Superior Tribunal de Justiça

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1 HABEAS CORPUS Nº MG (2010/ ) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO EMENTA HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. LATROCÍNIO. 20 ANOS DE RECLUSÃO, EM REGIME INICIAL FECHADO. PRISÃO DOMICILIAR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUE A ENFERMIDADE DO PACIENTE (SÍNDROME DO PÂNICO) NÃO PODE SER TRATADA NO ESTABELECIMENTO PRISIONAL. PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃO DO WRIT. ORDEM DENEGADA. 1. A jurisprudência, sensível aos fatos, tem admitido a concessão de prisão domiciliar para condenados em regime fechado, mas somente em situações excepcionalíssimas, no caso de portadores de doença grave, quando comprovada a impossibilidade da assistência médica no estabelecimento prisional em que cumprem pena. 2. In casu, verifica-se que o paciente não satisfaz os requisitos autorizadores para a concessão da prisão domiciliar, porquanto cumpre pena em regime fechado, não tendo demonstrado a necessidade de tratamento fora do estabelecimento prisional, conforme afirmou o Tribunal Mineiro. 3. Parecer do MPF pela denegação da ordem. 4. Ordem denegada. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/12/2010 Página 1 de 6

2 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Gilson Dipp. Brasília/DF, 18 de novembro de 2010 (Data do Julgamento). NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO MINISTRO RELATOR Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/12/2010 Página 2 de 6

3 HABEAS CORPUS Nº MG (2010/ ) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO RELATÓRIO 1. Trata-se de Habeas Corpus impetrado em favor de REINALDO DOS REIS SANTOS, condenado por crime de latrocínio (art. 157, 3o. do CPB), à pena de 20 anos de reclusão, em regime inicial fechado, em adversidade ao acórdão proferido pelo egrégio TJMG, que negou provimento ao Agravo em Execução defensivo, nos termos da seguinte ementa: AGRAVO EM EXECUÇÃO. PRISÃO DOMICILIAR. DEFERIMENTO DURANTE O CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME FECHADO. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO NÃO PROVIDO. O recolhimento em residência particular somente é permitido aos reeducandos que estiverem no regime aberto, sendo incompatível com outro (semiaberto ou fechado), ex vi do art. 117 da LEP (fls. 127). 2. Requer a impetração, em síntese, o reconhecimento do direito de cumprir pena em regime de prisão domiciliar, sob a alegação de que o paciente sofre de doença grave (síndrome do pânico) e que é inviável o seu tratamento dentro de estabelecimento prisional. 3. Prestadas as informações solicitadas (fls. 116/151), o MPF, em parecer subscrito pelo ilustre Subprocurador-Geral da República JOSÉ FLAUBERT MACHADO ARAÚJO, manifestou-se pela denegação da ordem (fls. 155/161). 4. É o que havia de relevante para relatar. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/12/2010 Página 3 de 6

4 HABEAS CORPUS Nº MG (2010/ ) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO VOTO HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. LATROCÍNIO. 20 ANOS DE RECLUSÃO, EM REGIME INICIAL FECHADO. PRISÃO DOMICILIAR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUE A ENFERMIDADE DO PACIENTE (SÍNDROME DO PÂNICO) NÃO PODE SER TRATADA NO ESTABELECIMENTO PRISIONAL. PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃO DO WRIT. ORDEM DENEGADA. 1. A jurisprudência, sensível aos fatos, tem admitido a concessão de prisão domiciliar para condenados em regime fechado, mas somente em situações excepcionalíssimas, no caso de portadores de doença grave, quando comprovada a impossibilidade da assistência médica no estabelecimento prisional em que cumprem pena. 2. In casu, verifica-se que o paciente não satisfaz os requisitos autorizadores para a concessão da prisão domiciliar, porquanto cumpre pena em regime fechado, não tendo demonstrado a necessidade de tratamento fora do estabelecimento prisional, conforme afirmou o Tribunal Mineiro. 3. Parecer do MPF pela denegação da ordem. 4. Ordem denegada. 1. O art. 117 da LEP somente autoriza a concessão de prisão domiciliar para condenado em regime aberto, nas hipóteses expressamente previstas: (a) condenado maior de 70 anos; (b) condenado acometido de doença grave; (c) condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; (d) condenada gestante. 2. A jurisprudência, sensível aos fatos, tem admitido a concessão de prisão domiciliar para condenados em regime fechado, mas somente em situações excepcionalíssimas, no caso de portadores de doença grave, quando comprovada a Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/12/2010 Página 4 de 6

5 impossibilidade da assistência médica no estabelecimento prisional em que cumprem pena. 3. In casu, o impetrante não demonstrou a inviabilidade do tratamento do paciente dentro do estabelecimento prisional. Assim, como bem ressaltou o Parquet Federal, está correto o entendimento do Tribunal de origem no sentido de que, não sendo inviável o tratamento do Paciente no estabelecimento prisional em que cumpre pena, constando às fls. 54/55 documentos que comprovam que o Paciente vem recebendo a medicação de que necessita, aplica-se à hipótese dos autos o disposto no artigo 117 da Lei 7.210/1984 (...) (fls. 159). 4. Por isso, não merece reparo o voto condutor do acórdão debatido, que aduziu o seguinte: A matéria em apreço está relacionada à possibilidade de concessão de prisão domiciliar durante o regime fechado, o que não se admite, tendo em conta que o art. 117, caput, da LEP prevê o benefício apenas a quem esteja cumprindo pena na modalidade aberta. Logo, estando o agravante inserido na modalidade fechada, impossível seria admitir o cumprimento da pena em residência particular. (...). De mais a mais, vê-se do laudo de fls. 09 que a permanência do agravante no cárcere, contanto que haja a medicação correta (o que se percebe estar ocorrendo - fls. 46 e 47), não inviabiliza o tratamento da doença da qual é portador (Síndrome do Pânico). Destaco, ainda, que, na eventualidade de necessitar de tratamento médico externo, há a possibilidade de o agravante obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, conforme preceitua o art. 120, II, da LEP (fls. 129/130). 5. Ante o exposto, ausente a comprovação de constrangimento ilegal, denega-se a ordem, em consonância com o parecer ministerial. 6. É o voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/12/2010 Página 5 de 6

6 CERTIDÃO DE JULGAMENTO QUINTA TURMA Número Registro: 2010/ HC / MG MATÉRIA CRIMINAL Números Origem: EM MESA JULGADO: 18/11/2010 Relator Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro JORGE MUSSI Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. LINDÔRA MARIA ARAÚJO Secretário Bel. LAURO ROCHA REIS AUTUAÇÃO ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra o Patrimônio - Latrocínio CERTIDÃO Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, denegou a ordem." Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Gilson Dipp. Brasília, 18 de novembro de 2010 LAURO ROCHA REIS Secretário Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/12/2010 Página 6 de 6