DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Transcrição

1 DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Crimes e Infrações Administrativas Parte 1 Profª. Liz Rodrigues

2 - Infração administrativa pode ser entendida como sendo uma conduta contrária ao direito à qual se imputa uma consequência jurídica distinta da restrição da liberdade. - Não há uma diferença essencial entre uma sanção penal e uma sanção administrativa trata-se de uma valoração feita pelo legislador, que atribui maior gravidade à prática de determinada conduta (tipificada como crime) e não à outra (que é definida como infração administrativa).

3 - Observe que as esferas penal, civil e administrativa são separadas, e, em determinadas circunstâncias, a prática de um ato pode produzir consequências negativas para o seu autor em todas elas. - Pelo poder de polícia, o Estado pode condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos em benefício da coletividade ou do próprio Estado. A violação destas normas caracteriza a infração administrativa.

4 - Note: O Direito Penal almeja a prevenção e a repressão da delinquência, considerada como conduta violadora dos bens jurídicos em geral (vida, integridade física, patrimônio etc.), [enquanto] a Administração pune, basicamente, comportamentos que infringem deveres de obediência ou de colaboração dos indivíduos para com a atividade dos entes públicos na busca do interesse geral (Nobre Júnior).

5 - As infrações administrativas previstas no ECA são processadas pelo juízo da infância e juventude. - Princípios: contraditório, ampla defesa, devido processo legal, publicidade, legalidade e outros. - Principal sanção: multa. Existem outras, como a cassação da licença de funcionamento ou apreensão da publicação. - Multas: revertem em benefício do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Prescrevem em cinco anos, segundo o entendimento do STF.

6 Infrações relativas à proteção da saúde e bem-estar da criança ou adolescente: Art Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente.

7 Art Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar. Nos dois casos: multa de 3 a 20 salários de referência. (Reincidência: aplica-se o dobro)

8 Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho para adoção. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que deixa de efetuar esta comunicação. Nos dois casos: multa de R$ 1.000,00 a 3.000,00.

9 Infrações relativas à segurança da criança e do adolescente: Art Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: multa (o artigo não indica o valor). Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, o juiz poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada.

10 Art Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 do Estatuto: multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Criança: não viaja para fora da comarca desacompanhada dos pais ou responsáveis ou sem autorização judicial.

11 Crianças e adolescentes: não viajam para fora do país sem a companhia de ambos os pais (ou acompanhada de um e autorizada pelo outro). Nenhuma criança sai do país em companhia de estrangeiro residente no exterior sem a autorização judicial.