DIREITOS HUMANOS. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos. Convenção sobre os Direitos da Criança
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- Afonso Padilha
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1 DIREITOS HUMANOS Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos Convenção sobre os Direitos da Criança Profª. Liz Rodrigues
2 - Aberta às ratificações em 1989 e ratificada pelo Brasil em 1990, é o tratado mais ratificado da história da ONU. - Consagra a Doutrina da Proteção Integral (incorporada à nossa Constituição veja o art. 227) e protege todas as pessoas menores de 18 anos salvo se, de acordo com a lei local, a maioridade for alcançada antes. - A Convenção não utiliza a categoria adolescentes.
3 - A Convenção protege inúmeros direitos, com bastante ênfase na convivência familiar. Como regra geral, a criança não deve ser separada de seus pais contra a vontade destes, a não ser que, em razão de seu maior interesse, esta separação seja necessária. - Esta separação deve respeitar os parâmetros legais e deve sempre poder ser submetida à revisão judicial.
4 - Maus-tratos e falta de cuidado são exemplos que justificam a separação da criança de seus pais. - Art. 1º: Para efeitos da presente Convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes.
5 - São reconhecidos como direitos da criança: o direito à não discriminação, o direito à absoluta prioridade, a realização progressiva de direitos econômicos, sociais e culturais, o direito à vida, à sobrevivência e ao desenvolvimento, o direito ao registro (nome, nacionalidade, conhecer seus pais e ser cuidada por eles), à identidade, à manutenção com sua família, o direito de reunir-se à sua família (em caso de pais que residam em outro país), liberdade de expressão, direito de ser ouvida e respeitada, liberdade de pensamento, dentre outros.
6 - Todas as ações relativas às crianças realizadas por instituições (públicas ou privadas) de bem-estar social, tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos devem considerar o interesse maior da criança. - A criança deve ser protegida de toda forma de discriminação.
7 - São deveres dos Estados: lutar contra a transferência ilegal de crianças para o exterior e contra a retenção ilícita destas fora de seu país, proteger a criança em relação ao acesso a informações, visando garantir o seu bem-estar social, espiritual, moral e sua saúde física e mental, assegurar que ambos os pais tenham obrigações em relação à educação e desenvolvimento da criança.
8 - O Estado também deve adotar medidas para proteger a criança contra todas as formas de violência física ou mental, assegurar a proteção a todas as crianças privadas da convivência familiar, legislar adequadamente sobre a adoção, quando ela for permitida, criar proteções especiais para a criança refugiada, para a criança portadora de deficiências físicas ou mentais, garantir a todas o melhor possível de saúde, dentre outros. padrão
9 - Infrações penais/atos infracionais: o art. 40 da Convenção determina que toda criança que tenha praticado atos infracionais ou seja suspeita disso deve ser tratada de modo a promover e estimular seu sentido de dignidade e valor e a fortalecer seu respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais de terceiros, levando em consideração sua díade e a importância de estimular sua reintegração à sociedade.
10 - Toda criança de quem se alegue ou que seja acusada de ter infringido as leis penais deve ter asseguradas, no mínimo, estas garantias: - ser considerada inocente enquanto não for comprovada sua culpabilidade conforme a lei;
11 - ser informada sem demora e diretamente ou, quando for o caso, por intermédio de seus pais ou de seus representantes legais, das acusações que pesam contra ela, e dispor de assistência jurídica ou outro tipo de assistência apropriada para a preparação e apresentação de sua defesa;
12 - ter a causa decidida sem demora por autoridade ou órgão judicial competente, independente e imparcial, em audiência justa conforme a lei, com assistência jurídica ou outra assistência e, a não ser que seja considerado contrário aos melhores interesses da criança, levando em consideração especialmente sua idade ou situação e a de seus pais ou representantes legais;
13 - não ser obrigada a testemunhar ou a se declarar culpada, e poder interrogar ou fazer com que sejam interrogadas as testemunhas de acusação bem como poder obter a participação e o interrogatório de testemunhas em sua defesa, em igualdade de condições; - se for decidido que infringiu as leis penais, ter essa decisão e qualquer medida imposta em decorrência da mesma submetidas a revisão por autoridade ou órgão judicial superior competente, independente e imparcial, de acordo com a lei;
14 - contar com a assistência gratuita de um intérprete caso a criança não compreenda ou fale o idioma utilizado; - ter plenamente respeitada sua vida privada durante todas as fases do processo.
15 - A Convenção tem três protocolos facultativos: sobre o Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados, sobre a Venda de Crianças, Prostituição e Pornografia Infantil e sobre um procedimento de comunicações (não-ratificado). - Há, também, um sistema de Regras Mínimas para o tratamento de crianças envolvidas em práticas criminosas.
16 - Regras Mínimas da ONU para a Administração da Justiça da Infância e Juventude (Regras de Beijing); - Regras Mínimas da ONU para a Proteção dos Jovens Privados de Liberdade e as Diretrizes das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquência Juvenil (Diretrizes de Riad).
17 - Comitê para os Direitos da Criança: dez especialistas de reconhecida integridade moral e competência nas áreas cobertas pela convenção, que serão eleitos pelos Estados e exercem as funções a título pessoal. - Mandatos de quatro anos, sendo permitida a reeleição. - Recebe relatórios, faz comentários gerais e pode solicitar informações aos Estados.
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