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Transcrição:

RELATOR : MIN. EROS GRAU PACIENTE(S) : JOSÉ CÍCERO PEREIRA DA SILVA OU DARIO MENEZES IMPETRANTE(S) : JOSÉ CÍCERO PEREIRA DA SILVA COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS. REEXAME DE PROVA. IMPOSSIBILIDADE. O habeas corpus, por seu rito estreito, não é a via própria para chegar-se à conclusão de ausência da autoria, fundada nas alegações de que o paciente possui caracteres fisionômicos não coincidentes com os descritos pela vítima e testemunhas nas fases policial e judicial. Ordem denegada. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Senhor Ministro Sepúlveda Pertence, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, indeferir o pedido de habeas corpus. Brasília, 26 de abril de 2005. EROS GRAU - RELATOR

RELATOR : MIN. EROS GRAU PACIENTE(S) : JOSÉ CÍCERO PEREIRA DA SILVA OU DARIO MENEZES IMPETRANTE(S) : JOSÉ CÍCERO PEREIRA DA SILVA COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO Eros Grau: O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deu provimento ao recurso de apelação do Ministério Público e reformou a sentença pela qual o paciente/impetrante fora absolvido com base no artigo 386, VI, do CPP, condenando-o a vinte e cinco anos de reclusão e dez dias-multa pela prática do delito tipificado no artigo 157, 3º, além de seis meses de detenção por infringir o artigo 307, ambos do Código Penal. 2. Impetrou HC no Superior Tribunal de Justiça, que o denegou. 3. Daí o presente writ, com o fito de anular o acórdão do Tribunal de Justiça Estadual, a fim de restabelecer a sentença absolutória. Alega-se, para tanto, violação do princípio in dubio pro reo, uma vez que o aresto está arrimado em depoimentos de testemunhas que disseram ser a autora dos disparos pessoa da cor branca, de aproximadamente 1,60m, olhos verdes e cabelos ruivos, ao passo que a descrição constante do Boletim de Identificação Criminal refere-se a um sujeito branco, de olhos e cabelos castanhos. 4. Desse modo, a assertiva constante do acórdão do TJ/SP de que o réu poderia ter usado disfarces, para confundir futuro reconhecimento, labora contra o princípio in dubio pro reo.

HC 85.705 / SP 5. Requer, portanto, seja cassado o acórdão do Tribunal de Justiça. 6. O Ministério Público Federal opina pela denegação da ordem (fls. 35/36). É o relatório.

V O T O O SENHOR MINISTRO Eros Grau (Relator): O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo chegou à conclusão do desacerto da sentença absolutória pelos seguintes fundamentos: O prolator da sentença... absolveu o apelado, desprezando toda a robusta prova produzida, inclusive os reconhecimentos feitos pelas vítimas do roubo e pelas testemunhas que se encontravam na lanchonete que, sem titubear, reconheceram o apelado como um dos assaltantes... Este reconhecimento foi reiterado em Juízo, onde as vítimas Sérgio Pança... e Eurípedes Santos Oliveira, das quais foram subtraídas importâncias em dinheiro, e as testemunhas Sérgio Deodato... e Alexandre Aparecido..., voltaram a apontá-lo como um dos assaltantes que ingressou na lanchonete, indicado, ainda, por Eurípedes como o autor dos disparos que matou o miliciano Clóvis, por ter este segurado a arma de seu comparsa, reagindo ao assalto. Foi o prolator da sentença buscar um detalhe insignificante para absolvê-lo, colhido em peça estranha à Polícia Judiciária, nas declarações das vítimas Eurípedes e Sérgio Pança prestadas no quartel, onde consta que o assaltante saíra do banheiro e atirara em Clóvis era ruivo e tinha olhos verdes, quando, na verdade o apelado teria olhos e cabelos castanhos. As características físicas e fisionômicas do apelado foram desprezadas, afastando todo e qualquer valor probatório quanto ao demais, inclusive à contundente prova colhida em Juízo, sob o crivo do contraditório. É sabido, outrossim, que os assaltantes buscam modificar sua aparência, tingindo os cabelos ou cortando-os para dificultar seu reconhecimento posterior pelas vítimas. É, pois, possível que o apelado tivesse os cabelos tingidos de ruivos à época dos fatos. A fisionomia do apelado, no entanto, permaneceu a mesma, sendo, por isto, reconhecido pelas testemunhas. 2. Afora o excesso de linguagem expressado no voto condutor, ao dizer que é... possível que o apelado tivesse os cabelos

HC 85.705 / SP tingidos de ruivo à época dos fatos..., deixando margem para que se alegue suposição, devem ser consideradas, na verdade, as afirmações incisivas das testemunhas e das vítimas no sentido do reconhecimento, independentemente da não coincidência de detalhes fisionômicos. Não se cuida, pois, de valoração jurídica da prova, senão de pretensão de reexame do conjunto probatório reunido na instrução criminal, o que não é possível em sede de habeas corpus. Aliás, a propósito, o Subprocurador-Geral da República, Edson Oliveira de Almeida, amparado na jurisprudência desta Corte, consignou que o habeas corpus constitui remédio processual inadequado (a) para a análise da prova, (b) para o reexame do material probatório produzido, (c) para a revalorização dos elementos instrutórios coligidos no processo penal de conhecimento (HC n. 72.496, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 18.5.2001). Ante o exposto, denego a ordem.

V O T O O SENHOR MINISTRO CARLOS AYRES BRITTO Senhor Presidente, acompanho, mas gostaria de fazer uma ressalva a propósito, ainda, da discussão anterior. Quando eu disse ao Ministro Cezar Peluso que ele era sempre enfático, porém, jamais grosseiro, essa característica é, também, dos demais Membros desta nossa Turma. Não enxergo em nenhum deles a menor intenção de desqualificar o ex adverso no plano das teses. Todos, aqui, são enfáticos, porém, todos, indistintamente, são gentis. Era isso que eu queria ressalvar. * * * * * * * *

PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA RELATOR : MIN. EROS GRAU PACIENTE(S) : JOSÉ CÍCERO PEREIRA DA SILVA OU DARIO MENEZES IMPETRANTE(S) : JOSÉ CÍCERO PEREIRA DA SILVA COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Decisão: A Turma indeferiu o pedido de habeas corpus. Unânime. 1 a. Turma, 26.04.2005. Presidência do Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes à Sessão os Ministros Marco Aurélio, Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau. Subprocuradora-Geral da República, Dra. Maria Caetana Cintra Santos. Ricardo Dias Duarte Coordenador