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Transcrição:

Nº 9901/12 MJG MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO N. 672410 RECTE: JESUS FRANKLIN PEDROSO PROC(A/S): DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL RECDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROC(A/S): PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA RELATOR: EXMO. SR. MIN. CELSO DE MELLO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AUSÊNCIA DE PEÇA DE TRASLADO OBRIGATÓRIO PARA A FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO, QUAL SEJA, A CÓPIA DA CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO DO ATO AGRAVADO. RECURSO QUE NÃO LOGROU ATACAR TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO INADMISSÍVEL. SÚMULAS 288 E 283, STF. MANIFESTA INADMISSIBILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. OFENSAS QUE, ALÉM DE NÃO TEREM SIDO DEBATIDAS PELA CORTE A QUO, SE RECONHECIDAS, ATINGIRIAM A CARTA CONSTITUCIONAL DE FORMA REFLEXA. ENUNCIADOS 282 E 356, STF. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. IMPORTAÇÃO IRREGULAR DE MEDICAMENTOS SEM REGISTRO DA ANVISA, PRODUTOS SOBRE OS QUAIS EXISTE PROIBIÇÃO RELATIVA. CONDUTA TIPIFICADA COMO CRIME DE CONTRABANDO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. - Parecer pelo não conhecimento do agravo ou, acaso conhecido, pelo seu desprovimento. EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR em epígrafe, diz a V.Exa. o que segue: O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, nos autos

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 2 Trata-se de agravo interposto por Jesus Franklin Pedroso, ato em que é assistido pela Defensoria Pública da União, contra ato da presidência do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que negou trânsito ao recurso extraordinário manejado nos autos do Recurso Criminal em Sentido Estrito n. 5000989-42.2010.404.7106/RS, dada a ausência de prequestionamento e a reflexividade da ofensa suscitada. Consta nos autos que o paciente foi denunciado pelo Ministério Público Federal incurso no art. 334 do Código Penal, pelos fatos assim descritos na exordial acusatória: No dia 04 de junho de 2009, o denunciado introduziu clandestinamente no território nacional 10 (dez) caixas do medicamento bayaspirina Aspirina (embalagens com 100 comprimidos cada), de origem e procedência estrangeira, desacompanhadas de documentação comprobatória de sua regular importação, bem como, desprovidas da anuência prévia do órgão competente. O fato tornou-se conhecido na BR 158, km 563, no posto da Polícia Rodoviária Federal desta cidade, quando uma equipe de policiais, em trabalho de rotina, efetuou a abordagem e fiscalização do veículo Mercedez Benz 400 RSD PL, placas MVL3940, da empresa Planalto Transportes Ltda., ocasião em que os medicamentos foram encontrados na posse do denunciado. Rejeitada a denúncia em primeira instância, a acusação interpôs recurso criminal em sentido estrito ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que, por votação unânime em sua 8ª Turma, proveu o recurso, em acórdão prolatado nos moldes da seguinte ementa: PENAL. IMPORTAÇÃO DE MEDICAMENTO SEM AUTORIZAÇÃO. FINS COMERCIAIS. ARTIGO 334 DO CP. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 3 1. Sendo importado medicamentos sem devido registro na ANVISA, para fins comerciais, não há de se falar em princípio da insignificância. Ato contínuo, a defesa interpôs recurso extraordinário por suposta violação ao art. 5º, caput e inc. LVII, da Lei Maior, que, por ter tido seu trânsito negado na origem, foi objeto do presente agravo. Na via excelsa, pugna o Agravante pelo conhecimento do agravo a fim de viabilizar o trânsito do apelo extraordinário precedente, ou, subsidiariamente, pela concessão da ordem ex officio para reconhecer a incidência do princípio da insignificância ao caso vertente. Em seu arrazoado, aduz que a violação suscitada teria sido amplamente discutida no acórdão recorrido, o que seria irrelevante, eis que prescindível o requisito do prequestionamento nos recursos extremos que versem sobre matéria criminal. Apresentadas as contrarrazões, subiram os autos a esse Supremo Tribunal Federal, vindo à Procuradoria Geral da República para a emissão do parecer de estilo. É o relatório. O agravo de instrumento não comporta conhecimento, eis que não foi instruído com cópia da certidão de intimação da decisão agravada, peça de traslado obrigatório na formação do presente recurso, nos moldes do art. 525, I, do Código de Processo Civil, in verbis: Art. 525. A petição de agravo de instrumento será instruída:

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 4 I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; Conforme a jurisprudência consolidada nesse Supremo Sodalício, nega-se provimento a agravo para subida de recurso extraordinário, quando faltar no traslado o despacho agravado, a decisão recorrida, a petição de recurso extraordinário ou qualquer peça essencial à compreensão da controvérsia (súmula 288). Outrossim, é exclusivo da parte agravante o ônus de fiscalizar a correta formação do instrumento (AI 519466 QO, Rel. Min. Eros Grau, Primeira Turma, DJ 22-10-2004). Por outro lado, o Agravante não logrou êxito em atacar todos os fundamentos lançados na decisão agravada, que, além da ausência de prequestionamento, atentou para a reflexividade das lesões suscitadas no apelo extremo. Incide na espécie, por analogia, a súmula 283 dessa Excelsa Corte, cuja dicção é a seguinte: É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles. Ainda que assim não fosse, a pretensão do Agravante não mereceria prosperar, diante da manifesta inadmissibilidade do recurso extraordinário, no qual foi suscitada suposta ofensa ao art. 5º, caput e inc. LVII, da Constituição Federal. Isto porque, de fato, as ofensas suscitadas não foram prequestionadas e, se confirmadas, atingiriam o texto constitucional apenas de forma indireta, não dispensando a apreciação de normas de caráter legal.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 5 Incidem na espécie vertente os enunciados 282 e 356 dessa Excelsa Corte 1. Vejam-se, a propósito, os seguintes julgados: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. MATÉRIA CRIMINAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 279. HIPÓTESE DE CONCESSÃO DE HABEAS CORPUS DE OFÍCIO. INVIABILIDADE. FURTO. INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. REINCIDÊNCIA COMPROVADA. Ausência de prequestionamento. Questão não ventilada no acórdão recorrido e que não foi suscitada em embargos de declaração. Óbice previsto pelos enunciados das Súmulas 282 e 356/STF. As razões recursais trazem questões constitucionais cuja análise implica reexame dos fatos e provas que fundamentaram as conclusões da decisão recorrida, o que é vedado pela Súmula 279 desta Corte. Reconhecida a reincidência, a reprovabilidade do comportamento do agente é significativamente agravada, sendo suficiente para inviabilizar a incidência do princípio da insignificância. Precedentes. Ausência dos requisitos para a concessão da ordem de habeas corpus de ofício. Agravo regimental a que se nega provimento. 2 AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. BLOQUEIO DE VERBA HONORÁRIA. GARANTIA DO DIREITO DE TERCEIRO. AUSÊNCIA DO NECESSÁRIO PREQUESTIONAMENTO. QUESTÃO QUE DEMANDA ANÁLISE DE DISPOSITIVOS DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA AO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO JÁ CARREADO AOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF. [...] 2. A violação indireta ou reflexa das regras constitucionais não enseja recurso extraordinário. Precedentes: AI n. 738.145 - AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, 2ª Turma, DJ 25.02.11; AI n. 482.317-AgR, Rel. Min. ELLEN GRACIE, 2ª Turma DJ 15.03.11; AI n. 646.103-AgR, Rel. Ministra CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJ 18.03.11. 3. A ofensa aos postulados da 1 É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada. (Súmula 282, STF) O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento. (Súmula 356, STF) Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. (Súmula 279, STF) 2 AI 600500 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 24/05/2011, DJe-108 DIVULG 06-06-2011 PUBLIC 07-06-2011

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 6 legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se ocorrente, seria indireta ou reflexa. Precedentes: AI n. 803.857-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, 2ª Turma, DJ 17.03.11; AI n. 812.678- AgR, Rel. Min. ELLEN GRACIE, 2ª Turma, DJ 08.02.11; AI n. 513.804-AgR, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, 1ª Turma, DJ 01.02.11. 4. A Súmula 279/STF dispõe verbis: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. 5. É que o recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que demandam revolvimento do contexto fáticoprobatório dos autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem constitucional. [...] 7. Agravo regimental desprovido. 3 (g. n.) Agravo regimental no agravo de instrumento. Matéria criminal. Prequestionamento. Ofensa reflexa. Reapreciação de fatos e provas. Precedentes. 1. Não se admite o apelo extremo quando os dispositivos constitucionais que nele se alega violados não estão devidamente prequestionados. Incidência das Súmulas nºs 282 e 356/STF. 2. Inadmissível, na via eleita, a análise de legislação infraconstitucional, por resultar em ofensa meramente reflexa à Constituição Federal. 3. Vedado, em sede de recurso extraordinário, reexaminar fatos e provas, a teor do que dispõe a Súmula nº 279/STF. 4. Agravo regimental ao qual se nega provimento. 4 (g. n.) Por fim, não se vislumbra possibilidade de concessão da ordem de ofício, por certo que o entendimento adotado no voto condutor do aresto recorrido está em conformidade com a jurisprudência dessa Corte Suprema no sentido da inaplicabilidade do princípio da insignificância ao crime de contrabando. Eis o teor do aludido voto: Firmou-se jurisprudência nessa Corte que remédios contrabandeados, em grandes quantidades, sendo para fins comerciais e não havendo regularização pela ANVISA não se aplica o princípio da insignificância, consoante atestam as seguintes ementas: [...] Assim, tratando-se de quantidade considerável de medicamentos internalizados no país sem o devido registro na 3 ARE 677709 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 22/05/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-110 DIVULG 05-06-2012 PUBLIC 06-06-2012 4 AI 796208 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 24/04/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-098 DIVULG 18-05-2012 PUBLIC 21-05-2012

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 7 ANVISA e, para fins comerciais, não há como reconhecer a atipicidade da conduta praticada pelo acusado. De fato, diversamente do que sustenta o Agravante, a importação irregular de medicamentos sem registro da ANVISA configura o crime de contrabando, por envolver produto sobre o qual incide proibição relativa. Sobre o tema já decidiu esse Pretório Excelso: Habeas corpus. 2. Contrabando. 3. Aplicação do princípio da insignificância. 4. Impossibilidade. Desvalor da conduta do agente. 5. Ordem denegada. 5 PENAL. HABEAS CORPUS. CONTRABANDO (ART. 334, CAPUT, DO CP). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO-INCIDÊNCIA: AUSÊNCIA DE CUMULATIVIDADE DE SEUS REQUISITOS. PACIENTE REINCIDENTE. EXPRESSIVIDADE DO COMPORTAMENTO LESIVO. DELITO NÃO PURAMENTE FISCAL. TIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. ORDEM DENEGADA. 1. O princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (a) mínima ofensividade da conduta do agente, (b) nenhuma periculosidade social da ação, (c) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. Precedentes: HC 104403/SP, rel. Min. Cármen Lúcia, 1ªTurma, DJ de 1/2/2011; HC 104117/MT, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, DJ de 26/10/2010; HC 96757/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 1ª Turma, DJ de 4/12/2009; RHC 96813/RJ, rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJ de 24/4/2009) 2. O princípio da insignificância não se aplica quando se trata de paciente reincidente, porquanto não há que se falar em reduzido grau de reprovabilidade do comportamento lesivo. Precedentes: HC 107067, rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, DJ de 26/5/2011; HC 96684/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, 1ªTurma, DJ de 23/11/2010; HC 103359/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 1ªTurma, DJ 6/8/2010. 3. In casu, encontra-se em curso na Justiça Federal quatro processos-crime em desfavor da paciente, sendo certo que a mesma é reincidente, posto condenada em outra ação penal por fatos análogos. 4. Em se tratando de cigarro a mercadoria importada com elisão de impostos, há não apenas uma lesão ao erário e à atividade arrecadatória do Estado, mas a outros interesses públicos como a saúde e a atividade industrial internas, configurando-se contrabando, e não descaminho. 5. In casu, muito embora também haja sonegação de tributos com 5 HC 110964, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 07/02/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 30-03-2012 PUBLIC 02-04-2012

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 8 o ingresso de cigarros, trata-se de mercadoria sobre a qual incide proibição relativa, presentes as restrições dos órgãos de saúde nacionais. 6. A insignificância da conduta em razão de o valor do tributo sonegado ser inferior a R$ 10.000,00 (art. 20 da Lei nº 10.522/2002) não se aplica ao presente caso, posto não tratar-se de delito puramente fiscal. 7. Parecer do Ministério Público pela denegação da ordem. 8. Ordem denegada. 6 caso conhecido, pelo seu desprovimento. Destarte, somos pelo não conhecimento do agravo ou, Brasília, 06 de agosto de 2012. MARIO JOSÉ GISI Subprocurador-Geral da República 6 HC 100367, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 09/08/2011, DJe-172 DIVULG 06-09-2011 PUBLIC 08-09-2011