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Transcrição:

Nº 26.251/CS HABEAS CORPUS Nº 137.032/PR IMPETRANTE: BRUNO HENRIQUE NOGUEIRA FRANCO IMPETRADO: RELATOR DO HC Nº 371.205 DO STJ PACIENTE: ROSILENE APARECIDA DA ROCHA RELATOR: MINISTRA ROSA WEBER HABEAS CORPUS CONTRA DECISÃO QUE INDEFERIU A LIMINAR. SÚMULA 691. INADMISSIBILIDADE. DETRAÇÃO. QUESTÃO EXAMINADA PELO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU. NÃO CUMPRIMENTO DE TEMPO DE PENA SUFICIENTE PARA A PROGRESSÃO DE REGIME, MESMO CONSIDERADO O TEMPO DE PRISÃO PROVISÓRIA. PARECER PELO NÃO CONHECIMENTO DA IMPETRAÇÃO. 1. Trata-se de habeas corpus impetrado em benefício de Rosilene Aparecida da Rocha, insurgindo-se o Impetrante contra decisão proferida pelo Relator no Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu a liminar no HC nº 371.205. 2. Preliminarmente, impõe-se o não conhecimento do habeas corpus, que se insurge contra decisão do Relator que indeferiu a liminar no habeas corpus originário. Tem afirmado essa Corte que a superação do entrave contido na Súmula nº 691/STF somente é possível quando presente situação de flagrante ilegalidade, que por si só autorize a apreciação do pedido antes que o faça o Tribunal constitucionalmente competente.

MPF/PGR Nº 26.251/CS 2 3. Este caso, entretanto, não revela essa situação de flagrante ilegalidade. O Relator, no Superior Tribunal de Justiça, indeferiu fundamentadamente a liminar, entendendo inexistente o constrangimento ilegal apontado. 4. Destarte, inequívoca é a incidência da Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal ( Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar ). 5. No mérito, não há situação de flagrante ilegalidade que autorize a atuação excepcional dessa Suprema Corte 6. A paciente foi condenada por tráfico de drogas à pena de 5 anos de reclusão a ser cumprida no regime inicial semiaberto. Em sede de apelação a sentença foi reformada para condená-la também pelo crime de associação para o tráfico, sendo a pena fixada em 3 anos e 6 meses, totalizando 8 anos e 6 meses de reclusão a ser cumprida no regime fechado. 7. Quando proferida a sentença condenatória, o Juízo permitiu que a paciente iniciasse o cumprimento a sua pena em regime domiciliar, em razão de não haver vaga para o regime semiaberto. 8. Com a reforma da sentença, entretanto, a paciente foi transferida para o regime fechado, onde se encontra até a presente data. 9. Ocorre que a paciente é mãe de 3 filhos, sendo dois deles portadores de graves problemas de saúde: uma adolescente de 17 anos, que é surda e apresenta deficit cognitivo, estando com idade mental atrasada em relação à sua idade física; e um menino, de 6 anos, com câncer (leucemia linfoblástica aguda).

MPF/PGR Nº 26.251/CS 3 10. De acordo com os documentos que instruem a impetração, o pai do menino já faleceu, de modo que a criança está exclusivamente aos cuidados da mãe. Com a sua prisão, as três crianças estão sob os cuidados da avó materna. 11. Afirma o Impetrante que a paciente, primária e de bons antecedentes, já teria direito ao regime semiaberto caso fosse feita a detração do período em que permaneceu presa no curso da instrução 7 meses e 10 dias. Alega, também, que com a alteração procedida no art. 387 do CPP pela Lei nº 12.736/2012, a detração do período de prisão provisória deve ser feita na sentença condenatória. No caso, cabia ao Tribunal de Justiça, ao proceder à alteração da pena, fixar o regime inicial considerando o tempo de prisão já cumprido. 12. De fato, a Lei nº 12.736/2012, introduziu o parágrafo 2º ao art. 387 do Código de Processo Penal, com a seguinte redação: O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. 13. Pelo novo sistema, a detração deve ser feita pelo Juiz ao proferir a sentença. No caso, cabia ao Tribunal, quando reformou a sentença para condenar a paciente pelo crime de associação para o tráfico, descontar o período de prisão provisória para efeito de fixação do regime inicial de cumprimento da pena. 14. No entanto, apesar da omissão do acórdão, o Juiz de primeiro grau apreciou o pleito da paciente e indeferiu o seu pedido de prisão domiciliar. Entendeu o Juízo que a paciente não cumpriu o tempo de pena necessário à progressão ao regime semiaberto, mesmo considerando o tempo em que esteve presa em regime cautelar.

MPF/PGR Nº 26.251/CS 4 15. Eis a decisão, na parte que interessa ao presente caso: Preambularmente, é basilar esclarecer que, anteriormente, a ré estava em prisão domiciliar devido à ausência de vagas no regime semiaberto, conforme decisão constante do evento 33.1. Não obstante a harmonização do regime concedida, após a análise dos recursos pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, a situação processual da apenada restou completamente diversa. Explico. Conforme Acórdão constante do evento 90.2, a reprimenda imposta à Assistida mudou significativamente, pois, além da exclusão da causa de diminuição da pena pelo crime de tráfico de drogas, restou condenada pelo crime de associação ao tráfico de entorpecente, resultando na reprimenda total de 08 (oito) anos e 06 (seis) meses de reclusão e 1.317 (mil trezentos e dezessete) dias-multas em regime fechado. Diante da nova pena, e do novo regime, os motivos que autorizam a prisão domiciliar da ré não subsistem. O fato de ter uma filha com deficiência auditiva e um filho com leucemia linfoide aguda não garantem, por si só, o direito a prisão domiciliar. Conforme bem delineado pelo Representante do Ministério Público em seu parecer acostado no evento 106, a ré, durante todo o trâmite processual na Comarca de Assis Chateaubriand, permaneceu encarcerada, período no qual sua genitora exerceu todos os cuidados aos seus filhos. Sem embargos, conforme consulta aos autos de ação de guarda n.º 4205-07.2015.8.16.0170, em 13.04.2015, a genitora da ré formulou pedido de guarda de GUILHERME, a qual foi julgada procedente em 06.10.2015, sendo prolatada nova sentença em 09.06.2016, em decorrência do pedido formulado pela ré. Com efeito, em referidos autos, mais precisamente no evento 100.1, a equipe que realizou o Relatório Estudo Social, em 25.04.2016, relatou que a ré está desempregada, o que demonstra que, desde setembro de 2015, não cumpriu com a condição para harmonização do regime consistente em comprovar emprego lícito em no máximo trinta (30) dias (evento 33.1). A priori, não está demonstrado que a ré é a única pessoa A priori que possa exercer os cuidados necessários ao seu filho GUILHERME, pois a Sra. ONDINA TEREZINHA FERREIRA DA ROCHA poderá exercer os cuidados necessários, função que já vinha exercendo desde a prisão da ré. De mais a mais, não constas dos autos que os avôs paternos, ou tios de GUILHERME, não possam exercer os cuidados que este demanda. Ante o exposto, completamente inviável, por ora, manter a prisão domiciliar da ré. Deste modo, passo a analisar a sua situação carcerária.

MPF/PGR Nº 26.251/CS 5 A Assistida foi presa em 04.02.2015 (evento 1.1), sendo concedido a harmonização do regime semiaberto em 29.10.2015, nestes termos já cumpriu 01 (um) ano, 04 (quatro) meses e 27 (vinte e sete dias) da reprimenda. Levando em consideração o novo regime e a pena imposta pelo Egrégio Tribunal de Justiça, bem como que o crime de tráfico de drogas enquadrase no critério de progressão de 2/5 (artigo 2, 2º da Lei n.º 8.072/90), e o crime de associação para o tráfico no critério de 1/6, exigindo ao menos, portanto, o cumprimento de 2 (dois) anos com relação ao crime de tráfico de drogas e 07 (sete) meses com relação ao crime de associação para o tráfico de drogas. Nestes termos, a ré deverá cumprir 02 (dois) anos e 07 (sete) meses para progredir ao regime semiaberto, portanto, para progressão a ré deverá cumprir, ainda, 01 (um) ano, 02 (dois) meses e 03 (três) dias, o que ocorrerá no dia 01.09.2017. Ante o exposto, INDEFIRO o pedido para manutenção da prisão domiciliar, e, por conseguinte, concedo o prazo de 10 (dez) dias para a ré se apresentar, voluntariamente, à Autoridade Policial para cumprimento do mandado de prisão. 16. Para afirmar que, com a detração, a pena da paciente ficaria inferior a 8 anos, o Impetrante considerou a totalidade da pena imposta 8 anos e 6 meses e abateu o tempo de prisão cautelar. Mas tratando-se de crime hediondo e crime não hediondo, o cálculo é diferenciado, não podendo ser feito pela totalidade da pena. 17. Muito embora a situação familiar da paciente seja comovente, a lei não dá brecha para o acolhimento da sua pretensão. A Lei de Execução Penal, art. 117, admite que o executando, beneficiário do regime aberto, cumpra a pena em sua residência, desde que presente um dos requisitos previstos no dispositivo. 18. A paciente, entretanto, está no regime fechado, de modo que a ela não se aplica o dispositivo. 19. De qualquer modo, como afirmou o Juiz, os filhos da paciente não estão desassistidos, única hipótese em se poderia cogitar do acolhimento do

MPF/PGR Nº 26.251/CS 6 pleito, em caráter excepcional. A mãe da paciente deteve a guarda das crianças durante o período em que a paciente estava presa, de modo que não há impedimento aparente a que voltem aos seus cuidados até a paciente obter o direito à progressão ao regime semiaberto, o que ocorrerá em setembro de 2017, quando então poderá voltar a prisão domiciliar. 20. Ante o exposto, manifesta-se o Ministério Público Federal pelo não conhecimento da impetração. Brasília, 28 de outubro de 2016 CLÁUDIA SAMPAIO MARQUES Subprocuradora-Geral da República