1. Metodologias de gestão ambiental com enfoque em prevenção da. 3. Metodologia de produção mais limpa desenvolvida pela UNIDO/UNEP



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Transcrição:

3 - Metodologias 1. Metodologias de gestão ambiental com enfoque em prevenção da poluição e minimização de resíduos 2. Histórico de produção mais limpa no Brasil 3. Metodologia de produção mais limpa desenvolvida pela UNIDO/UNEP Atualmente é possível encontrar várias abordagens concorrentes promovidas no mundo por entidades nacionais e internacionais: PP ou P2 Prevention Pollution, divulgada pela EPA Environmental Protection Agency (EPA, 1990); P+L Produção mais Limpa, desenvolvida pela UNIDO United Nations for Industrial Development e UNEP United Nations Environmental Program (UNEP, 1994); PL Produção Limpa, defendida por organizações ambientalistas e vários centros de P&D Pesquisa e Desenvolvimento; Ecoeficiência, desenvolvida pelo WBCSD World Business Council for Sustainable Development (Signals of Change, 1995).

Para processos produtivos, a Produção mais Limpa inclui o uso mais eficiente das matérias-primas, insumos e energia, a redução dos materiais tóxicos e perigosos e a minimização na fonte de resíduos sólidos, efluentes e emissões. Para produtos, a busca é pela redução dos impactos ambientais associados a estes, e a estratégia adotada é baseada em dois instrumentos: ACV Análise de Ciclo de Vida, instrumento de gestão que avalia o ciclo de vida completo de um produto, processo ou atividade desde a extração e processamento de matérias-primas, fabricação, transporte e distribuição, uso e reuso, manutenção, reciclagem e disposição final. Projeto para o meio Ambiente, ou Ecodesign, que consiste no processo de desenhar, projetar um produto ou processo de maneira que este seja menos danoso ao meio ambiente. Pode ser considerado a parte da ACV que objetiva a melhoria do produto. O conceito de Produção mais Limpa, adotado pela UNIDO/UNEP,tem como base o programa Ecoprofit Ecological Project For Integrated Environmental Technologies (Projeto Ecológico para Tecnologias Ambientais Integradas), que visa fortalecer economicamente a indústria através da Prevenção da Poluição, inspirado no desejo de contribuir com a melhoria da situação ambiental de uma região. O P2, adotado pela EPA-EUA, tem uma visão análoga, relacionando claramente benefícios econômicos e desenvolvimento com preservação do meio-ambiente.

Abordagem Convencional vs. PP ABORDAGEM CONVENCIONAL Resíduo é gerado! O que devo fazer com ele? ABORDAGEM DA PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO Resíduo é gerado! Como? Porquê? De onde? Histórico da Produção mais Limpa no Brasil Em 1992, ocorreu a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento RIO-92, ocorreram as primeiras discussões sobre Tecnologias Limpas, estimulando muito mais o aspecto mercadológico do que o de discussão propriamente dita dos danos ambientais e sociais causados por tecnologias e práticas inadequadas adotadas em todo o mundo. Em 1995, o SENAI foi escolhido pela UNIDO e UNEP para sediar um Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL), visando atuar como agente disseminador das técnicas de Produção mais Limpa no país. Em 1997, realizou-se a Conferência Latino-Americana para o Desenvolvimento Sustentável e Competitividade, na qual o presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, deu um depoimento estimulando as empresas a aderirem a programas de Produção mais Limpa como alternativa de aumento de competitividade e sustentabilidade.

Histórico da Produção mais Limpa no Brasil A CETESB vem atuando também como um agente disseminador do programa Pollution Prevention (P2) da EPA-EUA, reestruturando em 1997 o Programa Controle da Poluição Industrial de São Paulo com base nos conceitos de P2/P+L. Em outubro de 1998, a CETESB promoveu a Conferência das Américas sobre Produção Limpa, na qual foi assinada a Carta de São Paulo pelos governos dos EUA, Chile, Brasil, Costa Rica e Jamaica. Esta conferência instituiu como primeira recomendação considerar P+L e P2 como elementos norteadores para a política e legislação ambiental em nível dos governos federal, estadual e municipal, bem como para o planejamento estratégico das empresas e organizações não-governamentais (Pio, 2000). A partir de 1998, começa o desenvolvimento da Rede Brasileira de Produção mais Limpa com o objetivo de repensar a relação entre o processo produtivo e o meio ambiente, dentro da ótica do aumento da ecoeficiência e da produtividade.

Colombia Venezuela Guiana Suriname Guiana Francesa CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS Equador Peru SENAI-RS/UNIDO/UNEP Chile Brasil Bolivia Paraguai Argentina Uruguai Endereço: Av. Assis Brasil, 8450 CEP: 91140-000 Porto Alegre - RS Fone: (51) 33478410 Fax: (51) 33478405 e-mail: cntl@dr.rs.senai.br http://www.rs.senai.br/cntl Projeto SEBRAE/CEBDS Manaus - AM Macapá - AP Belém - PA Teresina - PI Natal - RN Maceió - AL Aracaju - SE Brasília - DF Espírito Santo - ES Campo Grande - MS Rio de Janeiro - RJ Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável

Fluxograma de Implantação de Produção + Limpa Metodologia UNIDO/UNEP (1a. Etapa) Fluxograma de Implantação de Produção + Limpa Metodologia UNIDO/UNEP (2a. Etapa) Etapa Final : Planejamento da Continuidade

1a. Etapa, a implantação de um programa de Produção mais Limpa, envolve: Realização de processo de sensibilização dos funcionários, através da apresentação das vantagens de se implantar P+L na empresa; Elaboração de diagnóstico ambiental que funciona como um raio-x da empresa apresentando os principais problemas; Construção de um diagrama de bloco do fluxo do processo produtivo e análise dos inputs (entradas: matérias-primas/insumos) e outputs (saídas: produtos, resíduos sólidos, líquidos e emissões atmosféricas). É importante colocar que o processo de sensibilização em conjunto com os resultados gerados deve fazer com que a empresa que adota o programa P+L perceba claramente que este torna o processo produtivo mais eficiente no emprego de matérias-primas e insumos, gerando mais produtos e menos resíduos, trazendo benefícios tecnológicos, ambientais, econômicos e outros, e contribuindo para a sustentabilidade e o aumento de competitividade. 2a. Etapa: Identificação das fontes geradoras de resíduos que possam ser tratadas como oportunidades de Produção mais Limpa; Levantamento quali-quantitativo dos resíduos para identificação; Identificação das técnicas aplicáveis e das barreiras que se apresentam à implantação destas; Definição de indicadores de maneira a possibilitar uma avaliação do desempenho ambiental da empresa. Esses indicadores devem ser criados com base nas metas de redução a serem atingidas. Exemplos: - consumo de água/tonelada de produto produzido/ano; - consumo de energia kwh/tonelada de produto produzido/ano; - tonelada de um resíduo X gerada/tonelada de produto produzido/ano; Estruturação de um plano de monitoramento para facilitar a implementação de ações corretivas. No caso, por exemplo, de uma ação que consista em realizar medições, este plano deve conter informações do tipo: objetivo da medida, responsável pela medição, intervalos, periodicidade, estratégia de medição; Realização de estudo de viabilidade econômica das alternativas de técnicas de Produção mais Limpa que é feito visando balizar o processo de decisão.

Diagrama de Blocos... O que é o Ecotime? É um grupo de trabalho formado por profissionais da empresa que tem por objetivo implantar o programa de produção mais limpa. Os consultores em formação também participam do ecotime. Funções do Ecotime: Realizar o diagnóstico de PmaisL Implantar o programa de PmaisL Identificar e implantar as oportunidades de PmaisL Monitorar o programa de PmaisL Dar continuidade do programa de PmaisL

Questionário P+L (CNTL) Exemplo 1

Exemplo 2