s I sit e 4110".,/ &:' ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. JORGE RIBEIRO NÓBREGA ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N. 200.2006.008339-71001, Comarca da Capital. RELATOR :Des. JORGE RIBEIRO NÓBREGA APELANTE :Severino Felix ADVOGADOS :Glauber Gusmão Costa e José Mário Porto APELADO :HSBC Bank Brasil S/A ADVOGADOS :Andréa Fialho Pessoa Pontes e outros 1111,- ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA INADIMPLEMENTO - BUSCA E APREENSÃO NOTIFICAÇÃO PRÉVIA EFETUADA POR CARTÓRIO DE OUTRO ESTADO AUSÊNCIA DE REQUISITO INDISPENSÁVEL PARA PROPOSITURA DA AÇÃO PREJUÍZO INOCORRÊNCIA DESPROVIMENTO DO RECURSO. Em caso de inadimplemento no contrato de alienação fiduciária, constitui requisito para propositura da ação de busca e apreensão a notificação prévia do devedor fiduciário. E mesmo providenciado o protesto, que junto com a notificação é uma das formas ensejadoras da busca e apreensão, necessário se torna que seja anexada à ação intentada, a efetiva comprovação da mora, no caso, a inequívoca ciência do requerido. Inexiste na Lei a obrigatoriedade de que o protesto e a notificação sejam efetuados por Cartório localizado no domicílio do réu. VISTOS, relatados e discutidos os autos acima referenciados. ACORDAM, em Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, na conformidade do voto do relator e da súmula de julgamento de fls. 80, por votação unânime, NEGAR PROVIMENTO À APELAÇÃO. Relatório Na comarca da Capital, HáBC Bank ãrasil S/A, através de seu representante legal, ingressou com Ação de Busca e Apreensão em face de Severino Felix, alegando que firmou com o promovido um Contrato de Abertura de Crédito com Alienação Fiduciária e Outras Avenças, para aquisição de um automóvel, no entanto, o promovido encontra-se inadimplenté em 04 (quatro) prestações. Requereu, liminarme e a busca e apreensão. do veículo, e, ao final, a
e consolidação da posse, com a propriedade efetiva do bem, e a condenação do suplicado ao pagamento total da dívida, mais multa contratual e demais despesas. 2 O MM. Juiz, em decisão de fls. 24, concedeu liminarmente a busca e apreensão, cujo mandado foi devidamente cumprido às fls. 27. Feita a citação(fls. 26), o réu ofereceu contestação(fls. 28/30), seguindo-se a impugnação(fls. 39/40) e sentença(fls. 45/46). lrresignada, recorre o requerido(fis. 48/50), aduzindo, em síntese, que o contrato foi celebrado em João Pessoa e a notificação foi feita por Cartório de Minas Gerais, causando-lhe sérios prejuízos. Ademais, houve por parte da autora um reconhecimento tácito da continuidade do contrato tendo em vista que a mesma continuou recebendo os meses subseqüentes do cobrado em sede judicial. Oferecidas as contra-razões(fls. 58/61), foram os autos remetidos a este Tribunal onde, instada a se pronunciar, a douta Procuradoria de Justiça opinou, em razão eirt da ausência de interesse público, pela sua não intervenção no feito(fls. 68/70). É o relatório. VOTO: O EXMO. DES. JORGE RIBEIRO NÓBREGA (RELATOR) Através do presente recurso pretende o apelante anular a decisão que julgou procedente a ação de busca e apreensão, sob alegação de irregularidade ocorrida por ocasião da notificação extrajudicial de fls. 13 e sob alegação de _ aceitação tácita da prorrogação do contrato. Com efeito, para ingressar com a Ação de Busca e Aprednsão, fundada em inadimplemento de contrato de Alienação fiduciária, é imprescindível que a inicial venha acompanhada com a comprovação da notificação preliminar. Essa exigência está expressamente prevista no Decreto Lei n 911/69, in verbis: " A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por carta registrada expedida por intermédio de Cartório de Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor". É certo que, tão logo vencidas e não pagas as prestações, está caracterizado o atraso, no entanto, faz-se necessário que a mora seja materializada e comprovada, por meio de notificação por carta registrada expedida por Cartório de Títulos ou pelo protesto do título, o que ocorreu no caso em tela. Ora, a lei não obriga que a notificação seja feita por Cartório sediado no domicílio do demandado. Além do mais, não se vislumbra nenhum cerceamento de defesa ou prejuízo com isso, até porque, a ciência inequívoca do atraso se deu por Carta com AR, conforme c6nsta da declaração de fls. 14, emitida pela Empresa de Correios e Telégrafos(fls. 14). Tal imposição é de bom alvitre, pois, embora furtando-se ao pagamento, dando, causa ao atraso, sem satisfazer as prestações, tém o devedor fiduciário o direito de ser notificado, conc e do-lhe oportunidade para purgar a mora.
1 ' : 3 Com efeito, providenciado o protesto, que junto com a notificação, é uma das formas ensejadoras da busca e apreensão, preenchidos estão os requisitos à efetiva comprovação da mora, no caso, a inequívoca ciência da requerido. Nesta linha, têm se manifestado os Tribunais de Justiça: BUSCA E APREENSÃO FUNDADA NO DL 911/69 - NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA MORA DO DEVEDOR - NOTIFICAÇÃO APRESENTADA NO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS SEM COMPROVAÇÃO DE SEU RECEBIMENTO PELO DESTINATÁRIO - FALTA DE INTERESSE PARA PROPOR AÇÃO QUE EXIGE TAL COMPROVAÇÃO FORMAL - ART. 960, CCB, QUE NÃO SE APLICA À ESPÉCIE - FALTA DE COMPROVAÇÃO DA MORA QUE NÃO SE SUPRE PELA CITAÇÃO INICIAL PARA A AÇÃO - RECURSO NÃO PROVIDO - Para reclamar a busca e apreensão fundada no Decreto-lei n 911/69, o credor deve comprovar a prévia notificação do devedor, sem o que não tem interesse para agir. Se a lei exige expressamente tal comprovação, 11:p não se aplica à espécie o art. 960, do Código Civil. Em face da exigência da lei especial, a falta de comprovação da mora não é suprida pela citação realizada no processo, até porque este só pode instaurar-se à vista daquela prova. (TJMS - AC 59.614-5/01 - Classe B - XXI - Cassilândia - / a T.Civ. - Rel. Des. Jorge Eustácio da Silva Friad - J. 26.10.1999) DIREITO CIVIL - Alienação fiduciária em garantia - Busca e apreensão - Alegação de nulidade por ausência de notificação prévia - Limites da defesa do devedor fiduciário. A prova da mora, nas ações de busca e apreensão baseada no Decreto- Lei n 911/69, dar-se-á por carta registrada ou pelo protesto do titulo, cingindo-se a defesa do devedor à alegação de pagamento do débito ou de cumprimento das obrigações contratuais. Inteligência do art. 2, 2, do Decreto-Lei n 911/69. Recurso IRA conhecido e desprovido. (TJDF - AC 4682197 - (Reg. 22) - 3a Isky T.Civ. - ReL Des. George Lopes Leite - DJU 09.12.1999) BUSCA E APREENSÃO - PRÉVIA NOTIFICAÇÃO DO DEVEDÓR - IMPRESCINDIBILIDADE - CARTA ENVIADA POR "AR" E DEVOLVIDA PELOS CORREIOS - 'IMPOSSIBILIDADE DE SE PRESUMIR COMPROVADA A MORA - Carta remetida ao alienante fiduciário não tendo sido recebida no endereço de destino, sendo devolvida pelos correios ao Cartório de Notas, não serve para comprovar a sua notificação, não restando, pois, configurada a mora do devedor. Recurso improvido. (TAMG - AC 0291607-4 - 2a Rel. Juiz Delmival Almeida Campos - J. 16.11.1999) _- Assim, nos termos do art. 2 0, 3, do DL n 911/69, e do enunciado da Súmula n 72 do S.T.J., a comprovação da mora do devédor fiduciário é prévia e deve esgotar-se no plano extrajudicial, caracterizando-se como condição, imprescindível para o ajuizamento da ação dj busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, sob pena de violar o direito-garantia fundamental
1, assecuratório de que ninguém poderá ser privado de seus bens sem o devido processo legal (art. 5, incisos LIV e LV, da CF/88). Sobre a aceitação tácita de prorrogação do contrato, conforme bem dito na sentença guerreada, "a prova da inadimplência resulta da notificação, contra o qual não há qualquer impugnação, implicando no vencimento antecipado das obrigações contratuais(art. 2, 30, Decreto-Lei n 911169). Embora o promovido tenha afirmado que não estava devendo quatro parcelas do financiamento, confessou estar devendo três, e mesmo intimado para comprovar que pagou estas três parcelas não o fez, continuando a inadimplência, pouco importando que tenha pagado parcelas posteriores"(sic). Com isso, não há que se falar em aceitação tácita da prorrogação do contrato de arrendamento. 4 Por essas razões, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO, para confirmar a sentença de primeiro grau em todos os seus termos. 11110 É o meu voto. Presidiu o julgamento, com voto, o Exmo. Des. Luiz Silvio Ramalho Júnior, dele participando o Exmo. Des. Abraham Lincoln da Cunha Ramos. Presente a Exma. Dra. Maria Edligia Chaves Leite, Promotora de Justiça convocada. Sala de Sessões da Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado d.. aíba, em 14 de março de 2007. -sf of<2bpf oz()nó, 1:i 1 /á t r 4
. I. I. \C4 1... \ C.; \ k:13' f.p..ek.,----., cf..-- 1110.