Uma metodologia com enfoque estratégico-situacional/com unicativo



Documentos relacionados
Martina Rillo Otero A importância do processo de avaliação. Existem muitas definições para avaliação, não existe uma única.

Por que Projetos Sociais?

CAPTAÇÃO DE RECURSOS ATRAVÉS DE PROJETOS SOCIAIS. Luis Stephanou Fundação Luterana de Diaconia

SISTEMÁTICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO SERVIÇO DE SAÚDE COMUNITÁRIA APOIO TÉCNICO EM MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

SGQ 22/10/2010. Sistema de Gestão da Qualidade. Gestão da Qualidade Qualquer atividade coordenada para dirigir e controlar uma organização para:

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras

Oficina O Uso dos Sistemas de Informação como Ferramentas de Gestão Local do SUAS

entrevista semi-estruturada; estruturada;

PROJETO EDUCATIVO DE ESCOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

F n i a n n a c n i c a i m a en e t n o Foco: Objetivo:

Conceitos básicos em Monitoramento e Avaliação. Professor: Marconi Fernandes de Sousa Período: Julho de 2013.

Conjunto de pessoas que formam a força de trabalho das empresas.

Vigilância Alimentar Nutricional. Colocar aqui a página inicial do curso. Curso de. Vigilância. Alimentar. Nutricional

A Importância do Planejamento na construção do SUS. Carmen Teixeira

Gerenciamento de Riscos em Projetos. Msc. Fernando Simon AFS SOLUTIONS

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social TEMA A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM EQUIPE E A ARTICULAÇÃO DA REDE

Estruturando o modelo de RH: da criação da estratégia de RH ao diagnóstico de sua efetividade

Curso de Especialização Docente em Educação Ambiental (Lato Sensu)

PLANO OPERATIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO DO CAMPO E DA FLORESTA

GUIA DE ARGUMENTOS DE VENDAS

O que é Planejamento?

Projeto Vivencial III. Coordenação de salas: Ignez Navarro Alásia Santos Revisão final: Profa. Alba Lúcia

Desenvolvimento de Pessoas na Administração Pública. Assembléia Legislativa do Estado de Säo Paulo 14 de outubro de 2008

Diretoria Central de Projetos. Elaboração de Projetos Públicos

ANEXO I ROTEIRO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS FIA Cada projeto deve conter no máximo 20 páginas

Processos de Desenvolvimento de Software

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SES/GO

Política Nacional de Participação Social

Plano Decenal SUAS e o Plano Decenal : Como fazer a análise do SUAS que temos como projetar o SUAS que queremos

Maria Alice Setubal IV Seminário Internacional de Avaliação Econômica de Programas Sociais

Desenvolvimento Territorial a partir de sistemas produtivos locais como modalidade de Política Industrial no Brasil

CAPACITAÇÃO EM SERVIÇO

PROBLEMA, MUDANÇA E VISÃO

Unidade III GESTÃO EMPRESARIAL. Prof. Roberto Almeida

Secretaria de Coordenação Política e Governança Local

NÚCLEO TÉCNICO FEDERAL

Escola de Políticas Públicas

Atividade I Como podemos fortalecer o Núcleo na Região para garantir a continuidade dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - ODMs?

FÓRUM PRESENÇA AMIMT POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO (DECRETO7.602 DE 07 DE NOVEMBRODE 2011) Interministerial

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

Etapa 01 Proposta Metodológica

PROPOSTA DE SEMINARIO: PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS

Etapas para a Elaboração de Planos de Mobilidade Participativos. Nívea Oppermann Peixoto, Ms Coordenadora Desenvolvimento Urbano EMBARQ Brasil

ANÁLISE DAS PROPOSTAS APRESENTADAS NO PLANO DE GESTÃO E AVANÇOS REALIZADOS

Tema: Educação do Campo

Plano de Ação. Colégio Estadual Ana Teixeira. Caculé - Bahia Abril, 2009.

Planejando a Próxima Década. Alinhando os Planos de Educação

A Capacitação dos Gestores Portuários

MANUAL PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS. Junho, 2006 Anglo American Brasil

Proposta de Pacto Federativo pela Alimentação Adequada e Saudável: uma agenda para os próximos anos

Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde

Projeto Pedagógico: trajetórias coletivas que dão sentido e identidade à escola.

A PROTEÇÃO SOCIOASSISTENCIAL PARA USUÁRIOS DE CRACK E SUAS FAMÍLIAS: OS DESAFIOS DA INTERSETORIALIDADE

Incidência em políticas públicas: ampliando as possibilidades. Rafael Gioielli Instituto Votorantim / Brasil

Processo de Negociação. Quem somos. Nossos Serviços. Clientes e Parceiros

Pesquisa Etnográfica

Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação Departamento de Ciência da

GESTÃO EMPRESARIAL FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA. Profª. Danielle Valente Duarte

Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça. Oportunidades Iguais. Respeito às Diferenças.

PROJETO ALTERNATIVO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO - PADRSS

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

PESQUISA-AÇÃO DICIONÁRIO

POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE

EDITAL CHAMADA DE CASOS

AVALIAÇÃO PARA MELHORIA DA QUALIDADE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA. Apresentação Geral, Objetivos e Diretrizes

Plataforma dos Centros Urbanos

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE NIVELAMENTO (PIN) DA FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE UBERABA UBERABA 2012

Abordagem de Processo: conceitos e diretrizes para sua implementação

CONSULTORIA DE DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ANEXO X DIAGNÓSTICO GERAL

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

Metodologia de Gerenciamento de Projetos da Justiça Federal

Qualidade da Informação no Serviço de Auditoria em Saúde

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16

G t es ã tão E t s t ra é té i g? ca O Que é isso? TEORIA TE DAS DA ORGANIZA OR Ç GANIZA Õ Ç ES E Prof. Marcio Peres

I CICLO ITINERANTE DE FORMAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

O Ciclo de Políticas Públicas

Plano de Trabalho Docente Professor GILBERTO MARTIN

Experiência: VIGILÂNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

AGENDA 21 LOCAL. Como construir a Agenda 21 Local

EDUCAÇÃO EM SAÚDE AMBIENTAL:

O Currículo das Séries Iniciais e a Educação para a Saúde

Rogério Medeiros

E FOLDER INSTITUCIONAL

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997

Projeto de Gestão Compartilhada para o Programa TV Escola. Projeto Básico

PARTICIPAÇÃO POPULAR NO SUAS

PROJETO INSTITUCIONAL DE NIVELAMENTO

Segurança e Auditoria de Sistemas

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE

49 o CONSELHO DIRETOR 61 a SESSÃO DO COMITÊ REGIONAL

WS3-O3- OBJETIVOS-ESTRATÉGIAS-METAS-INDICADORES DINÂMICA SEGUNDO CICLO

Desafios e perspectivas do Trabalho Social Profa. Rosana Denaldi. FGV EAESP 25 de Setembro de 2015

QUANDO TODO MUNDO JOGA JUNTO, TODO MUNDO GANHA!

Transcrição:

PLANEJAMENTO EM UNIDADES DE APS/SUS Uma metodologia com enfoque estratégico-situacional/com unicativo Momentos do processo de planejamento Finalidades, m etodologias, instrum entos e técnicas Construindo práticas de Vigilância da Saúde

PLANEJAMENTO O QUE É? É um processo através do qual são estabelecidos objetivos O processo de planejamento produz um plano de ação Este é instrum ento de trabalho do gerente Planejar é pensar de form a organizada direcionando a ação para atingir objetivos Ação planejada é ação não improvisada QUEM PLANEJA? QUEM PLANEJA? Todos os sujeitos/atores Em serviços de APS/SUS o gerente, a equipe, a população

MOMENTOS DO PROCESSO M om ento explicativo Conhecer a realidade e identificar problem as Eleger prioridades Compreender os problemas em sua complexidade Momento Normativo Momento Normativo Desenho do DEVE SER - para onde queremos ir? Construção de uma imagem objetivo ou visão compartilhada para a prática de saúde na Unidade de APS/SUS A imagem-objetivo se transforma em objetivos a serem alcançados

MOMENTOS DO PROCESSO M om ento Tático-operacional Identificar os nós críticos na árvore explicativa dos problem as D efinir estratégias e ações para intervenção nos problemas o plano de ação Acompanhar a resolução dos problemas avaliação M om ento Estratégico M om ento Estratégico Quais os obstáculos à implementação do plano de ação? A nalisar restrições de natureza política e econôm ica, capacidade técnica, organizativa e institucional

SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEO-REFERENCIADAS (SIG) PARA QUE SERVE PARA QUE SERVE Apoiar o planejamento, m onitoram ento e avaliação das ações e serviços de saúde no nível local D etectar desigualdades na oferta de serviços, buscando a equidade na alocação de recursos Apoiar o conhecimento da realidade e suas heterogeneidades no território A poiar a relação educativo-participativa entre equipe e população Incrementar as ações de Vigilância da Saúde A poiar ações intersetoriais para a resolução de problem as

MOMENTO EXPLICATIVO Conhecer a realidade e identificar problem as Reunir inform ações de diferentes naturezas Interpretar as informações em um processo colaborativo que envolva todos os sujeitos/atores equipe, a população, o/a gerente Para isso, precisam os reunir INFORMAÇÕES Condições de vida e aspectos dem ográficos da população Situação de saúde (m orbi-m ortalidade, necessidades percebidas pela população) Serviços de saúde (estrutura, processo de trabalho e resultados)

MOMENTO EXPLICATIVO O QUE SIGNIFICA PROBLEMA Uma discrepância entre a situação atual encontrada e o que é considerado um a situação ideal, conform e a opinião de um sujeito/ator Exige reunir inform ações quantitativas e qualitativas Interpretar as informações em um processo colaborativo que envolva equipe e população Categorias de problem atização Categorias de problem atização Condições de vida Situação de saúde Serviços de saúde

MOMENTO EXPLICATIVO Conhecer a realidade produz uma lista de problemas D istribuir os problem as nas três categorias e identificar os sujeitos/atores sociais interessados na intervenção INTERVENÇÃO Condições de vida atuação política da população, com apoio da equipe Situação de saúde atuação da equipe, articulada com a população Serviços de saúde atuação gerencialadm inistrativa

MOMENTO EXPLICATIVO ELEGENDO PRIORIDADES Hierarquizar problemas segundo uma ordem de im portância - negociação entre os sujeitos/atores Atribuição de valores - emprego de critérios Magnitude freqüência com que ocorre o problema: coeficientes de m orbidade Transcendência dano causado pelo problem a - coeficientes de m ortalidade e letalidade Vulnerabilidade possibilidade de reduzir o problem a na população por m eio dos recursos disponíveis (conhecim ento, tecnologia, efetividade da intervenção, possibilidade de identificação da população-alvo) Custo recursos financeiros a serem gastos x resultados possíveis de alcançar

MOMENTO EXPLICATIVO Elegendo prioridades no território Em prego de critérios de risco e vulnerabilidade à saúde A epidemiologia é fundamental na identificação de grupos de risco para diminuir as iniqüidades em saúde Um sistema de informações geo-referenciado é fundamental, mas não a única forma de identificar micro-áreas de risco A micro-localização geográfica dos problemas reconhece a discrim inação negativa de alguns grupos sociais É necessário também levar em consideração as necessidades sentidas pela população

MOMENTO EXPLICATIVO Compreendendo os problemas em sua complexidade Problemas de saúde são complexos e mal-estruturados COMPLEXO: O que foi tecido junto, quando elementos diferentes são inseparáveis constitutivos do todo (...) a união entre a unidade e a m ultiplicidade (M orin, 2001, p. 38) Com preender a com plexidade envolve diferentes operações Ter inform ação, perceber, sentir, descrever, explicar, interpretar identificar causas e conseqüências, ações e retro-ações entre os m últiplos fatores envolvidos nos fenôm enos A compreensão de problemas complexos exige diálogo interdisciplinar, intersetorial e com a população

MOMENTO EXPLICATIVO Para compreender os problemas em sua complexidade podemos usar a técnica Fluxogram a situacional ou árvore explicativa Uma forma de representar graficamente um processo de Interpretação colaborativa e dialógica DINÂMICA DE GRUPO Descrição do problema dados e informações Discutir fatores que provocam a existência do problema e quais as suas conseqüências um fator por tarjeta M ontar a árvore explicativa, estabelecendo as interrelações

MOMENTO NORMATIVO Definir uma imagem-objetivo para a prática de saúde. N o nosso caso, seria construir, coletivam ente, um projeto para a U nidade de Saúde, tendo com o referência, os princípios da APS, do SUS e da Vigilância da Saúde A SITUAÇÃO IDEAL A SER BUSCADA Ela se operacionaliza através dos objetivos a serem alcançados no plano de ação Construir uma imagem-objetivo através De um processo dialógico torna o projeto da Unidade de Saúde mais legítim o COMO FAZER? COMO FAZER? M étodo de coordenação do processo de trabalho

MOMENTO TÁTICO-OPERACIONAL É o momento da programação em que vamos elaborar um plano de ação Identificar os nós críticos na árvore explicativa dos problem as Um fator com importância maior Atuando sobre o nó crítico, a situação do problema se m odifica favoravelm ente Dentro das capacidades do ator Ações Fora das capacidades do ator Demandas

MOMENTO TÁTICO-OPERACIONAL O PLANO DE AÇÃO D efinindo ações e estratégias para intervir nos problem as Alguns problemas exigem abordagem interdisciplinar na equipe de saúde Outros problemas exigem trabalho em parceria com a população O utros ainda, envolver outros setores (outros serviços de saúde, educação, habitação, saneam ento, segurança pública,...) Como fazer? Como fazer? Também coletivamente - método de coordenação do processo de trabalho

MOMENTO TÁTICO-OPERACIONAL DIAGNÓSTICO SITUACIONAL PLANO DE AÇÃO Síntese do Estudo do problem a PROBLEMA 1 N ecessidades Propostas de ação/atividades Ações Atividades Cronogram a Recursos Responsáveis Resultados esperados Avaliação

MOMENTO ESTRATÉGICO Estratégia Forma de implementação de uma política Visa criar condições favoráveis para atingir os objetivos, superando progressivam ente os obstáculos e restrições ao plano de ação Quais são as restrições que pesam no cumprimento do desenho normativo do plano de ação? É uma das formas de lidar com conflitos e diferenças (A outra forma é através da busca de consensos)

MOMENTO ESTRATÉGICO FUNDAMENTAL: Equilibrar a busca de viabilidade com necessidade de ajustar ou restringir o desenho norm ativo RESPONDER: Quais os obstáculos que devem e podem ser superados para viabilizar o plano de ação? Com o poderem os buscar a superação desses obstáculos? Q uais são os interesses dos diferentes atores/ sujeitos? É possível negociar diferenças e/ou conflitos, construir consensos, m esm o que relativos? Como faremos isso?