COMISSÃO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES PROTOCOLO DE PRONTO ATENDIMENTO
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1 COMISSÃO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES PROTOCOLO DE PRONTO ATENDIMENTO EM ACIDENTES COM EXPOSIÇÃO AO RISCO BIOLÓGICO ASSIS 2013 Página 1 de 7
2 COMISSÃO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES Elaboração e Pesquisa Claudinei A. Santos Enfermeiro do Trabalho NEESMT Presidente da COMPRAMP Equipe Técnica Responsável Ana Cláudia Correa Gerente de Enfermagem Claudinei A. Santos Enfermeiro do Trabalho NEESMT Helena Maria Felício Representante da Diretoria Técnica do HRA Juliana Carvalho Ferreira Penço Serviço de Controle de Infeção Hospitalar Maria Donizete Theodoro Vice Presidente da COMSAT COMISSÃO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES Página 2 de 7
3 COMISSÃO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES Procedimentos recomendados nos casos de exposição a materiais biológicos A T E N D I M E N T O I N I C I A L Cuidados imediatos com a área de exposição Recomendam-se, como primeira conduta apósexposição a material biológico, os cuidados imediatoscom a área atingida. Essas medidas incluem a lavagemexaustiva do local exposto com água e sabão, nos casosde exposições percutâneas ou cutâneas. O uso desoluções antissépticas degermantes é uma opção. Nasexposições de mucosas, deve-se lavá-las exaustivamentecom água ou com solução salina fisiológica.estão contraindicados procedimentos queaumentam a área exposta (cortes, injeções locais) e autilização de soluções irritantes, como éter, hipocloritoou glutaraldeído. HIV AVALIAÇÃO E CONDUTA NO PRONTO ATENDIMENTO Maior Gravidade lesão profunda sangue visível no dispositivo agulha previamente inserida na veia/artéria do pacientefonte agulhas com lúmen e de grosso calibre Menor gravidade lesão superficial, ausência de sangue visível no dispositivo, Maior Gravidade grande quantidade de material biológico, contato prolongado Menor gravidade pouca quantidade de material biológico, curto contato Paciente-fonte conhecido HIV positivo HIV negativo (3) HIV desconhecido Exposição percutânea Indicar Profilaxia antirretroviral pósexposição(pep) - esquemaexpandido Indicar PEP - esquemaexpandido (1) PEP não recomendada PEP não recomendada Exposição em mucosas e/ou cutânea Indicar PEP esquemaexpandido Considerar PEP esquemabásico (2) PEP nãorecomendada PEP nãorecomendada recomendada (4) recomendada (4) nãorecomendada (4) nãorecomendada (4) Paciente-fonte desconhecido (1) Estudos sobre exposição sexual e transmissão vertical sugerem que indivíduos com carga viral < cópias/ml apresentam um risco muito reduzido de transmissão do HIV. Em exposições envolvendo paciente-fonte sabidamente positivo e com baixa carga viral, pode-se optar pelo esquema básico de PEP. recomendada (5) recomendada (5) nãorecomendada (5) nãorecomendada (5) Página 3 de 7
4 (2) Considerar: indica que a PEP é opcional e deve ser baseada na análise individualizada da exposição, devendo a decisão ser tomada entre o acidentado e o médico assistente. (3) Sorologias negativas indicam que não há risco de transmissão do HIV. A possibilidade de soroconversão recente ( janela imunológica ), diante de sorologia negativa sem a presença de sintomas de infecção aguda, é extremamente rara, mas deve ser avaliada no atendimento ao acidentado. (4) Quando indicada, a PEP deve ser iniciada com o esquema básico de dois antirretrovirais, até que os resultados dos exames laboratoriais sejam conhecidos, acarretando modificação ou suspensão do esquema, de acordo com o resultado da sorologia do pacientefonte. (5) Quando o paciente-fonte é desconhecido, o uso de PEP deve ser decidido individualmente, considerando-se o tipo de exposição e a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV. Esquema preferencial zidovudina + lamivudina (AZT+ 3TC) ESQUEMA BÁSICO de PEP Esquemas alternativos tenofovir + lamivudina (TDF+3TC) OU estavudina + lamivudina (d4t+3tc) ESQUEMA EXPANDIDO de PEP Esquema preferencial 1ª opção Esquemas alternativos 1. Tenofovir tenofovir + lamivudina (TDF Tomar 1 comprimido 1x/dia por 30 dias. + 3TC) + lopinavir/ritonavir 2. Zidovudina + Lamivudina (LPV/r) Tomar 1 comprimido 12/12h por 30 dias. Esquema preferencial 2ª opção 1. Zidovudina +Lamivudina Tomar 1 comprimido 12/12h por 30 dias Lopinavir/ritonavir(Kaletra) Tomar 2 comprimidos 12/12h( estomago cheio)por 30 dias. Esquemas alternativos tenofovir + lamivudina (TDF + 3TC) + lopinavir/ritonavir (LPV/r) Quando indicada, a PEP deverá ser iniciada o maisrapidamente possível, de preferência nas primeirasduas horas após o acidente. Resultados de estudos emanimais sugerem que a PEP iniciada até 12, 24 ou 36horas da ocorrência é mais efetiva do que a iniciada até48 a 72 horas após a exposição. Esses estudostambémestabeleceram que a PEP não é efetiva quando indicadaapós decorridas mais de 72 horas da exposição. A PEP não é indicada para acidentes com tempo maior que 72 horas. Aduração recomendada da quimioprofilaxia(qp) é de 28 dias. OBS: A COMISSÃO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTESdisponibilizou no Anexo 1 deste documento receitas prontas com o Esquema Básico de PEP e Esquema Expandido de PEP para a utilização pelo profissional médico que proceder o pronto atendimento do servidor acidentado. Página 4 de 7
5 HEPATITE B AVALIAÇÃO E CONDUTA NO PRONTO ATENDIMENTO Recomendações para a profilaxia dahepatite B pós-exposição ocupacional amaterial biológico Paciente-fonte: Situações vacinal esorológica do trabalhadorda saúde exposto (1) HBsAgdesconhecido HBsAg reagente HBsAgnão reagente ou não testado Não vacinado IGHAHB + iniciar vacinação (2) Iniciar vacinação Iniciar vacinação (3) Com vacinação incompleta Com resposta vacinal conhecida e adequada ( 10 mui/ml) Sem resposta vacinal após a 1ª série (3 doses) Sem resposta vacinal após 2ª série de vacina Com resposta vacinaldesconhecida IGHAHB + completar vacinação (2) Nenhuma medida específica IGHAHB + iniciar nova série de vacinação (3 doses) (2) IGHAHB + duas doses, com intervalo de 30 dias entre ambas (4) Testar o profissional desaúde: - Se resposta vacinaladequada: nenhumamedida específica - Se resposta vacinalinadequada: IGHAHB (2) +fazer segunda série devacinação Completar vacinação Nenhuma medida específica Iniciar nova série de vacinação (3 doses) Nenhuma medida específica Testar o profissionalde saúde: - Se respostavacinal adequada:nenhuma medidaespecífica - Se resposta vacinalinadequada: fazersegunda série devacinação Completar vacinação (3) (1) Os profissionais que sofreram infecção pelo VHB estão imunes à reinfecção e não necessitam de profilaxia pós-exposição. (2) IGHAHB imunoglobulina para Hepatite B.Tanto a vacina quanto a imunoglobulina devem ser administradas preferencialmente nas primeiras 24 horas após o acidente, não excedendo o período de sete dias. (3) O uso associado de imunoglobulina anti-hepatite B está indicado se o paciente-fonte tiver alto risco de infecção pelo VHB, a exemplo de usuários de drogas injetáveis, pacientes em programas de diálise, contatos domiciliares e sexuais de portadores de HBsAg, pessoas que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo, heterossexuais com vários parceiros e relações sexuais desprotegidas, história prévia de doenças sexualmente transmissíveis, pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para a hepatite B, pessoas provenientes de prisões e de instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental. (4) A administração da IGHAHB em duas doses deve obedecer o intervalo de um mês entre elas. Essa opção deve ser indicada para aqueles que fizeram duas séries de três doses da vacina, mas não apresentaram resposta adequada ou demonstraram alergia grave à vacina. Observação: A vacinação contra a hepatite B deve ser adiada em pessoas com doenças agudas, moderadas ou graves, com ou sem febre, até que a doença se resolva, no intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. Nenhuma medida específica Iniciar nova série de vacinação (3 doses) (3) Testar o profissionalde saúde: - Se resposta vacinaladequada: nenhumamedida Específica - Se resposta vacinalinadequada: fazersegunda série devacinação Página 5 de 7
6 Cálculo de Imunoglobulina anti-hepatite B (IGHAHB) A imunoglobulina anti-hepatiteb é constituída por mais de UI de anti-hbs efornece imunidade provisória por um período de trêsa seis meses após a administração. Recomenda-se, àexceção dos recém-nascidos de mães portadoras dohbsag, a dosagem de 0,06 ml/kg de peso corporal; caso o total ultrapassar 5mL, devese dividir a aplicação em duas áreas corporais diferentes. A vacina e a IGHAHBpodem ser administradas simultaneamente, desde queem locais diferentes. Cálculo: Peso corpóreo x 0,06ml HEPATITE C AVALIAÇÃO E CONDUTA NO PRONTO ATENDIMENTO Medidas pós-exposição relacionadas ao VHC Não existe nenhuma medida específica eficaz para a redução do risco de infecção pelo vírus da hepatite C, após exposição ocupacional. O único fator de eliminação desse risco é a prevenção do próprio acidente. Recomenda-se o acompanhamento clínico e laboratorial de todo trabalhador com exposição ocupacional ao VHC, já que inexistem vacinas ou imunoglobulinas capazes de evitar a transmissão dessevírus. Diante da possibilidade de tratamento da infecção aguda, é possível evitar a cronificação da doença, minimizando, assim, as consequências trabalhistas, bem como o comprometimento da qualidade de vida. Dados atualmente disponíveis sugerem ótimos resultados com o tratamento precoce de trabalhadores da saúde que apresentam soroconversão e infecção aguda pelo VHC. Página 6 de 7
7 Acompanhamento laboratorial do profissional de saúde após exposições ocupacionais a materiais biológicos Indicador Uso de QP básica Uso de QP expandida Acomp. HIV Acomp. VHB Acomp. VHC Momento do acidente Glicemia Exames solicitados 2ª semana 30 dias 3 meses 6 meses 12 meses Glicemia Anti-HIV EIA/ ELISA - Vacinados: anti- HBs Não vacinados: anti-hbs, anti- HBctotal, HBsAg anti-hcv EIA/ ELISA ALT/TGP - Anti-HIV EIA/ ELISA Anti-HIV EIA/ELISA ALT/TGP anti-hcv HCV - RNA Anti-HIV EIA/ ELISA Vacinados susceptíveis: anti-hbs Não vacinados: anti-hbs, anti- HBctotal, HBsAg anti-hcv EIA/ ELISA Anti-HIV EIA/ELISA eventualmente - anti-hcv EIA/ELISA eventualmente Referência 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Recomendações para terapia antirretroviral em adultos infectados pelo HIVE Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Brasília, COMISSÃO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES, Atas de reuniões 2012/2013. Página 7 de 7
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