TROVADORISMO. Origem, Significado & Contexto Histórico. Por: Brayan, Vinicius, Thierry, Weverton & Davi

Documentos relacionados
Trovadorismo e Humanismo Literatura Portuguesa

Semana 4 Sexta Feira L.E. Períodos Literários. O Trovadorismo

TROVADORISMO Literatura Portuguesa Profª Flávia Andrade

Escola Estadual Frederico J. Pedrera Neto

Trovadorismo Trovadorismo

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA CAMPUS JOINVILLE

Prof. Eloy Gustavo. Aula 2 Trovadorismo

LÍNGUA PORTUGUESA ENSINO MÉDIO PROF. DENILSON SATURNINO 1 ANO PROF.ª JOYCE MARTINS

Referencias Bibliográficas

Ensino Médio - Unidade Parque Atheneu Professor (a): Kellyda Martins de Carvalho Aluno (a): Série: 1ª Data: / / LISTA DE LITERATURA

CONTEXTO HISTÓRICO Clero Nobreza Povo

Trovadorismo (Portugal:1189/ )

TROVADORISMO DEFINIÇÃO

AULA 01 LITERATURA. Os mais de oito séculos de produção literária portuguesa são divididos em três grandes eras:

2 Em que data começou o Trovadorismo em Portugal, e que fato marcou essa data?

TROVADORISMO. Contexto histórico e características do Trovadorismo, uma escola literária que ocorreu durante o feudalismo. Imagem: Reprodução

Trovadorismo (séc. XII ao XV)

06/05/ Início: 1189 (1198?) Provável data da Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós.

Literatura na Idade Média. Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra

TROVADORISMO. Colégio Portinari Professora Anna Frascolla 2010

Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires

Trovadorismo. 02. (MACKENZIE) Assinale a afirmativa correta com relação ao Trovadorismo.

Literatura Medieval. Trovadorismo (1189/1198)

IDADE MÉDIA POESIA TROVADORESCA CONTEXTUALIZAÇÃO

Trovadorismo- Século XII ao XV

Trovadorismo 01. (ESPCEX) É correto afirmar sobre o Trovadorismo que

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

Literatura na Idade Média

Trovadorismo. da Ribeirinha - Paio Soares de Taveirós. Literatura medieval (de 1189/1198 a 1434) INÍCIO: Cantiga

Diálogos ibero-americanos: uma análise residual da vassalagem trovadoresca presente em Marília de Dirceu

Preparação para o. Exame Final Nacional. Português 10.º ano

Língua Portuguesa- Latim vulgar (Romances) Galego- Português: falada durante o período do trovadorismo.

O MOVIMENTO TROVADORESCO E A NOBREZA DE CORTE IBÉRICA Doi: /8cih.pphuem.4099

TROVADORISMO: AS RAÍZES MEDIEVAIS SÉCULO XII MEADOS SÉCULO XIV

TEXTOS PARADIDÁTICOS. Literatura - 1 Ano Mauricio Neves

ESCOLAS LITERÁRIAS / ESTILOS DE ÉPOCA UMA INTRODUÇÃO. 1 TROVADORISMO [séculos XII XV]

Trovadorismo Cantigas de Amor

CANTIGAS TROVADORESCAS

História da Música Ocidental

LITERATURA PR P O R Fª Ma M. D INA A R IOS

Colégio XIX de Março Educação do jeito que deve ser

Resoluções das atividades

FACULDADE SUMARÉ PLANO DE ENSINO. Componente Curricular: Literatura Portuguesa I. Professor(es):

Cantares de cando o amor era novo

Literatura. Grande literatura é apenas uma linguagem carregada de sentido até ao mais elevado grau possível (Ezra Pound)

Versão em galego-português Ai eu, coitada, como vivo en gran cuidado por meu amigo, que hei alongado! Muito me tarda o meu amigo na Guarda!

ENSINO SECUNDÁRIO 10º ANO PLANIFICAÇÃO ANUAL

Atividades de Recuperação Paralela de Literatura

EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURRICULAR: A MÚSICA NA AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Origens da literatura portuguesa. UNIDADE 2 Capítulo 4 (parte 1)

*** A arte amatória medieval

Cantigas Medievais. Cantadas pelos trovadores, as can0gas chegaram a. cancioneiros (coleções) de diversos 0pos. Séc. XII a XIV

1. Considere o poema abaixo:

Stélio Furlan. José Carlos Siqueira


1. Formação do Feudalismo

Tovadorismo. 2 - (UFPA ) Das estrofes abaixo, a que apresenta traços da estética do Trovadorismo é:

Planificação Anual. Disciplina de Português

Curso:... Prova de História da Música Portuguesa (31045) Data: 11 de Fevereiro de 2008

Além da figura do trovador, existiam outros intérpretes do Trovadorismo galego português. Eram eles:

UMA ESPÉCIE DE INTRODUÇÃO PARA QUE POSSAMOS ENTENDER-NOS MELHOR

P L A N I F I C A Ç Ã 0 S E C U N D Á R I O

Um abraço fraterno. Prof. Marcelo Simões PROGRAMA DA PROVA DE RECUPERAÇÃO:

DE HENRIQUE DE BORGONHA A DOM AFONSO HENRIQUES NASCIMENTO DE UM NOVO REINO

Planificação do trabalho a desenvolver com a turma G do 10º ano (ano letivo 2015/2016) Conteúdos / Temas a lecionar

Disciplina: HISTÓRIA Segmento: Fundamental II Série: 7º Anos

Literatura Portuguesa: Poética

português João de Deus

4 POESIA TRADICIONAL PORTUGUESA

11. A LITERATURA GALEGA MEDIEVAL (1)

10.º ANO ENSINO SECUNDÁRIO PORTUGUÊS ELSA MACHADO FREITAS ISABEL GOMES FERREIRA

EXERCÍCIOS DE MONITORIA 2º PERÍODO - ENEM LITERATURA

A IMAGEM DA MULHER NO CANCIONEIRO LÍRICO DE BERNAL DE BONAVAL

EXTERNATO DA LUZ ANO LECTIVO DE 2010 / 2011

1. (UNIFESP) TEXTO V As minhas grandes saudades

O ESCÁRNIO DE AFONSO X: OS SENTIMENTOS DE UM REI NAS CANTIGAS MEDIEVAIS

Classicismo. Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra

M Ó D U L O S C O N T E M P L A D O S

De que maneira as pessoas podem expressar seus sentimentos através dos tempos?

P L A N I F I C A Ç Ã O A N U A L 1 º A N O

LITERATURA ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO

PLANIFICAÇÃO ANUAL Documentos Orientadores: Programa e Metas Curriculares de Português, Aprendizagens Essenciais

A literatura medieval

Designa-se por Trovadorismo o período que engloba a produção literária de Portugal durante seus primeiros séculos de existência (séc. XII ao XV).

COLÉGIO PEDRO II MEC Exame de Seleção e Classificação 1ª Série do Ensino Médio Integrado Técnico em Instrumento Musical 2014

Quando contamos, ouvimos ou escrevemos uma história, temos uma narrativa. É o relato de fatos e acontecimentos que ocorrem a determinado(s)

1) Leia atentamente os textos abaixo e em seguida solucione as questões propostas:

PROVA OBJETIVA 01 1ª série - Ensino Médio 2º Trimestre. Dia: 20/06 quarta-feira. Nome completo: Turma: Unidade: Literatura/Geografia/Matemática

HENRIQUE PORTUGUÊS PRE-VEST

ATIVIDADE DE HISTÓRIA PROF. MARCELO SAMPAIO ALUNO(a): Turma Assunto(s): Capítulo 12 A Europa Feudal OBS: Responda no seu caderno para posterior visto.

A PROCURA PELO ESPAÇO SAGRADO NAS CANTIGAS DE ROMARIA

POESIA TROVADORESCA. Género das cantigas trovadorescas: Cantigas de amor. Cantigas de amigo. Cantigas de escárnio. Cantigas de maldizer

A PRESENÇA DAS CANTIGAS DO MAR DE VIGO NAS CANÇÕES DE CHICO BUARQUE

Centro Educacional Colúmbia 2000

PLANO INDIVIDUAL DE TRABALHO

Resíduos da lírica trovadoresca no Cancioneirinho, de Guilherme de Almeida

OS SÍMBOLOS POÉTICOS DAS CANTIGAS DE AMIGO LINGUA GALEGA E LITERATURA 3º ESO CPI AS REVOLTAS (CABANA DE BERGANTIÑOS) PROFESORA: ANA MARTÍNS

Amor & Sociologia Cultural - Fernando Pessoa

PLANIFICAÇÃO ANUAL 10.º ANO

Edição fac-símile (Houaiss)

Transcrição:

TROVADORISMO Origem, Significado & Contexto Histórico Por: Brayan, Vinicius, Thierry, Weverton & Davi

INTRODUÇÃO: Para começarmos a estudar Literatura Brasileira nós precisamos, inicialmente, compreender o início da Literatura Portuguesa. As primeiras manifestações literárias em língua portuguesa ocorreram na Idade Média, quando Portugal ainda estava em processo de formação. Esse período é conhecido como Trovadorismo. Portanto, o Trovadorismo é o primeiro período da história da Literatura Portuguesa e é o primeiro que nós iremos estudar.

TROVADORISMO: Trovadorismo foi um movimento literário e poético que surgiu na Idade Média no século XI. Foi o primeiro movimento literário da língua portuguesa, pois dele surgiram as primeiras manifestações literárias. As cantigas são os principais registros da época, tradicionalmente divididas em cantigas de amor, de amigo, escárnio e maldizer. O Trovadorismo português teve seu ponto mais alto durante o período de cerca de 150 anos, que vai de finais do século XII a meados do século XIV. Surgiu no mesmo período em que Portugal começou a despontar como nação independente, no século XII; porém, as suas origens deram-se na Occitânia, de onde se espalhou por praticamente toda a Europa. Apesar disso, a lírica medieval galego-português possuiu características próprias, uma grande produtividade e um número considerável de autores conservados. Marcou-se o início do Trovadorismo na península ibérica com a Cantiga da Ribeirinha, em 1198. Nessa época, as poesias eram feitas para serem cantadas ao som de instrumentos musicais, como a flauta, a viola, o alaúde, daí o nome cantigas.

Com isso, o cantor dessas composições era chamado de "jogral", o autor delas era o "trovador" e o "menestrel", era considerado superior ao jogral por ter mais instrução e habilidade artística, pois sabia tocar e cantar. No intuito de retratar a vida aristocrática nas cortes portuguesas, as cantigas receberam influência de um tipo de poesia originário da Provença, como também da poesia popular, ligada à música e à dança. No que tange à temática elas estavam relacionadas a determinados valores culturais e a certos tipos de comportamento difundidos pela cavalaria feudal, que até então lutava nas Cruzadas no intuito de resgatar a Terra Santa do domínio dos mouros. Percebe-se, portanto, que nas cantigas prevaleciam distintos propósitos: havia aquelas em que se manifestavam juras de amor feitas à mulher do cavaleiro, outras em que predominava o sofrimento de amor da jovem em razão de o namorado ter partido para as Cruzadas, e ainda outras, em que a intenção era descrever, de forma irônica, os costumes da sociedade portuguesa, então vigente.

CANTIGAS TROVADORESCAS: Cantigas de amor: O sentimento oriundo da submissão entre o servo e o senhor feudal transformou-se no que chamamos de vassalagem amorosa, preconizando, assim, um amor cortês. O amante vive sempre em estado de sofrimento, também chamado de coita, visto que não é correspondido. Ainda assim dedica à mulher amada (senhor) fidelidade, respeito e submissão. Nesse cenário, a mulher é tida como um ser inatingível, à qual o cavaleiro deseja servir como vassalo. Um exemplo: No mundo non me sei parelha, entre me for como me vai, Cá já moiro por vós, e - ai! Mia senhor branca e vermelha. Queredes que vos retraya Quando vos eu vi em saya! Mau dia me levantei, Que vos enton non vi fea!

E, mia senhor, desdaqueldi, ai! Me foi a mi mui mal, E vós, filha de don Paai Moniz, e bem vos semelha Dhaver eu por vós guarvaia, Pois eu, mia senhor, dalfaia Nunca de vós houve nem hei Valia dua correa. Paio Soares de Taveirós Cantigas de amigo: Tais cantigas tinham como cenário a vida campesina ou nas aldeias, e geralmente exprimiam o sofrimento da mulher separada de seu amado (também chamado de amigo), vivendo sempre ausente em virtude de guerras ou viagens inexplicadas. O eu lírico, materializado pela voz feminina, sempre tinha um confidente com o qual compartilhava seus sentimentos, representado pela figura da mãe, amigas ou os próprios elementos da natureza, tais como pássaros, fontes, árvores ou o mar. Constatemos um exemplo:

Ai flores, ai flores do verde pinho se sabedes novas do meu amigo, ai deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado, ai deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquele que mentiu do que pôs comigo, ai deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquele que mentiu do que me há jurado ai deus, e u é? (...) D. Dinis Cantigas de escárnio: Nessa cantiga, o eu lírico, faz uma crítica (sátira) indireta e com duplos sentidos a alguém. Para os trovadores fazerem uma cantiga de escárnio, ele precisa compor uma cantiga falando mal de alguém, ou seja, fazendo uma critica a alguma pessoa, através de palavras de duplo sentido, ou seja, através de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, através de um

processo denominado pelos trovadores equívoco. Essa cantiga é capaz de estimular a imaginação do autor, sugerindo-lhe uma nova expressão irônica. Veja um exemplo de cantiga de escárnio: Ai, dona fea, foste-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! Cantigas de maldizer: Esse tipo de cantiga, também traz criticas, ou seja sátiras diretas, porém não são acompanhadas de duplos sentidos. É normal que ocorra agressões verbais à pessoa que está sendo criticada, ou seja, satirizada, geralmente usa-se até mesmo palavrões para compor esse tipo de cantiga, onde se revela ou não o nome da pessoa que está sendo agredida verbalmente.

Vejamos um exemplo de cantiga de Maldizer: Roi queimado morreu con amor Em seus cantares por Sancta Maria por ua dona que gran bem queria e por se meter por mais trovador porque lhela non quis [o] benfazer fez-sel en seus cantares morrer mas ressurgiu depois ao tercer dia! CANCIONEIROS: Os Cancioneiros são os únicos documentos que restam para o conhecimento do Trovadorismo. São coletâneas de cantigas com características variadas e escritas por diversos autores, divididos em: Cancioneiro da Ajuda: Constituído de 310 cantigas, esse cancioneirose encontra na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa, originado provavelmente no século XIII.

Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa: conhecido também pelo nome dos italianos que os possuíam, Cancioneiro Colocci-Brancuti, esse cancioneiro composto de 1.647 cantigas, foi compilado provavelmente no século XV. Cancioneiro da Vaticana: originado provavelmente no século XV, esse cancioneiro está na Biblioteca do Vaticano composto de 1.205 cantigas.

CONCLUSÃO: Com esse livro entendemos que o Trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa que ocorreu na Idade Média, ou seja, tempo de castelos com nobres e reis (suseranos), escravos (vassalos), batalhas com espadas, cavaleiros os quais travavam lutas por suas paixões platônicas. Tais cantigas ficaram conhecidas como cantiga de amor onde o cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. Neste sentido, o poeta, põe-se a serviço de sua senhora tornando esse amor um objeto de sonho. Outra cantiga, a de amigo, tinha aspecto bem popular e de fácil memorização. Entretanto, os trovadores não faziam apenas cantigas de amor e amigo, mas também elaboravam cantigas satíricas como a de escárnio e de maldizer para onde ridicularizavam indiretamente ou diretamente determinadas pessoas.

REFERENCIAS: brasilescola.uol.com.br/literatura/trovadorismo www.todamateria.com.br/trovadorismo/ pt.wikipedia.org/wiki/trovadorismo