DORT em Usuários de Computador Heitor Santos, Norton Claret, Tatiana Pereira, Orlei Pombeiro Grupo de Pesquisa em Informática, Bacharelado em Sistemas de Informação. Sociedade Paranaense de Ensino em Informática Faculdades SPEI Fone (0xx41) 321-3131, Fax (Oxx41) 321-3142 hrsantospr@yahoo.com.br, nortonclaret@yahoo.com.br, rp_tati@yahoo.com.br, orlei@spei.br Resumo - Diversos são os malefícios causados pelo uso do computador nos dias de hoje, entre eles: dor de cabeça; dores na coluna; ardência e cansaço nos olhos; Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho - DORT. Sendo o DORT o mais comum.o DORT é a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS. A cada 100 trabalhadores um é portador de DORT, de acordo com a Organização Mundial de Saúde [1]. Este artigo apresenta uma pesquisa feita em duas empresas da área de informática, com o mesmo ramo de atividade, sendo que uma delas possui um programa de prevenção contra DORT e outra não. Com a pesquisa observa-se que o índice de pessoas com problemas e predisposição ao DORT é maior em empresas que não adotam uma política de prevenção. Palavras-chave: DORT, Lesões por Esforços Repetitivos - LER, computador e saúde. Introdução Nos últimos anos, a informática contribuiu para a maior revolução tecnológica das últimas décadas e tem transformado o modo em que vivemos, trabalhamos e interagimos com o mundo que nos rodeia. Cada vez mais o homem faz uso do computador em busca de soluções e otimização para seu trabalho, melhorando sua eficiência, precisão e produtividade. Que os computadores têm auxiliado com o volume e a qualidade do trabalho, isso é indiscutível. Apesar da informática beneficiar a humanidade, há pessoas que são prejudicadas com a informatização. As queixas vão das mais simples e bem delimitadas, como dores de cabeça e rigidez no pescoço, à problemas mais sérios, como principalmente os osteomusculares, como DORT ou lesões por esforços repetitivos, passando por questões sociais complexas, como o estresse, questões salariais, o desemprego e a alienação do trabalho. As pessoas estão sofrendo as conseqüências da informatização no ambiente de trabalho e no ambiente doméstico. A preocupação com a saúde do trabalhador atualmente é motivo de mudança em algumas empresas de diversas áreas. A preocupação deve-se principalmente pelo número de trabalhadores com predisposição ou afetados por DORT. Esse artigo está focado em DORT, um problema de saúde comum aos usuários de computador. Considerações Históricas Por centenas de anos, pessoas trabalharam em condições consideravelmente menos confortáveis que as de hoje, mas o DORT não representou um problema de saúde durante um longo tempo. O DORT tornou-se efetivamente um problema de saúde a partir do momento em que as pessoas passaram a trabalhar em instalações industriais, tornando-se uma preocupação médica apenas recentemente. Os primeiros casos documentados de DORT foram registrados em 17OO por Bernardini Ramazzini, médico italiano, que ficou conhecido como o Pai da Medicina do Trabalho [2]. Ele observou o desenvolvimento de processos de adoecimento em trabalhadores que precisavam manter qualquer postura específica dos membros ou realizar movimentos não naturais do corpo enquanto desempenhavam suas funções. Ramazzini também descrevia as rotinas diárias de escribas e notários e explicava as enfermidades, que eram resultado de contínuo e sempre o mesmo movimento da mão e atenção mental, em razão do esforço para não manchar os livros nem se prejudicar ao somar, subtrair ou realizar outras operações aritméticas e também uma contínua vida sedentária [2]. Ramazzini observa: Escrever sempre cansa consideravelmente, inclusive a mão e todo o braço, em virtude da tensão contínua dos músculos e tendões [2]. O Pai da Medicina do Trabalho narrou o caso de um escriba que, devido à fraqueza e à dor continuas no braço direito, aprendeu a escrever com a esquerda, que logo seria acometida do mesmo mal. Esses problemas se multiplicariam dramaticamente após a revolução industrial. O aumento de fábricas e cidades levou a transformações sociais profundas, principalmente em relação aos modos e práticas de trabalho, muito mais duras e brutais, ao contrário da agricultura em pequena escala e da indústria caseira. Sem quaisquer proteções legais, e ignorantes das implicações para a saúde, os operários esforçavam-se durante muitas horas em tarefas físicas quase sempre pesadas. Dessa forma, o DORT não é uma condição nova, ainda que apenas recentemente tenham sido reconhecidos e classificados como a maior fonte de doenças entre usuários de computadores. Assim como os escribas e notários, quem trabalha com computador realiza movimentos finos e complexos da mão e do punho e também sofrem da mesma tensão mental. Inevitavelmente, os resultados são os mesmos. Mas ao
contrário dos operários dos primórdios da industrialização, os trabalhadores de hoje têm mais condições de buscar uma reparação pelos danos à saúde provocados pelo uso do computador, além de fazer valer mais as ações preventivas. Como os Computadores Causam DORT Resumidamente, as primeiras observações de Ramazzini identificaram as principais causas dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho: postura fixa, movimento repetitivo e estresse psicológico. Tudo isso está constantemente presente no dia-a-dia do usuário de computador. O corpo humano foi feito para se mexer. É o movimento que mantém o fluxo de sangue e linfa (sistema vascular isolado, pelo qual os líquidos intracorpóreos fluem dos espaços intersticiais para a circulação sanguínea) [3] ao longo do aparelho circulatório e faz com que os músculos se exercitem, mantendo a saúde muscular e orgânica. Muitas profissões do século XXI são sedentárias e isso aumentou generalizadamente a preocupação com a saúde em relação aos exercícios, peso e ginástica como um todo. A utilização do computador também é uma atividade sedentária, mas exige um nível de concentração que poucas funções de escritório requerem. Em parte devido à atividade diante da tela, em parte por causa da redução na necessidade de movimentos pesados do corpo (virar-se, esticar-se ou levantar-se), a mobilidade se resume a mexer os olhos, movimentar a mão e o punho e inclinar ligeiramente a cabeça. A natureza e os detalhes das informações exibidas na tela requerem muita atenção e os usuários de computador podem ficar grudados em suas mesas, quase imóveis, por horas a fio. A postura fixa, sentada, não é natural ao corpo humano, além de colocar muitos músculos fora de seu estado normal de repouso para a manutenção de uma posição imóvel. Apesar de as fibras nervosas alertarem o cérebro quando os músculos se mantêm em uma posição pouco natural por muito tempo, é possível que o alto estímulo gerado pelo computador bloqueie ou ignore esses sinais. Durante o uso do computador, todo o corpo assume uma posição contraída e pouco natural. A cabeça tende a permanecer imóvel. As mãos, braços, dedos e o tronco tentam se ajustar nas posições menos desfavoráveis. É muito importante lembrar que existem ainda mobiliários e equipamentos que não se ajustam à estatura e comprimento dos segmentos corporais para usuários distintos. Nesse contexto, o usuário do computador tem a tensão muscular ao longo do pescoço, dos ombros e da parte superior do corpo aumentada pelo esforço visual, concentração mental e adaptação à posição. Inicialmente, a tensão muscular prolongada e a postura estática produzem fadiga e dores penetrantes nos músculos, geralmente as estruturas do pescoço e do ombro são as primeiras a sofrer. No início, a dor e a tensão geralmente diminuem algumas horas após o computador ter sido abandonado. Se essa posição for mantida regularmente por um longo período a dor certamente irá tornar-se permanente. Para registrar a atividade muscular dos ombros durante rodadas de digitação, alguns pesquisadores utilizaram uma técnica denominada eletromiografia. Em todos os casos, a atividade era mínima quando as pessoas estavam relaxadas; os níveis atingiam o pico de atividade durante uma digitação intensa. A atividade elétrica revelada pela eletromiografia indica aumento proporcional na tensão dos músculos responsáveis pelo levantamento dos ombros e parte posterior dos braços. A tensão por si só já causa desconforto e pode provocar danos prolongados. Entretanto, seu efeito indireto é a distorção no alinhamento do braço, punho e mão, e uma predisposição maior para lesões [2]. A postura fixa é a principal responsável pelas queixas musculares e ósseas. Assim como postura fixa, movimentos repetitivos também são causas de DORT. De todos os tipos de músculos do corpo humano, o cardíaco é o único que foi feito para permanecer em uso o tempo todo. Ele possui propriedades exclusivas, com alto nível de elasticidade, suprimento de sangue próprio e capacidade infatigável de se contrair para bombear mais de uma vez por segundo durante toda a vida do ser humano. Nenhum outro músculo foi equipado para trabalhar assim. Músculos não-cardíacos funcionam básicamente do seguinte modo: repousam ou trabalham. Os músculos começam a trabalhar quando recebem impulsos nervosos do cérebro, onde se realiza um complexo processo bioquímico. O músculo excitado se tensiona e converte a energia química disponível em mecânica e calor. Esse armazenamento de energia é composto de um produto químico denominado glicogênio, um carboidrato simples que reside nos músculos o tempo todo. Durante atividade intensa ou prolongada, como quando se faz exercício físico, o processo de conversão de glicogênio em energia depende do metabolismo aeróbio, no qual o oxigênio é utilizado para quebrar o glicogênio em dióxido de carbono e água. Se o ritmo for mantido, outros compostos químicos, como gorduras e proteínas, são incluídos no processo. A baixas intensidades de esforço físico, os músculos são capazes de funcionar utilizando apenas o armazenamento de energia mais próximo e disponível. Se a exigência por atividade muscular não for grande (como ao digitar), os músculos extraem energia simplesmente partindo cada molécula de glicose em duas outras de ácido lático, sem a necessidade de oxigênio. Isso é conhecido como processo anaeróbio. Tal processo aparenta envolver menos esforço, porém, em algumas situações, é realmente mais cansativo. Isso acontece porque o ácido lático é um subproduto do processo anaeróbio, que se acumula nos músculos até os altos níveis de acidez começarem a interferir nas contrações musculares, a sensação conhecida como fadiga. A fadiga muscular é a precursora das lesões por esforços repetitivos. Ela não é a causa direta, mas os músculos cansados do trabalho constante em uma seqüência repetida estão mais predispostos a ser usados de uma forma nada saudável. Por exemplo, a digitação
por um tempo prolongado causará uma sensação generalizada de fadiga nas mãos, punhos e antebraços, o que encorajará o digitador despreparado a largar os braços sobre a mesa. Isso pode aliviar a fadiga, mas força o trabalhador a flexionar os pulsos aproximadamente em um ângulo agudo para alcançar as teclas. E é essa flexão que leva à pressão e à compressão dos tendões e à tenossinovite e à síndrome do túnel do carpo (muito comum em usuário de computador). O estresse é outra causa do DORT. É um fenômeno crescente que afeta o cotidiano e o trabalho das pessoas. Muitos usuários de teclados de computador não passam por qualquer treinamento formal em seu instrumento de trabalho. Dessa forma, começam um trabalho intensivo de digitação com uma postura ansiosa, temendo que lhes faltem a experiência e a habilidade para realizar as funções para as quais estão sendo remunerados. Sem o treinamento necessário, tendem a utilizar apenas dois ou três dedos durante a digitação, o que tensiona mais essas partes e os tendões são forçados mais do que o normal para que seja possível alcançar as teclas. Outros usuários vêem os computadores como uma apavorante forma de tecnologia complexa que ameaça sua sobrevivência. Nesse caso, essas pessoas encaram o uso do computador com altos níveis de ansiedade. Outros profissionais já podem ter superado o medo que nutriam pelo computador, mas ainda enfrentam alto grau de estresse relativo ao trabalho. O estresse psicológico não precisa ser uma resposta a um pânico extremado, pode ser proveniente de esgotamento ou desestímulo. As pessoas se sentem esgotadas mais rapidamente quando realizam um trabalho repetitivo que exija certa concentração, sem apresentar muitas dificuldades. O esgotamento também acontece durante um trabalho demorado e repetitivo que exija vigilância contínua. Quando uma pessoa está esgotada, uma série de eventos fisiológicos comuns ocorre. Sem nenhum estímulo a percorrer os sentidos, os impulsos nervosos para o cérebro diminuem. As partes do cérebro responsáveis pelo pensamento, mais delicadas, vão se tomando gradativamente menos ativas e aprendem a aceitar a situação monótona como normal. As atividades repetitivas e a postura estática são parte e causam, em última análise, esgotamento e estresse psicológico. O tédio intenso, a ausência de controle sobre as tarefas rotineiras e quase nenhuma oportunidade para pensar criativamente causam tensão e infelicidade, o que amplia a vulnerabilidade ao DORT. A tensão muscular, advinda da frustração, aumenta a resistência que os tendões e nervos do túnel do carpo precisam enfrentar, sem falar das dores nos ombros, pescoço e cabeça, causadas pelo trabalho repetitivo. DORT não é uma doença específica, é o nome para uma série de distúrbios que atingem principalmente pescoço, ombros, membros superiores, mãos e pulsos, gerando desconforto, edemas, inflamações, atrofias, lesões, rompimentos, entre outros. Tais distúrbios geralmente são provocados por fatores relacionados à organização do trabalho, que inclui esforço repetitivo, jornadas de trabalhos extensas, ausência de pausas, mobiliário inadequado, postura inadequada, estresse, competitividade, pressão psicológica por produtividade e das condições físicas pessoais. O usuário do computador está exposto a esses fatores. O problema de DORT vem sendo constatado em setores onde os funcionários executam durante muito tempo a mesma atividade, sujeitos a esforço repetitivo e continuado. Problemas para empresa: afastamento do trabalho e necessidade de tratamento médico especializado. Para recuperar o funcionário com DORT e torná-lo novamente apto a exercer atividades produtivas, é necessário um programa de reabilitação, ou em casos extremos, readaptá-lo para novas funções, distintas da anterior. Muito mais simples que o cenário do parágrafo anterior, é a empresa abrir os olhos e não se preocupar apenas em solucionar os efeitos dos problemas, mas atacar a causa com programas de prevenção. Essa conscientização parece algo óbvio, mas, na prática, muitas empresas ainda não dão a devida importância ao assunto. Além disso, os usuários de computador ignoram o problema por comodismo, achar que com eles não acontece, apesar de muitas vezes terem noção de que o que fazem pode causar DORT. Algumas medidas simples que podem ser adotadas pelas empresas é através de um programa de prevenção que pode ser com auxílio de fisioterapeuta ou então profissional de educação física com atividade de ginástica laboral que trabalha com alongamento dos membros, coluna, pescoço e até mesmo descanso dos olhos pelo fato de mudar o foco da visão trabalhando assim com a musculatura ocular. Além dos exercícios pode ser passado ao funcionário como se posicionar na frente ao sentar diante da mesa de trabalho e computador e os repousos de 10 minutos a cada 1 hora que é indicado pelos especialistas. Outra medida que muitas empresas já estão adequando é em relação ao mobiliário ergonômico (cadeiras ajustáveis com descanso para o braço, descanso para punho e mãos junto ao teclado e mouse). Existe hoje uma preocupação com a síndrome de DORT. A conscientização sobre o assunto é vital para sua prevenção, com mudanças no modo de agir dos usuários de computador. Metodologia Foi realizada uma pesquisa com o objetivo de analisar as diferenças entre uma empresa adotar ou não medidas preventivas contra o DORT, além de explicitar a preocupação e atenção do usuário com o assunto. Com esse objetivo, foram escolhidas duas empresas, sendo que uma adota uma política de prevenção e outra não. A pesquisa foi realizada com 20 funcionários da empresa que possui política de prevenção contra DORT e 18 funcionários da empresa que não possui política semelhante. Os funcionários (usuários) desempenham funções similares com uso do computador. Esses foram questionados sobre seu conhecimento do risco do DORT em suas atividades.
A conscientização do usuário é importante para o sucesso de qualquer política de prevenção. Com o objetivo de verificar essa conscientização, os usuários foram questionados quanto ao conhecimento da existência, ou não, de política de prevenção e se seguem algum tipo de orientação, interna ou externa à empresa. De vital importância para o sucesso da comparação entre as empresas, foram levantados números de casos confirmados de DORT, assim como sintomas que podem indicar casos ainda não diagnosticados ou sintomas que sugerem a possibilidade do usuário vir a ter DORT. Analisar em conjunto os casos confirmados de DORT e os sintomas torna a pesquisa mais confiável, visto que muitos usuários, por desconhecimento ou por não dar a devida importância, não buscam auxilio, desconhecendo desta maneira que podem ter ou estar desenvolvendo DORT. Resultados A figura 1 apresenta um gráfico comparativo entre as empresas no que diz respeito ao conhecimento de risco e orientação do funcionário. Na empresa onde existe uma política de prevenção contra DORT, todos os funcionários acreditam no risco de adquirir DORT no desempenho de suas atividades. 65% têm conhecimento do programa de prevenção. 75% afirmaram ter recebido orientação sobre o assunto. 55% dos funcionários seguem orientação de prevenção. Na empresa onde não existe uma política de prevenção contra DORT, 75% dos funcionários acreditam no risco de adquirir DORT no desempenho de suas atividades. Todos têm conhecimento da não existência de programa de prevenção. 45% afirmaram ter recebido alguma orientação externa à empresa. 25% dos funcionários seguem orientação de prevenção. 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 10 75,0% Risco de DORT 65,0% Programa prevenção Empresa com prevenção Empresa sem prevenção 75,0% 45,0% Teve orientação 55,0% 25,0% Segue orientação Figura 1 Comparativo entre as empresas A figura 2 apresenta um gráfico comparativo entre as empresas no que diz respeito à percentagem de casos confirmados, afastamentos, trabalho sobre pressão e sintomas de DORT. Na empresa onde existe uma política de prevenção, apenas 5% do corpo de funcionários tiveram confirmação de caso de DORT, sendo que nenhum foi afastado da atividade. 40% apresentaram sintomas do problema. Quando questionados sobre se trabalha sobre pressão 85% responderam positivamente. Na empresa onde não existe uma política de prevenção, 25% do corpo de funcionários tiveram confirmação de caso de DORT, 15% foram afastados das atividades por um período de 15 a 21 dias, 75% apresentaram sintomas do problema. Quando questionados se trabalham sobre pressão 65% responderam positivamente. 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 5,0% 25,0% Teve DORT 15,0% Afastado por DORT Empresa com prevenção Empresa sem prevenção 4 75,0% Apresenta sintoma 85,0% 65,0% Trabalha sobre pressão Figura 2 Comparativo entre as empresas Foram analisados, dentro de um âmbito geral, todos os funcionários das duas empresas que apresentaram sintomas de DORT. Observando a figura 3, entre os entrevistados que apresentam sintomas de DORT, 73,91% desses não seguem nenhum tipo de orientação para prevenção e 26,09% seguem orientação interna ou externa à empresa. 26,09% Não seguem orientação Seguem orientação Figura 3 Sintomas x Orientação 73,91% É interessante observar que se esta mesma análise feita nas empresas de modo distinto, o percentual observado na figura anterior possui valor
próximo aos percentuais por empresa, conforme figura 4. 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 75,00% 73,33% Empresa com prevenção Empresa sem prevenção Figura 4 Sintomas x Orientação por empresa Na empresa com política de prevenção contra DORT, entre os funcionários que apresentaram sintomas 75% não seguem orientação de prevenção. Na empresa que não adota política de prevenção, esse mesmo índice é de 73,33% entre os entrevistados (figura 4). Com o objetivo de analisar o impacto da política de prevenção contra DORT sobre os funcionários, foi analisado, separadamente, o grupo de funcionários que têm conhecimento da existência dessa política na empresa que a adota. Conforme figura 5, observa-se um primeiro grupo de 64,29% dos funcionários que seguem a política de prevenção e um segundo grupo de 35,71% que não a seguem. Observando separadamente cada um desses grupos, constata-se que a porcentagem de incidência dos sintomas de DORT difere entre eles, conforme figura 6. No grupo dos funcionários que seguem medidas de prevenção o índice dos que apresentam sintomas é de 22,22%. Já no outro grupo esse mesmo índice é de 60%. 64,29% Segue Não segue 35,71% Figura 5 Gráfico dos funcionários que sabem da existência da política de prevenção na empresa. 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 22,22% 60,00% Tem sintoma Grupo que segue a política Grupo que não segue a política 77,78% 40,00% Não tem sintoma Figura 6 Diferença entre os grupos Entre os sintomas de DORT levantados com os entrevistados, dor ou desconforto na mão teve um percentual de 26%, no pescoço de 20%, no ombro de 18%, no punho de 14%, nos dedos de 12% e em outros de 10%, conforme figura 7. 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 26% Conclusão 20% 18% 14% 12% 10% mão pescoço ombro punho dedos outros Figura 7 Gráfico dos sintomas Existe uma consciência entre os usuários de computador sobre o risco de DORT, porém esses não atribuem devida atenção e importância ao problema. Muitos só tomam atitudes de prevenção/tratamento quando cobrados ou após apresentar o problema. Conforme pesquisa realizada pode-se observar que o percentual de sintomas e casos de DORT é maior na empresa que não adota uma política de prevenção. Independente das empresas adotarem ou não uma política de prevenção contra DORT, se um funcionário não seguir as orientações necessárias para essa prevenção estará sujeito a uma chance de 73,91% de apresentar sintomas que podem levar ao problema. O impacto da política de prevenção sobre o funcionário é positivo. Ao ser analisada a empresa que adota essa política, observou-se que, quando tomada consciência da existência da mesma, existe uma chance de 64,29% de o funcionário seguir as orientações e conseqüentemente apenas 22,22% de chance de apresentar sintomas de predisposição ao DORT. A importância de se prevenir a DORT fica clara e computador por si só não é a causa do problema.
O uso incorreto do computador sim pode ser apontado como causa de DORT entre os usuários de computador. Referência [1] O que são LER/DORT. Disponível em <http://www2.uol.com.br/prevler/o_que_eh.html>. Acesso em 10 de abril de 2005. [2] Joanna Bawa; Computador e Saúde; Editora Summus, 1997. [3] Drenagem Linfática. Disponível em <http://www.hara.com.br/drenagem_sistema.asp>. Acesso em 6 de abril de 2005.