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Transcrição:

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO Gab Des Alberto Fortes Gil Av. Presidente Antonio Carlos, 251 7º Andar - Gab. 36 Castelo RIO DE JANEIRO 20020-010 RJ Acórdão 8a Turma PROCESSO: 01022-2006-018-01-00-3 RO RECURSO ORDINÁRIO. USO DA IMAGEM DO TRABALHADOR COM FINALIDADE LUCRATIVA. INDENIZAÇÃO. Admitido na defesa que a ré impunha que o autor utilizasse camisetas com propagandas de terceiros, estranhos à relação contratual vigente entre as partes, no caso, fornecedores de produtos vendidos em suas lojas, nada mais razoável que tal vantagem seja compartilhada com os empregados que venham a ser obrigados a desempenhar esse novo papel veículos de propaganda -, função para a qual não foram contratados. Nesse sentido, a utilização da imagem do trabalhador, ainda que mediante a sua concordância, quando visa a promover a produção do empregador, enseja o pagamento de valor indenizatório. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso ordinário, oriundos da MM. 18ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, em que são partes: CARREFOUR COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA., como recorrente e MARCIO RAIMUNDO DE LIMA, como recorrido. verbis: Na forma regimental, adoto o relatório do Exmo. Juiz Relator, in Por decisão proferida em 14.08.2008, a MMª. 18ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro julgou procedente em parte o pedido formulado por Márcio Raimundo de Lima em face de Carrefour Comércio e Indústria Ltda., para condenar o reclamado a pagar, 4725 1

ao reclamante, horas extras e reflexos em aviso prévio, férias acrescidas de um terço, décimo terceiro salário, FGTS e indenização de 40%, repousos semanais remunerados e adicional noturno ; reflexos de repousos semanais remunerados já integrados pelas horas extras em adicional noturno, férias + 1/3, 13º salário, FGTS + 40% e aviso prévio ; multa do art. 477, 8º da CLT ; e indenização por uso indevido da imagem, no importe de cinco salários base do reclamante (v. Fls. 665/674). Inconformado, o reclamado interpõe recurso ordinário (v. peça de fls. 676/689), alegando, em síntese, que:... em relação ao pedido de indenização por suposta utilização de imagem, constata-se que o Juízo a quo deixou de observar que não houve a captação ou conservação de gravação, exibição ou divulgação de imagens do recorrido... ;... não existe qualquer prova de que tenha existido ato ilícito, e mais, que deste tenha havido algum dano real suportado pelo recorrido ; vale observar que ante a confissão reconhecida pelo Juízo singular, os fatos narrados na contestação deverão ser considerados verdadeiros, ou seja, a inexistência de obrigatoriedade na utilização de camisetas, o poder potestativo (sic) do empregador em eleger o uniforme de seus funcionários e a não utilização de imagem ; o recorrido não se desincumbiu de seu ônus em provar que teria sofrido algum sentimento negativo, tais (sic) como dor, angústia, constrangimento, etc ; a única prova existente residiu na comprovação da utilização de camisetas, o que por si só não gera utilização indevida de imagem, nem mesmo ato ilícito, a ensejar indenização por danos morais ;... equivoca-se por completo a decisão de mérito ao afirmar que a recorrente obrigada (sic) o recorrido e demais funcionários a utilizar camisetas o recorrido... somente alega em sua inicial que era obrigado a usar a dita camisa... porém não faz prova de tal fato, bem como não prova que da utilização da referida camiseta tivesse surgido algum constrangimento ou outro sentimento negativo ; neste sentido, a regra inscrita no artigo 927 do Código Civil, permite compreender que não houve comprovação do nexo causal, bem como efetivo dano ; assim, diante da ausência de prova quanto ao efetivo dano, ou seja, agressão negativa à honra, boa-fama ou mesmo prova de que a recorrente teria se utilizado comercialmente da imagem do recorrido, não há que se falar em indenização por utilização indevida da imagem, posto que (sic) utilização não 4725 2

houve e mácula qualquer ocorreu ; ademais, a prova produzida demonstra que tanto o trabalho como a utilização eventual de uniforme eram e são atividades exercidas com dignidade e respeito... ; quanto à correta imposição do empregador em fixar normas de organização, inclusive determinando qual será o uniforme utilizado, necessário se faz buscar a aplicação do artigo 188, inciso I, do Código Civil ;...em razão da ausência de provas das alegações, se aufere apenas ilações (sic) sobre suposto evento danoso, uma vez que não prova do resultado ou sentimento negativo ; na verdade equivoca-se a sentença ao afirmar que houve utilização indevida da imagem do recorrido, uma vez que a recorrente nunca utilizou a imagem do mesmo através de qualquer meio de divulgação comercial ; conforme se depreende da inicial, e da própria ausência de provas, nunca houve divulgação, exibição ou utilização de imagem através de fotografia ou outro meio que ensejasse afronta ao artigo 20 do Código Civil atual ; na hipótese dos autos não houve divulgação de escritos, transmissão da palavra, publicação, exposição ou utilização da imagem, bem como o recorrido, acaso fosse real o seu constrangimento, não requereu à recorrente a proibição da alegada utilização da imagem ; sendo assim, merece ser reformada a sentença... uma vez que os fatos narrados são inverídicos de tal forma que inexistiu bem como inexiste a alegada utilização da imagem ou alteração das condições de trabalho ; afirma o recorrido que o direito a indenização decorreria de ato ilícito praticado pela recorrente, entretanto... em não havendo utilização de imagem, não houve ato ilícito, e, portanto, não há direito a indenização ;... não haverá como se falar em infração de um dever preexistente, posto que (sic) inicialmente não houve utilização de imagem e, por conseguinte, utilização de uniforme, desde que não vexatório ou inadequado, não se apresenta como aflitivo dos deveres do empregador ;... seguindo o abstruso entendimento do recorrido, acatado pela sentença, utilizar roupas que tragam nomes de marcas (grifes), ou nomes e fotos de artistas ou de políticos traria sentimento negativo ou induziria ato ilícito a ser indenizado por aquele que produziu, distribuiu ou vendeu tal roupa, uma vez que ainda que absurdo se estará danificando a imagem daquele que esteja usando a vestimenta ; melhor solução se daria através de explicação inerente ao poder disciplinador do empregador, uma vez que sem este a organização interna das empresas se traduziria em verdadeiro caos, onde cada funcionário, principalmente aqueles que 4725 3

atendem ao público, utilizariam qualquer roupa ou uniforme, de qualquer cor ou espécie, que por óbvio assustaria ao mais rude consumidor ; merece ser reformada a sentença para que seja considerado improcedente o pedido de danos morais, uma vez que não há prova do dano moral, ou seja, do sentimento negativo, bem como não houve utilização da imagem, o que afasta a aplicação da causa de pedir, acarretando a improcedência Contra-razões, pelo reclamante, às fls. 694/698. Os autos não foram encaminhados ao d. Ministério Público do Trabalho. É o relatório. de admissibilidade. V O T O ADMISSIBILIDADE Conheço do recurso, uma vez que atendidos os requisitos legais MÉRITO O autor alega que, no desempenho de suas atividades, era obrigado a usar camisas estampadas com logotipos de empresas de diferentes ramos comerciais, em decorrência de contratos firmados pela reclamada, em benefício exclusivo das empresas envolvidas. Postula o pagamento de indenização por ato ilícito, decorrente da utilização indevida da imagem do Reclamante, vinculada ao uso obrigatório de camisas promocionais fornecidas pela Reclamada, contendo os nomes dos produtos por ela comercializados, correspondente a 20 vezes a maior remuneração do Reclamante. A imagem da pessoa tem proteção constitucional contra qualquer dano material ou moral, sendo passível de indenização a violação desse direito da personalidade, conforme o disposto nos incisos V e X do art. 5º da Constituição da República: V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 4725 4

imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; O artigo 20, do Código Civil, por sua vez, também protege a imagem do indivíduo, dispondo que: Art. 20.Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinarem a fins comerciais. Admitido na defesa que a ré impunha que o autor utilizasse camisetas com propagandas de terceiros, estranhos à relação contratual vigente entre as partes, no caso, fornecedores de produtos vendidos em suas lojas, nada mais razoável que tal vantagem seja compartilhada com os empregados que venham a ser obrigados a desempenhar esse novo papel veículos de propaganda -, função para a qual não foram contratados. Nesse sentido, a utilização da imagem do trabalhador, ainda que mediante a sua concordância, quando visa a promover a produção do empregador, enseja o pagamento de valor indenizatório. Assim a r. sentença de piso (in verbis): Verificada a obrigatoriedade no uso das camisetas de propaganda e considerando-se sua utilização para fins comerciais, vez que o reclamado se beneficia do aumento de vendas que advém da propaganda feita pelos trabalhadores, verifica-se o uso indevido para fins comerciais, não autorizado, da imagem do reclamante, tratando-se de hipótese de violação ao direito de imagem a que alude o inciso X, do art. 5º da Constituição Federal, c/c os artigos 18, 20 e 186 do Novo Código Civil Brasileiro, suscetível de indenização. É devida, nesses termos, a indenização postulada pelo uso comercial da imagem do reclamante, com finalidade lucrativa. Nego provimento. 4725 5

CONCLUSÃO negar-lhe provimento. Por todo o exposto, decido conhecer do recurso e, no mérito, A C O R D A M os Desembargadores da Oitava Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, por unanimidade, por unanimidade, conhecer do recurso ordinário interposto pelo reclamado e, no mérito, por maioria, negar provimento ao recurso. Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 2009. Desembargador Federal do Trabalho Alberto Fortes Gil Redator Designado 4725 6