A evolução da mortalidade dos idosos no Distrito Federal na Periferia Metropolitana de Brasília (PMB) entre 2000 e 2013

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Transcrição:

A evolução da mortalidade dos idosos no Distrito Federal na Periferia Metropolitana de Brasília (PMB) entre 2000 e 2013 Palavras-chave: Idosos; Mortalidade do idoso; Distrito Federal; Periferia Metropolitana de Brasília.

1. INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional é tema de vários estudos que procuram compreender a transição demográfica e epidemiológica, a fim de contribuir para a formulação de políticas públicas que visem a melhoria da qualidade de vida. Compreender a mortalidade da população idosa vai de encontro às necessidades de conhecimento das fragilidades dessa população, cada vez mais numerosa, bem como as causas que levam esse grupo ao óbito. Estas análises possibilitarão conhecer a evolução da mortalidade em ambas as localidades estudadas, suas similaridades e suas diferenças de forma a melhor orientar os gestores na adoção de medidas preventivas, principalmente em relação às causas de morte evitáveis. O objetivo deste estudo foi analisar a evolução da mortalidade no Distrito Federal e na Periferia Metropolitana de Brasília PMB 2 da população de 60 anos e mais, entre 2000 e 2013, considerando os agrupamentos de causas de morte elaborados pela Organização Mundial de Saúde. 2. MATERIAL E MÉTODOS As análises realizadas referem-se à mortalidade da população de 60 anos e mais, no período de 2000 a 2013. Os dados utilizados neste trabalho são provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), sistema gerido pelo Departamento de Análise de Situação de Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, em conjunto com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Estas informações estão disponibilizadas no site do Departamento de Informática do SUS Datasus (www.datasus.gov.br). As causas de morte são agrupadas segundo o Código Internacional de (CID), que permite que as classificações sejam utilizadas de forma padronizada em todo o mundo. Como são realizadas atualizações periódicas, a partir de 1996 passou-se a utilizar a CID-10, por estar na sua 10ª revisão, a partir da qual passou a ter a seguinte denominação: Classificação Estatística Internacional de e Problemas Relacionados à Saúde CID-10. 2 Considerou-se para este estudo como sendo a Periferia Metropolitana de Brasília PMB, o conjunto dos municípios limítrofes do Distrito Federal, a saber: Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás. 1

Para a classificação das causas de óbito foram utilizados os capítulos da CID 10 e a lista de categorias de causas de morte proposta pela Organização Mundial de Saúde-OMS (Becker et al, 2006). Inicialmente, será apresentado o ranking de morte dos idosos considerando os capítulos da CID-10. A partir da lista da OMS, que por agrupar as categorias de causas de morte de forma mais detalhada, será possível identificar grupos de causas de morte mais específicos. Assim, será também apresentado o ranking das 10 principais causas de morte para o DF e para a PMB, considerando a lista proposta pela OMS. A partir dessa lista, foi calculada a taxa específica de mortalidade ou risco (TEM) 3, por sexo das pessoas com 60 anos e mais de idade.. Para a análise de risco foram considerados os óbitos em dois períodos a fim de obtermos informações robustas passíveis de análises comparativas, de forma a analisar a evolução do risco de morte em dois pontos da década. Os períodos considerados foram os seguintes triênios: o primeiro triênio, no início da década, considerando os dados dos anos 2000 a 2002; e o segundo triênio considerando as informações mais recentes disponíveis, que foi o período entre 2011 e 2013. Para tanto se considerou a média de óbitos dos triênios e a população com 60 anos e mais no meio de cada período. Neste caso, a população de 2001 para o primeiro triênio e a população de 2012, para o segundo triênio. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dentre os óbitos das pessoas de 60 anos e mais, verificou-se em todo o período, tanto no Distrito Federal quanto na PMB, maior participação das mortes por doenças do aparelho circulatório, neoplasias e doenças do aparelho respiratório. No período analisado, houve um aumento do peso das causas externas, que passou a ser a sexta causa de morte tanto no Distrito Federal quanto na PMB (Quadro 1 e Quadro 2). Há que se destacar o fato das causas mal definidas ainda estarem entre as 10 principais causas de óbitos tanto em 2000 quanto em 2013 na PMB, enquanto que, no Distrito Federal, este grupo de causa deixou de constar na lista dos 10 principais grupos de causa de morte em 2013 (Quadro 1 e Quadro 2). 3 A taxa de mortalidade (ou risco) é dada pela razão de óbitos de determinada causa, sexo e idade e a população residente do mesmo sexo e faixa de idade. Essa taxa é dada pela razão entre o número de óbitos pela causa analisada e a população da faixa de idade estudada, ajustada ao meio do ano, multiplicada por 100 mil. 2

Quadro 1 - das principais causas de morte da população de 60 anos e mais, segundo capítulos da CID-10. DF. 2000 e 2013 2000 2013 1 IX. do aparelho circulatório 1 IX. do aparelho circulatório 2 II. Neoplasias (tumores) 2 II. Neoplasias (tumores) 3 X. do aparelho respiratório 3 X. do aparelho respiratório 4 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 4 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 5 XI. do aparelho digestivo 5 XI. do aparelho digestivo 6 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 6 XX. externas de morbidade e mortalidade 7 XVIII. mal definidas 7 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 8 XX. externas de morbidade e mortalidade 8 VI. do sistema nervoso 9 XIV. do aparelho geniturinário 9 XIV. do aparelho geniturinário 10 VI. do sistema nervoso 10 V. Transtornos mentais e comportamentais. Quadro 2 - das principais causas de morte da população de 60 anos e mais, segundo capítulos da CID-10. PMB. 2000 e 2013 2000 2013 1 IX. do aparelho circulatório 1 IX. do aparelho circulatório 2 II. Neoplasias (tumores) 2 II. Neoplasias (tumores) 3 XVIII. mal definidas 3 X. do aparelho respiratório 4 X. do aparelho respiratório 4 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 5 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 5 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 6 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 6 XX. externas de morbidade e mortalidade 7 XX. externas de morbidade e mortalidade 7 XI. do aparelho digestivo 8 XI. do aparelho digestivo 8 XVIII. mal definidas 9 XIV. do aparelho geniturinário 9 VI. do sistema nervoso 10 VI. do sistema nervoso 10 XIV. do aparelho geniturinário Considerando os diferenciais por sexo, foram poucas as diferenças entre homens e mulheres tanto no DF quanto na PMB. Em 2000, os mesmos capítulos da CI 10 aparecem tanto para homens, quanto para mulheres. Na PMB, a diferença, foi que, entre os homens, os transtornos mentais aparecem entre as principais causas de morte e, entre as mulheres, foi o capítulo de doenças do sistema nervoso (Quadros 2,1a 2.4). Em 2013, os capítulos da CID 10 são os mesmos para ambos os sexos no DF e na PMB, exceto pelo fato de aparecer o capítulo das causas externas apenas PMB para homens e mulheres (Quadros 2,1a 2.4). 3

Quadro 2.1 - das principais causas de morte de homens com 60 anos e mais, segundo capítulos da CID-10. DF. 2000 e 2013 2000 2013 1 IX. do aparelho circulatório 1 IX. do aparelho circulatório 2 II. Neoplasias (tumores) 2 II. Neoplasias (tumores) 3 X. do aparelho respiratório 3 X. do aparelho respiratório 4 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 4 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 5 XI. do aparelho digestivo 5 XI. do aparelho digestivo 6 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 6 XX. externas de morbidade e mortalidade 7 XX. externas de morbidade e mortalidade 7 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 8 XVIII. mal definidas 8 VI. do sistema nervoso 9 XIV. do aparelho geniturinário 9 XIV. do aparelho geniturinário 10 VI. do sistema nervoso 10 V. Transtornos mentais e comportamentais Quadro 2.2 - das principais causas de morte de mulheres com 60 anos e mais, segundo capítulos da CID-10. DF. 2000 e 2013 2000 2013 1 IX. do aparelho circulatório 1 IX. do aparelho circulatório 2 II. Neoplasias (tumores) 2 II. Neoplasias (tumores) 3 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 3 X. do aparelho respiratório 4 X. do aparelho respiratório 4 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 5 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 5 XI. do aparelho digestivo 6 XI. do aparelho digestivo 6 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 7 XVIII. mal definidas 7 XX. externas de morbidade e mortalidade 8 XX. externas de morbidade e mortalidade 8 VI. do sistema nervoso 9 XIV. do aparelho geniturinário 9 XIV. do aparelho geniturinário 10 VI. do sistema nervoso 10 V. Transtornos mentais e comportamentais Quadro 2.3 - das principais causas de morte de homens, segundo capítulos da CID-10. PMB. 2000 e 2013 2000 2013 1 IX. do aparelho circulatório 1 IX. do aparelho circulatório 2 II. Neoplasias (tumores) 2 II. Neoplasias (tumores) 3 XVIII. mal definidas 3 X. do aparelho respiratório 4 X. do aparelho respiratório 4 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 5 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 5 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 6 XX. externas de morbidade e mortalidade 6 XX. externas de morbidade e mortalidade 7 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 7 XI. do aparelho digestivo 8 XI. do aparelho digestivo 8 XVIII. mal definidas 9 XIV. do aparelho geniturinário 9 VI. do sistema nervoso 10 V. Transtornos mentais e comportamentais 10 XIV. do aparelho geniturinário. 4

Quadro 2.4 - das principais causas de morte de homens, segundo capítulos da CID-10. PMB. 2000 e 2013 2000 2013 10 XIV. do aparelho geniturinário 10 XIV. do aparelho geniturinário Riscos de Morte Distrito Federal Os resultados mostraram que, no DF, a mortalidade de idosos caiu 14,11%, entre os triênios considerados. Foram 3.068 mortes para cada 100 mil idosos no 2º triênio, contra 3.572 mortes para cada 100 mil no 1º. Na PMB, a redução do risco de morte foi menor: 3,38%, passando de 3.439/100 mil pra 3.322 para cada 100 mil idosos. Foi observado que, enquanto no 1º triênio a chance de morte das pessoas com 60 anos e mais foi maior no DF, no triênio 2011-2013, o risco passa a ser maior na PMB, tanto para homens quanto para as mulheres. Considerando os diferenciais por sexo, observou-se que em ambas as localidades, o risco de morte dos idosos do sexo masculino foi maior (Tabela 1). 1 IX. do aparelho circulatório 1 IX. do aparelho circulatório 2 II. Neoplasias (tumores) 2 II. Neoplasias (tumores) 3 XVIII. mal definidas 3 X. do aparelho respiratório 4 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 4 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 5 IV. endócrinas nutricionais e metabólicas 5 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 6 X. do aparelho respiratório 6 XX. externas de morbidade e mortalidade 7 XI. do aparelho digestivo 7 XI. do aparelho digestivo 8 XX. externas de morbidade e mortalidade 8 VI. do sistema nervoso 9 VI. do sistema nervoso 9 XVIII. mal definidas Tabela 1: Taxas Específicas de Mortalidade da população de 60 anos e mais segundo sexo e razão de risco. Distrito Federal e Periferia Metropolitana de Brasília, triênios 2000-2002 e 2011-2013 (por 100 mil) 2000-2002 2011-2013 Localidade Homens Mulheres Total Razão de Risco (Homem/Mulher) Homens Mulheres Total Razão de Risco (Homem/Mulher) DF 4.097 3.153 3.572 1,30 3.564 2.693 3.068 1,32 PMB 3.758 3.114 3.439 1,21 3.681 2.978 3.322 1,24 Considerando a lista das principais causas de morte proposta pela OMS, para os triênios 2000-2002 e 2011-2013, verificou-se que, no Distrito Federal, no 1º triênio, o principal grupo causa de morte da população com 60 anos e mais de idade foi de doenças cerebrovasculares, cuja TEM encontrada foi de 458,47/100 mil idosos, seguido das 5

doenças isquêmicas do coração, com 399,60/100 mil e diabetes, com 239,04/100 mil. No 2º triênio, o ranking das dez principais causas de morte pouco muda. No entanto, enquanto quase todas as causas apresentaram redução nos risco de morte dos idosos, o grupo de causas influenza e pneumonia apresentou aumento de 58,10% na chance de morte da população estudada. As doenças crônicas das vias aéreas inferiores registraram aumento de 32,96% nas taxas de morte. A demência e doenças de Alzheimer, que no período 2000-2002 não haviam aparecido entre as primeiras causas de morte, aparecem entre as principais causas e o aumento da chance de um idoso vir a óbito, aumenta em cinco vezes quando comparado ao 1º triênio. (Tabelas 2a e 2b) Tabela 2a: Taxas Específicas de Mortalidade da população total de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Distrito Federal, triênio 2000-2002 (por 100 mil) Óbitos Taxa de mortalidade (média 2000-2002) (óbitos/ 100.000 hab.) Total de óbitos 4005 3.572,29 mal definidas 193 172,15 Total de óbitos por causas definidas 3812 3.400,14 1 cerebrovascular (I60-I69) 514 458,47 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 448 399,60 3 Diabetes (E10-E14) 268 239,04 4 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 210 187,31 5 hipertensivas (I10-I15) 179 159,66 6 Influenza e pneumonia (J10-J18) 156 139,15 7 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 147 131,12 8 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 139 123,98 9 Cardiomiopatias (I42) 10 Demência e doenças de Alzheimer (F01, F03, G30) 141 69,24 Tabela 2b: Taxas Específicas de Mortalidade da população total de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Distrito Federal, triênio 2011-2013 (por 100 mil) Óbitos Taxa de mortalidade (média 2011-2013) (óbitos/ 100.000 hab.) Total de óbitos 6248 3.068,17 mal definidas 50 24,55 Total de óbitos por causas definidas 6198 3.043,62 1 cerebrovascular (I60-I69) 678 332,94 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 600 294,64 3 Influenza e pneumonia (J10-J18) 448 220,00 4 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 355 174,33 5 Diabetes (E10-E14) 334 164,02 6 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 329 161,56 7 hipertensivas (I10-I15) 196 96,25 8 Neoplasia maligna da traquéia, bronquios e pulmão (C33 E C34) 195 95,76 9 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, 157 77,10 A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 10 Demência e doenças de Alzheimer (F01, F03, G30) 141 69,24. 6

Entre os homens, observou-se que, praticamente todas as dez principais causas no triênio 2000-2002, se repetiram no período 2011-2013, O único grupo de causas que apareceu no 1º triênio e não mais no 2º, foi o das cardiomiopatias. E aquele que só apareceu no 2º triênio foi o da Insuficiência cardíaca e complicações e doenças cardíacas mal definidas, cuja TEM passou de 130,48/100 mil homens com mais de 60 anos de idade para 213,53/100 mil, representando um aumento de 63,65% no período. O outro grupo de causa que apresentou aumento foi o de influenza e pneumonia, cujo risco de morte aumentou 41,83% entre os triênios (Tabelas 3a e 3b) Tabela 3a: Taxas Específicas de Mortalidade da população masculina de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Distrito Federal, triênio 2000-2003 (por 100 mil) Óbitos Taxa de mortalidade (média 2000-2002) (óbitos/ 100.000 hab.) Total de óbitos 2.041 4.097,08 mal definidas 91 182,67 Total de óbitos por causas definidas 1.950 3.914,41 1 cerebrovascular (I60-I69) 248 497,83 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 246 493,82 3 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 119 238,88 4 Diabetes (E10-E14) 109 218,81 5 Neopl malig da prostata (C61) 78 156,58 6 hipertensivas (I10-I15) 77 154,57 7 Cardiomiopatias (I42) 75 150,55 8 Influenza e pneumonia (J10-J18) 75 150,55 9 Neoplasia maligna da traquéia, bronquios e pulmão (C33 E C34) 71 142,52 10 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75- A79, A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 70 140,52 Tabela 3b: Taxas Específicas de Mortalidade da população masculina de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Distrito Federal, triênio 2011-2013 (por 100 mil) Óbitos Taxa de mortalidade (média 2011-2013) (óbitos/ 100.000 hab.) Total de óbitos 3.121 3.563,84 mal definidas 24 27,41 Total de óbitos por causas definidas 3.097 3.536,44 1 hisquêmicas do coração (I20-I25) 328 374,54 2 cerebrovascular (I60-I69) 324 369,97 3 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 187 213,53 4 Influenza e pneumonia (J10-J18) 187 213,53 5 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 165 188,41 6 Diabetes (E10-E14) 154 175,85 7 Neopl malig da prostata (C61) 135 154,16 8 Neoplasia maligna da traquéia, bronquios e pulmão (C33 E C34) 115 131,32 9 hipertensivas (I10-I15) 89 101,63 10 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 72 82,22 Entre as mulheres com 60 anos e mais, os dez principais grupos de causas de morte, pouco mudou entre os triênios estudados. Assim como o verificado na população 7

masculina, as cardiomiopatias, que se destacou no 1º triênio, deixa estar entre as principais causas de morte. No entanto, observou-se aumento no risco de morte em alguns grupos. A chance de uma mulher nessa faixa de idade vir a óbito por influenza e pneumonia aumentou 70,84% entre os triênios considerados. A TEM por Insuficiência cardíaca e complicações e doenças cardíacas mal definidas passou de 131,63 para 144,75 por 100 mil idosas, representando um aumento de 9,97%. No entanto o que mais chamou a atenção para as mulheres nessa faixa de idade foi o aumento do risco de morte por demência ou risco de Alzheimer. No 1º triênio a TEM dessa causa foi de 16,05 para cada 100 mil idosas. No triênio 2011-2013, a chance de morte por essa causa aumentou 4,9 vezes, passando a 78,40 para cada cem mil (Tabelas 4a e 4b) Tabela 4a: Taxas Específicas de Mortalidade da população feminina de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Distrito Federal, triênio 2000-2003 (por 100 mil) Óbitos (média 2000-2002) Taxa de mortalidade (óbitos/ 100.000 hab.) Total de óbitos 1.964 3.152,64 mal definidas 102 163,73 Total de óbitos por causas definidas 1.862 2.988,91 1 cerebrovascular (I60-I69) 266 426,99 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 203 325,86 3 Diabetes (E10-E14) 159 255,23 4 hipertensivas (I10-I15) 102 163,73 5 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 91 146,07 6 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 82 131,63 7 Influenza e pneumonia (J10-J18) 82 131,63 8 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, A82- A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 69 110,76 9 Cardiomiopatias (I42) 53 85,08 10 Neoplasia maligna da mama (C50) 43 69,02 8

Tabela 4b: Taxas Específicas de Mortalidade da população feminina de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Distrito Federal, triênio 2011-2013 (por 100 mil) Óbitos Taxa de mortalidade (óbitos/ (média 2011-2013) 100.000 hab.) Total de óbitos 3.126 2.693,32 mal definidas 26 22,40 Total de óbitos por causas definidas 3.100 2.670,92 1 cerebrovascular (I60-I69) 354 305,00 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 272 234,35 3 Influenza e pneumonia (J10-J18) 261 224,87 4 Diabetes (E10-E14) 180 155,09 5 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 168 144,75 6 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 163 140,44 7 hipertensivas (I10-I15) 106 91,33 8 Neoplasia maligna da mama (C50) 95 81,85 9 Demência e doenças de Alzheimer (F01, F03, G30) 91 78,40 10 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 85 73,23 Ao se comparar as principais causas de morte, verificaram-se semelhanças no ranking das dez principais entre homens e mulheres com 60 anos e mais em ambos os triênios analisados, sendo que as taxas de mortalidade foram maiores para o sexo masculino. No triênio 2000-2002, os riscos de morte são maiores para os homens na maioria das causas, exceto para diabetes e doenças hipertensivas. No período 2011-2013, há uma inversão das TEM por essa causa de morte, uma vez que, o risco dos homens passa a ser maior que o das mulheres. Por outro lado, as mulheres com 60 anos e mais passam a ter maiores chances de óbito por influenza e pneumonia (Figuras 1a e 1b). 500,00 450,00 497,83 426,99 493,82 400,00 350,00 325,86 Homens Mulheres 300,00 250,00 200,00 150,00 238,88 146,07 218,81 255,23 154,57 163,73 150,55 131,63 140,52 110,76 100,00 50,00 - cerebrovascular hisquêmicas do coração crônicas das vias aéreas inferiores Diabetes hipertensivas Influenza e pneumonia Algumas bacterianas, virais e de protozoários Figura 1a: Razão de risco da mortalidade das mulheres em relação aos homens de 60 anos e mais das principais causas de óbito. Distrito Federal, triênio 2002-2003 (por 100 mil) 9

500,00 450,00 400,00 374,54 369,97 350,00 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 234,35 305,00 213,53 144,75 213,53 224,87 188,41 140,44 175,85 155,09 101,63 91,33 Homens Mulheres 82,22 73,23 50,00 - hisquêmicas do coração cerebrovascular Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. Influenza e pneumonia crônicas das vias aéreas inferiores Diabetes hipertensivas Algumas bacterianas, virais e de protozoários Figura 1b: Razão de risco da mortalidade das mulheres em relação aos homens de 60 anos e mais das principais causas de óbito. Distrito Federal, triênio 2011-2013 (por 100 mil) Periferia Metropolitana de Brasília - PMB Na PMB, o que chamou a atenção foi o elevado número de óbitos por causas mal definidas em ambos os triênios considerados. No período 2000-2002, esse grupo de causa de morte ficou em primeiro lugar e em 2001-2013. Apesar da redução de 45,62% entre os triênios, permaneceu em terceiro, com uma TEM de 230,51/100 mil idosos (Tabelas 5a e 5b). Em ambos os períodos, a lista das principais causas de morte se assemelham à do DF. No triênio 2000-2002, a principal causa de morte dos idosos na PMB foi o das doenças cerebrovasculares, cujo risco de morte foi de 404,92 para casa 100 mil pessoas com 60 anos e mais de idade. As doenças isquêmicas do coração e o grupo das doenças bacterianas, virais e de protozoários, que só tiveram óbitos notificados decorrentes da doença de chagas, apareceram em segundo e terceiro lugar, com TEM de 300,52/100 mil e 234,10/100 mil, respectivamente (Tabela 5a). 10

Tabela 5a: Taxas Específicas de Mortalidade da população total de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Periferia Metropolitana de Brasília, triênio 2000-2002 (por 100 mil) Total de óbitos 1.087 3.438,68 mal definidas 134 423,90 Total de óbitos por causas definidas 953 3.014,77 1 cerebrovascular (I60-I69) 128 404,92 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 95 300,53 3 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 74 234,10 4 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 65 205,62 5 Diabetes (E10-E14) 62 196,13 6 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 60 189,81 7 hipertensivas (I10-I15) 53 167,66 8 Cardiomiopatias (I42) 37 117,05 9 Influenza e pneumonia (J10-J18) 30 94,90 10 Neopl malig da prostata (C61) 20 63,27 No triênio 2011-2013, o risco de morte por causas mal definidas ficou em terceiro lugar (de cada 100 mil óbitos de idosos residentes na PMB, 230,51 eram por causas mal definidas), considerando todos os grupos de causas de morte segundo a OMS (Tabela 5). No período 2011-2013, o risco de morte em alguns grupos de causa foi muito superior na PMB, como as doenças hipertensivas aonde a chance dos idosos virem a óbito foi 2,17 vezes maior que no DF, assim como a TEM por doenças bacterianas (que neste caso se resumiram ás doenças de chagas) cujo risco de morte foi 1,62 vezes maior na PMB. O diabetes, terceira causa de morte entre a população de 60 anos e mais residentes na PMB, cuja TEM foi de 228,84 por 100 mil, foi 1,4 vezes maior que a observada no DF (Tabela 5b). Óbitos (média 2000-2002) Taxa de mortalidade (óbitos/ 100.000 hab.) 11

Tabela 5b: Taxas Específicas de Mortalidade da população total de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Periferia Metropolitana de Brasília, triênio 2011-2013 (por 100 mil) Óbitos (média Taxa de mortalidade 2000-2002) (óbitos/ 100.000 hab.) Total de óbitos 1989 3.322,36 mal definidas 139 232,18 Total de óbitos por causas definidas 1849 3.088,51 1 cerebrovascular (I60-I69) 256 427,61 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 195 325,72 3 Diabetes (E10-E14) 137 228,84 4 hipertensivas (I10-I15) 125 208,80 5 Influenza e pneumonia (J10-J18) 115 192,09 6 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 108 180,40 7 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 79 131,96 8 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 9 do sistema urinário (N00-N39) 40 66,81 10 Cardiomiopatias (I42) 40 66,81 Entre os homens com 60 anos e mais residentes na PMB, as causas mal definidas apareceram em primeiro lugar no 1º triênio e em terceiro no 2º. Dentre as 10 principais causas definidas de morte, destacaram-se, em ambos os períodos estudados, as doenças cerebrovasculares, as isquêmicas. Na primeira, para cada 100 mil homens com 60 anos ou mais, o risco de morte foi de 432,90, entre 2000-2002. No triênio 2011-2013, esse risco aumentou 4,02%, passando para 450,30% para cada 100 mil. Na segunda principal causa de morte doenças isquêmicas, a chance de um idoso vir a óbito foi de 307,42/100 mil, no 1º triênio. No período 2011-2013, esse risco aumentou 18,73%, passando para 365,01/100mil. Entre as 10 principais causas, a chance de um homem idoso vir a óbito por diabetes, aumentou 40,46% entre os triênios estudados e o risco de morte por influenza e pneumonia dobrou no mesmo período (Tabelas 6a e 6b). 75 125,28 12

Tabela 6a: Taxas Específicas de Mortalidade da população masculina de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Periferia Metropolitana de Brasília, triênio 2000-2002 (por 100 mil) Óbitos (média Taxa de mortalidade 2000-2002) (óbitos/ 100.000 hab.) Total de óbitos 599 3.758,08 mal definidas 74 464,27 Total de óbitos por causas definidas 525 3.293,81 1 cerebrovascular (I60-I69) 69 432,90 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 49 307,42 3 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 40 250,96 4 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 38 238,41 5 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 31 194,49 6 hipertensivas (I10-I15) 28 175,67 7 Diabetes (E10-E14) 24 150,57 8 Neopl malig da prostata (C61) 20 125,48 9 Cardiomiopatias (I42) 18 112,93 10 Influenza e pneumonia (J10-J18) 15 94,11 Tabela 6b: Taxas Específicas de Mortalidade da população masculina de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Periferia Metropolitana de Brasília, triênio 2011-2013 (por 100 mil) Óbitos (média Taxa de mortalidade 2011-2013) (óbitos/ 100.000 hab.) Total de óbitos 1079 3.680,84 mal definidas 78 266,08 Total de óbitos por causas definidas 1001 3.414,75 1 cerebrovascular (I60-I69) 132 450,30 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 107 365,01 3 Diabetes (E10-E14) 62 211,50 4 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 59 201,27 5 Influenza e pneumonia (J10-J18) 58 197,86 6 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 42 143,28 7 Neopl malig da prostata (C61) 37 126,22 8 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 37 143,28 9 Neoplasia maligna da traquéia, bronquios e pulmão (C33 E C34) 24 81,87 10 Cardiomiopatias (I42) 23 78,46 Entre as mulheres residentes na PMB, em ambos os triênios estudados, observou-se que as dez principais causas de morte são quase as mesmas verificadas para os homens na mesma faixa etária. Também se destacaram as doenças cerebrovasculares, cuja TEM foi de 376,47/100 mil (entre 2000-2002) e de 405,85 por 100 mil no triênio 2011-2013, e as isquêmicas do coração, que figuraram em segundo lugar, em ambos os período considerados (Tabelas 7a e 7b). 13

Chamou a atenção o risco de morte das mulheres com mais de 60 anos por doenças do sistema urinário, que dobrou entre os períodos estudados, passando de 25,52/100 mil para 130,83 por 100 mil (Tabelas 7a e 7b). Tabela 7a: Taxas Específicas de Mortalidade da população feminina de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Periferia Metropolitana de Brasília, triênio 2000-2002 (por 100 mil) Óbitos (média 2000-2002) Total de óbitos 488 3.113,83 mal definidas 60 382,85 Total de óbitos por causas definidas 428 2.730,99 1 cerebrovascular (I60-I69) 59 376,47 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 46 293,52 3 Diabetes (E10-E14) 38 242,47 4 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 35 223,33 5 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 29 185,04 6 hipertensivas (I10-I15) 25 159,52 7 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 25 159,52 8 Cardiomiopatias (I42) 19 121,24 9 Influenza e pneumonia (J10-J18) 15 95,71 10 Neoplasia maligna do útero (C53-C55) 10 63,81 Tabela 7b: Taxas Específicas de Mortalidade da população feminina de 60 anos e mais das dez principais causas de óbito (em ordem decrescente). Periferia Metropolitana de Brasília, triênio 2011-2013 (por 100 mil) Óbitos (média Taxa de mortalidade 2011-2013) (óbitos/ 100.000 Total de óbitos 910 2.978,43 mal definidas 59 193,11 Total de óbitos por causas definidas 850 2.782,05 1 cerebrovascular (I60-I69) 124 405,85 2 hisquêmicas do coração (I20-I25) 88 288,02 3 Diabetes (E10-E14) 75 246,57 4 hipertensivas (I10-I15) 60 195,29 5 Influenza e pneumonia (J10-J18) 56 184,38 6 crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 48 158,20 7 Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. (I50-I51) 42 136,38 8 Algumas bacterianas, virais e de protozoários (A20,A44, A75-A79, A82-A84, A85.2, A90-A96, A98.0-A98.2, A98.8, B50-B57) 33 109,10 9 do sistema urinário (N00-N39) 18 58,91 10 Neoplasia maligna da traquéia, bronquios e pulmão (C33 E C34) 17 54,55 Assim como no DF, ao se comparar os riscos de morte das dez principais causas entre homens e mulheres da mesma faixa etária, residentes na PMB, verificou-se que, na maioria delas as chances de morte foram maiores para os homens. No 1º triênio, os riscos das mulheres são maiores, apenas para diabetes e cardiomiopatias. No 2º triênio, considerando as principais causas de morte em comum a ambos os sexos, as mulheres só superaram os homens nas chances de óbito por diabetes (Figuras 2a e 2b) Taxa de mortalidade (óbitos/ 100.000 hab.) 14

500,00 450,00 400,00 432,90 376,47 350,00 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 307,42 293,52 238,41 223,33 194,49 185,04 250,96 159,52 150,57 242,47 175,67 159,52 112,93 121,24 Homens Mulhers 94,11 95,71 50,00 - cerebrovascular hisquêmicas do coração Algumas bacterianas, virais e de protozoários Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. crônicas das vias aéreas inferiores Diabetes hipertensivas Cardiomiopatias Influenza e pneumonia Figura 2a: Razão de risco da mortalidade das mulheres em relação aos homens de 60 anos e mais das principais causas de óbito. Periferia Metropolitana de Brasília, triênio 2000-2002 (por 100 mil) 500,00 450,00 400,00 450,30 405,85 365,01 350,00 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 288,02 211,50 246,57 201,27 158,20 197,86 184,38 143,28 109,10 143,28 136,38 Homens Mulhers 81,87 54,55 50,00 - cerebrovascular hisquêmicas do coração Diabetes crônicas das vias aéreas inferiores Influenza e pneumonia Algumas bacterianas, virais e de protozoários Insuficiência cardíaca e complicacões e doenças cardíacas mal def. Neoplasia maligna da traquéia, bronquios e pulmão Figura 2b: Razão de risco da mortalidade das mulheres em relação aos homens de 60 anos e mais das principais causas de óbito. Periferia Metropolitana de Brasília, triênio 2011-2013 (por 100 mil) 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O envelhecimento populacional traz consigo questionamentos acerca de como oferecer a essa população condições para vivenciar essa fase com qualidade. Nesse contexto, conhecer o processo de envelhecimento, muitas vezes acompanhado de doenças comuns à essa fase da vida, vem de encontro à necessidade de conhecer a evolução da mortalidade desse grupo populacional. 15

Neste sentido, as políticas públicas terão que enfrentar, por um lado, a situação das famílias e, por outro, a demanda por políticas de saúde que respondam eficazmente às necessidades da população com 60 anos ou mais. Os resultados apresentados mostram que, ainda persistem causas de morte devido a não melhoria da qualidade da assistência médica e do correto diagnóstico. As doenças do sistema circulatório se destacaram em ambas as localidades estudadas, mas chamou atenção a presença do diabetes na lista das principais causas de morte, principalmente entre as mulheres tanto no DF, quanto na PMB.O mesmo acontece com a influenza e pneumonia. Ambas podem ser controladas, o que aponta a necessidade de maior atenção a essas causas. A doença de chagas, que está incluída no grupo de Algumas bacterianas, virais e de protozoários, também se faz presente, de tal forma a incluir este grupo de causas entre as 10 principais. Há que se ressaltar o aumento considerável do risco de morte por demência e doenças de Alzheimer. No DF a chance de um idoso vir a óbito por esse grupo de causa aumentou 5,2 vezes entre os triênios estudados. Na PMB, apesar de não constar entre as dez principais, ficando em 16º lugar no período 2011-2013, o risco de morte por essa causa foi 13 vezes maior que o período anterior, uma vez que a TEM para o 2º triênio foi de 43,43/100 mil contra apenas 3,16/100 mil do 1º. Conforme a publicação da Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas Área Técnica Saúde do Idoso do Ministério da Saúde de 2010: O preconceito contra a velhice e a negação da sociedade quanto a esse fenômeno colaboram para a dificuldade de se pensar políticas específicas para esse grupo. Ainda há os que pensam que se investe na infância e se gasta na velhice. Deve ser um compromisso de todo gestor em saúde compreender que, ainda que os custos de hospitalizações e cuidados prolongados sejam elevados na parcela idosa, também aí está se investindo na velhice. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Datasus. Informações de Saúde: demográficas e socioeconômicas. Disponível em: http://www.datasus.gov.br, visualizado em 30/3/2016. Organização Mundial da Saúde (OMS). CID 10. Tradução do Centro Colaborador da OMS para a Classificação de em Português. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, volume 2, 1997. 16

BECKER, R. et al. A method for deriving leading causes of death. Bulletin of the World Health Organization, [S.l.], v. 84, n. 4, p. 297-304, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Atenção à Saúde da Pessoa Idosa e Envelhecimento. Série Pactos pela Saúde. v. 12. p.39 17