O ALUNO MACHUCOU! E AGORA? Noções de primeiros socorros na formação do Pedagogo Edna Cristina do Prado wiledna@uol.com.br Letícia Cristina Dias leticiacristinadas24@gmail.com Allan Kelisson Veríssimo da Silva alankelisson123@gmail.com RESUMO O presente trabalho é fruto de uma pesquisa em andamento que tem como objeto de estudo os conhecimentos acerca dos primeiros socorros na formação do pedagogo, a partir do objetivo geral de identificar em quais disciplinas da matriz curricular dos 23 cursos de da capital alagoana (MEC, 2015) tal temática é trabalhada. Este pôster tem o objetivo de apresentar a primeira parte da pesquisa, ou seja, a revisão de literatura sobre o tema. A metodologia utilizada fundamenta-se na abordagem qualitativa e partiu da revisão de literatura, ora apresentada, sobre o assunto em dois dos principais bancos de dados digitais do país, a saber: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT e Biblioteca Científica Eletrônica em Linha Scielo. Teoricamente o estudo está referenciado nos trabalhos de Tibeau; Souza (2008); Batigália (2002); Harada (2003); Collucci (2006) e Batista; Sousa; Fechine; Pereira (2013) e usará a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2000) como suporte para a análise dos dados. Os resultados parciais já permitem afirmar que ainda há uma incipiente produção acadêmica sobre a temática no que tange à, há um predomínio de trabalhos nos cursos de Educação Física, Farmácia e Medicina, o que mostra a inegável relevância da pesquisa aqui apresentada. PALAVRAS-CHAVE: Primeiros socorros. Currículo. Formação do pedagogo.. 1 PROBLEMÁTICA DA PESQUISA O presente trabalho é fruto de uma pesquisa em andamento que tem como objeto de estudo os conhecimentos acerca dos primeiros socorros na formação do pedagogo. O número de acidentes graves que ocorrem no cotidiano das escolas de educação básica não é pequeno (TIBEAU; SOUZA; 2008), embora o registro oficial 1
dos mesmos não seja ainda uma prática muito comum entre os profissionais da educação. Muitas vezes os acidentes provocam fraturas expostas, contusões fortes na cabeça, motivadas por quedas bruscas, desmaios, convulsões, entre outros sintomas para os quais o pedagogo não está preparado para lidar, embora enquanto cidadão tenha o dever de fazê-lo. Muitos professores diante de acidentes graves, na tentativa de ajudar o aluno, acabam comprometendo o socorro ou se omitem. De acordo com a legislação brasileira, o adulto, independentemente da profissão que ocupa, tem o dever legal de socorrer uma criança em caso de acidente. Tal determinação está prevista desde 1940, no artigo 135 do Código Penal, Decreto-Lei n.º 2.848: Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Da mesma maneira o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 faz referência direta à necessidade de se ser prestar socorro à criança e ao adolescente: Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; (grifos nossos) Neste trabalho, primeiro socorros são compreendidos como os primeiros atendimentos prestados à criança ou adolescente e são indispensáveis para a identificação da gravidade do caso e definição das medidas que devem ser tomadas até que o atendimento especializado chegue. (OLIVEIRA; LEÃO JUNIOR; BORGES, 2015) Mas como prestar este socorro de forma adequada? Será que o pedagogo precisa receber uma formação, ainda que em termos mais gerais, sobre os primeiros 2
socorros? Como tais questões estão sendo trabalhas nos cursos de? Eis a problemática que envolve o objeto do presente estudo. Para dar suporte teórico à reflexão, o trabalho está referenciado nas pesquisas de Tibeau; Souza (2008); Batigália (2002); Harada (2003); Collucci (2006) e Batista; Sousa; Fechine; Pereira (2013) e usará a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2000) como suporte para a análise dos dados. 2 OBJETIVOS Este pôster tem o objetivo de apresentar uma revisão de literatura acerca da temática dos primeiros socorros na formação do graduando em pedagogia e corresponde à primeira parte de uma pesquisa mais ampla cujo objetivo geral é identificar em quais disciplinas da matriz curricular dos 23 cursos de da capital alagoana (MEC, 2015) tal temática é trabalhada e de que forma, isto porque, o estudo parte do pressuposto de que tal compreensão é indispensável ao futuro pedagogo, se não com conhecimentos profundos, ao menos com noções básicas sobre socorros de urgência a fim de auxiliar seus alunos em casos de acidentes até que uma equipe médica assuma a responsabilidade pela criança ou adolescente. 3 METODOLOGIA A metodologia utilizada fundamenta-se na abordagem qualitativa e partiu da revisão de literatura, ora apresentada, sobre o assunto em dois dos principais bancos de dados digitais do país, a saber: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT e Biblioteca Científica Eletrônica em Linha Scielo. A parte empírica da pesquisa será desenvolvida no primeiro semestre de 2016, após a coleta das matrizes curriculares dos 23 (vinte e três) cursos de das instituições maceioenses que as disponibilizarem, a saber: 3
Centro Universitário Cesmac Centro Universitário Claretiano Centro Universitário Internacional Centro Universitário Maurício de Nassau Centro Universitário UNISEB Faculdade da Cidade de Maceió Faculdade de Tecnologia de Alagoas Faculdade Estácio de Alagoas Faculdade Maurício de Nassau Faculdade Raimundo Marinho Faculdades OPET Instituto Batista de Ensino Superior de Alagoas Universidade Anhanguera Universidade Castelo Branco Universidade de Santo Amaro Universidade do Sul de Santa Catarina Universidade Estácio de Sá Universidade Estadual de Alagoas Universidade Federal de Alagoas Universidade Luterana do Brasil Universidade do Norte Paraná Universidade Paulista Universidade Tiradentes 4 RESULTADOS Entre os resultados parciais, destacam-se: com o descritor primeiros socorros, foram encontrados 191 (cento e noventa e um) trabalhos na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT; com o descritor primeiros socorros com crianças o número cai para 22 (vinte e dois) trabalhos; com a expressão de busca primeiros socorros em educação foram registrados 36 (trinta e seis) trabalhos; já com a expressão primeiros socorros e formação docente este número cai para apenas 05 (cinco) estudos. Na Biblioteca Científica Eletrônica em Linha Scielo, o mesmo 4
procedimento foi adotado e número de trabalhos encontrados foi menor: com o descritor primeiros socorros, 22 (vinte e dois) artigos foram disponibilizados; com o descritor primeiros socorros com crianças, apenas 02 (dois) estudos; com a expressão primeiros socorros em educação foram registrados 05 (cinco) trabalhos e com o descritor primeiros socorros e formação docente nenhum trabalho foi encontrado. Também não foram encontrados estudos a partir da expressão primeiros socorros e pedagogia em nenhum dos dois repositórios de trabalhos acadêmicos. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como a criança e o adolescente passam grande parte de seu dia no ambiente escolar, a probabilidade de que acidentes ocorram neste espaço é grande. Para muitos a tendência é que eles ocorram nas aulas de Educação Física em função da maior quantidade de conteúdos envolvendo a movimentação do corpo, mas não são apenas nestas aulas eles podem acontecer. Os horários de entrada e saída das aulas, bem como o horário do recreio também registram um grande número de acidentes, mas poucos profissionais da educação estão preparados para lidar de forma correta com eles, sendo capazes de garantir a segurança dos alunos. (OLIVEIRA; LEÃO JUNIOR; BORGES, 2015) Até o presente momento da pesquisa, confirma-se o apresentado acima e pode-se afirmar que ainda há uma incipiente produção acadêmica sobre a temática no que tange à, isto porque, apenas 05 (cinco) trabalhos, especificamente, sobre primeiros socorros e educação foram encontrados em cada uma das bases de dados consultadas, totalizando 10 (dez) estudos. Entretanto, em nenhuma das bases eletrônicas foram encontrado trabalhos sobre a temática em tela nos cursos de formação de pedagogos. Por fim, destaca-se que há um predomínio de trabalhos nos cursos de Educação Física, Farmácia e Medicina o que mostra a inegável relevância da pesquisa aqui apresentada. 5
6 REFERÊNCIAS BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 2002. BATIGÁLIA, V. A. Desenvolvimento infantil e propensão a acidentes. HB Científica, v.9, n.2, p. 91, mai ago. 2002. BATISTA, Maria Nadir Pereira; SOUSA, Francisco Cristiano da Silva; FECHINE, Basílio Rommel Almeida; PEREIRA, Eduardo da Silva. Nível de conhecimento em primeiros socorros de professores de Educação Física. Lecturas, Educación Física y Desportos Revista Digital. Buenos Aires - Año 18, Nº 186, noviembre de 2013. Biblioteca Científica Eletrônica em Linha SCIELO, Disponível em: <http://www.scielo.org/php/index.php>. Acesso em: 28 set. 2015. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT, Disponível em: <http://bdtd.ibict.br/vufind/>. Acesso em: 28 set. 2015. BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). BRASIL. Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal Brasileiro. COLLUCCI, C. Acidente infantil ocorre perto de adulto. Folha on-line, São Paulo, 03 jul. 2006. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidia. Acesso em: 18 agosto de 2015. HARADA, M. J. et al. Escolas promotoras da saúde: prevenção de morbidade por causas externas no município de Embu. 2003. OLIVEIRA, Rodrigo Ansaloni de; LEÃO JUNIOR, Roosevelt; BORGES, Cezimar Correia. Situações de primeiros socorros em aulas de educação física em municípios do Sudoeste de Goiás. Enciclopédia Biosfera Centro Científico Conhecer. Goiânia, v.11, n.20; p. 773, 2015. SOUZA, Paulo José de; TIBEAU, Cynthia. Acidentes e primeiros socorros na Educação Física escolar. Lecturas, Educación Física y Desportos Revista Digital. Buenos Aires - Año 13 - Nº 127 - diciembre de 2008. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital. Acesso em 23 de setembro de 2015. 6