Mato Grosso (1,1%). G R Á F I C O 2: P R O D U Ç Ã O I N D U S T R I A L I N D Ú S T R I A G E R A L. V A R I A Ç Ã O (%) D O Í N D I C E A C U M U L A D O N O A N O , ,6 3,3 2 1, ,2-5 -4,9-4,8-3,3-2,8-1,8-1,5-1,3-0,4-0,2-6 / F I E S C A indústria do Pará foi impulsionada pela indústria extrativa (devido a maior extração de minério de ferro), apesar de o estado ter perdido o ritmo de crescimento em julho, mês que registrou recuo de 0,8%, na comparação com o mês anterior. A produção de madeira, a indústria extrativa e a metalurgia perderam vigor. A indústria do Amazonas cresceu no acumulado do ano devido a maior produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (televisores e computadores). Em julho, cresceu 16,1% sobre junho, mas ainda assim, julho de 2014 foi pior que julho de Pernambuco cresceu no acumulado do ano graças ao aumento na produção de açúcar e produtos embutidos. Entretanto, este Estado apresentou, em julho, recuo de 4,3% da produção industrial sobre o mesmo mês do ano anterior. Nove das doze atividades assinalaram queda de produção, puxados pela menor produção de minerais nãometálicos (ladrilhos e cimento), metalurgia, produtos de metal e máquinas e aparelhos elétricos. 3

4 A produção do Mato Grosso cresceu no acumulado do ano e continuou em expansão em julho, quando comparado com o mesmo mês do ano anterior (4,8%). O crescimento deve-se à expansão da produção de alimentos (produtos de soja tortas, bagaços, óleo; açúcar e carnes de bovinos). ESTADOS DO SUL: No PARANÁ, o mês de julho registrou avanço sobre junho (7,3%), mas ainda foi um desempenho ruim em relação ao registrado em julho do ano passado (-6,4%). As principais pressões negativas foram de veículos automotores (automóveis, caminhões), alimentos, máquinas e equipamentos (máquinas agrícolas, têxteis, tratores) e móveis. RIO GRANDE DO SUL - A indústria gaúcha também cresceu em julho sobre junho (1,5%), mas teve um julho muito pior em relação ao mesmo mês do ano passado (-10,6%). As maiores pressões negativas são da indústria de veículos e produtos químicos (adubos e fertilizantes). PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA Santa Catarina, assim como os demais estados do Sul, registrou avanço de produção em julho sobre junho. Obteve crescimento de 4% em julho sobre o mês anterior, mas não foi suficiente para recuperar a perda de -5,2% de junho. Portanto, o estado permanece na trajetória descendente que iniciou em abril. JULHO 2014 / JULHO 2013 A produção industrial de Santa Catarina recuou 2,7% em julho de 2014 na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Oito das doze atividades pesquisadas apontaram taxas negativas. G R Á F I C O 3 : P R O D U Ç Ã O I NDU S T R I A L D E S A N T A C A T A R I N A. J U L H O / J U L HO V A R I A Ç Ã O ( % ) produtos de madeira produtos de metal produtos têxteis indústria de transformação máq., ap. e mat. elétricos borracha e de material plástico metalurgia -6,3-8,6-9,4-10,3-12, ,7-2,5-2,7-4 0,4 5 7,2 7,1

5 Pressões Negativas Var (%) Principais influências (julho 2014/julho 2013) Metalurgia -12,5% artefatos e peças diversas de ferro fundido, tubos, canos e perfis ocos de aço com costura e artefatos de alumínio fundido Máquinas e Equipamentos -10,3% máquinas para encher, fechar e embalar, bombas centrífugas, compressores de ar e aparelhos para filtrar ou depurar líquidos Produtos Alimentícios -4,0% preparações e conservas de peixes e óleo de soja refinado Borracha e material plástico -9,4% conexões, juntas, cotovelos e outros acessórios de plástico para tubos, tubos ou canos de plásticos para construção civil e sacos, sacolas e bolsas de plásticos para embalagem Máquinas, aparelhos e materiais elétricos -6,3% motores elétricos de corrente alternada ou contínua Pressões Positivas Var (%) Principais influências (julho 2014/julho 2013) Vestuário e Acessórios 7,1% Vestidos de malha e conjuntos de malha de uso feminino Produtos de Madeira 7,2% Portas e janelas de madeira, molduras de madeira para quadros e madeira em bruto tratada JAN-JULHO 2014 / JAN-JULHO 2013 A produção industrial de Santa Catarina recuou 1,8% nos primeiros sete meses de 2014, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Dez das doze atividades pesquisadas apontaram queda de produção, com destaque para as indústrias de metalurgia e máquinas e aparelhos elétricos, que registraram as quedas mais intensas. 5

6 G R Á F I C O 4: P R O D U Ç Ã O I N D U S T R I A L D E S A N T A C A T A R I N A. J A N E I R O - J U L H O / J A N - J U L HO V A R I A Ç Ã O ( % ) produtos de madeira borracha e de material plástico vestuário e acessórios minerais não-metálicos produtos alimentícios produtos têxteis indústria de transformação celulose, papel e produtos de papel veículos automotores máquinas e equipamentos produtos de metal máq, ap e mat elétricos metalurgia -8,7-0,1-0,2-0,3-1,5-1,8-2 -3,2-3,7-4,2-5,3 0, / F I E S C Os dados do PIB brasileiro mostram que estamos vivenciando um processo de desaceleração do consumo e queda significativa dos investimentos em No segundo trimestre, o consumo aumentou pouco (somente 0,3%) sobre o trimestre anterior e a formação bruta de capital fixo diminuiu significativamente (-5,3%). O volume de vendas no varejo manteve-se em queda em julho. Neste mês, último dado disponível, o comércio varejista do país registrou variação de -1,1% no volume de vendas e de -0,7% na receita nominal, ambas as taxas em relação ao mês anterior (ajustadas sazonalmente). Na série de volume de vendas, este resultado não ocorre desde outubro de Para a receita nominal, é o segundo mês consecutivo com taxa negativa. Estes indicadores estão refletidos nos resultados da produção da indústria de Santa Catarina. O desempenho da produção industrial de Santa Catarina está sendo muito influenciado pelo menor dinamismo das compras de automóveis, que ao afetar a indústria automobilística no Brasil, geram menor demanda para a indústria metalúrgica, a indústria de borracha e plásticos e a de veículos automotores no Estado. As vendas de veículos, motos, partes e peças (IBGE) são 8,6% menores neste ano, na comparação com jan-jul do ano passado, apesar de terem reagido em julho (4,3% de crescimento sobre junho). 6

7 Além disso, a retração dos investimentos afetou a produção da indústria de máquinas e equipamentos e máquinas elétricas, que acusam, principalmente, menor produção de máquinas para embalar, bombas e compressores e motores elétricos. O menor nível de atividade da economia brasileira, também teve impacto para as indústrias de papel e plásticos, produtoras de embalagens, produto intermediário que serve de termômetro para a indústria de forma geral. Neste ano, a menor atividade da construção civil também já está aparecendo no resultado da indústria de transformação de Santa Catarina. A indústria de plásticos acusa recuo na produção de insumos para este setor, assim como a indústria de minerais nãometálicos. A indústria metalúrgica também é influenciada pela menor atividade da construção. A indústria madeireira registra avanço na produção de portas e janelas, mas, neste caso, as exportações tem auxiliado no desempenho. Pelo lado do consumo, o menor vigor do crescimento tem afetado a produção de alimentos. Os resultados indicam menor produção de preparações de peixe e óleo de soja, e resultados das empresas do setor indicam que o segundo trimestre foi de baixa demanda, o que gerou o pequeno incremento do faturamento de algumas empresa sobre o mesmo período do ano anterior (2%, no caso da BrFoods). A indústria do vestuário também não registrou crescimento no acumulado deste ano, apesar de ter crescido em julho. Importante estímulo à produção advém das exportações, que favorecem tanto a indústria de alimentos (carnes de suínos), quanto a indústria de madeira. As vendas externas de suínos tiveram grande estímulo dado o aumento no preço da carne suína decorrente da disseminação do vírus da diarreia epidêmica suína, que tem reduzido a oferta mundial da proteína. Entretanto, as exportações de carnes de frango não estão apresentando um bom desempenho, principalmente devido a queda do preço no mercado internacional. G GM Consultoria