Direito Tributário para o Exame de Ordem 7 Garantias e Privilégios do Crédito Tributário. 8 Administração Tributária CTN. 9. Espécies Tributárias. (1a. Parte) Garantias do Crédito Tributário: Bens e rendas Presunção de Fraude Indisponibilidade dos Bens Certidões Negativas Outras (lei) Sergio Karkache http://sergiokarkache.blogspot.com Bens/Rendas. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. (CTN, art. 184). Presunção de fraude: Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Esta presunção não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (CTN, art. 185, NR, LC 118, de 9/2/2005, em vigor a partir de 9/6/2005). OAB.2009.2.QUESTÃO 61 A alienação ou oneração de bens ou rendas por sujeito passivo em débito tributário inserido na dívida ativa para com a fazenda pública presume-se fraudulenta A se não tiverem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida. B somente se o ato ocorrer quando já em execução a dívida ativa regularmente inscrita. C independentemente de dispor o devedor de outros bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida. D ainda que o ato seja anterior à inscrição do débito na dívida ativa. RESPOSTA: A Indisponibilidade de Bens Execução fiscal com citação do devedor; Devedor não oferece bens e nem paga; Juiz determina indisponibilidade de bens e direitos. Comunicação p. ex. BACEN, CVM, Registro de Imóveis, Detran, etc. Limite: total do crédito exigível. 1
Privilégios do Crédito Tributário. 1.Regra geral: 1) Trabalhistas/Acidente de Trabalho; 2) Tributários; 3) Demais... 2.Falências (quadro a seguir) 3.Inventários: 1º) Tributário; 2º) demais (Lei). 4.Liquidações: 1º) Tributário; 2º) demais (Lei). 5.Pessoas políticas: 1º) União; 2º) Estados, DF ou Territórios; 3º) Municípios. 6.Concurso de credores: não é sujeito. Falências: Extraconcursais/Restituição: surgidos no curso da falência (inclusive tributários); Concursais: 1º) Trabalhistas (até 150 SM)/Acidentes de Trabalho; 2º) Garantia real; 3º) Tributários; 4º) Civis (privilégio especial); 5º) Civis (privilégio geral); 6º) Quirografários; 7º) Multas (inclusive tributárias); 8º) Subordinados. No Código: São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência. (CTN, art. 188, NR, LC 118/2005). A lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. (CTN, art. 186, único, NR, LC 118/2005). O crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. (CTN, art. 186, NR LC 118/2005). A multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (CTN, art. 186, único, NR, LC 118/2005). OAB.2010.1.QUESTÃO 59 Assinale a opção correta acerca das garantias e privilégios do crédito tributário. A De acordo com o CTN, as garantias atribuídas ao crédito tributário alteram a sua natureza bem como a da obrigação tributária correspondente. B A cobrança judicial do crédito tributário, embora não se subordine a concurso de credores, está sujeita à habilitação em falência, recuperação judicial, inventário ou arrolamento. C Denominam-se concursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores acontecidos durante processo falimentar, bem como após a extinção deste. D No processo falimentar, o crédito tributário não prefere às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. RESPOSTA: D Administração Tributária: Poder de fiscalização: Sujeitam-se todos, contribuintes ou não (inclusive imunes e isentos); A legislação aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. (CTN, art. 194). Lei fiscal x Outras Leis: supremacia da lei fiscal. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. (CTN, art. 195). Formalidades: procedimento documental. Requisição de informações: em regra, todos devem informar quando intimados, exceto casos de sigilo legal. Sigilo Legal: Profissional: ofícios, ministérios, atividades, profissões (Lei). Fiscal: servidores da Administração Tributária. Quebra: 1) Ordem judicial; 2) Processos administrativos; Não há: 1) Inscrições em DAU; 2) Representação fiscal/penal; 3) Moratória/Parcelamento. Bancário: 1) Pode ser quebrado pela Autoridade Administrativa (U, E, DF, M); 2) PAF ou procedimento; 3) Fundamentação; 4) Dados/Documentos. 2
Dívida Ativa Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular. (CTN, art. 201). Características e conceitos: A fluência de juros de mora não exclui a liquidez do crédito. Termo de Inscrição Nulidade da Inscrição (sanável) A omissão de quaisquer dos requisitos citados, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada. (CTN, art. 203). CTN, art. 201 a 203 Atributos da Dívida Inscrita: A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. Esta presunção é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. (CTN, art. 204). Certidões Negativas: Pode ser exigida por lei Prova da quitação tributo(s) É expedida à vista de requerimento do interessado. Prazo: 10 dias do requerimento. Exemplos (CTN): 1) extinção das obrigações do falido; 2) concessão de recuperação judicial; 3) sentença de partilha/adjudicação; 4) licitações/contratos (exceto lei). Certidão Positiva com efeitos de Negativa Tem os mesmos efeitos de certidão negativa a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. (CTN, art. 206). Dispensa da Certidão: Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator. (CTN, art. 207). 3
Responsabilidade do Servidor: A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos, sem prejuízo da responsabilidade criminal e funcional que no caso couber. (CTN, art. 208). Natureza Jurídica Específica A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificála: I - a denominação e demais características formais adotadas pela Lei; II a destinação legal do produto de sua arrecadação. (CTN, art. 4º). Espécies de Tributos: Impostos Taxas Contribuições de Melhoria Empréstimos Compulsórios Contribuições (Especiais, Parafiscais ou Sociais lato sensu ). IMPOSTO: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. CTN, art. 16 Taxas As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição Taxas Poder de Polícia Serviços Públicos Utilização compulsória Específicos Divisíveis Uso pelo cidadão: efetivo ou potencial (CTN, art. 77 e CF88, art. 145, II). 4
Poder de Polícia (Conceito) Atividade da Administração Pública Limita ou Disciplina Direito, interesse, liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato. Objetivo: interesse público. Condição: exercício regular 1) Órgão competente; 2) Conforme a Lei (material e formalmente); 3) Atividade discricionária sem abuso ou desvio de poder. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público, concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (CTN, art. 78). É regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente, nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. (CTN, art. 78, único). Serviço público específico: Quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas. Serviço público divisível: Quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. (CTN, art. 79). Serviços utilizados efetivamente: Os serviços são utilizados efetivamente pelo contribuinte, quando usufruídos por ele a qualquer título. Serviços utilizados potencialmente (...ou postos a sua disposição): Quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento. (CTN, art. 79). - As taxas não poderão ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculadas em função do capital das empresas. - É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. (CTN, art. 77, único e CF88, art. 145, 1º, STF SV 29). OAB.2008.3.QUESTÃO 59 A taxa de inspeção sanitária cobrada de estabelecimentos que possuem instalações sanitárias, como restaurantes e bares, destinada à realização de fiscalização pelo poder público, tem como fato gerador A a necessidade de utilização do serviço pelo contribuinte. B a cobrança do tributo pela intervenção no domínio econômico realizada pelo Estado. C a utilização efetiva, por parte da população, do serviço específico e divisível. D a atividade da administração pública que regula a prática de ato concernente à higiene, no exercício de atividade econômica dependente de concessão ou autorização do poder público. RESPOSTA: D 5