Hepatite B. Dr. José Eymard Medeiros Filho, MD PhD Professor Associado, Universidade Federal da Paraíba Fortaleza, Ceará 04 de dezembro de 2014



Documentos relacionados
TRATAMENTO DA HEPATITE VIRAL B HBeAg (+) e HBeAg (-) CLÁUDIO G. DE FIGUEIREDO MENDES SERVIÇO DE HEPATOLOGIA SANTA CASA DO RIO DE JANEIRO

Quando parar o tratamento da hepatite B nos cirróticos e não-cirróticos? Deborah Crespo

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEPATOLOGIA. CONSENSO SOBRE CONDUTAS NAS HEPATITES VIRAIS B e C HOTEL PESTANA, SÃO PAULO - SP 26 E 27 DE AGOSTO DE 2005

HEPATITES O QUE VOCÊ PRECISA SABER

Tratamento da hepatite B: Ainda existe espaço para os IFNs?

Normas de Orientação Clínica da EASL: Abordagem da infeção crónica pelo vírus da hepatite B

HBV e o paciente imunossuprimido. VII WIAH 29 e 30 de agosto de 2014 Prof Dra Dominique Muzzillo - UFPR

Tratamento do paciente HBeAg (+) Fernando L Gonçales Jr Professor Associado FCM-UNICAMP

Vale a pena tratar o Imunotolerante na Hepatite Crônica B? Patrícia LofêgoGonçalves HUCAM-UFES

EPIDEMIOLOGIA,DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DA HEPATITE B

Avanços no tratamento da hepatite pelo vírus B

APLICAÇÕES DA BIOLOGIA MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HEPATITE B. Maio

20/12/2012 NOTA TÉCNICA

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o Tratamento da Hepatite Viral Crônica B e Coinfecções

ANEXOS. ANEXO A Descrição e características gerais da lamivudina e do adefovir. 1 Lamivudina (3TC, LAM)

Terapêutica da Hepatite B AgHBe Negativo

Tratamento da hepatite B: Os guidelines na vida real

Co-infecção VHB/HIV Fernando L Gonçales Jr

Guias Práticas da Organização Mundial de Gastroenterologia. Hepatite B. Setembro de 2008

HEPATITE B EM POPULAÇÕES ESPECIAIS

Hepatite B e gravidez. Manejo da hepatite B na gravidez e em tratamentos quimioterápicos. Transmissão perinatal do VHB. Transmissão perinatal do VHB

Hepatite B Manejo da Resistência aos Antivirais

COMO PREVENIR RECIDIVA DO HBV NO PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO

Tratamento da co-infecção HIV-HVC Fernando L Gonçales Jr Disciplina de Infectologia-FCM-UNICAMP

Resistência ao adefovir, entecavir e telbivudina no tratamento da hepatite B crônica

Hepatite C Casos Clínicos

Segurança e eficácia a longo prazo dos NUCs

HEPATITES. Prof. Fernando Ananias HEPATITE = DISTÚRBIO INFLAMATÓRIO DO FÍGADO

Hepatites B e C: diagnóstico e tratamento

HEPATITE C PCR Qualitativo, Quantitativo e Genotipagem

Co-infecção HIV-VHB. Prof. Marcelo Simão Ferreira Serviço de Infectologia Faculdade de Medicina Universidade Federal de Uberlândia-MG

HEPATITES VIRAIS: EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

HIV em. Especiais: O idoso. Keli Cardoso de Melo Outubro/2005

ENSAIOS IMUNOLÓGICOS NAS ENFERMIDADES VIRAIS ANTICORPOS MONOCLONAIS GENÉTICA MOLECULAR CITOMETRIA DE FLUXO

HEPATITE B PÓS-TRANSPLANTE A visão do clínico

Significado das sorologias atípicas na hepatite crônica : Papel das Mutações R. PARANA

HEPATITE B - Anti HBs

PROCEDIMENTOS SEQUENCIADOS PARA O DIAGNÓSTICO, INCLUSÃO E MONITORAMENTO DO TRATAMENTO DA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE C.

Diagnóstico e Tratamento das Hepatites Agudas na Gestação

Hepa%te C Crônica e Doença Hematológica: Há espaço para o uso inibidores de protease?

Hepatite C Crônica e Renal Crônico: Qual a melhor estratégia na era nos inibidores de protease?

7 HEPATOAIDS. Hamilton Bonilha. Instituto de Vacinação e Infectologia de Piracicaba

I CONSENSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA PARA O MANUSEIO E TERAPIA DA HEPATITE B

ANA LUIZA DE CASTRO CONDE TOSCANO

PERFIL HEPATITE. Segurança para o diagnóstico e acompanhamento clínico.

TRATAMENTO DE HEPATITE C CRÔNICA

Métodos Não Invasivos para Avaliação da Fibrose Hepática: Experiência com a Elastografia Hepática

Hepatites Virais. Carmen Regina Nery e Silva agosto 2011 Regina.nery@aids.gov.br

Encerramentos de Casos de Hepatites Virais no SINAN. Lucia Mardini DVAS

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o Tratamento da Hepatite Viral Crônica B e Coinfecções

Hepatite B Um tratamento para a vida?

Analise das diretrizes internacionais de tratamento da hepatite C : populações especiais

SUMÁRIO 1. RESUMO EXECUTIVO CONTEXTUALIZAÇÃO CONCLUSÕES PERGUNTA ESTRUTURADA CONTEXTUALIZAÇÃO(1)...

DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA TRATAMENTO COM DROGAS

Hepatite B Crônica: Tratamento

Hepatites virais e profissionais de saúde

Hepatite B Quem e Quando tratar? Deborah Crespo

HIV no período neonatal prevenção e conduta

Resistência aos Inibidores de NS5A

Hepatite delta: Tratamento O grande desafio

Vigilância Epidemiológica das Hepatites Virais Programa Estadual para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais/RS

Antivirais incorporados no Brasil para hepatite B crônica: análise de custo-efetividade

Recomendações de vigilância no cirrótico e não cirrótico

Diagnóstico molecular das Hepatites

Informação pode ser o melhor remédio. Hepatite

TRATAMENTO PREEMPTIVO NA HEPATITE B: QUEM DEVERIA SER TRATADO?

XXIII CONGRESSO MÉDICO DA PARAIBA João Pessoa, 3 a 5 de Julho de 2003

ANEXO II. 1 HEPATITE B VÍRUS DA HEPATITE B (Hepatitis B Vírus HBV)

Hepatite C Crônica: custo dos antivirais versus custo de acompanhamento do paciente de acordo com a perspectiva do Sistema Único de Saúde.

Hepatite B. Riscos, prevenção e tratamento. Prof. Dr. Stefan Zeuzem, médico. European Liver Patients Association

Tratamento quimioterápico de primeira-linha na doença resistente à castração Fábio A. B. Schütz

VI Simpósio Estadual de Hepatites Virais B e C

Sessão conjunta dos Serviços de Gastrohepatologia e Transplante Hepático do Hospital Universitário Walter Cantídio UFC

MANEJO HEPATITES VIRAIS B/C

ENTECAVIR (ETV) ALFAPEGINTERFERON A (PegIFN) CID 10 B18.0; B18.1 Apresentação 300mg. 0,5mg

NOTA TÉCNICA 04/08 ASSUNTO: UTILIZAÇÃO DOS TESTES RÁPIDOS ANTI- HIV EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA.

Mandado de segurança contra ato do Secretário Municipal de Saúde RITUXIMABE PARA LINFOMA NÃO-HODGKIN FOLICULAR TRANSFORMADO EM DIFUSO

Alexandre Naime Barbosa MD, PhD Professor Doutor - Infectologia

O QUE É HEPATITE? QUAIS OS TIPOS?

MANEJO DA HEPATITE B

Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS HEPATITES VIRAIS. Profa. Ms.: Themis Rocha

Marcos Montani Caseiro, MD, PhD Lusíada Foundation, Associate Professor Bolsista CNPq- Produtividade em Pesquisa 2 Molecular Biology Lab

Como tratar o câncer de mama na paciente com mutação genética? Prof. Dr. Giuliano Duarte

Profilaxia Pós-Exposição ao HIV. Alcyone Artioli Machado FMRP-USP

Diretrizes Assistenciais

O que fazer com o nódulo suspeito menor que 2 cm?

Retratamento da hepatite C crônica: estado atual

1 INTRODUÇÃO EPIDEMIOLOGIA QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DIAGNÓSTICO LABORATORIAL... 5

II Workshop Internacional de Atualização. em Hepatologia. na Hematologia. Dominique Muzzillo

A Imunossupressão e a Reativação do Vírus da Hepatite B

ACOMPANHAMENTO DA PUÉRPERA HIV* Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins

CASOS CLÍNICOS. Referentes às mudanças no tratamento da tuberculose no Brasil. Programa Nacional de Controle da Tuberculose DEVEP/SVS/MS

TESTES RÁPIDOS: CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA SEU USO COM ÊNFASE NA INDICAÇÃO DE TERAPIA ANTI-RETROVIRAL EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

RASTREIO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

COMISSÃO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES PROTOCOLO DE PRONTO ATENDIMENTO

VI Workshop Internacional de Atualização em Hepatologia 2012 Pólipos de Vesícula Biliar Diagnóstico e Conduta

Protocolo de Tratamento do Câncer de Mama Metastático. Versão eletrônica atualizada em Dezembro 2009

Transcrição:

Hepatite B Dr. José Eymard Medeiros Filho, MD PhD Professor Associado, Universidade Federal da Paraíba Fortaleza, Ceará 04 de dezembro de 2014

DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSE Em conformidade com a RDC 96 de 17/12/2008, declaro que: Nos últimos 12 meses, participei como palestrante em simpósios e/ou recebi apoio para congressos de MSD Roche Gilead Abbvie Janssen

Importância global do HBV >350 milhões de indivíduos cronicamente infectados 15-40% evoluem para cirrose e/ou carcinoma hepatocelular Cerca de 1 milhão de mortes / ano diretamente relacionadas ao HBV Sorrell MF, et al. Ann Intern Med. 2009;150:104-110.

Pacientes VHB+ que não replicam tem sobrevida quase igual a da população geral... Probabilidade de sobrevida (%) Portadores inativos 95% Mutantes pré-core HBeAg positivos 50% 40% Fattovich G et al, Gut 2008; 57:1 84-90

Supressão do VHB diminui chance de descompensação, HCC e morte Complicações da cirrose (%) 25 20 Placebo (n=215) Lamivudina com mutação YMDD (n=209) Lamivudina sem mutação YMDD (n=221) 21% 15 13% 10 5 5% 0 0 6 12 18 24 30 36 Lamivudina (meses de tratamento) Liaw Y-F, et al, N Engl J Med 2004

% HCC Benefícios da supressão da replicação Regressão da fibrose Menor risco de HCC Aumento da sobrevida Histologia antes do tto. 1.0 25 20 Placebo n=215 Lamivudina n=436 0.8 0.6 0.4 HBeAg (+) 15 0.2 Anos de f-up Após 3 anos de HBV DNA (-) 10 5 1 2 3 4 5 6 7 Niederau et al, 1996 0 1 2 3 Anos de tratamento 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 HBeAg (-) Anos de f-up Chang TT, et al. Hepatology 2010 Liaw et al, NEJM 2004 2 4 6 8 10 12 14 Papatheodoridis et al, 2001

Objetivo do tratamento Supressão sustentada do HBV DNA EASL Clinical Practice Guidelines. J Hepatol, 2012 Lok & McMahon. AASLD Clinical Practice Guidelines. Hepatology, 2009

As quatro fases da hepatite crônica B Imuno tolerância Imuno eliminação Portador inativo Mutante pré-core HBeAg positivo HBeAg negativo DNA ALT N DNA ALT Tratar DNA / (-) ALT N DNA ALT Tratar

Várias opções de análogos: como decidir? LAM LdT ADV Adefovir ETV Entecavir TDF Tenofovir?

Resistência Genotípica (%) Chance de resistência com diferentes análogos 100 80 60 76 71 60 45 Ausência quase total de resistência com drogas de alta potência e boa barreira genética 40 20 0 Anos 25 1 2 3 4 5 0 11 18 28 3 0 0 1 2 3 4 5 1 < < 1 1,2... 5 22 1 2 3 4 5 6 1 2 1 2 LAM ADV ETV LdT TDF 0 0

SELECAO DO TRATAMENTO

Em que Fase o Paciente se Encontra? Imunotolerância Portador crônico inativo do vírus B Hepatite crônica: HBeAg (+)* HBeAg (- ) mutante pré-core* Doença hepática compensada* Doença hepática descompensada* AASLD Practice Guidelines - Hepatology 45:507-39, 2007

Em que Fase o Paciente se Encontra? Imunotolerância Portador crônico inativo do vírus B Hepatite crônica: HBeAg (+)* HBeAg (- ) mutante pré-core* Doença hepática compensada* Doença hepática descompensada* AASLD Practice Guidelines - Hepatology 45:507-39, 2007

Fase de Imunotolerância do Vírus B Pode durar 20 a 30 anos HBsAg reagente por MAIS de 6 meses ALT e ou AST persistente normal Elevada carga viral (> 1.000.000 ui/ml) HBeAg reagente Na biópsia hepática, caso seja realizada, pouca inflamação Não tem indicação de tratar Mais frequente transmissão vertical

Duas visões Por que esperar? Tratar Todos Risco de CHC, cirrose Acompanhar Tratar se mudar Possível subgrupo precisa tratar World J Hepatol 2014;6:226-229

História Natural Imunotolerante Seguimento 40 pacientes imunotolerante F0=20, F1=20 ==== Alterações mínimas Seguimento de 37,7 meses em 31 casos Ocorreu perda de tolerância em 12 (38%) Média de idade 30,7 anos PCIVB em 6 casos Hepatite crônica em 3 casos Elevação transitória da ALT em 3 casos Clin Gastroenterol Hepatol 2007;5:636

História Natural Imunotolerante Seguimento 57 pacientes imunotolerante F0 ou F1 biópsia inicial Alterações mínimas Seguimento de 5 anos nova biópsia Ocorreu elevação ALT 9/57 (15,8%) Quem permaneceu ALT nl pouco alterou Bx 3 de 48 (ALT nl) vs 5 de 9 (ALT elevada) p=0,001 Progressão fibrose: 0 u/ano (-0,40 a 0,20 u/ano) ALT nl vs 0,21 u/ano (0 a 1.11 u/ano) ALT elevada p=0,04 Hepatology 2007;46:395

História Natural Imunotolerante Seguimento 57 pacientes imunotolerante F0 ou F1 biópsia inicial Alterações mínimas Seguimento de 5 anos nova biópsia Ocorreu elevação ALT 9/57 (15,8%) Quem permaneceu ALT nl pouco alterou Bx 3 de 48 (ALT nl) vs 5 de 9 (ALT elevada) p=0,001 Progressão fibrose: 0 u/ano (-0,40 a 0,20 u/ano) ALT nl vs 0,21 u/ano (0 a 1.11 u/ano) ALT elevada p=0,04 Hepatology 2007;46:395

Gastroenterology 2008;134:1376 73 pacientes HBeAg (+), ALT normais 40% F2-F3 Clin Gastroenterol Hep 2009;7:227-233 243 pacientes imunotolerante > 35 anos, ALT nls fibroscan sugestivo de fibrose avançada em 35%

Gastroenterology 2014;146:1240-1248 N= 126 pacientes tratados durante 192 semanas Perda do HBeAg ocorreu em apenas 5% em 4 anos de tratamento, entretanto 98% apresentam elevação HBV-DNA na 4 a semana após suspender tratamento Calcula que 23 anos de tratamento seriam necessário para soroconversão HBeAg anti-hbe, e 33 anos HBsAg anti-hbs

Gastroenterology 2014;146:1240-1248

E os consensos? AASLD - 2009 American Association of the Study of Liver Disease APASL - 2012 Asian Pacific Association for the Study the Liver EASL - 2012 European Association for the Study of the Liver Protocolo Clínico MS Brasil 2009

Recomendações Primeiramente definir em que fase da infecção se encontra o paciente. Tratar o imunotolerante nestas condições: Gestante HBsAg (+) com carga viral muito elevada administrar Tenofovir no 3 0 trimestre Imunotolerante que submeterá imunossupressão prolongada Pacientes acima de 30 a 40 com história familiar de cirrose e/ou CHC Pacientes acima de 30 anos fibroscan ou biópsia sugere fibrose ( F2), mesmo ALT normal

Em que Fase o Paciente se Encontra? Imunotolerância Portador crônico inativo do vírus B Hepatite crônica: HBeAg (+)* HBeAg (- ) mutante pré-core* Doença hepática compensada* Doença hepática descompensada* AASLD Practice Guidelines - Hepatology 45:507-39, 2007

HEPATITE CRÔNICA POR VHB QUEM DEVE SER TRATADO? HBsAg Positivo Portador inativo/ hepatite crônica leve Neg HBeAg Pos Cirrose descompensada Monitorar cada 3-6 meses HBV DNA < 10 4 cp/ml ALT normal 3-6 meses Zona cinzenta Considerar biópsia hepática HBV DNA >10 4 cp/ml ALT elevada 3-6 meses Considerar terapia Considerar terapia/ referir para TX

Imunossupressão prolongada em indivíduo com sorologia VHB positiva

O VHB transforma os hepatócitos numa fábrica de vírus... cccdna Werle-Lapostolle B, et al. Gastroenterology. 2004;126:1750-1758.

Linfócitos T citotóxicos (CD8+) atacam os hepatócitos infectados e replicação viral T cell cccdna T cell T cell Werle-Lapostolle B, et al. Gastroenterology. 2004;126:1750-1758.

Imunossupressão prolongada aumenta a replicação do VHB DNA cccdna T cell T cell HIV Corticóide Quimio Biológicos T cell Werle-Lapostolle B, et al. Gastroenterology. 2004;126:1750-1758.

Diminuição da imunossupressão pode causar reconstituição imunológica e dano hepático ALT T cell T cell cccdna T cell T cell T cell Werle-Lapostolle B, et al. Gastroenterology. 2004;126:1750-1758.

Efeito da imunossupressão no VHB HBeAg+ HBeAg- anti-hbe+ HBeAg+ Imunotolerância Imunoeliminação Portador inativo HBV DNA 1 Imunosupressão DNA ALT 0-30 anos Meses-anos Meses-anos Hoofnagle JH. Hepatology. 2009;49(5 suppl):s156-s165.

Efeito da imunossupressão no VHB HBeAg+ HBeAg- anti-hbe+ HBeAg+ Imunotolerância Imunoeliminação Portador inativo HBV DNA 1 2 Imunosupressão Reconstituição imunológica DNA ALT ALT 0-30 anos Meses-anos Meses-anos Hoofnagle JH. Hepatology. 2009;49(5 suppl):s156-s165.

Várias drogas podem causar reativação do VHB Anti-TNF ou CD-20 (infliximab, adalimumab, etanercept, rituximab, Ciclosporina ) Quimioterápicos (doxorubicinarituximab, Cisplatina, vincristina ) Agentes imunomoduladores Antimetabólitos (metotrexate, fluoracil ) Corticóide (prednisona, budesonida) Análogos da purina (azatioprina/6mp) Roche B, et al. Liver Int. 2011;31(suppl 1):104-110.

Pacientes (%) Alto risco de reativação com quimioterapia 27 pacientes HBsAg+ com linfoma NH em quimioterapia 100 80 60 48 40 20 0 Reativação do VHB 22 Icterícia 8 Insuficiência Hepática 4 Morte Lok AS, et al. Gastroenterology. 1991;100:182-188.

Pacientes (%) Risco especialmente alto com corticóide 50 pacientes HBsAg+ com linfoma NH randomizados para epirubicina/ciclofosfamida/etoposida (ACE) ± prednisolona (P) 100 80 73* *P <.05 ACE ACE-P 60 40 38 44* 28* * 20 13 4 0 Reativação ALT >10 x LSN Icterícia Cheng AL, et al. Hepatology. 2003;37:1320-1328.

Rituximab merece atenção especial!!! Anticorpo monoclonal contra células B (anti-cd20) Usado em vários esquemas de quimioterapia Reduz níveis de anticorpos circulantes Pode reativar o VHB até mesmo em pacientes HBsAg(-) com anti-hbs(+) Causa sororeversão: Retorno do HBsAg+ em pacientes HBsAg-negativos por perda do controle imunológico Yeo W, et al. Hepatology. 2006;43:209-220. Papamichalis P, et al. Clin Res Hepatol Gastroenterol. 2012;36:84-93.

Pacientes (%) Rituximab reativa o VHB em indivíduos HBsAg(-) Pacientes HBsAg negativos com anti-hbc isolado Todos com linfoma difuso de células B Esquema CHOP versus CHOP-R (rituximab) 40 30 20 24 CHOP (n = 25) CHOP-R (n = 21) 10 0 0 0 Sororeversão (volta do HBsAg+) 5 Morte relacionada ao VHB Yeo W, et al. J Clin Oncol. 2009;27:605-611.

Fatores de risco para reativação do VHB Tipo de neoplasia Linfoma NH: 40-60% CA mama: ±40% Duração da quimio Tipo de drogas Prednisona Rituximab Infliximab Carga viral HBV DNA >20.000 UI/ml HBeAg positivo Sorologia VHB HBsAg+ > anti-hbc+ Dados demográficos Homens > mulheres >50 anos Yeo W, et al. Hepatology. 2006;43:209-220. Hwang & Lok. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology. 2014; 11: 209 219.

Potência DROGAS ANTI-VHB Nucleosídeo análogos Nucleotídeo análogos LAM FTC LdT telbivudina ETV TDF entecavir tenofovir lamivudina emtricitabina ADV adefovir IFN Barreira Genética

Escolha do tipo de antiviral usado Carga viral basal antes da quimioterapia DNA-VHB <2.000 UI/ml: qualquer um (até LAM) DNA-VHB >2.000 UI/ml: entecavir ou tenofovir Duração do tratamento > 12 meses: entecavir ou tenofovir Monitorização HBV DNA: cada 3 meses ALT: cada 3 meses EASL. J Hepatol. 2009;50:227-242 Lok AS, et al. Hepatology. 2009;50:661-662 Hwang & Lok. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology. 2014; 11: 209 219

Quando iniciar e quando parar o antiviral Quando iniciar Idealmente pouco antes ou junto com a quimioterapia Mas não vale a pena atrasar o início da quimioterapia Quando parar DNA-VHB basal >2.000 UI/ml: alto risco de rebote continuar tratamento igual ao indicado para hepatite crônica B DNA-VHB basal <2.000 UI/ml Tratar até 6 a 12 meses após quimioterapia Após a interrupção DNA-VHB e ALT mensais por ±3-6 meses EASL. J Hepatol. 2009;50:227-242 Lok AS, et al. Hepatology. 2009;50:661-662 Hwang & Lok. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology. 2014; 11: 209 219

Anti-HBc IgG+ com HBsAg negativo Baixo risco de reativação Maioria indica esperar DNA elevar para começar tratamento Considerar profilaxia em caso de: Pacientes com cirrose Uso de Rituximab Transplante de medula Manzano-Alonso ML, et al. World J Gastroenterol. 2011;17:1531-1537.

Manejo do VHB na imunossupressão Antes de iniciar imunossupressão pesquisar HBsAg, anti-hbc IgG e anti-hbs em todos HBsAg+ HBV DNA Positivo HBsAg-, anti-hbc+ HBV DNA < 2.000 UI/ml 2.000 UI/ml Positivo Negativo LAM ou ETV/TDF até 6-12m pós-tto ETV/TDF como hepatite B crônica DNA e ALT ± cada 6 meses Iniciar imunossupressão Testar HBsAg e DNA mensalmente durante todo tratamento Anti-HBc IgG+ isolado: iniciar profilaxia se F4, uso de Rituximab ou Tx de medula Lok AS, et al. Hepatology. 2009;50:661-662; EASL. J Hepatol. 2009;50:227-242; Feld J. CCO 2014

Tratamento da Hepatite crônica B Até quando manter os NUCs

Quando suspender o tratamento? HBeAg positivo HBeAg negativo IFN: 4 a 6 meses PEG: 12 meses Análogos: 6 a 12 meses após a soroconversão do HBeAg?ou do HBsAg? IFN: 12 a 24 meses PEG: 12 a 24 meses Análogos: possível parar após a soroconversão do HBsAg (<1%/ano) ou após anos de HBV Dna negativo?

Tratmento do pte HBeAg-Positivo principais aspectos para tratamento As drogas escolhidas devem ter alta potencia e baixo risco de resistencia Tenofovir: 0% aos 5 anos (0% em LMVr) Entecavir: <1-2% aos 4-5 anos Peg-IFN: sem problemas Seroconversão HBeAg/AntiHBe é almejada Duração do tratamento depende do desfecho Perda do HBsAg é desejada, mas é rara Lok A, AASLD Guidelines, 2009 Ono, J Hepatol 2012;57:508-14

Eficácia das terapias preferidas nos ptes HBeAg-Positivos Duração follow-up (anos) HBeAg Seroconversão HBsAg clearance Peg-IFN* 3 25% 8-11% Entecavir 3-5 anos 31-42% 1-7% Tenofovir 3-4 anos 19-31% 11% * Sem contar a resposta terapeutica Marcellin P,. N Engl J Med. 2008;359:2442-2455. Buster E Gastroenterology 135;459-467; Gish, R, Gastroenterology. 2007 133:1437-44; Heathcote, Gastroenterology 2011; 140(1):132-43; Chang L, Hepatology 2010; 2010;51:422-30.\; Yeun MF, Am J Gastroenterol March 2011; Ono A J Hepatol. 2012. May.; Lok AS, Gastroenterology in press

Durabilidade da seroconversão HBeAg/Anti HBe com NUCs Resultados conflitantea na literatura Durabilidade de 30-90% Possiveis casas de variabilidade Nivel de HBV DNA no momento da interrupção Duração da consolidação Idade O medicamento Dienstag JL, Hepatology 2003;37:748-55 Song BC Hepatology 2000;32:803-6 Tseng TC, J Infect Dis 2012;206:1521-31 N=42 NUCs tratados com seroconversão FU 56 meses 44% de recidiva do HBeAg e 50% HBV DNA >10K copias/ml Reijnders Gastroenterology. 2010;139:491-8

Hepatite Cronica B HBeAg-positivo Implicações das novas evidencias cientificas na prática clinica Seroconversão HBeAg/antiHBe não é sempre duravel: Monitore reativação Considere manter tratamento por mais tempo para consolidar e resposta ou buscar a perda do HBsAg Sem evidencias para terapeutica combinada em pacientes naive tratados com drogas podentes e com elevada Barreira Genética (TDF/ETV)

Tratamento da Hepatite cronica B HBeAg-Negativo Pilares Drogas potentes com elevada barreira genética em naives Tenofovir: 0% aos 4 anos Entecavir: 1-2% aos 3-4 anos Peg-IFN = sem problemas Supressão do HBV DNA é objetivo principal Seroconversão HBsAg/anti Hbe é altamente desejavel Mais frequente com peg-ifn do que NUCs Com NUCs tratamento prolongado para HBsAg/Anti HBs Melhor parametro para suspender NUCs

Durabilidade da Resposta Virológica Response apos a terapia com ETV em Pts HBeAg-negativos Estudo Retrospectivoprospectivo, Pts HBeAg-neg CHB tratados com ETV, N=95 41% cirrose 59% previo tratamento Regras de parada HBV DNA UD 3 vezes, cada 6 meses a parte Duração média 24 meses Consolidação média 62 sem Follow-up 12 meses Nenhum perdeu HBsAg durante ou após o tratamento Taxa de Recidiva = HBV DNA >2000 IU/mL e ALT 2 ULN 55% 45% Jeng WJ, Hepatology, 2013, in press

Tratamento do HBV Sumário HBV se controla, mas não cura Se suprimir a replicação viral, reduz incidencia de complicações O tratamento é indicado em Pts com doença ativa (Histologica) ou fibrose Tenofovir, entecavir e peg-ifn Riscos x Beneficios devem ser individualizados Objetivos mais ambiciosos do tratamento Perda do HBsAg, desejado, mas infrequente Suspensão do tratamento mais segura com negativação do HBsAg.