RESUMO. Palavras-chave: Educação, Ensino Religioso, Didática, Formação Docente.



Documentos relacionados
Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

V Seminário de Metodologia de Ensino de Educação Física da FEUSP Relato de Experiência INSERINDO A EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO COPA DO MUNDO.

Entusiasmo diante da vida Uma história de fé e dedicação aos jovens

PLANEJAMENTO ANUAL 2014

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil.

Pontifícia Universidade Católica do Paraná Programa de Pós-Graduação em Educação

LÍDER: compromisso em comunicar, anunciar e fazer o bem.

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO SILMARA SILVEIRA ANDRADE

Projeto Político-Pedagógico Estudo técnico de seus pressupostos, paradigma e propostas

Educar hoje e amanhã uma paixão que se renova. Prof. Humberto S. Herrera Contreras

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

COLÉGIO ESTADUAL PEDRO ARAUJO NETO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO

O PAPEL DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PROJETO MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA

PROJETO MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA

CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA

CUIDAR, EDUCAR E BRINCAR: REFLETINDO SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

WALDILÉIA DO SOCORRO CARDOSO PEREIRA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS

f r a n c i s c o d e Viver com atenção c a m i n h o Herança espiritual da Congregação das Irmãs Franciscanas de Oirschot

Pedagogia Estácio FAMAP

III CONGRESSO DE EDUCAÇÃO CATÓLICA DA ANEC

O Curso de Graduação em Ciências da Religião nas Faculdades Integradas Claretianas em São Paulo

A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL NA ESCOLA: REFLEXÕES A PARTIR DA LEITURA DOCENTE

DILMA MARIA DE ANDRADE. Título: A Família, seus valores e Counseling

Formação de Professores: um diálogo com Rousseau e Foucault

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO

Composição dos PCN 1ª a 4ª

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

introdução Trecho final da Carta da Terra 1. O projeto contou com a colaboração da Rede Nossa São Paulo e Instituto de Fomento à Tecnologia do

CONSELHO DE CLASSE DICIONÁRIO

CURSO PREPARATÓRIO PARA PROFESSORES. Profa. M. Ana Paula Melim Profa. Milene Bartolomei Silva

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

Tema: Educação do Campo

Avanços na transparência

No final desse período, o discurso por uma sociedade moderna leva a elite a simpatizar com os movimentos da escola nova.

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

PRÁTICA PROFISSIONAL INTEGRADA: Uma estratégia de integração curricular

Por uma pedagogia da juventude

GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO CURRICULO ANO 2 - APROFUNDAMENTO

Colégio La Salle São João. Professora Kelen Costa Educação Infantil. Educação Infantil- Brincar também é Educar

NÚCLEO DE APOIO DIDÁTICO E METODOLÓGICO (NADIME)

REGULAMENTO CURSO DESCENTRALIZADO

José Fernandes de Lima Membro da Câmara de Educação Básica do CNE

PROJETO INTELECTUAL INTERDISCIPLINAR HISTÓRIA E GEOGRAFIA 7º ANO A ESCRAVIDÃO EM UBERABA: PASSADO E PRESENTE

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NO ENSINO SUPERIOR

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR

Fragmentos do Texto Indicadores para o Desenvolvimento da Qualidade da Docência na Educação Superior.

Processos Gestão do Projeto Político-Pedagógico

PROGRAMA ULBRASOL. Palavras-chave: assistência social, extensão, trabalho comunitário.

PROPOSTA PEDAGOGICA CENETEC Educação Profissional. Índice Sistemático. Capitulo I Da apresentação Capitulo II

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

MATRIZES CURRICULARES MUNICIPAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA - MATEMÁTICA: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA EM MOGI DAS CRUZES

PROGRAMA ESCOLA DA INTELIGÊNCIA - Grupo III ao 5º Ano

Educação Infantil: Fundamentos. Teleaula 1. Apresentação do Professor. Ementa. Organização da Disciplina. Pedagogia

VAMOS CUIDAR DO BRASIL COM AS ESCOLAS FORMANDO COM-VIDA CONSTRUINDO AGENDA 21AMBIENTAL NA ESCOLA

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

IDEÁRIO DA INSTITUIÇÃO

IV EDIPE Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino 2011 A IMPORTÂNCIA DAS ARTES NA FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL. Prof. José Junior

LURDINALVA PEDROSA MONTEIRO E DRª. KÁTIA APARECIDA DA SILVA AQUINO. Propor uma abordagem transversal para o ensino de Ciências requer um

AS NOVAS DIRETRIZES PARA O ENSINO MÉDIO E SUA RELAÇÃO COM O CURRÍCULO E COM O ENEM

CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES Niterói RJ: ANINTER-SH/ PPGSD-UFF, 03 a 06 de Setembro de 2012, ISSN X

PROJETO RECICLAR PARA PRESERVAR

INÉDITO! COM ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO

Currículo e tecnologias digitais da informação e comunicação: um diálogo necessário para a escola atual

Educação para a Cidadania linhas orientadoras

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

MONTEIRO, Eduardo...[et al.]. Ensino Religioso Ensino Médio. A Vida é Mais educação e valores. Belo Horizonte: PAX Editora, p. 158.

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES NA CIDADE DE GOIÂNIA

TRADIÇÃO. Patriarcado de Lisboa JUAN AMBROSIO / PAULO PAIVA 2º SEMESTRE ANO LETIVO TRADIÇÃO E TRADIÇÕES 2.

PLANO ESTRATÉGICO (REVISTO) VALORIZAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA, ATRAVÉS DE UMA ECONOMIA SUSTENTÁVEL

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID ESPANHOL

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO DE EXTENSÃO PRÁTICA DE ENSINO E FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

PLANEJAMENTO ANUAL DE ENSINO RELIGIOSO

CURSINHO POPULAR OPORTUNIDADES E DESAFIOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DOCENTE

REFORMA UNIVERSITÁRIA: contribuições da FENAJ, FNPJ e SBPJor. Brasília, outubro de 2004

UMA EXPERIÊNCIA EM ALFABETIZAÇÃO POR MEIO DO PIBID

O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS VOLTADAS PARA A DEFESA DE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA EDUCAÇÃO

A PRÁTICA DE ENSINO EM QUÍMICA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE COMO TEMA TRANSVERSAL

O ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS: CONTRIBUIÇÕES PARA UM DEBATE

Art. 1º Definir o ensino de graduação na UNIVILLE e estabelecer diretrizes e normas para o seu funcionamento. DA NATUREZA

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID

MESTRADO EM EDUCAÇÃO. Mestranda Barbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa. Prof. Orientador Dr. Sérgio Rogério Azevedo Junqueira

2.5 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Caderno do aluno UM POR BIMESTRE: teoria, exercícios de classe, as tarefas de casa atividades complementares.

Uma leitura apressada dos Atos dos Apóstolos poderia nos dar a impressão de que todos os seguidores de Jesus o acompanharam da Galileia a Jerusalém,

METODOLOGIA DO ENSINO DA ARTE. Número de aulas semanais 4ª 2. Apresentação da Disciplina

DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID

Metodologia e Prática de Ensino de Ciências Sociais

Colégio Cenecista Dr. José Ferreira

PLANO DE ENSINO ( )

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GEOGRAFIA I CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

Agenda Estratégica Síntese das discussões ocorridas no âmbito da Câmara Técnica de Ensino e Informação

A Educação Bilíngüe. » Objetivo do modelo bilíngüe, segundo Skliar:

A ESCOLA CATÓLICA, UMA INSTITUIÇAO DE ENSINO COM MÍSTICA EVANGELIZADORA

O PERCURSO FORMATIVO DOS DOCENTES QUE ATUAM NO 1º. CICLO DE FORMAÇÃO HUMANA

Catecumenato Uma Experiência de Fé

Transcrição:

O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA COLEÇÃO "REDESCOBRINDO O UNIVERSO RELIGIOSO" NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL DA ASSOCIAÇÃO FRANCISCANA DE ENSINO SENHOR BOM JESUS, UNIDADES DE CURITIBA * CLAUDINO GILZ - PUCPR RESUMO O presente artigo busca explicitar o processo de implementação da Coleção "Redescobrindo o Universo Religioso" sob a ótica dos professores de Ensino Religioso da Educação Infantil e Ensino Fundamental da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, Unidades de Curitiba. Resgata o legado franciscano do acolhimento, do respeito e do diálogo para com o diferente. Relata as implicações históricas e pedagógicas que motivaram a construção da Coleção. Empreende uma análise a respeito da estruturação didática da Coleção, confrontando-a com o parecer dos professores de Ensino Religioso sobre critérios estabelecidos, a saber: a concepção de educação, a concepção religiosa, o conteúdo, a metodologia, a linguagem, as dificuldades encontradas e as conquistas obtidas na implantação. Palavras-chave: Educação, Ensino Religioso, Didática, Formação Docente. O Ensino Religioso tem procurado, no decorrer da história da educação brasileira, desempenhar a sua função. Tem procurado não só salvaguardar a sua incumbência na formação integral do ser humano dentro do espaço educacional como também ante os sinais dos tempos contextualizar seu encaminhamento didático (JUNQUEIRA, 2002, p.9-17). E, nesse processo histórico e pedagógico, qual tem sido a principal intencionalidade educativa do Ensino Religioso? O diálogo foi e continua sendo o caminho por excelência de tamanho e inadiável intento educacional. O presente trabalho busca explicitar como se deu o processo de * Graduando em Pedagogia (8º Período).

136 implementação da Coleção "Redescobrindo o Universo Religioso" sob a ótica dos professores de Ensino Religioso da Educação Infantil e Ensino Fundamental da AFESBJ, Unidades de Curitiba. Em primeiro lugar, elege como propósito maior empreender sob a ótica dos professores de Ensino Religioso envolvidos uma análise de diferentes critérios didático-metodológicos da Coleção "Redescobrindo o Universo Religioso". Em segundo lugar, visa levantar subsídios tanto para o realinhamento da proposta de abordagem didática da Coleção como reafirmar a importância de sua implantação nas escolas, sejam elas públicas ou privadas. As páginas que seguem, não têm outra pretensão que a de contribuir para a aurora de um novo tempo. Tempo esse em que as diferentes tradições religiosas possam celebrar - sob o altar do diálogo, da convivência respeitosa e fraterna a realização do sonho mais nobre e mais sublime da humanidade: a paz. Precedentes do Processo de Construção da Coleção na AFESBJ, Unidades de Curitiba O processo de construção da Coleção "Redescobrindo o Universo Religioso" teve seus precedentes. Seria apenas a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n.º 9.394 de 20 de dezembro de 1996? Ou seria também a nova redação sancionada pelo presidente da República que o art. 33 da LDB de 1996 recebeu em 22 de julho de 1997, com a Lei n.º 9.475? Não só. A proposta pedagógica do Colégio Bom Jesus, que serviu de inspiração para a elaboração da Coleção, encontra-se permeada por uma história de mais de oitocentos anos. Não de existência da Associação, mas da vida e da trajetória de Francisco de Assis, cujo ideário humano-espiritual fundamenta os seus princípios pedagógicos. É impressionante a capacidade que algumas pessoas têm de tornar célebre o lugar onde nasceram. Francisco foi uma dessas pessoas. Nasceu por volta do ano 1182, em Assis, Itália, no seio de uma família rica e de alto prestígio social. No entanto, não seria pela riqueza paterna que o menino Francisco haveria de registrar a sua passagem por este mundo (SÃO BOAVENTURA, 1982, p.464). A espontaneidade, a alegria, a simpatia para com todos, o ser comedido nos costumes e nas palavras, a generosidade para com os pobres e amigos, a auto-crítica, a sensibilidade espiritual virtudes que cultivou desde a sua infância fizeram

137 Francisco tornar perene sua memória. Fizeram-no honrar e universalizar o lugar em que nasceu (CANONICI, 1985, p.17-27). Tanto isso se faz verdade que no mundo todo não mais se menciona Francisco e, sim, Francisco de Assis (ESSER, 1972, p.226). Autêntico e fiel a seus propósitos de vida, o jovem Francisco surpreende os pais, a juventude e o povo de Assis mostrando-se amigo, dado às pessoas, seresteiro, jovial, pródigo e sonhador. Não admitia que um gesto seu transcorresse na superficialidade. Tinha convicção de que o valor de uma pessoa não estava nas aparências e, sim, nos sonhos que pudesse acalentar. Vida e sonho, fatos e caminhos, individualidade e companheirismo, busca e nobreza de espírito... eis o dinamismo das pessoas que fazem história (SILESIUS, 1996, p.177). Quando Deus chama, já não é mais possível resistir. Ele começa por desinstalar as pessoas. Decifrar o sentido de tudo o que se passa consigo é a eterna sina de toda pessoa humana. Com Francisco essa experiência se deu inicialmente por meio de vários fatos e acontecimentos: o convite a compor o número de cavaleiros para defender sua cidade contra as afrontas dos habitantes de Perusa, a prisão, o sonho (a visão), a enfermidade, a inaudita alegria sentida em meio a um suntuoso banquete com os amigos, o encontro com o leproso, a fala do crucifixo de São Damião, a reconstrução da igrejinha em ruínas, o público despojamento de suas vestes e riquezas paternas perante o bispo e o povo de Assis (ANÔNIMO PERUSINO, 1982, p.698-702). A pedagogia divina surpreende Francisco. A princípio não entende o que se passa. Retira-se para o ermo. Medita. Pondera a possibilidade de conformar os seus sonhos de outrora à revelação dos desígnios divinos. Pouco é o tempo de sua demora. Ao descobrir a riqueza de viver na simplicidade e de trilhar o caminho da verdadeira e perfeita alegria, a todos proclama: "É isso que eu quero, isso que procuro, é isso que eu desejo fazer de todo o coração" (CELANO, 1982, p.194). Francisco descobria no pouco, o bastante para ser feliz. No diálogo e no abraço ao leproso, a experiência transformadora do transcendente (BOFF, 1999, p.53). Deixou transparecer, em gestos e palavras, a inspiração que o iluminava interiormente. Tornouse, por isso mesmo, um caminho para a educação e a realização humana das gerações que o sucederam. Prova disso é o que Celano (1982, p.219-220), um de seus mais respeitáveis biógrafos, deixou registrado: Dotado de especial discrição, sabia respeitar, em todos, os graus de seu valor [...] No décimo terceiro ano de sua conversão, foi para a Síria e,

138 apesar dos fortes e duros combates entre cristãos e pagãos [...] não teve medo de [...] se apresentar ao sultão dos sarracenos [...] Foi maltratado por muitos que eram hostis e adversos, mas o sultão o recebeu muito bem. Reverenciou-o quanto lhe foi possível e lhe ofereceu muitos presentes, tentando convertê-lo para o espírito mundano. Mas, quando viu que ele desprezava valentemente todas as coisas como se não passassem de esterco, ficou admiradíssimo e olhava para ele como um homem diferente. Ficou muito comovido com suas palavras e o ouviu de muito boa vontade. Há encontros em que o diálogo, apesar das diferenças culturais e religiosas, é possível porque neles as pessoas deixam transparecer o melhor de si. Deixam transparecer tanto a fidelidade à sua confissão religiosa como o respeito e a reverência pela grandeza alheia. Também referindo-se ao fato de Francisco ter ido por volta de 1216 ao encontro do Sultão Muçulmano, Melek-el-Kamel, Boff (2002, p.50-53) perfila em sete passos o caminho franciscano para o diálogo e a paz interreligiosa: Primeiro: tomar a iniciativa e não esperar que os outros venham a nós. Segundo: confiar nos outros porque são nossos irmãos. Terceiro: conviver com os outros no trabalho e na inserção em seu mundo. Quarto: colocar-se como menores e servidores e renunciar a qualquer pretensão de superioridade ou privilégio pelo fato de sermos cristãos. Quinto: antes compreender que ser compreendido, amar que ser amado, e fazendo-se sempre instrumento de paz. Sexto: inserir tudo numa atmosfera espiritual de oração [...]. Sétimo: sempre ligar a paz dos homens com a paz de Deus, para que a paz seja duradoura e completa. A proposta pedagógica da AFESBJ resulta desse dinamismo constante de articulação entre a história e a necessidade de contextualização. Da história, a identidade há de ser sempre preservada. Do contexto, as possibilidades de continuar fazendo valer a impostação formativa e pedagógica dentro de novos moldes. Longo é o espaço de tempo que separa a trajetória de Francisco de Assis das origens e dos desdobramentos históricos da AFESBJ. A inspiração, as motivações e os propósitos são, entretanto, os mesmos. Os séculos seguintes iriam registrar a fidelidade dos seguidores de Francisco de Assis no campo da educação. O legado histórico-pedagógico da AFESBJ é um deles. Uma história centenária de fidelidade às suas raízes históricas, educacionais e franciscanas. Uma história de adequação às novas legislações, aos avanços tecnológicos, econômicos, científicos e culturais (ARNS, 1997, p.221). Uma instituição

139 hoje a serviço de uma missão definida: "promover a formação do ser humano e a construção de sua cidadania de acordo com os princípios franciscanos, produzindo, sistematizando e socializando o saber científico, tecnológico e filosófico". É dessa herança franciscano-pedagógica que, na aurora do novo milênio (séc. XXI), o processo de construção da Coleção nasce e se apresenta como proposta metodológica para o Ensino Religioso. Um material didático construído com ousadia, visão de futuro e criatividade. O Processo de Construção da Coleção A década anterior à promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n.º 9394/96) deixou registrado na história brasileira o acentuado "processo de rupturas com as concepções vigentes de educação pela dimensão da crise cultural que se instaura em todos os aspectos da sociedade" (FÓRUM NACIONAL..., 1998, p.17). Foi dentro desse cenário de incertezas e quebra de paradigmas que o Ensino Religioso veio a ser alvo de polêmicos debates. Educadores, líderes religiosos, pensadores, políticos, representantes das tradições religiosas trocavam idéias e pontos de vista a respeito. Haveria de ser o Ensino Religioso doravante uma preocupação apenas das igrejas ou também da escola? O foco das discussões concentrava-se na iminente necessidade de definição, seja enquanto compreensão de sua natureza e papel na escola, seja como inserção do Ensino Religioso enquanto disciplina regular do currículo. Fato é que o Ensino Religioso não mais poderia ser ministrado em sala de aula como uma abordagem estritamente doutrinária de uma determinada religião (JUNQUEIRA, 2002, p.17). Os tempos já não eram os mesmos de outrora. Fazia-se necessário educar agora para o diálogo e salvaguardar o respeito à diversidade cultural e religiosa de cada educando. Poderia a AFESBJ, como escola católica, deixar de promover a síntese entre cultura e fé, entre momentos de aprendizagem e momentos formativos? Consciente de seu legado confessional, a AFESBJ em momento algum se mostrou reticente em acolher alunos oriundos de diversas tradições religiosas, "colocando-se a serviço da pessoa, garantindo em seu interior o pluralismo cultural e Disponível em: <http://www.bomjesus.br/proposta/apresentacao.asp>. Acesso em: 15 nov. 2004.

140 educativo" (OLENIKI, 2003, p. 59). Um Ensino Religioso não mais nos moldes formativos, catequéticos, e/ou doutrinário de uma determinada religião e, sim, interreligioso e com feições pedagógicas. Um Ensino Religioso regulamentado, a serviço da formação humano-religiosa do aluno, da socialização dos valores humanos fundamentais e do comprometimento cívico (JUNQUEIRA, 2002, p.11-31). A concepção de educação da Coleção resulta de um longo processo de elucidação da incumbência pedagógica do Ensino Religioso em âmbito escolar. Resulta da preocupação que, já na Semana Pedagógica de 1997, povoou a mente dos professores do Serviço de Orientação Religiosa (SOR) da AFESBJ: "adequar o planejamento, os conteúdos, os textos, o livro didático, as estratégias metodológicas e a avaliação às características próprias a cada faixa etária" (OLENIKI, 2003, p.89). As intenções do SOR nos anos seguintes iria se concentrar no redirecionamento do papel do Ensino Religioso com base nos seus respectivos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Enquanto a Pastoral Escolar assumia a dinamização da confessionalidade católica da Associação (catequese em preparação aos sacramentos, celebrações etc.), o Ensino Religioso enquanto área de conhecimento se responsabilizava por um agir pedagógico aberto às diferentes tradições religiosas presentes no mundo. Os livros didáticos de Ensino Religioso, oferecido pelas editoras, não mais atendiam a nova legislação e demanda educacional. A necessidade de elaborar um material didático próprio para o Ensino Religioso era, então, irrefutável. Seguindo uma metodologia de portfólio, elaborou-se primeiramente o material para a educação infantil, "pautado no respeito e acolhimento ao diferente" (DALDEGAN, 2003, p.95). Os resultados positivos obtidos com a nova metodologia foram motivos suficientes para que, no ano de 2001, ela fosse também implantada, mesmo que em caráter experimental, no Ensino Fundamental (1.ª à 8.ª série). As orientações do Fórum Permanente do Ensino Religioso (Fonaper), bem como os critérios para a organização/seleção de conteúdo e seus pressupostos didático-avaliativos dos PCNs foram determinantes para a construção e publicação da Coleção "Redescobrindo o Universo Religioso": Educação Infantil (2001) e Ensino Fundamental (2002). Uma publicação em parceria entre a AFESBJ e a Editora Vozes Ltda. É importante destacar que a Coleção assume, desde a pré-escola até a 8.ª série, o compromisso de resgate e de estímulo ao cultivo da dimensão religiosa do ser humano. Assume a incumbência de reeducar, dentro de uma sensibilidade à pluralidade cultural e

141 religiosa, o ser humano a desfrutar saudável e plenamente do sentido da vida. Segundo Oleniki (2003, p.99), uma incumbência de: a) curar as feridas do individualismo exacerbado; b) aumentar os espaços de convivência; c) apostar na força do diálogo; d) acreditar no respeito como caminho para a paz entre as pessoas de diferentes confissões religiosas; e) combater o preconceito; f) abrir-se ao diferente; g) compreender que as diferenças não atrapalham; h) salvaguardar o ideal de fraternidade também àqueles que não têm opção religiosa. A Pesquisa e suas Constatações A AFESBJ enquanto lugar de pesquisa e análise do presente trabalho forma hoje um complexo educacional presente em vários Estados do Brasil. Define-se como uma Instituição Escolar de cunho confessional católica franciscana. A coleta de dados referente a esta pesquisa foi encaminhada por meio dos seguintes procedimentos: a) Visita à escola e contato com os professores de Ensino Religioso da AFESBJ; b) Observação do funcionamento e da rotina da escola (Apêndice B) e leitura dos desdobramentos históricos da Instituição de ensino; c) Estudo e análise do projeto pedagógico e dos 11 volumes da Coleção; d) Entrevista semi-estruturada com os professores de Ensino Religioso, escritores e não-escritores (Apêndice A); e) Descrição, análise e interpretação dos dados coletados à luz do referencial teórico. O tratamento de todos os procedimentos possibilitou a verificação de aspectos relevantes e ao mesmo tempo complexos. Como chave de leitura da contribuição de cada professor entrevistado, sete critérios de verificação e análise foram estipulados, a saber: concepção de educação, concepção religiosa, conteúdo, metodologia, linguagem, dificuldades na implantação e conquistas para o Ensino Religioso. Tendo em vista a proposição de possíveis subsídios tanto para o realinhamento da proposta de abordagem didática da Coleção, bem como a reafirmação da importância de sua implantação nas escolas, sejam elas públicas ou privadas, seguem abaixo algumas constatações: Os precedentes do processo de construção da Coleção "Redescobrindo o Universo Religioso": a) A aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996; b) A herança do respeito e do diálogo presente nas origens e nos fundamentos franciscanos da

142 proposta pedagógica da AFESBJ; c) O contexto histórico em que se deu o processo de construção da Coleção marcado por transições culturais, diluição da reverência ao sagrado, oscilações econômicas, ebulição de fanatismos religiosos, rupturas com as concepções de educação vigentes; d) A inserção do Ensino Religioso enquanto disciplina regular do currículo (não mais com uma abordagem doutrinária de uma determinada religião); e) A proposição do diálogo como caminho para o respeito à diversidade cultural e religiosa do aluno; f) A histórica fidelidade da AFESBJ ao seu legado franciscano de, em momento algum, mostrar-se reticente em acolher alunos oriundos de diversas tradições religiosas e, acima de tudo, colocar-se a serviço da formação integral da pessoa humana; g) A preocupação dos professores do Serviço de Orientação Religiosa da AFESBJ em 1997 de, na medida do possível, adequar o planejamento, os conteúdos, os textos, o livro didático, as estratégias metodológicas e a avaliação às características próprias de cada faixa etária; h) A distinção entre o trabalho de dinamização da confessionalidade católica da AFESBJ (catequese, pastoral escolar) e a disciplina de Ensino Religioso, responsável por um agir pedagógico aberto às diferentes tradições religiosas presentes no mundo; i) A publicação do Documento da Congregação da Educação Católica em 1998 que versava sobre a importância de esta ter como projeto educativo uma abordagem do saber à luz da fé, tornando-o sabedoria e visão da vida, da cultura e da história, um saber como fonte de valores a construir e verdades a descobrir. O Processo de construção, edição e implementação da Coleção, uma publicação em parceria entre a AFESBJ e a Editora Vozes: a) Os livros didáticos de Ensino Religioso, oferecidos pelas editoras, não mais atendiam à nova legislação e demanda educacional; b) O êxito alcançado com a metodologia de portfólio usada primeiramente na Educação Infantil, pautada no respeito e acolhimento ao diferente, abriu caminho para a sua abrangência às séries do Ensino Fundamental; c) As orientações do Fórum Permanente do Ensino Religioso (Fonaper) em 1998, bem como os critérios para a organização/seleção de conteúdo e seus pressupostos didático-avaliativos dos PCNs foram determinantes para a construção e publicação da Coleção (Educação Infantil/2001 e Ensino Fundamental/2002). A peculiaridade didática da Coleção: a) A intenção de educar para uma convivência pacífica por meio de metodologias inovadoras e, ao mesmo tempo, simples e acessíveis a cada faixa etária do aluno; b) A aposta no trabalho do

143 professor enquanto mediador e animador do processo de aprendizagem das manifestações culturais e religiosas das tradições; c) A abordagem de uma proposta de Ensino Religioso enquanto área de conhecimento, inserido no conjunto das propostas educacionais do projeto pedagógico da escola; d) O espaço de reflexão sobre a importância do acolhimento, do respeito, da convivência fraterna e do diálogo para com o diferente de si, seja quanto ao aspecto cultural ou religioso; e) A dinamização da pesquisa, estudo, troca de idéias e aprofundamento do conhecimento do aluno tanto sobre a sua tradição religiosa como quanto à forma de expressão religiosa de seus colegas; f) A contribuição para a construção da cidadania do educando; g) A parceria estabelecida com a família do aluno, incumbindo-a de educá-lo conforme a sua confissão religiosa, reservando ao professor o papel de mediador/animador educacional, responsável pelo ônus de educar para a diversidade cultural e religiosa; h) A relação com a vida, a importância da convivência com o outro e a leitura dos acontecimentos como aspectos a fomentar a capacidade imaginativa e curiosa do aluno na Educação Infantil; i) O desenvolvimento da dimensão religiosa, social, intelectual e física, o diálogo com o Transcendente, a aprendizagem sobre textos sagrados orais e escritos, a relação entre religiosidade, líderes e comunidades religiosas, o estudo sobre costumes, símbolos das tradições religiosas, a vocação humana para o bem e sua relação com o Transcendente como os principais temas de estudo do aluno no Ensino Fundamental. O impacto transformador da concepção inter-religiosa da Coleção: a) O compromisso de, desde a pré-escola até a 8.ª série, fomentar o resgate e o cultivo da dimensão religiosa do aluno; b) A incumbência de re-educar, dentro de uma sensibilidade à pluralidade cultural e religiosa, o ser humano a desfrutar saudável e plenamente do sentido da vida diante ao individualismo e do preconceito religioso; c) O esforço em suprir as lacunas do processo de ensino e aprendizagem em relação à formação integral do ser humano; d) O enunciado do respeito e da pré-disposição na convivência com o diferente como razão de ser da nova consciência religiosa. A linguagem vista por boa parte dos professores como adequada e, segundo uma pequena parcela do corpo docente, com resquícios de formas de expressão vinculadas ainda à tradição cristã. A imperiosa dificuldade em superar o ponto de vista confessional no escrever e

144 abordar os temas de estudo de uma Coleção de cunho inter-religiosa. A unanimidade em relação ao aspecto metodológico das conquistas obtidas com a implantação da Coleção em sala de aula. O Múnus da Educação Religiosa Trabalhar o respeito entre as tradições religiosas, o conhecer e o dialogar com o diferente sem menosprezar a própria identidade continua sendo um dos maiores desafios do contexto escolar. A educação religiosa escolar não é propriamente responsabilidade das instituições ou tradições religiosas. Às instituições religiosas cabe fomentar o ensino da doutrina, da crença, da prática ritual e introspectiva, além dos costumes que lhe são exclusivos e próprios. A educação religiosa escolar é tarefa eminentemente da escola. Para tanto, a escola, por meio do Ensino Religioso, pode: a) quebrar paradigmas; b) promover a valorização das múltiplas tradições religiosas, a consciência e a aceitação da diversidade religiosa existente em sala de aula; c) contribuir para o desenvolvimento da percepção da presença e influência da religiosidade nas mais variadas situações e ambientes sociais; d) possibilitar ao aluno fazer-se portador de uma visão da dimensão religiosa como orientadora da vida e, por isso mesmo, humanizadora e fonte de plenitude; e) buscar a meta da formação integral do ser humano. O viver humano é, essencialmente, uma expressão do mistério da vida que todos os dias não cessa de se manifestar. Aqui e acolá, o ser humano perambula à procura de tudo aquilo que lhe possa conferir sentido e plenitude. As tradições religiosas se apresentam como o "lugar" da mais sublime inspiração capaz de conferir sentido e plenitude à vida humana. Por sua vez, o entendimento universal entre elas há de sempre ter como finalidade maior a construção da paz: "não haverá paz entre as nações, se não existir paz entre as religiões. Não haverá paz entre as religiões, se não existir diálogo entre as religiões" (KÜNG, 2004, p.17). A pesquisa que aqui ganha suas últimas linhas lança e reitera uma meta que a precedeu e que se projeta para além dela: a meta de uma relação dialógica em prol de uma convivência respeitosa e pacífica entre as tradições religiosas. Educar as gerações presentes e futuras para isso se faz imprescindível. A Coleção "Redescobrindo o Universo Religioso" é, mesmo com alguns aspectos assinalados

145 pela pesquisa suscetíveis de re-elaboração, um material didático a ser implantado nas escolas, sejam elas públicas ou privadas. REFERÊNCIAS ANÔNIMO PERUSINO. São Francisco de Assis: escritos e biografias de São Francisco de Assis, crônicas e outros testemunhos do primeiro século franciscano. 2.ed. Petrópolis: Vozes-Cefepal, 1982. ARNS, J. C. Bom Jesus: uma escola centenária em sua moldura histórica. Curitiba: Departamento Gráfico, 1997. BOFF, L. Fundamentalismo: a globalização e o futuro da humanidade. Rio de Janeiro: Sextante, 2002. CANONICI, L., Francisco D Assisi. Assisi: DACA, 1985. CELANO, T., Vida I. SÃO Francisco de Assis: escritos e biografias de São Francisco de Assis, crônicas e outros testemunhos do primeiro século franciscano. 2.ed. Petrópolis: Vozes-Cefepal, 1982. DALDEGAN, V. M. Ações do ensino religioso 2000. In: OLINIKI, M. L. R. O modelo pedagógico e a formação do professor de ensino religioso na Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus. Mestrado em Educação PUCPR. Curitiba: 2003. No prelo. ESSER, K. Origens e espírito primitivo da Ordem Franciscana. Tradução de Pe. Henrique Antônio Steffen. Petrópolis: Vozes, 1972. FORUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO. Parâmetros curriculares nacionais: ensino religioso. 3.ed. São Paulo: Ave-Maria, 1998. JUNQUEIRA, S. R. A. Ensino Religioso um histórico processo. In: ALVES, L. A. S.; JUNQUEIRA, S. R. A. (Org.), Educação religiosa: construção da identidade do ensino religioso e da pastoral escolar. Curitiba: Champagnat, 2002.. O processo de escolarização do ensino religioso no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002.. A face pedagógica do Ensino Religioso. In: JUNQUEIRA, S. R. A.; MENEGHETTI, R. G. K.; WASCHOWICZ, L. A., Ensino Religioso e sua relação pedagógica. Petrópolis: Vozes, 2002. KÜNG, H. Religiões do mundo: em busca dos pontos comuns. Trad.: Carlos A. Pereira. Campinas: Verus, 2004. OLENIKI, M. L. R. O modelo pedagógico e a formação do professor de ensino religioso na Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus. Dissertação (Mestrado em Educação) PUCPR. Curitiba: 2003. No prelo.

SÃO BOAVENTURA, Legenda Maior. SÃO Francisco de Assis: escritos e biografias de São Francisco de Assis, crônicas e outros testemunhos do primeiro século franciscano. 2.ed. Petrópolis: Vozes-Cefepal, 1982. SILESIUS, A. O pequeno querubínico. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 1996. 146 Bibliografia Complementar ALVES, L. A. S.; JUNQUEIRA, S. R. A. (Orgs.). Educação Religiosa: construção da identidade do Ensino Religioso e da Pastoral Escolar. Curitiba: Champagnat, 2002. BRAGA, V. M. NARLOCH, R. F. Redescobrindo o universo religioso: ensino fundamental. Petrópolis: Vozes, 2002. v.4. BRASIL. Lei n.º 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. In: MENEZES, J. G. de C. et al. Estrutura e funcionamento da educação básica. São Paulo: Pioneira, 2001. Anexo 2, p.306-328. CHARLESWORTH, M.; INGPEN, R. Religiões do Mundo. Tradução de: Elda Nogueira. São Paulo: Global, 2003. COLÉGIO BOM JESUS. Projeto pedagógico da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus. Curitiba: Departamento Gráfico, 2000. COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL. O cristianismo e as religiões. Tradução de Gilmar Saint Clair Ribeiro. São Paulo: Loyola, 1997. CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. O que é ecumenismo? Ajuda para trabalhar a exigência do diálogo. São Paulo: Loyola, 1997. CONFERENZA MINISTRI PROVINCIALI DEI FRATI MINORI D ITALIA. Dialogo e identità franciscana. Roma: COMAS, 1999. CONGREGAÇÃO DA EDUCAÇÃO CATÓLICA. A escola católica no limiar do terceiro milênio. Caderno da AEC do Brasil, Brasília: AECBR, n.76, 1998. DALDEGAN, V. M. Redescobrindo o universo religioso: educação infantil. Petrópolis: Vozes, 2002. 2 v. DELORS, J. et al. Educação: um tesouro a descobrir: Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI. Porto: ASA, 1999. LONGEN, M. R. Redescobrindo o universo religioso: ensino fundamental - 8ª série. Petrópolis: Vozes, 2002. v.8. MENEGHETTI, R. G. K. As contribuições do Ensino Religioso para a formulação do projeto político-pedagógico da escola. In: JUNQUEIRA, S. R. A.; MENEGHETTI, R. G. K.; WASCHOWICZ, L. A. Ensino religioso e sua relação pedagógica. Petrópolis: Vozes, 2002.

147 NARLOCH, R. F. Redescobrindo o universo religioso: ensino fundamental - 5ª série. Petrópolis: Vozes, 2002. v.5 NAUROSKI, E. A. Redescobrindo o universo religioso: ensino fundamental - 7ª série. Petrópolis: Vozes, 2001. v.7 ORDINI DEI FRATI MINORI. La vocazione ecumênica del francescano: sussidio per la formazione. Roma: I.S.E. Venezia, 2001. REDESCOBRINDO O UNIVERSO RELIGIOSO. Petrópolis: Vozes, 2003, Vídeocassete (23 min), VHS, son., color. ROMANIO, A. M. Redescobrindo o Universo Religioso: ensino fundamental - 6ª série. Petrópolis: Vozes, 2002. v.6. ROMANIO, A. M. Redescobrindo o universo religioso: ensino fundamental - 3ª série. Petrópolis: Vozes, 2002. v.3 SILVA, I. Redescobrindo o universo religioso: ensino fundamental - 2ª série. Petrópolis: Vozes, 2002. v.2 SOUZA, G. S. Redescobrindo o universo religioso: educação infantil - Pré III. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2002. v.3. SOUZA, G. S. Redescobrindo o universo religioso: ensino fundamental - 1ª série. Petrópolis: Vozes, 2002. v.1.