As modifi dificações no conceito de Arte

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Principais Teorias (Essencialistas) teoria da imitação teoria da expressão teoria formalista. A tese básica a todas as teorias essencialistas é a existência de propriedades essenciais que distinguem as obras de arte dos restantes dos objetos que não são obras de arte. A idéia que está por detrás disto é bastante intuitiva. Se usamos a palavra "arte" para designar um tão variado número de objetos, é porque deve de existir algo de comum a todos eles. Assim sendo, basta estudarmos todas as obras de arte para destacar as propriedades que têm em comum. Ao fornecermos uma definição de arte iremos descrever a essência ou natureza última da arte, assim como fixar o significado da palavra "arte". Estas propriedades são descritas em termos de condições necessárias e suficientes, i e assim, para determinarmos se um objeto é ou não uma obra de arte, basta recorrermos à definição e ver se as suas condições são ou não satisfeitas. (Teoria Simbólica de Goodman)

Teoria da arte como imitação Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo homem e imita algo. Jan Van Eyck, A Virgem do chanceler Rolin, 1439

Teoria da arte como imitação Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo homem e imita algo. Alessandro Botticelli, Venere, 1482 Venus de Milo, ap. 130 A.C.

Teoria da arte como expressão Uma obra é arte se, e só se, exprime sentimentos e emoções do artista. Vicent van Gogh A Noite Estrelada, 1889.

Teoria da arte como forma significante Uma obra é arte se, e só se, provoca nas pessoas emoções estéticas. Wassily Kandinsky, Composição VIII, 1923

Perversão dos Meios Na maioria das vezes, o artista utiliza os meios existentes pervertendo o seu uso e ampliando o potencial expressivo destes, atitude que já se transformou em uma característica, quase uma metodologia de trabalho adotada por parte dos artistas. Desde os trabalhos mais artesanais até os intermediados por tecnologias esse procedimento está sempre e presente.

Na pintura também presenciamos a alteração dos formatos e das superfície dos suportes, seja o papel, a madeira ou outros materiais i utilizados. No lugar dos pincéis, muitas vezes são criados instrumentos improvisados para obtenção de um resultado desejado, geralmente essencial para a poética do trabalho. Fumaça como Arte 1988 Mário Ishikawa

Objeto Cinético 1986 Abrahan Palatnick

Objeto Cinético 1986 Abrahan Palatnick

Nam June Paik e Shuya Abe Paik-Abe Video synthesizer 1966 http://1m1f.com/video/3kr4cou3g04/watch.html

Nam June Paik e Shuya Abe Imagem distorcida da TV (1965) Trabalho foi mostrado na Galeria Bonino em New York.

ARTE XEROX

Óculos para uma outra visão - 1965 Júlio Le Parc

O cientista busca por tecnologias precisas frente aos fenômenos do real, para observar, medir, registrar ou produzir algo com muita objetividade. Os aparatos tecnológicos também são construídos na busca de um objetivo claro, embora muitas invenções tenham no seu percurso o acaso. Já o artista não tem nenhum compromisso com alguma verdade, com o real ou com normas. No contexto da arte um mesmo aparato tecnológico é utilizado de diversas maneiras, independente da sua função de fábrica ou das normas de utilização, tal como todos os outros elementos existentes em nosso cotidiano que foram utilizados pelos artistas, seja uma roda ou guidão de bicicleta, uma cadeira etc.

Trempo É uma obra de Paulo Laurentiz onde o insight surgiu com a ligação feita entre o ruído de um projetor de slides girando ininterruptamente e o som característico de uma composição férrea em movimento. L Oeuvre du Louvre. No carnaval de 1990 um grupo de artistas brasileiros em Campinas: Paulo Laurentiz, Anna Barros, Lúcio Kume, Mario Ishikawa, Milton Sogabe e Regina Silveira, realizaram o evento L Oeuvre du Louvre. Tratava-se de uma transmissão via fax para o Museu do Louvre de Paris, onde os artistas procuravam invadir com várias mensagens o espaço de arte (PRADO, 2003:50). A ação realizada foi batizada de invasões poéticas suscitou um espírito de provocação, ao realizar este bombardeio poético em uma das instituições de arte mais conhecidas do mundo fama esta que se confunde com a própria herança artística do ocidente, dada a importância de seu acervo. http://www.ufscar.br/rua/site/?p=602

PENSAMENTOS MATERIALIZADOS Porém, as máquinas não são meros aparatos físicos, mas pensamentos materializados, tal como as obras de arte e dessa maneira já carregam um indício do humano. A tecnologia de uma época reflete e/ou influencia as características dessa época, e nesse sentido é que o artista as utiliza, em consonância com sua época, havendo sempre releituras e prospectivas pelas lentes dessa tecnologia, ampliando não só o presente como também o passado e o futuro.

A tecnologia de uma época reflete e/ou influencia as características dessa época, e nesse sentido é que o artista as utiliza, em consonância com sua época, havendo sempre releituras e prospectivas pelas lentes dessa tecnologia, ampliando não só o presente como também o passado e o futuro.

Os Paradigmas Beleza Didática Religiosa Imitação da Vida Visão Cientificista Arte pela Arte Expressão de Sentimentos Conceito Processo

Artesão O Papel do Artista Propositor Criador Co-criador Autor Procedimental Autoria Coletiva

Características: Impressionismo O artista é um observador livre Muda a temática (cabaré, cotidiano) Influência da óptica e química Cubismo O artista é analista da forma A obra traz a relação com o espaço/tempo Relatividade (Einstein) Expressionismo O artista recria o mundo pela subjetividade A obra é o resultado de um gesto Arte conceitual O artista é um pensador A obra é uma idéia

Características: Happening O artista é um propositor A obra é um evento Influência política e social Body Art O artista se confunde com a obra A obra é o próprio p corpo Performance O artista propõe e atua em interação A obra é evento e processo Arte Eletrônica O artista é individual ou coletivo A obra um processo percebido como sistema Influência científica e tecnológica

Tecnologias e Especificidades Instalações Web Arte Happening Performance Arte Eletrônica Vídeo Áudio Computação Telecomunicação Internet Video Arte Telemática Videoperformance

Características Constantes: t Happening Performance Arte Eletrônica Interatividade Efemeridade ou transitoriedade Ritual e/ou jogo e/ou lúdico Imersividade Co-criação Processo e Sistemas