Compras Públicas como Investimento Social

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Transcrição:

Compras Públicas como Investimento Social

a) Importância das MPES para a Economia Brasileira Micro e pequenas empresas (MPEs) representam 99% das empresas formalizadas no Brasil, 52% dos empregos formais e 40% da massa salarial. 750.000 vagas formais geradas entre Janeiro a Julho/2015 (saldo positivo de 116.000 vagas). Estado de São Paulo: 150 mil MPEs abertas por ano. Até 2022, haverá 17 habitantes para cada MPE. Apesar disso, as MPEs respondem por apenas 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (em países como Alemanha e Itália, ultrapassa a casa dos 60%). (FONTE: SEBRAE, REDESIM, CAGED)

b) O potencial dos MEIs No Brasil, há mais de 5,4 milhões de MEIs (até Setembro/2015) Cidade de São Paulo: 424 mil MEIs (até Setembro/2015) Em julho/2015 foram formalizados 11.518 MEIs, 58,5% a mais em relação a julho/2014. Neste mesmo período, o saldo de empregos celetistas no município de São Paulo foi de -12.338 postos (o primeiro mês de julho com saldo negativo desde 2004). No acumulado do ano, 45.118 MEIs foram formalizados na cidade de São Paulo. Os MEIs entre 21 e 40 anos representam 57,6% do total de MEIs formalizados na cidade de São Paulo. No que se refere ao sexo, 53,4% são homens e 46,6% são mulheres (FONTE: REDESIM, OBSERVATÓRIO TRABALHO DIEESE)

c) Compras Públicas e MPEs R$ 500 bilhões em contratações por ano (federal, estadual e municipal). Em 2014, as compras do Governo Federal (administração direta e indireta) movimentaram R$ 62,1 bilhões para a aquisição de bens e serviços. Neste mesmo ano, somente a Prefeitura Municipal de São Paulo movimentou R$ 11,9 bilhões em compras e contratações. Este bilionário poder de compra governamental não deve ser entendido como mero processo formal de busca pelo menor preço, mas sim como importante ferramenta para a realização de políticas públicas que tenham como objetivo principal a geração de empregos formais, a criação de renda, a melhor distribuição de riquezas e o fomento ao empreendedorismo. (FONTE: MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO e SECRETARIA MUNICIPAL DE GESTÃO)

d) Experiências Internacionais União Europeia A Lei dos Pequenos Negócios Européia, adotada em dezembro de 2008, constitui o principal referencial das políticas de apoio às MPEs na UE. Trata-se de um instrumento de natureza política que propõe uma gama de princípios nos âmbitos fiscal, financeiro e legal. Destacam-se: 1. Promover as segundas chances para os empresários honestos que tenham passado por uma quebra; 2. Fazer com que as administrações públicas sejam sensíveis às necessidades das MPEs; 3. Facilitar a participação das MPEs nas contratações públicas; 4. Facilitar o acesso ao financiamento e desenvolver um marco jurídico, legal e empresarial que favoreça à pontualidade dos pagamentos.

EUA A Lei dos Pequenos Negócios estadunidense estabeleceu metas de contratação para: 1. MPEs de grupos sociais considerados em desvantagem econômica e social (afrodescendentes, hispânicos, indígenas); 2. MPEs localizadas em áreas geográficas de baixo desenvolvimento, e que possuam ao menos 35% de seus funcionários residindo nestas Zonas, podem pleitear benefícios. A Lei de Pequenos Negócios estatunidense prevê que 3% de cada dólar gasto em contratações pelo governo federal estadunidense deverá ser destinados a pequenas empresas certificadas como como instaladas nestas áreas.

e) Política Públicas Municipais e MPEs Plano Diretor Estratégico O Plano Diretor Estratégico, aprovado pela lei 16.050 em julho de 2014, instituiu a Política de Desenvolvimento Econômico Sustentável com o objetivo de estimular atividades econômicas que permitam equilibrar a relação emprego/moradia em todas as regiões da cidade na perspectiva de reduzir as desigualdades socioterritoriais e reduzir a quantidade de viagens e o tempo médio de deslocamento no Município (art. 175).

Os Polos Estratégicos de Desenvolvimento Econômico são setores situados em regiões de baixo nível de emprego e grande concentração populacional que apresentam potencial para a implantação de atividades econômicas. Estão previstos os seguintes benefícios: isenção ou desconto do IPTU; desconto de até 60% do ISS; isenção ou desconto de ITBI para aquisição de imóveis para instalação de empresas; isenção ou desconto de ISS da construção civil para construção ou reforma de imóvel. * A regulamentação destes Polos está a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano.

d) Política Públicas Municipais e MPEs Decreto Municipal 56.475/2015 - Tratamento diferenciado dispensado às MPEs nas compras públicas Principais Avanços I. Compras diretas em razão de valor (serviços 8mil ou 16mil/ obras 15mil ou 30mil) devem ser feitas exclusivamente com MPEs Se usarmos os dados do Governo Federal, o potencial de compras diretas da PMSP para MPEs poderá atingir a cifra de R$ 4 bilhões

II. Licitações de até 80 mil devem ser feitas exclusivamente com MPEs Se usarmos os dados do Governo Federal, o potencial de compras diretas da PMSP para MPEs poderá atingir a cifra de R$ 1,2 bilhão III. Licitações acima de 80 mil devem estipular 25% de cota reservada com participação exclusiva de MPEs Nas licitações acima de 80 mil, sempre que os produtos e servic os puderem ser divisi veis, os oŕgaõs compradores deveraõ criar cotas de, no mínimo, 25% com a participac aõ exclusiva de Micro e Pequenas Empresas. Para estas cotas, a competic aõ sera apenas entre fornecedores de menor porte.

IV. Margem de preferência de 10% Pagar até 10% a mais na contratação de microempresas e empresas de pequeno porte sediadas nas regiões prioritárias definidas por programas de incentivo a serem especificados por Portaria Conjunta da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Trabalho e Empreendedorismo e Secretaria Municipal de Gestão, com base na Política Municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável. V. Cooperativas e MEIs possuirão os mesmos benefícios

Próximos Desafios Plano Anual de Compras Municipais Formação de Fornecedores Cadastramento de Fornecedores nos Sistemas Eletrônicos (ComprasNet, BEC, Licitações-e/Banco do Brasil)