EXPANSÃO E PRIVATIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR DE HISTÓRIA: MAPEAMENTO DO MERCADO DE FORMAÇÃO DE HISTORIADORES

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1 EXPANSÃO E PRIVATIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR DE HISTÓRIA: MAPEAMENTO DO MERCADO DE FORMAÇÃO DE HISTORIADORES NOME DO ALUNO: KAMILLA FRANSOZI LIBERATO DE SOUSA ORIENTADOR: NORMA LUCIA DA SILVA/ BRAZ BATISTA VAS RESUMO: Esta pesquisa tem por base analisar o processo de expansão e privatização dos cursos superiores de História no Brasil, focando nesse momento nas informações das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, ofertados por instituições privadas, a partir do levantamento do quantitativo de cursos, onde estão localizados, o grau (Licenciatura e/ou Bacharelado) ofertado a modalidade (presencial e/ou à distância) e a qualidade dos cursos a partir das notas obtidas Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE). Esses dados são de fundamental importância, pois compreendemos a importância dessas fontes para o nosso objeto de pesquisa. As leituras, principalmente, da tese de SILVA e FERREIRA (2011), deram a direção para que essa pesquisa fosse melhor compreendida, já que nos deparamos com a dificuldade por materiais que abordem sobre esse assunto. Para a execução deste trabalho foram feitas a revisão e análise da literatura constante no projeto, por meio de artigos, teses e dissertações sobre a temática da institucionalização dos cursos superiores de História e da privatização do ensino superior. Paralelamente a leitura da bibliografia pesquisamos no Banco de Dados do INEP, disponível no portal <emec.mec.gov.br>, na qual foram levantados dados referentes aos cursos de História ofertados pelas instituições privadas, sua localidade, o início de funcionamento, o grau oferecido e a nota no ENADE. Esses foram organizados em uma tabela que segue anexa. Palavras-chave: ENSINO DE HISTÓRIA; INSTITUCIONALIZAÇÃO DE CURSOS; PRIVATIZAÇÃO. INTRODUÇÃO: Este trabalho busca analisar o processo de expansão e privatização dos cursos superiores de História no Brasil. O objeto deste projeto de pesquisa se ocupou da expansão e privatização dos cursos, fazendo o levantamento do quantitativo de cursos, onde estão localizados, o grau (Licenciatura e/ou Bacharelado) ofertado, a modalidade (presencial e/ou à distância) e a qualidade dos cursos a partir das notas obtidas Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE). Esta pesquisa foi realiza a partir dos dados do Banco de Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) do Ministério da Educação

2 (MEC), que contém informações sobre as instituições mantenedoras de todos os cursos superiores do país e dados sobre a localidade dos cursos, o início de funcionamento, a data de reconhecimento, turno, grau (bacharelado e/ou licenciatura), modalidade (presencial e/ou à distância), nota no ENADE, dentre outras. Este mesmo levantamento já foi realizado em relação aos cursos ofertados por instituições públicas, como se verifica no trabalho de SILVA & FERREIRA (2011), o que nos levou a constatação de que a maioria destes, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país, foi instituída visando diplomar professores, não havendo maiores preocupações com a pesquisa histórica ou com a formação do campo historiográfico. O projeto ora proposto busca realizar essa mesma análise em relação aos cursos mantidos pela iniciativa privada. Este trabalho se insere em uma perspectiva de abordagem que busca contribuir como os demais autores acima citados, para o campo da pesquisa sobre a institucionalização dos cursos universitários de História, buscando, além disso, as abordagens de como se deu esse processo nas mais diversas regiões desse país e qual é a sua ligação com a profissionalização dos professores de História que atuam nas escolas de educação básica. Este trabalho busca apresentar a trajetória da institucionalização do Ensino de História no Brasil, com o perfil dos cursos superiores institucionalizados ou encampados por instituições privadas e por cursos à distância no país. MATERIAL E MÉTODOS Para a execução deste trabalho iniciamos com a revisão e análise da literatura constante no projeto, com artigos, teses e dissertações sobre a temática da institucionalização dos cursos superiores de História e da privatização do ensino superior. Paralelamente a leitura da bibliografia pesquisamos no Banco de Dados do INEP, disponível no portal < emec.mec.gov.br >, levantando os dados referentes aos cursos de História ofertados por instituições privadas. Levantamos os dados sobre a instituição, a localidade, o início de funcionamento, o grau oferecido e a nota no ENADE. Esses dados foram organizados em tabelas, que poderão, noutra fase da pesquisa, gerar mapas e gráficos sobre a oferta dos cursos nas diversas regiões do país.

3 Após a coleta de dados iniciamos a sistematização e análise dos dados, buscando relacionar os dados com a legislação educacional e com os debates no campo historiográfico. O trabalho foi desenvolvido nas seguintes etapas: 1. Revisão Bibliográfica; 2. Pesquisa no Banco de Dados do INEP; 3. Sistematização e análise dos dados da pesquisa; 4. Elaboração de relatórios parcial e final; 5. Produção de artigo para publicação. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi iniciado o levantamento dos dados através do site do MEC em 2012/2013. Iniciamos a tabela com os seguintes tópicos, Instituição, sigla, código, Presencial/Distância, Região, Cidade/Estado, Início do funcionamento, Autorização, Reconhecimento de curso, Vagas, Periodicidade (Integralização), Carga Horária Mínima, Grau, Situação e Conceito do ENADE. Coletamos todos os dados da região Centro Oeste, com Brasília - DF, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A partir destes dados coletados percebemos as disparidades de cada região como, por exemplo, o fato de as instituições mais antigas e de educação presencial disponibilizarem mais informação do que as instituições novas, e as instituições de educação à distância terem maior número de vagas, periodicidade (integralização) e carga horária mínima, e em seus registros, na grande maioria (ou todas elas), não consta o reconhecimento de curso e o Conceito do ENADE. O mesmo ocorreu com a região Nordeste, em função da busca de dados para compor a tabela. Foram analisados os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe. Desses, iniciamos por Alagoas, por termos formulado a tabela base em ordem alfabética, e procedemos da mesma forma com as informações para este relatório. O uso de aportes teóricos foi fundamental para a concretização da pesquisa, mais que a prática, os aportes teóricos nos deram a direção para compor este projeto. Hoje, 2013/2 a biblioteca nos tem dado um amparo maior, já que a mesma está se equipando com novos livros sobre a temática Ensino de História.

4 O que podemos perceber por meio do material estudado, é a ausência de fiscalização e a total carência em investimento para o ensino de História. As instituições privadas aqui pesquisadas se utilizam, de modo geral, de métodos ultrapassados, e tem dificuldades em se renovarem constantemente. Muitas dessas instituições funcionam sem alvará de autorização, reconhecimento ou mesmo nota do ENADE. As instituições que mais ofertam vagas são as que mais estão irregulares. O que realmente nos preocupa, pois, estão valorizando somente quantidade e não qualidade para ensino. LITERATURA CITADA BORGES, Simone Aparecida. Os cursos de história da Universidade Católica de Goiás e da Universidade Federal de Goiás: um olhar histórico (Dissertação de Mestrado em Educação). Universidade Federal de Goiás, Goiânia, BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Filosofia, História, Geografia, Serviço Social, Comunicação Social, Ciências Sociais, Letras, Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia. Brasília, DF: Abril/2001. p BRASIL. Ministério da Educação. Sistema E-Mec. Disponível: < > FERREIRA, Marieta de Moraes. Notas sobre a institucionalização dos cursos universitários de história no Rio de janeiro. In: GUIMARÃES, Manoel Luís Salgado (Org). Estudos sobre a escrita da história. Rio de janeiro: 7 Letras, LAMBERT, Peter; SCHOFIELD, Phillipp. História - Introdução ao Ensino e à Pratica. História - Ensino e Prática. Tradução: Roberto cataldo Costa. Porto Alegre: Penso, p RODRIGUES, Maria Cristina de Matos. A institucionalização da formação superior em história: o curso de geografia e história da UPA/URGS (Dissertação de Mestrado em História). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, ROIZ, Diogo da Silva. A institucionalização do ensino universitário de história na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo entre (Dissertação de Mestrado em História). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Franca, SCHMIDT, Maria Auxiliadora Moreira dos Santos. Revista História da Educação- RHE: História do Ensino de História no Brasil; Uma Proposta de Periodização. UFPR, Porto Alegre, v.16, n. 37, p , maio/ago SILVA, Norma Lucia da; FERREIRA, Marieta de Moraes. Os caminhos da institucionalização do ensino superior de história. História & Ensino, Londrina, v. 02, n. 17, p , jul./dez

5 SILVA, Norma Lucia da. Institucionalização do Ensino Superior de História e Profissionalização Docente no Interior do Brasil - Araguaína, TO ( ) (Tese de Doutorado em História). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, AGRADECIMENTOS A Professora Norma Lucia da Silva, que acompanhou a fase inicial da pesquisa, e ao Professor Braz Batista Vas, tem acompanhou o segundo semestre de desenvolvimento da pesquisa. Agradeço o grande apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil, que favoreceu a nossa pesquisa, e contribuiu inteiramente para a sua elaboração. Também agradeço ao apoio da UFT para a realização do presente trabalho.