pode ficar de fora. O plano de carreira está aí. Não perca esta oportunidade ; que, em razão

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1 A C Ó R D Ã O 1ª TURMA Não se vislumbrando qualquer nexo de causalidade entre o procedimento dos reclamados e a invalidação do diploma do autor, descabe falar em dano material e moral, até porque não há prova inequívoca de que dita invalidação lhe tenha maculado a honra, a imagem, o nome, enfim, os atributos de sua personalidade, de modo a lhe causar dor, mágoa ou profundo sofrimento. Sentença que se mantém. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de RECURSO ORDINÁRIO proveniente da MM. 22ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, em que são partes JOSÉ MAURÍCIO DOS SANTOS, como recorrente, e EMPRESA MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA e SINDICATO DOS SERVIDORES DA GUARDA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO - SISGUARIO, como recorridos. Irresignado com a r. sentença de fls. 354/357, da lavra da MM. Juíza Rossana Tinoco Novaes, que julgou improcedentes os pedidos formulados na inicial, o reclamante dela recorre ordinariamente pelas razões de fls.361/366. Sustenta, em síntese, que restaram caracterizados, no caso, tanto o dano moral quanto o material; que procedeu à sua inscrição no curso oferecido pelo Colégio São José de Vila Zelina em virtude de indução e incentivo da recorrida, o que se deu através de panfletos que vinham junto com o recibo de pagamento e que, também, eram afixados em quadros próprios nos corredores da Guarda Municipal, os quais diziam exatamente o seguinte: informativo Provão do 2º grau - O Sisguario informa a todos os servidores da Guarda Municipal, que foi firmado um convênio com o Colégio São José de Vila Zelina para os interessados em concluir o seu 2º grau com diploma reconhecido pelo MEC. Mais de 60 guardas já estão em fase de conclusão. Você não pode ficar de fora. O plano de carreira está aí. Não perca esta oportunidade ; que, em razão disso, era descontado mensalmente, em seu contracheque, o valor de R$ 100,00 (cem reais); que se dedicou intensamente para lograr a conclusão do referido curso, recebendo, ao final, o tão almejado certificado, que, todavia, algum tempo depois,

2 veio a ser invalidado, consoante informação que lhe foi passada, do mesmo modo que aos demais empregados, pela reclamada, tendo sido considerado nulo pela EMV/GM-Rio. Desse modo, aduz que a recorrida cometeu ato ilícito, o qual, assegura, causou lesões à sua honra, que resultaram em cicatrizes imensuráveis, tanto mais que já havia realizado todas as provas internas para a sua promoção, restando, apenas, a entrega do certificado de conclusão do segundo grau. Dispensado o reclamante do pagamento das custas, ante o deferimento de gratuidade de justiça (fls. 355). Contra-razões apenas da primeira reclamada, a fls. 369/370. É o relatório. V O T O DO CONHECIMENTO Conheço do recurso, porquanto preenchidos os pressupostos para a sua admissibilidade. DO MÉRITO DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS Pretende o autor a reforma da r. sentença recorrida, que julgou improcedente o seu pedido, sustentando, para tanto, que restaram caracterizados, no caso, tanto o dano material quanto o moral. Quanto ao último, aduz que o procedimento da reclamada, incentivando-o a se inscrever no curso promovido pelo Colégio São José de Vila Zelina, veio a lhe causar lesões à honra, que resultaram em cicatrizes imensuráveis, isso porque o diploma recebido foi, posteriormente, considerado nulo, inviabilizando, assim, a sua promoção, para a qual já havia realizado todas as provas internas, restando, tão-somente, a entrega do certificado. Em relação ao dano material, afirma que era descontado de seu contracheque R$ 100,00 (cem reais) por mês, em razão do aludido curso. Razão, contudo, não lhe assiste, sob qualquer dos aspectos

3 apontados. Com efeito, os elementos dos autos noticiam que foi o segundo reclamado, isto é, o sindicato da categoria do autor, que firmou convênio com o Colégio São José de Vila Zelina, fato que, desde logo, retira da empregadora qualquer responsabilidade em razão de, após a realização do Curso de Educação de Jovens e Adultos com Atendimento Individualizado e Presença Flexível em nível de ensino médio, naquela entidade educacional, ter o seu certificado invalidado. O que se nota, no caso, é que, objetivando o aprimoramento de seus servidores, a reclamada, informada pelo sindicato da categoria profissional sobre convênio por ele firmado, anexou panfletos oriundos daquela instituição aos contracheques, com o escopo, tão-somente, de informar os seus servidores sobre o referido curso e, também, de certo modo, de levá-los a concluírem o segundo grau, com vistas, inclusive, a um melhor posicionamento no novo plano de cargos e salários (fls. 123/142). Assim sendo, não há dúvida de que a primeira reclamada não contribuiu, de modo algum, para o fato de o autor ter o seu certificado invalidado, até porque foi expedido quando o Colégio São José de Vila Zelina ainda possuía autorização para funcionar, já que, de acordo com o Parecer CEE nº 240/ CEB - aprovado em , (fls. 299/304), somente em , foram suspensas todas as atividades do estabelecimento de ensino em questão, até a conclusão de sua defesa perante a Comissão de Sindicância designada pela Secretaria de Educação, tendo a cassação da autorização para o seu funcionamento, quanto ao Curso de Educação de Jovens e Adultos com Atendimento Individualizado e Presença Flexível do Ensino Médio, ocorrido algum tempo depois, com publicação, no Diário Oficial do Estado de São Paulo, em 13 de julho de 2002 (fls. 296). De igual modo, não se vislumbra, na espécie, que tenha o segundo reclamado praticado qualquer ato que, de alguma forma, tenha contribuído, outrossim, para a nulidade do diploma obtido pelo autor, já que nada teve a ver com a cassação da autorização para o funcionamento do Colégio São José da Vila

4 Zelina. Em verdade, a entidade sindical, consoante denuncia o documento de fls. 10, buscou, na forma prevista no artigo 8º, III, da Constituição Federal, isso sim, defender os interesses de seus associados, sendo certo que, à época da celebração do aludido convênio, o que, induvidosamente, ocorreu anteriormente a 21 de novembro de 2000, quando emitido o certificado de fls. 16, o estabelecimento de ensino se encontrava em pleno funcionamento, o que, decerto, demonstra que o segundo reclamado agiu de boa-fé. Posto isso, não se pode entrever que os reclamados pretendessem ludibriar o autor, incentivando-o a se matricular no referido curso, sendo certo, então, que não se delineia, na espécie, o necessário nexo de causalidade entre o procedimento dos reclamados e a invalidação do diploma do autor, que, portanto, não faz jus a qualquer indenização. De assinalar que, ainda que de outro modo fosse, o autor não lograria êxito em seu intento, uma vez que não há nos autos prova inequívoca de que a invalidação do seu certificado lhe tenha maculado a honra, a imagem, o nome, enfim, os atributos de sua personalidade, de modo a lhe causar profundo sofrimento, dor, constrangimento, mágoa, sendo certo, ademais, que, também descabe falar em dano material, na medida em que, como acima já exposto, não se verificou, no caso, qualquer relação direta entre a atitude das reclamadas e a invalidação do certificado recebido pelo autor. De acrescentar, por fim, que, como considera a segunda reclamada, em sua contestação (fls.114), se algum culpado existe é o Colégio São José de Vila Zelina, o qual após ter cumprido todos os trâmites necessários para obter a autorização de funcionamento do referido curso, passou a agir em desacordo com as normas exigidas pelo Governo do Estado de São Paulo. Sendo assim, é de ser mantida a r. decisão recorrida. provimento. PELO EXPOSTO, conheço do recurso, e, no mérito, nego-lhe

5 A C O R D A M os Desembargadores da 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, por unanimidade, conhecer do recurso, e, no mérito, negar-lhe provimento. Rio de Janeiro, 3 de Junho de DESEMBARGADORA ELMA PEREIRA DE MELO CARVALHO Relatora RMPFL