PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

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RELATÓRIO DE PROCESSOS TRIBUTÁRIOS - DEZEMBRO / 2014

<CABBCBBCCADACABACBBCAADCBADAADDCBAAAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

Transcrição:

Acórdão 5a Turma OBRIGAÇÃO DE FAZER ENTREGA DE DOCUMENTO COM FINALIDADE DE APOSENTADORIA ESPECIAL PPP (PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO) - PEDIDO PARA CONSTAR QUE O AUTOR USAVA PISTOLA A JATO DURANTE TODO O CONTRATO INDENIZAÇÃO DE DANO MORAL E OBRIGAÇÃO DE FAZER SOB PENA DE MULTA COMINATÓRIA. Trata-se de pedido atual, não prescrito, embora se possa produzir provas sobre épocas que estariam prescritas para outros pleitos condenatórios. O pedido meramente declaratório não prescreve. O autor não requer condenação de obrigação de fazer e indenização em função de fatos pretéritos, mas sim atuais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de RECURSO ORDINÁRIO, interposto em face da sentença proferida pelo M.M. Juízo da7ª Vara do Trabalho de Duque de Caxias, na pessoa da Juíza Nelise Maria Behnken, em que figuram como partes: JOÃO BATISTA DE SOUZA, recorrente e SANEBRÁS ENGENHARIA LTDA, recorrida. Contrarrazões das partes. Não houve remessa dos autos ao douto Ministério Público do Trabalho, por não se vislumbrar qualquer das hipóteses previstas no anexo ao Ofício PRT/1ª Reg. Nº 27/08-GAB, de 15.01.2008. É o relatório. 4699 1

CONHECIMENTO PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Recurso tempestivo, como se constata pelo cotejo entre a data de publicação da sentença e aquela constante do protocolo aposto na petição de encaminhamento. ALEGAÇÃO DE CERCEIO DE DEFESA Alega a recorrente que a primeira audiência (fl. 50) foi adiada face a possibilidade de acordo, que na audiência seguinte foi indeferida a oitiva de duas testemunhas sob o argumento de que haveria prescrição, porém esta não foi declarada. De fato, a primeira audiência foi adiada face a possibilidade de entrega de documentos e de acordo. Na audiência seguinte (fl. 82), ainda inaugural, a recorrente requereu a oitiva de duas testemunhas que, embora não arroladas, foram convidadas mas não compareceram. O juízo a quo indeferiu o requerimento, tendo em vista a arguição da prescrição feita na defesa. O despacho do juízo especificando o tema prescrição não prejudica a análise geral de preclusão, apenas justifica a não consignação de protesto da parte prejudicada na ata. Se a previsão era de acolhimento de prescrição, certamente o tema estava relacionado com matéria de mérito sobre a qual as testemunhas, no caso, não teriam utilidade. Justificada a ausência de protesto, cabe a análise da legalidade do indeferimento da oitiva das testemunhas. O item 5 da notificação de convocação feita pela Vara para comparecimento em audiência, firma que caso a parte deseje a notificação de sua testemunha deveria requerer com antecedência de 10 dias, sob pena de PRECLUSÃO. 4699 2

A primeira audiência foi adiada com a expressa determinação de manutenção das condições anteriores. A própria autora, na audiência derradeira, reconheceu que não havia arrolado as testemunhas. Vê-se que as referidas testemunhas eram desconhecidas dos autos. Não havia, assim, garantia de adiamento da audiência. O processo do trabalho preza pela celeridade e concentração dos atos, só em casos efetivamente garantidos pela lei é que a audiência pode ser adiada a requerimento isolado de uma das partes. Rejeito a preliminar de cerceio de defesa. MÉRITO PRESCRIÇÃO ENTREGA DE DOCUMENTO COM FINALIDADE PREVIDENCIÁRIA O autor reclamou a entrega do formulário PPP, bem como sua cópia da folha de registro de empregados, autenticada, laudo técnico de condições ambientais do trabalho e da carta de preposição do responsável pela assinatura do PPP, procurando atender exigência da Previdência Social e com a finalidade de ver reconhecido benefício previdenciário especial; multas cominatórias, indenização de dano material e moral. Deve ser ressaltado que, entre as partes, ocorreram nada menos que cinco contratos de trabalho, sendo ainda reconhecido o período 19.6.2000 a 2.6.2003, por decisão judicial (fl.73). O autor foi demitido e readmitido diversas vezes. Também não houve discussão sobre unicidade do contrato. Essa sucessão de contrato criou problema quanto ao prazo prescricional em relação à discussão da lide sobre as condições de trabalho do autor. Nem se diga que se trata de matéria meramente declaratória, pois o pleito envolve pedidos de obrigação de fazer, multas e indenização de 4699 3

dano moral e material. Já na contestação a Ré apresentou parte dos documentos, sendo estes impugnados pelo autor na audiência (fl. 82), quanto ao seu conteúdo, especialmente quanto ao uso de pistola de tinta. Alega o recorrente que a sentença foi contraditória quando rejeitou a prescrição de pedido de entrega de documento (novo PPP), mas que quando julgou o próprio pedido afirmou que alguns contratos com a Ré já haviam fulminado pela prescrição. O tema foi apreciado em sede de embargos de declaração, tendo o juízo esclarecido que não existe contradição, pois o direito de ação reconhecido no julgado refere-se tão somente à obrigação da ré de entregar coisa certa, não cabendo discussão quanto ao seu conteúdo. Neste ponto os embargos de declaração foram rejeitados. Restou definido que o pleito de entrega de documento para fins de aposentadoria especial não está prescrito e, sobre isso, transitou em julgado a decisão. Resta reavaliar se corretos os documentos. Não se trata aqui de reviver lide superada pela prescrição, mas de lide atual, de entrega de documento, o qual o autor afirma que eles não estão corretos. Os fatos pretéritos devem ser, sim, considerados para efeito de verificar se os documentos atuais foram confeccionados corretamente. A demanda surgiu com as exigências do INSS feitas ao autor para conceder-lhe aposentadoria especial, conforme fls. 29 e 31. O autor aponta que inexiste declaração do período que trabalhou de 18.1.1982 a 24.2.1984 e 17.11.1984 a 21.9.1987; que o documento de fl. 23 informa período de 22.9.1987 à..., ou seja, sem data de término. Este último, embora incompleto, dizia que 4699 4

trabalhava com pistola a jato, fato omitido no documento fornecido em 2006 referente à mesma época; que faltou preencher o NIT do autor. A Ré apresentou novo formulário com o NIT do autor e apresentou carta de preposição de quem assinou o formulário, o que também foi exigido pelo INSS, mas não atendeu às demais reivindicações. Embora a sentença a quo seja muito bem relatada e fundamentada, tenho a discordar quando ela afirma que nesta Justiça Especializada não cabe mais a discussão se nos aludidos períodos, o empregado trabalhava com pintura de rolo ou pistola, fato de grande importância para o autor. Não se trata aqui de lide pretérita, mas atual, apenas os fatos são pretéritos. Trata-se de pedido atual, não prescrito, embora se possa produzir provas sobre épocas que estariam prescritas para outros pleitos condenatórios. O pedido meramente declaratório não prescreve. O autor não requer condenação de obrigação de fazer e indenização em função de fatos pretéritos, mas sim atuais. Os autos demonstram claramente que o autor trabalhava com pistola a jato, seja porque não houve contestação sobre isso, seja porque a própria Ré assim o declarou no documento de fl. 23, emitido em 1996, de que o autor de 1987 até (...) trabalhou em tais condições. No mesmo documento é informado que o autor passou a exercer a função de encarregado de pintura a partir de 2.1.1990, mas não se deduz do documento que ele deixou de fazer uso da pistola. Acho desnecessária a oitivas de testemunhas para comprovação do que é incontroverso. 4699 5

Dou provimento ao apelo, mantendo a antecipação de tutela, para determinar que a Ré forneça novos documentos ainda não fornecidos com a especificação de que o autor trabalhava com pistola a jato desde a primeira admissão em 18.1.1982, como reclamado, possibilitando que se chegue essa informação ao órgão previdenciário. Prazo de entrega de 10 dias, sob pena de multa diária de um salário mínimo. O juízo a quo poderá alterar o prazo e o valor da multa, para se adequar à realidade dos fatos futuros. INDENIZAÇÃO DE DANO MORAL Verifica-se que, realmente, a reclamada sem motivo justificado se recusa a fornecer os documentos com as informações precisas, muitas até incontroversas. O autor procurou resolver administrativamente na empresa sem sucesso. A audiência foi adiada com este escopo, também sem sucesso. Restou claro o abuso de direito da Ré e o prejuízo moral ao autor que aguarda o resultado de seu pedido de aposentadoria por conta da mora da Ré. Dou provimento ao apelo para condenar a Ré a indenizar ao autor, a título de dano moral, a quantia de R$10.000,00 (dez mil reais), com juros de 1% ao mês e correção monetária a partir da publicação desta decisão. INDENIZAÇÃO DE DANO MATERIAL Quanto à indenização MATERIAL, não há como ser julgada nesta demanda já que não se está definindo aqui se o autor tem direito ao benefício, apenas ao documento. Dou por extinto este pleito sem julgamento do mérito por ser carecedor. 4699 6

CONCLUSÃO PODER JUDICIÁRIO FEDERAL ISTO POSTO, CONHEÇO e DOU PROVIMENTO PARCIAL ao apelo do autor, para rejeitar a preliminar de cerceio de defesa e, no mérito, julgar procedente o pedido, com antecipação de tutela, para fornecer novos documentos ainda não fornecidos, com a especificação de que o autor trabalhava com pistola a jato desde a primeira admissão em 18.1.1982, como reclamado, possibilitando que se chegue essa informação ao órgão previdenciário, sob pena de multa cominatória, condenar a ré a indenizar por dano moral o autor em R$10.000,00 (dez mil reais), julgar extinto sem julgamento do mérito o pedido de indenização de dano material. Mantenho o valor da causa para efeito de alçada e rito. ACORDAM os Desembargadores que compõem a 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região,, por unanimidade, CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao apelo do autor, para rejeitar a preliminar de cerceio de defesa e, no mérito, julgar procedente o pedido, com antecipação de tutela, para fornecer novos documentos ainda não fornecidos, com a especificação de que o autor trabalhava com pistola a jato desde a primeira admissão em 18.1.1982, como reclamado, possibilitando que se chegue essa informação ao órgão previdenciário, sob pena de multa cominatória, condenar a ré a indenizar por dano moral o autor em R$10.000,00 (dez mil reais), julgar extinto sem julgamento do mérito o pedido de indenização de dano material; mantém se o valor da causa para efeito de alçada e rito, nos termos do voto do juiz relator. Rio de Janeiro, 2 de Março de 2011. Juiz Ivan da Costa Alemão Ferreira Relator 4699 7