Aristóteles (384-322 a.c.) Metafísica & Política "0 homem que é tomado da perplexidade e admiração julga-se ignorante." (Metafisica, 982 b 13-18).
Metafísica No conjunto de obras denominado Metafísica, Aristóteles buscou investigar o ser enquanto ser, buscando compreender o que tornava as coisas o que elas são. Com isto, as características das coisas apenas nos mostram como as coisas estão, mas não definem ou determinam o que elas são. Aparência e essência são importantes.
O que são as coisas? Platão afirmava que a essência das coisas está num mundo inteligível. Para Aristóteles, a essência das coisas está nas próprias coisas e não separada num mundo das formas e ideias perfeitas, isto é, a essência está na substância. A substância, para ele, é a fusão da matéria com a forma. Uma cadeira de madeira, por exemplo, é a fusão da madeira (matéria) com o projeto do artesão (forma).
O movimento As substâncias possuem potencial para aquilo que ocorre com elas. Pode-se dizer que a gasolina, por exemplo, é inflamável. Significa afirmar que ela possui potencial para pegar fogo, porém é preciso pelo menos uma faísca para que a potência se torne realidade, ato = transformação. Com isto, a metafísica de Aristóteles visa mostrar que o Estar em movimento possui mais importância do que o Ser imóvel de Platão. Existe 2 tipos de movimentos que explicam o ser: o simples e um outro transformador. Para explicar filosoficamente o movimento, Aristóteles recorre às noções de ato e potência e as explica mais detalhadamente no livro IX de sua Metafísica.
Ato e potência Para Aristóteles todas as coisas são formas e matéria, podendo mudar de forma e permanecer na mesma matéria. Desta forma, o movimento constitui-se em ato e potência, isto é, aquilo que as coisas são, e a potência é a possibilidade de mudança. Essa teoria de matéria e forma ficou conhecida como Hilemorfismo, ou seja, hile matéria e morfismo forma que elas podem vir a ser.
Natural Segundo Aristóteles, a natureza é o conjunto das " coisas que têm em si mesmas a fonte de seus movimentos" (Metafisica, V, 4). "Natural tinha então o sentido de espontâneo ou autônomo, e opunha-se a tudo que era "artificial", produzido tecnicamente por mãos humanas, segundo um plano ou intenção.
Por exemplo... Um objeto em prata tem uma determinada forma, mas se ele for derretido poderá ter uma outra forma. Logo a forma mudou, mas a matéria é a mesma. O ovo https://www.youtube.com/watch?v=vvd3cjm Td0U
Matéria (hylé, em grego): o princípio indeterminado dos seres, mas que determinável pela forma. Forma (Morphé, em grego): o princípio determinado em si próprio, mas que é determinado em relação à matéria.
Assim... Aristóteles afirma que a realidade é constituída por diversas coisas particulares que apresentam uma unidade de forma e matéria. A matéria é aquilo a partir do qual a coisa é feita, enquanto a forma caracteriza as qualidades particulares das coisas.
As quatro causas Além dos princípios, de acordo com Aristóteles, existem quatro causas fundamentais que também são condições necessárias para que as coisas existam. Conhecer é saber qual a causa de algo. As causas são: material, formal, eficiente e final. A causa material é a matéria da qual é feita a essência das coisas. A causa formal diz respeito à forma da essência. A causa eficiente é aquela que explica como a matéria recebeu determinada forma. A causa final é aquela que determina a finalidade das coisas existirem e serem como são.
(1) Causa eficiente: aquilo ou aquele que tornou possível o objeto (se o objeto for uma casa, por exemplo, o arquiteto ou o pedreiro). (2) Causa formal: um objeto se define pela sua forma (uma casa é determinada pelo seu projeto ou planta). (3) Causa final: A finalidade do objeto (a casa deve proteger seus habitantes). (4) Causa material: a matéria na qual consiste o objeto (tijolos, areia,cimento etc.) (Metafísica, LivroV, 2).
A Física A Física de Aristotéles era uma investigação dos diversos processos de alteração das coisas, tais como a geração, o crescimento, a metamorfose, o deslocamento ou a corrupção, aquilo que era universal e necessário neles. Tratava-se de uma investigação contemplativa, que não visava manipular ou controlar a natureza, mas apenas compreendê-ia, sem intervenções.
O homem É um animal político - envolvido na vida da pólis. Não acredita em política ideal; As virtudes ética. O homem tem por fim a felicidade, cuja plenitude está no pensamento puro, Aristóteles acha que o homem só é verdadeiramente ele mesmo no seio, da Cidade. O corpo em si não tem autonomia, só se move sob os desígnios da razão.
A política Para ele, a política se articula com a ética na medida que examina o contexto em que o homem virtuoso deve exercer sua virtude na pólis não só o que torna o homem feliz, mas também sua relação com outros, sua vida social. A ética é entendida como uma parte da política; dirige-se ao bem individual, enquanto a política volta-se para o bem comum. A política é um bem participável, não divisível. Poderá apenas ser participada e não dividida e distribuída.
As virtudes É o meio termo, o melhor caminho. Não é excesso e nem falta. A boa convivência entre os habitantes da cidade ideal não seria nunca obtida com a mera apathia (ausência de paixões) platônica, mas somente através de uma boa medida - entre razão e afetividade. Não separa a política da moral.
A Felicidade A felicidade para Aristóteles é a finalidade última de todos os indivíduos. Um ser só alcança seu fim quando cumpre a função que lhe é própria e o distingue dos demais seres, isto é, sua virtude. Virtude é aquela propriedade de um ser que lhe é mais característica e essencial, que conduz à excelência ou perfeição do ser. Exemplos: a virtude da faca é o seu corte; a do pessegueiro é produzir pêssegos; a do dentista, tratar os dentes. A virtude essencial do ser humano e que só ele possui é a atividade racional. Assim, o ser humano só alcançará seu fim a Felicidade exercendo a sua razão. É importante praticá-la, dar sentido à sua potência. Para atingir a felicidade verdadeira, o indivíduo deve se voltar à contemplação intelectual a vida teórica. No entanto, reforça a ideia de família, amigos, riqueza e poder. Todos os elementos e o poder que deles resulta promovem o bem-estar material e a paz social, indispensáveis à vida contemplativa. Outras virtudes humanas importantes que contribuem para a felicidade humana completa: generosidade, coragem, cortesia e justiça.