Turismo. Artigos. Entrevista. O que esperam as empresas dos profissionais recém graduados?



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Transcrição:

Revista EducAIRES - Publicação voltada para estudantes e pesquisadores estrangeiros na Argentina Distribuição gratuita - Año 1 - Número 0 - Janeiro 2015 - República Argentina - Circulação: 10.000 revistas Artigos Turismo Los objetivos primordiales de la universidad moderna, Luis Antonio Barry Saiba aonde ir para escapar do caos da capital Buenos Aires Mediación Interdisciplinaria: práctica efectiva para la resolución de conflictos, María Gabriela González Vendrell Moedas Criptográficas: uma breve apresentação de um novo ecossistema monetário descentralizado e de código aberto, Fabiano Gonçalves Pereira Entrevista Meninos de Angola: conversamos com três jovens angolanos que decidiram apostar na Argentina para seguir seus estudos O que esperam as empresas dos profissionais recém graduados? Conselhos para ingressar no mercado de trabalho

2 E D U C A I R E S J a n e i ro 2 01 5 STAFF Editorial Proprietaria Elen Patrícia Marcos Tenório Dirección Osvaldo Tamborra Producción de contenidos Janaine de Sá C uando estas hojas lleguen a sus manos se iniciará una forma de relación que seguramente será fructífera para todos. Esta publicación abandona la tradicional unidireccionalidad para promover la interactividad de modo tal que se pueda enriquecer con la participación de todos los que quieran expresar sus experiencias, saberes o informaciones. En tiempos de un creciente impulso en la creación del conocimiento es necesario facilitar su distribución y expansión, por ello nada mejor que tratar de lograrlo a través de la participación de quienes en su etapa de formación en distintos niveles están en contacto con la evolución de las ciencias y las técnicas. Se abrirán todas las puertas para que distintas opiniones elaboradas por los protagonistas de la vida universitaria a nivel mundial puedan estar al alcance de los receptores que se han trasladado desde su país para proseguir en su formación académica. Por esas mismas puertas tendrán acceso las novedades culturales, la relación sobre costum- Traducción Alzira Soares Autores y Redactores Angra Paula Rodrigues Nahiara Swiszcz Gabriel Maximiliano Vásquez Sandoval Colaboradores Luis Antonio Barry Fabiano Gonçalves Pereira María Gabriela González Vendrell Antonio Barbosa Carlos Alberto Chagas Teixeira Giane Gomes Teixeira Dantas Swellen Danuza Coqueiro Feitoza da Silva Paulo Hernandes Gonçalves da Silva bres y toda la información de utilidad para la mejor estadía en Argentina. Diseño Rodrigo Quiroga Es útil subrayar que se abre una posibilidad de intercambio o de asociación entre los que tengan intereses comunes, ello significa que puedan volcar opiniones, trabajos, investiga- Contactos Proprietaria Elen Patrícia Marcos Tenorio E-mail: diretoria@ estudiarbuenosaires.com ciones o cualquier otra producción que sea fruto del trabajo intelectual en esta etapa de estudio. Con los mejores augurios se lanza esta publicación al servicio de todos los estudiantes referidos y, repitiendo, mediante la producción de todos. Contenidos: Janaine de Sá E-mail: revista.educaires@ airesorg.com

E D U C A I R E S J a n e i ro 2 01 5 Los objetivos primordiales de la universidad moderna Luis Antonio Barry S i bien diversas manifestaciones y documentos hacen referencia a esta cuestión, siempre es bueno ponerla de relieve. Especialmente para acercar más precisiones que eviten confusiones y desvíos. En estos tiempos es de especial importancia el punto referido a la gestión del conocimiento que consiste en saber administrar la difusión de todo lo que el mundo científico y técnico produce con una extensión cuantitativa y cualitativa como nunca ocurrió en la historia, así como la oportunidad de acceso a esos bienes. Gestionar el conocimiento es receptarlo, difundirlo, aprovecharlo, enriquecerlo y reenviarlo para el progreso de esa rueda planetaria interminable e infinita. Hoy ya hay muchas empresas que tienen un sector orgánico significativo para esta finalidad, ya que el conocimiento es parte de la nueva riqueza mundial que debe ser aprovechada por todos los que quieren adentrarse en un proceso de progreso. Otro aspecto importante es de la internacionalización de la universidad. Que no se agota en firmar convenios ni en intercambiar becarios, sino en la actitud de estar en contacto simultáneo, permanente y activo con los respectivos centros de mayor producción del conocimiento y de la especialización en la diversidad científica y tecnológica. Por último está lo que se llama la relación social, que no es otra cosa que mantener una estrecha relación con el medio social y cultural, pero especialmente con el productivo. Es el modo por el cual la universidad no guarda en su regazo el saber acumulado o producido, sino que lo pone a disposición de las necesidades comunitarias. Tendrá como efecto de reciprocidad un reconocimiento de la sociedad hacia el saber científico de la universidad abierta que pone a disposición los productos de su investigación o de su acumulación. De allí que muchas universidades, especialmente en EEUU, reciben importantes aportes del sector productivo con el que se encuentran en un estado de asociación permanente Estos tres aspectos son de primordial importancia en el funcionamiento de una universidad que quiera estar a la altura de las demandas de un mundo cada vez más requirente. Para ello deben revisarse muchos aspectos internos que a veces por diversas y hasta incomprensibles razones traban el avance de los nuevos propósitos. Esta es una simple enunciación de estos objetivos y sería bueno continuar en su desarrollo y profundización. 3

4 EDUCAIRES Janeiro 2015 Moedas Criptográficas Uma breve apresentação de um novo ecossistema monetário descentralizado e de código aberto Fabiano Gonçalves Pereira O processo de virtualização do dinheiro e dos meios de pagamentos tornou-se onipresente e familiar nos últimos 40 anos, embora a evolução das formas de pagamento, de porte e guarda de valores tenha começado muito antes, tendo início com a cunhagem das primeiras moedas, feitas com metais nobres, forjadas a golpes de martelo, há quase 3000 anos. Dessas moedas em metal passamos para os títulos, notas e bilhetes impressos. Em nossa recente história de virtualização monetária temos como personagens principais os plásticos, em sua forma de débito, crédito ou vales. O desenvolvimento e integração global de redes de comunicação praticamente eliminou a necessidade de transporte de dinheiro, ou seja, a grande maioria das transações financeiras é realizada hoje sem a necessidade da transferência física de dinheiro. Nos últimos capítulos históricos da evolução dos meios de pagamento, as mudanças têm sido ainda mais transformadoras. Quando já estávamos nos acostumando com o dinheiro na sua forma virtual, existente apenas nos nódulos de um sistema bancário, surge um sem número de moedas virtuais, assim chamadas, porque conservam características similares às de suas ancestrais: foram cunhadas com um árduo trabalho de criptografia, são únicas e limitadas, e, ao mesmo tempo, são uma versão avançada do nosso dinheiro virtualizado, trazendo características como rastreabilidade, autenticação, enorme divisibilidade e transferências praticamente instantâneas. Os processos e protocolos criptográficos, que geram e administram as moedas criptográficas, são bem conhecidos nos meios científicos desde os anos 80, porém só ganharam o grande público nos últimos 6 anos, com a criação do Bitcoin, quando teve início o seu processo de mineração (geração de bloco de chaves criptográficas), com a resolução de seu bloco 0 (criação das primeiras 50 moedas virtuais) e a abertura do seu código fonte na modalidade open-source (código aberto). Embora seja um ambiente totalmente virtual, as transferências da cadeia de blocos são bastante reais. Por ela trafegam bens virtuais, tais como assinaturas, contratos, certificados, e mesmo títulos de pose de bens físicos, títulos de ações e as moedas digitais. Esses bens digitais, ou dependendo de sua natureza, parte deles, como no caso das moedas, podem ser transacionados e transferidos pela internet, de forma praticamente instantânea entre partes, independente de sua localização, de forma que sua transferência é segura, garantida, pública e irreversível. A velocidade e o custo das transações feitas com bitcoins são, à primeira vista, suas maiores vantagens. Comparando os custos de processamento de métodos com outros métodos de pagamento eletrônico, como cartões de crédito e débito, por exemplo, cujos custos variam de 1,5% a 8% do valor da venda, mais uma possível taxa por transação, a possibilidade de processar recebimentos instantaneamente e de forma gratuita ou praticamente gratuita pode trazer mudanças radicais ao comércio eletrônico, sem mencionar os micro pagamentos de forma geral viabilizando, assim, sistemas de doações ou arrecadações de fundos / crowdfunding, venda de produtos digitais de baixo custo e operações de microcrédito e créditos solidários, apenas para mencionar alguns. Dois dos fatores que encarecem as transações eletrônicas por cartão são os mecanismos de proteção contra fraude e o estabelecimento de fundos de caução (floating reserves) para lidar com disputas e cancelamentos (chargebacks). Esses custos não estão estabelecidos nos pagamentos com bitcoins, embora seja possível criar serviços de securitização de pagamentos (escrowing services) a uma fração do custo das transações eletrônicas com cartão. Vale ressaltar que, tradicionalmente, esses custos, quando existentes, estão por conta da parte pagadora, dependendo da quantidade, forma, origem e prioridade escolhida para efetuar o pagamento. Grosso modo, o custo de transações entre carteiras é de 0,1 mbtc (0,0001 bitcoin). Para materializar o

EDUCAIRES Janeiro 2015 5 impacto dessa taxa, tomemos como exemplo 3 transações dispostas de forma crescente: 0,01 BTC, 0,1 BTC e 1 BTC, supondo que cada uma delas tenha sido transacionada entre carteiras ao custo de 1mBTC, ceteris paribus, o custo de transação seria respectivamente de 1%, 0,10% e 0,01%. Como antes mencionado, o ecossistema das moedas criptográficas, é um sistema de desenvolvimento de código aberto (open source), possibilitando que cada indivíduo ou empresa desenvolva suas próprias aplicações de pagamento, ou que lance mão de outros sistemas abertos previamente desenvolvidos ou de suas interfaces de programação e aplicações (APIs), e/ou suas infraestruturas de desenvolvimento (frameworks). O que, por sua vez, possibilita o desenvolvimento de aplicações de recebimento e remessa de moedas, feitas sob medida para atender às necessidades especificas das partes negociantes. Todas as transações trafegam por uma cadeia de blocos (block chain), que funciona como um sistema de auditoria de transações abertas, trazendo transparência e segurança às transações, pois estas podem ser monitoradas, em tempo real, através dos exploradores de blocos (block explorers), que trazem informações detalhadas como identificação da carteira emissora e receptora, volume transacionado e quantidade de confirmações da rede. Essas informações públicas e facilmente acessíveis trazem ao ecossistema bitcoin níveis de segurança e transparência sem precedentes, sem necessariamente quebrar o sigilo das partes envolvidas, pois apesar de não existir anonimato nas transações, partes emissoras e receptoras são identificados por seus pseudônimos na forma de seus endereços de carteiras. Se você já ouviu falar de bitcoins anteriormente, é provável que já tenha ouvido falar também de diversos casos de pessoas que perderam verdadeiras fortunas em moedas, pois estas estavam armazenadas de forma física em seus discos rígidos, ou em bolsas de negociação de origem duvidosa. Este é um ônus derivado de um traço característico dos bitcoins: as moedas são únicas. São os bens digitais que representam em sua forma final e, assim sendo, têm o mesmo comportamento que o dinheiro físico: uma vez destruídos, não podem ser reconstruídos. Se extraviados ou roubados, não podem ser substituídos. Há alternativas para armazenamento em nuvem ou armazenamento físico. O armazenamento físico se popularizou com a criação de cartões de metal praticamente indestrutíveis, que funcionam como carteiras físicas, uma representação física de um endereço criptográfico. Além da segurança, a volatilidade do bitcoin e das demais moedas criptográficas é um dos principais pontos de crítica, que está fundamentada nos bruscos movimentos do valor do bitcoin desde a sua popularização. Empresas ou usuários interessados em usar bitcoins como meio de pagamento podem se proteger da volatilidade usando carteiras que permitem a conversão automática de bitcoins em divisas tradicionais e vice e versa, fazendo o uso das moedas criptográficas apenas para efetivar as transações. O preço dos bitcoins está baseado em dois fatores principais: 1) o volume de pagamentos que circula pela rede; 2) especulações quanto ao seu valor futuro como meio de pagamento. Assim como há especulação de ações, metais preciosos e commodities, essa é uma parte importante do sucesso das moedas criptográficas. Seu valor monetário deriva, em especial, dos recursos investidos na rede, na forma de processamento das transações, pelas quais os mineradores (indivíduos, grupos ou organizações que mantêm a rede de forma descentralizada, processando os blocos de moedas, validando e autenticando as transações) são remunerados, e das injeções de recursos especulatórios, como ocorre no mercado de ações. Além dos movimentos especulatórios, diversas iniciativas e empreendimentos comerciais têm adotado o uso de moedas criptográficas como opção de pagamento. Grandes empresas dos ramos de computadores e eletrônicos já as usam. No Brasil, há construtoras vendendo imóveis em bitcoins. Outras carteiras virtuais baseadas em divisas, como o PayPal, que a princípio rechaçavam e proibiam as transações relacionadas a moedas criptográficas, já anunciam a fusão das mesmas em seu portfolio de pagamentos, unindo-se a processadores de pagamentos em moedas criptográficas. Esses eventos acabam dando valor ao ainda imaturo ecossistema criptográfico. Com mobilidade global em questão de minutos, as moedas criptográficas têm potencial para gerar novas formas de gestão financeira, investimentos e operações nos mercados de câmbio (Forex), uma vez que o baixo custo e a velocidade das transações criam muitas possibilidades que não existem com os meios de transferência tradicionais, ainda mais quando analisados em uma escala global, permitindo operações de arbitragem interna e externa em um mesmo ou diversos pares cambiais. A arbitragem é uma estratégia de negociação dos mercados cambiais livre de riscos que consiste em negociar rapidamente diferentes pares cambiais com o intuito de obtenção de lucro, após descontados os custos de transações e possíveis transferências. As operações de arbitragem interna são as que ocorrem dentro de um mesmo ambiente de negociação (mercado ou bolsa) usando diferentes pares cambiais. As operações de arbitragem externas ocorrem entre diferentes mercados (exchange), quando um par cambial é comprado em um mercado e vendido em outro com lucro. Levando em conta esses pré-requisitos, é possível que as operações de arbitragem ocorram dentro de um mesmo mercado, lançando mão de diferentes pares cambiais. Por exemplo, em um mercado de negociações cambiais, seria hipoteticamente possível vender 100 dólares americanos por 80 euros, com esses comprar 615 yuans e, finalizando a arbitragem interna, vender os yuans a 100.4 dólares, sempre que as cotações sejam compatíveis e as taxas de transações favoráveis. As condições para que tal estratégia seja executada não acontecem com frequência, pois as cotações costumam ser proporcionais e harmônicas dentro de um mesmo ambiente de negociações.

6 E D U C A I R E S J a n e i ro 2 01 5 As altas velocidades dessas alterações (alinhando todos os fatores favoráveis) fazem com que seja praticamente impossível realizar tal procedimento com a interação humana. Geralmente, esta operação somente chega a acontecer com o uso de diversos sistemas de monitoramento e negociação, conhecidos como robôs de negociação (trading bots), comuns em ambientes e mercados de ações e valores. No mundo real, os lucros apresentados são bem menores, mas os robôs têm capacidade de realizar a mesma operação continuamente, enquanto as condições favoráveis forem válidas. No âmbito das arbitragens externas, as operações podem ser mais simples, bastando mover os ativos de um mercado a outro. É mais comum haver diferenças significativas nas cotações das moedas criptográficas suficientes para cumprir os requisitos que resultem em lucro. Consideremos um exemplo hipotético em que há dois mercados: A e B; A com a cotação do bitcoin a 400 dólares e B com a cotação a 408 dólares. As taxas de operação em A e B são de 0.2% e 0.3%, respectivamente. Decido comprar 100 dólares em A, que me resulta em 0.2495 BTC, que transfiro para B, descontando a transferência, recebo 0,2494 BTC, os quais vendo imediatamente por 101,45 dólares, já descontada a taxa de operação. Lucro bruto de 1,45% em uma operação, o lucro líquido irá depender da existência ou não de custos para retirada desses valores do mercado. Em geral, há uma taxa única de menos de 1 dólar, respeitando apenas os valores máximos para movimentos das contas. Os exemplos apresentados estão em base 100 para facilitar a visualização dos percentuais. Os ganhos nas arbitragens externas podem ser maiores que os ganhos das arbitragens internas, embora nos casos externos não há possibilidade de repetir a operação imediatamente. Operando-se em diversos mercados de câmbio regular ou híbridos (divisas + moedas criptográficas) simultaneamente, os trâmites em divisas (fiat) continuam restritos às taxas e prazos do sistema bancário, e as arbitragens externas sofrem com a lentidão e burocracia de seus processamentos. As duas formas de arbitragem podem ser combinadas. Assim, há um incremento do volume negociável já na chegada dos fundos e pode-se continuar operando com arbitragem interna enquanto seja propício. Findando-se esse período, os fundos podem ser movidos ou ficam aguardando novos gatilhos de arbitragem. Em suma, o sistema financeiro continua evoluindo, agora a passos muito mais largos. Parte dessa evolução está ocorrendo de maneira descentralizada, e é arriscado antecipar o quanto dessa evolução será realmente absorvida pelos sistemas centralizados, assim como é incerta a necessidade de aprovação dos sistemas financeiros centralizados. Parcialmente, a integração entre sistemas convencionais e descentralizados já existe, mas é impossível prever como será essa integração após a maturação completa das moedas criptográficas. Este sistema de código aberto traz novas possibilidades de negócios para empreendimentos já estabelecidos e potencializa o surgimento de novos empreendimentos que sofriam com os entraves dos sistemas de pagamentos, seja por seus altos custos de operação, sua baixa velocidade, falta de transparência ou dificuldade de integração. Para ambas as categorias de empreendimentos há uma miríade de ferramentas disponíveis, além de igual ou maior número de possibilidades de desenvolvimento de baixa complexidade e baixo custo. Esta é uma das principais vantagens do ecossistema de moedas criptográficas, sendo um ambiente de desenvolvimento aberto, há muito espaço para descobertas, contribuições e inovações. Para saber mais: http://bitcoin.org/ - site oficial do Bitcoin, com muitas informações e vídeos explicativos. (Em Português) http://bitcoinfees.com/ - entenda como funciona o custo de transferência entre carteiras (miners fee). (Em Inglês)

EDUCAIRES Janeiro 2015 7 http://historyofbitcoin.org/ - uma linha do tempo do Bitcoin. (Em Inglês) http://mapofcoins.com/ - conheça outras moedas criptográficas, um site bem organizado em ordem cronológica. (Em Inglês) Referências Bibliográficas ANDREESSEN, M. Why Bitcoin Matters. The New York Times. Nova Iorque. 21/01/2014. Disponível em: <http://dealbook. nytimes.com//2014/01/21/why-bitcoin-matters/>. Acesso em 07/11/2014. CASA DA MOEDA DO BRASIL. Origem do Dinheiro. Disponível em: <http://www.casadamoeda.gov.br/portalcmb/menu/cmb/ sobrecmb/origem-dinheiro.jsp>. Acesso em 02/11/2014. GRIFFITH, K. A Quick History of Cryptocurrencies BBTC - Before Bitcoin. Bitcoinmagazine. Disponível em: <http://bitcoinmagazine.com/12241/quick-history-cryptocurrencies-bbtc-bitcoin/>. Acesso em 02/11/2014. LIXENFELD, C. Virtuelles Geld als Zahlungsmittel. Computerwoche. Munique. 06/05/2014 Disponível em: <http://www.computerwoche.de/a/virtuelles-geld-als-zahlungsmittel,2547766>. Acesso em 11/11/2014. RYAN, M. PayPal Takes baby step toward bitcoin, partners with cryptocurrency processors. Forbes Magazine. Disponível em: MacEACHERN, A. How do I use an arbitrage strategy in forex trading? In: INVESTOPEDIA. Disponível em: <http://www.investopedia.com/ask/answers/forex/forex-arbritrage.asp>. Acesso em 02/11/2014. <http://www.forbes.com/sites/ryanmac/2014/09/23/paypal- -takes-small-step-toward-bitcoin-partners-with-cryptocurrency-processors/>. Acesso em 11/11/2014. SPIEGEL ONLINE. Virtuelle Währung: Finanzministerium bezeichnet Bitcoins als privates Geld. Disponível em: <http:// www.spiegel.de/netzwelt/netzpolitik/finanzministerium-erkennt-bitcoins-als-zahlungsmittel-an-a-917151.html.> Acesso em 11/11/2014. START-UP BOY. Bitcoin - The Internet of Money. Disponível em: <http://startupboy.com/2013/11/07/bitcoin-the-internet-of- -money/>. Acesso em 08/11/2014. UNITED KINGDOM GOVERNMENT DIGITAL SERVICE. Revenue and Customs Brief 9 (2014): Bitcoin and other cryptocurrencies. Disponível em: <https://www.gov.uk/government/publications/ revenue-and-customs-brief-9-2014-bitcoin-and-other-cryp- tocurrencies/revenue-and-customs-brief-9-2014-bitcoin-and- -other-cryptocurrencies>. Acesso em 07/11/2014. WERNER, K. Anarcho-Währung Bitcoin. Süddeutsche Zeitung. Munique. 23/02/2014. Disponível em: <http://www.sueddeutsche.de/wirtschaft/digitales-geld-anarcho-waehrung-bitcoin-1.1887042>. Acesso em 11/11/2014. Fabiano Gonçalves Pereira. Empresário, professor, tradutor e programador. Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Maringá UEM e Mestre em Economia Agrícola pela Universität Hohenheim (Stuttgart - Alemanha). Envolvido com moedas criptográficas há mais de um ano, da mineração aos robôs de negociação, dedica-se à pesquisa de seus usos e aplicações em cenários de arbitragem cambial, entre outros. DIPLOMA VALIDADO PELAS MELHORES UNIVERSIDADES E INSTITUIÇÕES DO MUNDO

8 EDUCAIRES Janeiro 2015 Mediación Interdisciplinaria Práctica efectiva para la resolución de conflictos María Gabriela González Vendrell En el I Ching, el antiguo libro de literatura sapiencial china, el conflicto, para la persona sabia, es visto como un estado o situación en el que la persona debe estar con mente clara, internamente fuerte y preparada para llegar a acuerdos con su oponente, para lo cual deberá recorrer la mitad del camino. Esta profunda de las posibilidades inherentes a los conflictos interpersonales nos puede ayudar a comprender el conflicto como una de las oportunidades más importantes para el crecimiento, más que simplemente un evento negativo que deba ser evitado a toda costa. Joyce L.Hocker - William W.Wilmot Resolver conflictos es parte de la vida. Quienes piensan que pueden vivir una vida sin conflictos viven en una ilusión y posiblemente frustrados, ya que el conflicto se nos presenta en todas las áreas de nuestra vida personal, laboral, organizacional, comunitaria, etc. Tenemos conflictos porque somos humanos y como tales no podemos escapar de nuestras necesidades, miedos, y egoísmos. Por esto es mucho más útil y saludable, aprender a gestionarlos y resolverlos con eficacia que pretender un imposible. Entendemos que la Mediación es el método adecuado para aplicar en cualquier ámbito para resolver conflictos pero que entendemos por conflicto? Conflicto es una lucha manifiesta de voluntades entre dos o más personas interdependientes, estas personas perciben que sus objetivos se contraponen, que los recursos con los que cuentan son escasos y que el otro es un obstáculo para lograr sus metas. A partir de esta definición y de alguna de las palabras claves que ella contiene abordaremos algunos de los componentes del conflicto. En primer lugar el conflicto se da entre personas que están relacionadas de alguna manera, no necesariamente vincular (vínculos laborales, vínculos familiares) sino también por hechos de la vida que nos vinculan con un alguien al que no conocemos y estalla el conflicto ej accidente de auto. Es decir no tenemos conflictos con gente con la que no nos relacionamos de ningún modo. La palabra perciben es esclarecedora para entender que en el conflicto hay mucho mas de subjetivo, de interpretación, que de hecho en si. La gente percibe el hecho, pero lo interpreta de acuerdo a su modelo mental y es esta interpretación la que despierta la conflictiva. Podemos decir que el hecho es neutro pero la interpretación es sesgada y tiñe el hecho de subjetividad. Por ejemplo: en una empresa un gerente delega en un colaborador nuevas tareas ya que desea proponerlo como subjefe y necesita probar sus competencias antes de nombrarlo para ese cargo. El hecho es que le encomienda nuevas responsabilidades y el empleado interpreta que esto es un manejo abusivo por parte de su jefe. Por otro lado en todo conflicto hay escasez, significa que hay una carencia que impide que cada persona obtenga lo que desea de manera independiente. Ya que si cada uno pudiera tener lo que quiere sin depender del otro (aun cuando tuvieran desacuerdo) no habría conflicto, cada uno haría lo que quiere. En los conflictos de opinión la escases es de razón en los conflictos operativos la escases es de recursos materiales. Para esto la Mediación y las técnicas de resolución de conflictos se nos presentan como el medio adecuado para lograr acuerdos que beneficien a todos y que apuntalen la convivencia y la paz, lo cual requiere de un ejercicio profesional definido y específico. Su objetivo es el abordaje de las controversias humanas, por medio de la colaboración, para alcanzar el consenso entre las partes. El objetivo es la búsqueda de acuerdos sensatos, y entendemos por acuerdo sensato aquel que satisface los intereses legítimos de ambas partes dentro de lo posible y que resuelve las disputas con equidad y que es durable. Asimismo su aplicación debe conducir a mejorar la relación y la comunicación entre las partes. La Mediación que es la práctica más desarrollada en la Argentina y en la mayoría de los países que aplica esta disciplina. Hace más de tres lustros que en la Argentina se legisla sobre la Mediación; todas las leyes sobre el ejercicio profesional de la Mediación obligan, como requisito indispensable, a capacitarse específicamente en Instituciones Formadoras, habilitadas para esos fines por el Ministerio de Justicia, Derechos Humanos y Seguridad de la Nación, a todos los profesionales actuantes como mediadores o comediadores. Este requisito es una prueba fehaciente de que el ejercicio de la Mediación Profesional no es incumbencia propia de ninguna de nuestras profesiones de base. Como todos sabemos, lo que está como requisito para la obtención del Título de Grado se estudia en las respectivas Carreras, y ese Título habilita para cualquier ejercicio de la profesión. Del mismo modo, las Carreras de Especialización son el desarrollo de alguna de las incumbencias que otorga el Título de Grado. En todas las Carreras de especialización que se cursan, inscriben a colegas con distintos Títulos de Grado, lo cual avala la pertinencia de distintas profesiones para ejercer la Mediación. Las maestrías y los doctorados son titulaciones académicas que también inscriben a colegas de distintas profesiones es un primer paso para constituir una nueva profesión autónoma. Mediación y Técnicas de Resolución de Conflictos se trata de un ejercicio profesional eminentemente interdisciplinario, donde se articulan el Derecho, la Psicología, la Administración, la Teoría del Conflicto y la Teoría de la Comunicación, entre otras ciencias y teorías; nuestros saberes se complementan con un conjunto extenso y profundo de Técnicas específicas.

EDUCAIRES Janeiro 2015 9 Es decir, en estos tiempos ya se ha alcanzado un significativo cuerpo teórico propio, e instrumentos propios para intervenir. Estos elementos son esenciales para construir una profesión en sí misma que tiene características distintivas que le dan un perfil propio. A modo de conclusión: Los mediadores ejercemos esta profesión compartiendo las características generales de la misma: escuchar a las partes, comprender los conflictos y facilitar la resolución pacífica de los mismos, en los distintos ámbitos en donde éstos se desarrollen. Intervenimos con las técnicas adecuadas para cada situación y con el soporte teórico en que se basa nuestra profesión. Las propias leyes de mediación, establecen que el mediador está inhibido de ejercer su profesión de base en el transcurso del proceso de mediación. Lo que se espera de él es que colabore en facilitar la negociación y no otra cosa. Para lo cual es imprescindible que quienes se dediquen a esta actividad se capaciten continuamente ya que la Mediación Interdisciplinaria y Técnicas de Resolución de Conflictos se está constituyendo como una nueva profesión autónoma, sobre la articulación de una práctica social antiquísima y un significativo fundamento teórico indiscutiblemente interdisciplinario. 1.-Interpersonal Conflict, Joyce L. Hocker, William W. Wilmot, Brown & Benchmark, 1995 María Gabriela González Vendrell. Abogada Mediadora. Directora de Formación Ejecutiva Consultores. Presidenta de la Asociación Argentina de Mediadores Interdisciplinarios. Actualmente es la Directora de Formación Ejecutiva. Consultores en Capacitación & Desarrollo derrhh. Consultora especializada en temas de Recursos Humanos, Resolución de conflictos, Negociación, Comunicación y Coaching organizacional. Realiza numerosos programas de capacitación y desarrollo del capital humano y brinda asesoramiento en capacitación y entrenamiento a empresas de primera línea.

10 EDUCAIRES Janeiro 2015 Ações sustentáveis desenvolvidas em redes de organizações formadas por grandes bancos privados atuantes no Brasil Carlos Alberto Chagas Teixeira Giane Gomes Teixeira Dantas A temática ambiental tem assumido cada vez mais importância nas agendas de empresas contemporâneas interessadas em obter sucesso nos mercados em que atuam. Tal contextualização encontra suporte na tendência de tais empresas adotarem práticas visando a preservação ambiental, expediente que tem ganhado cada vez mais espaço na atualidade, uma vez que os resultados econômicos vêm demonstrando que não há, necessariamente, conflito entre lucratividade e proteção ao meio ambiente. Assim, discussões ambientais ligadas a estratégias que contemplem a gestão ambiental e seus desdobramentos e práticas relacionadas a ações de ecoeficiência empresarial figuram na atual pauta de grandes empresas, dentre as quais é possível posicionar os grandes bancos atuantes na indústria bancária brasileira. Também no âmbito acadêmico verifica-se a preocupação em melhor compreender tal fenômeno, uma vez que é crescente o número de pesquisadores voltados ao questionamento de paradigmas teóricos e conceituais que tratam desta complexa temática. O discurso utilizado pelo meio empresarial em meados da década de 1980 apontava para uma resistência a qualquer ten- tativa de minimizar os impactos socioambientais decorrentes das atividades produtivas, com destaque para os problemas referentes à degradação ambiental (DEMAJOROVIC, 2003). Verificou-se desde então o aumento na conscientização empresarial em torno de temas relacionados ao meio ambiente, com a promoção de debates em diversos países e a exposição midiática de tragédias ambientais, convertendo-se, assim, os danos e as ameaças ao meio ambiente em custo direto para os negócios. Tais discussões assumiram ainda um caráter interdisciplinar, incluindo não somente o mundo acadêmico, mas também as organizações que iniciaram projetos com focos ambientais. Essas iniciativas têm origem em questões como a pressão da sociedade e seus consumidores, o incentivo às certificações e a conscientização da responsabilidade social (BUFONI; MUNIZ; FERREIRA, 2009).

EDUCAIRES Janeiro 2015 11 Há de se enfatizar que dentre as empresas, os bancos são responsáveis por grandes impactos socioambientais, considerando-se a elevada quantidade de funcionários envolvidos e os milhões de clientes da indústria bancária como um todo. Assim sendo, alguns insumos e recursos passam a representar um impacto socioambiental significativo, como é o caso, por exemplo, do consumo de papel. Dados do Guia de Eco-eficiência para Serviços Bancários (DESCANO, 2005) indicam que o consumo médio de papel por funcionário varia de 150 a 300 kg por ano. Nos últimos anos, a indústria bancária começou a tratar de forma mais direta o conceito de sustentabilidade, ajustando sua gestão em direção a um caminho responsável, gerando assim ações mais sustentáveis e incorporando conceitos voltados à ecoeficiência junto aos seus parceiros de negócio e à sociedade. A temática ecoeficiência, por sua vez, deixou de ser tratada somente como ferramenta de gestão ambiental, transformando-se em fator capaz de influenciar o comportamento da instituição bancária e de seus funcionários, visando a melhoria de sua imagem e a diminuição de seus custos, viabilizando assim caminhos para alcançar vantagem competitiva duradoura. Segundo dados de pesquisa realizada pela FEBRABAN Federação Brasileira de Bancos (2013), os programas e projetos de gerenciamento do impacto ambiental receberam R$ 16,4 milhões para seu desenvolvimento, por parte de 33,3% dos bancos abordados. Esses recursos foram aplicados em ações variadas, que vão desde a educação e conscientização sobre o tema ambiental até a adoção de práticas e inovações tecnológicas que permitem redução do consumo de recursos naturais como água e energia. Porém, ações dessa envergadura somente são exequíveis com a participação de diferentes organizações em torno da rede de negócios da instituição bancária. O objetivo do estudo que originou este breve artigo foi analisar parcerias entre redes de empresas e organizações constituídas a partir dos três principais bancos privados atuantes no Brasil em ações sustentáveis: Itaú, Bradesco e Santander1. Para 1- Para mais informações sobre a pesquisa realizada, contatar- -nos pelo e-mail: revista.educaires@airesorg.com tanto, realizou-se pesquisa exploratória em duas etapas: a primeira empregou pesquisa bibliográfica em dados secundários sobre as ações desenvolvidas pelos bancos referidos; e a segunda etapa envolveu entrevistas aplicadas junto aos gestores das áreas administrativas dos bancos pesquisados, bem como junto aos gestores de empresas e organizações parceiras que constituem a rede de negócios de cada banco analisado. Como resultados, destaca-se o Programa Cidades Sustentáveis, no qual os três bancos atuam diretamente como patrocinadores, contando ainda com diversos parceiros envolvidos (empresas e organizações). Outro ponto de destaque são os resultados alcançados pelos bancos que adotam gestão sustentável, como o Itaú, premiado como o banco mais sustentável do mundo, atuando igualmente em ações voltadas ao meio ambiente e à educação; o Bradesco, que passou a ser conhecido como o banco do planeta, direcionando suas atenções para o meio ambiente e educação e, por fim; o Santander, eleito mundialmente em 2012 a empresa mais verde na categoria Instituições Financeiras, investindo fortemente em educação. Referências bibliográficas BUFONI, A. L; MUNIZ, N. P; FERREIRA, A. C. S. O processo de certificação socioambiental das empresas: o estudo de caso do certificado empresa cidadã. Revista de Administração Contemporânea. v.13, p. 19-38, 2009. Disponível em: <http://dx. doi.org/10.1590/s1415>. Acesso em: 18 nov. 2012. DEMAJOROVIC, J. Sociedade de risco e responsabilidade socioambiental: perspectivas para educação corporativa. São Paulo: Senac, 2003. DESCANO, L. Guia de eco-eficiência para los servícios bancários. New York: UNEP, 2005. FEBRABAN - Federação Brasileira das Associações dos Bancos. O setor bancário em números. São Paulo. 2013. Carlos Alberto Chagas Teixeira. Doutorando em Administração de Empresas pelo Instituto Universitário Eseade, em Buenos Aires, Argentina (2014). Mestre em Administração de Empresas pela USCS (2013). Graduado em Administração de Empresas (2002) e em Comunicação Social e Jornalismo (2003) pela Faculdades Pinheiro Guimarães, e em Gestão Financeira pela Faculdade Flamingo (2008). MBA em Gestão de Negócios (2009). Atua como professor pela Universidade Nove de Julho UNINOVE e pelo SENAC, e também como tutor em EAD pela Universidade Santo Amaro UNISA. Experiência na área de Administração, com ênfase em Recursos Humanos, Organização e Sistemas e Métodos, Gerenciamento de Projetos, Mercadologia, Estratégia e Marketing (tanto no presencial com em EAD). Linha de Pesquisa: Redes Organizacionais, Estratégia e Responsabilidade Socioambiental. Giane Gomes Teixeira Dantas. Doutoranda em Administração de Empresas pelo Instituto Universitário Eseade, em Buenos Aires, Argentina (2014). Graduada em Administração de Empresas com Ênfase Hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo (2004). Atualmente é professora titular da Universidade Nove de Julho UNINOVE, atuando principalmente com as seguintes disciplinas: Teoria Geral da Administração, Comportamento Organizacional, Administração em Recursos Humanos e Administração Estratégica.

12 EDUCAIRES Janeiro 2015 O papel do Estado e os efeitos das secas no Semiárido Uma análise na perspectiva de Carlos Nino 1 Antonio Gomes Barbosa Carlos Nino, jurista argentino, em Ética y Direchos Humanos. Un ensayo de jundamentación, descreve a engenharia social que deve fazer o Estado para garantir autonomia, recursos para que todos tenham chances iguais e o princípio da inviolabilidade dos sujeitos. Na sua concepção, o que Estado precisa não é distribuir bem-estar, mas sim recursos, entendidos aqui como bens e serviços para que cada pessoa possa perseguir seu próprio bem-estar e desenvolver capacidades para adquirir suas próprias autonomias. O Estado deve maximizar a igualdade de capacidades entre os indivíduos e priorizar as necessidades básicas em detrimento das preferências individuais. O autor destaca duas fases: distribuição inicial de recursos e redistribuição periódica destes. Criar autonomia deve ser prioridade sobre seu exercício. Para verificação da teoria, propomos analisar o Semiárido brasileiro a partir de dois períodos distintos: um vivido nos anos de 1979 a 1983, e outro entre os anos de 2010 a 2014. Períodos de seca intensa, porém com diferentes intervenções do Estado, e resultados também distintos. Herbert de Sousa, o Betinho, em O Genocídio do Nordeste (RECH, 1983), afirma que as consequências da seca de 1979 a 1983 não podem ser vistas como fenômeno da natureza, mas sim como resultado político produzido pelo Estado. No final de 1983, a expectativa de vida no Nordeste brasileiro era de 52,6 anos. Havia 22.227.520 flagelados da seca e, destes, apenas 2.775 milhões trabalhavam nas frentes de emergência, recebendo um terço do salário mínimo. A maioria das crianças com até 6 meses se alimentava só com garapa (água e açúcar) (ASSUMIR, 1984). Na zona canavieira, a desnutrição infantil chegava a 69,8%. Males como esquistossomose, doença de Chagas, tuberculose e desnutrição atingiam milhões. Muitos idosos e crianças morriam por inanição. As necessidades básicas não eram garantidas, nem mesmo o direito à vida. Neste caso, o Estado estava voltado para atender às necessidades de uma minoria; não garantia direitos, não contribuía para a autonomia e muito menos garantia a inviolabilidade dos indivíduos. Estima-se que ocorreram aproximadamente um milhão de mortes decorrentes da falta de recursos para suprir as necessidades básicas da população no período. De outro modo, chegado o ano de 2014, quando o Semiárido passa por uma das maiores secas dos últimos 30 anos, nenhuma vida foi perdida em razão dos efeitos da estiagem. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agri- 1- Carlos Nino, advogado, professor titular de filosofia do direito nas Faculdades de Direito e de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires, além de professor visitante regular da Faculdade de Direito da Universidade de Yale, autor de livros sobre direito penal, democracia, ética, e direitos humanos. Foi assessor do presidente Raul Alfonsín.

EDUCAIRES Janeiro 2015 13 cultura (FAO), o Brasil não configura mais no mapa mundial da fome e, embora ainda possua 3,4 milhões de pessoas em condição subalimentar, não possui mais «problemas endêmicos ou estruturais». Tal resultado decorre da reorientação do Estado na implantação de políticas sociais, tais como: programas habitacionais, valorização do salário mínimo, aposentadoria rural, alimentação escolar, garantia de água potável através da construção de quase um milhão de cisternas de placas com capacidade para armazenar 16 mil litros, construção de mais de 140 mil tecnologias sociais de acesso à água da chuva para produção de alimentos, infraestruturas produtivas, crédito rural, ampliação da rede de educação, investimentos em pesquisas, saúde, acesso a mercados etc. Ou seja, conforme acredita Carlos Nino, quando o Estado atua na distribuição de recursos (bens e serviços), favorece para que se tenha chances iguais e, por sua vez, propicia a autonomia dos indivíduos, que passam a construir suas próprias escolhas e, em cadeia, fortalece o princípio da inviolabilidade dos sujeitos. Dois milhões e meio de pessoas no Semiárido possuem acesso à água de qualidade através das cisternas As constatações aqui apresentadas, embora de forma incipiente e merecedora de maior aprofundamento, apresentam-se como elementos de análise das escolhas e do papel do Estado em diferentes momentos na formulação de políticas. Referências bibliográficas ASSUMIR. Boletim Nacional da ACO, vinculado ao setor LEIGOS Linha I CNBB, ano V maio a agosto. Rio de Janeiro, 1984. NINO, C. S. Ética y Direchos Humanos. Un ensayo de jundamentación. Buenos Aires: Editorial Astrea, 2ª ed. 1989. RECH, D. (Org.). O genocídio do Nordeste 1979-1983. São Paulo: Mandacaru, 1983. Antonio Gomes Barbosa. Sociólogo, mestrando em Economía y Ciencias Políticas pela ESEADE - Escuela Superior de Economia y Administración de Empresas, Buenos Aires, Argentina. Autor de vários artigos sobre convivência com o Semiárido, políticas públicas, juventude rural, dentre outros. Alguns disponíveis em http://osemiaridoebelo.blogspot.com.br/. E-mail: barbosa.pi@gmail.com Experiência estética do Natal Uma leitura sobre a ornamentação de um shopping Swellen Danuza Coqueiro Feitoza da Silva Paulo Hernandes Gonçalves da Silva Estamos sempre dispostos a experimentar a beleza e a admirar aquilo que é tido como uma obra de arte, afinal a principal função da experiência estética é conduzir o espectador ao mundo do belo. Para isso, o que importa é apenas a aparência que o objeto artístico possui. Um castelo, um carrossel, uma roda gigante, mansões maravilhosas, ruas lindas e iluminadas e, é claro, um velhinho rechonchudo e sorridente, conhecido por Papai Noel, fazem parte do cenário lindo e encantador que foi criado para representar o Natal em uma praça de shopping. Tudo é tão bonito e milimetricamente posicionado que as pessoas, ao se depararem com a cena, sentem-se envolvidas quase que por uma outra realidade que as faz, por certo momento, esquecer do tempo e do espaço em que realmente se encontram e da realidade em que vivem diariamente. A decoração tanto desta praça, que teve seu cenário intitulado Noelândia, como dos corredores, da praça de alimentação e das vitrines do shopping, constituem-se algo gracioso e harmônico, que além de fascinar é capaz de anular a cotidianidade por alguns instantes. A beleza encontra-se entre o sujeito e o objeto, pois ela habita na relação que uma pessoa, detentora de uma determinada

14 EDUCAIRES Janeiro 2015 percepção, mantém com uma obra. O espectador é o responsável por fazer com que o objeto estético apareça, afinal, ele é mais que um simples contemplador: de certa maneira, torna-se o executante da obra, sem o qual a relação de admiração do belo não se concretizaria. No processo de contemplação da decoração natalina no shopping, é possível exemplificar tal fato: se não houvesse nenhuma pessoa para passear e consequentemente observar a ornamentação exposta, não teria motivo para que ela existisse, considerando-se que a relação entre a obra e o espectador não se consolidaria e a percepção da beleza também não. O objeto estético serve para ser fruído, desfrutado, pois desperta em nós a consciência e a vivência de aspectos do nosso sentir com relação ao mundo. Uma obra de arte só é considerada grandiosa a partir do momento em que, depois de ter sido fruída, permanece em nossos pensamentos. Para a maioria das pessoas, a decoração de um shopping não alcança tal feito, pois, enquanto existir, será desfrutada por todos, mas dificilmente será conservada na memória dos indivíduos, a menos que a relembrem por meio de alguma fotografia e, ainda assim, não é possível afirmar que ela habitará permanentemente em suas mentes, nem que fará com que todos revivam a experiência estética que um dia esta obra lhes proporcionou. A apelação para a fantasia poderia ser relevada, caso fosse percebido que o objetivo de tanto devaneio fosse unicamente distrair ou proporcionar experiências estéticas às pessoas. Contudo, as relações de consumo na modernidade encontram seu principal ponto de sustentação nas sensações e prazeres estéticos, que são postos a serviço da comercialização de bens, mercadorias e marcas, o que implica afirmar que as vendas, quase que completamente, são coordenadas por emoções e disposições estéticas. Afirmar isso não significa assegurar que a decoração tenha surgido unicamente em função do consumismo, nem que sem ela o shopping não venderia, mas corresponde a dizer que este artifício é sempre muito bem utilizado como forma de seduzir mais consumidores, de atrair pessoas que poderão desfrutar de um passeio agradável no shopping e observar uma ornamentação muito bonita, que pode, inclusive, ser registrada. Todo o encanto e a magia são proporcionados pelos artistas criadores, ou melhor, pelos ornamentadores, e o impacto da decoração pode ser facilmente notado nos olhares e nos flashes Em uma contemplação estética, nossos sentimentos são despertados pelas formas do objeto. Ao nos depararmos com a ornamentação natalina do shopping, notamos que o principal impacto que as pessoas sofrem é oferecido pelas formas, pela estrutura física dos objetos que compõem a decoração. Só a partir deste primeiro contato é que as experiências estéticas passarão a acontecer. O artista deveria captar os sentimentos presentes na comunidade e época locais e, por meio de seu próprio mundo, buscar nos mostrar a nós mesmos. Ele é quem indica os caminhos que a imaginação do indivíduo contemplador deve seguir. Tomando como referência estas informações, é possível notar que os artistas responsáveis pelos enfeites de Natal do shopping citado não tiveram a preocupação de captar verdadeiramente os sentimentos presentes na comunidade local e, muito menos, de mostrar às pessoas quem elas são de fato. Justamente por deterem o poder de condução da imaginação popular, eles criaram um mundo novo e irreal para a população da cidade, onde a realidade da Noelândia não só diverge, mas praticamente se opõe à qual estão inseridos. Casas e castelos magníficos contrastam com as casas simples em que a maior parte da população reside; ruas tão bem organizadas e enfeitadas divergem das ruas com buracos e sem arborização que predominam na cidade, e pessoas sempre brancas e loiras, com roupas sempre pomposas contrapõem-se completamente à população local, que em sua maior quantidade classifica-se como negra e sem tanto poder aquisitivo para esbanjar em roupas. das pessoas que passeiam pelo shopping, que, convenhamos, sem uma decoração de Natal que nos conduza ao fantástico, não seria um shopping. Swellen Danuza Coqueiro Feitoza da Silva. Graduada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas em 2010 pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Trabalhou como Diretora de Comunicação no escritório da AIESEC em São Luís (2012), como voluntária em projeto na República Tcheca (2012) e como professora de português e inglês na Colômbia (2013). Atualmente trabalha como Relações Públicas do campus Colinas do Tocantins, do Instituto Federal do Tocantins (IFTO).

E D U C A I R E S J a n e i ro 2 01 5 Qué esperan las empresas de los nuevos egresados? Consejos para ingresar al mercado laboral Experiencia previa Los recientes graduados no tienen mucha experiencia laboral. Un 46% jamás han tenido un trabajo a tiempo completo. El 10% nunca han tenido un trabajo a tiempo parcial y el 41.4% no han realizado ni siquiera pasantías. Esto implica que la mayoría desconoce las políticas y el protocolo de las empresas. Esto no es necesariamente malo. Si no saben que esperar de ello, lo aceptarán sin mucha reticencia. Sin embargo, para facilitar esta aclimatación al mundo laboral los encargados de Recursos Humanos deberían explicar las expectativas y parafernalia del lugar de trabajo. Búsqueda de empleo Con el advenimiento de las redes sociales, inevitablemente se han producido cambios significativos en los métodos de reclutamiento y búsqueda de empleo. El 45% de los encuestados planea utilizar Linkedin para buscar trabajo. Este porcentaje supone un incremento del 800% con respecto a 2010. Sin embargo, la mayoría de los graduados aún recurre a los métodos tradicionales de búsqueda de empleo. El 87% declaró que optaría en primera instancia por mandar CV directamente a las empresas y el 70% dijo que intentaría conseguir trabajo a través de eventos de networking. Intereses de los graduados La encuesta también hizo hincapié en conocer qué valoran los nuevos profesionales a la hora de considerar un puesto. En una escala de 1 a 11, los encuestados posicionaron la remuneración en primer lugar con 8.2 puntos de 11. En segundo lugar la mayoría colocó oportunidades de desarrollo profesional con 8 puntos y tareas interesantes y desafiantes en el tercer puesto con 7.3. Permanencia en la empresa Si bien la Oficina de Estadísticas Laborales de Estados Unidos establece que la media de permanencia en un empleo es de 1.5 años, un 20,6% de los encuestados respondió que se quedaría en su primer empleo por 5 años. El 21,5% consideran que podrán mantener el mismo empleo hasta por 10 años. Sin embargo, estas cifras no aseguran que si el trabajador está insatisfecho no opte por renunciar o buscar mejores oportunidades, explica. Las empresas deben fomentar la pertenencia y el compromiso, ofreciendo instancias de formación y crecimiento profesional, promociones y una cultura corporativa fuerte, que reconozca y aprecie los logros de sus empleados. Programas de beneficios Ante la pregunta Si tu empresa tuviese un programa de beneficios, qué tipo de recompensa desearías obtener?, se les presentó a los estudiantes 8 distintos tipos de recompensas para ordenar por relevancia. Para estos nuevos graduados, la mejor recompensa que podrían recibir sería viajar (6.83 puntos). Fuente: Universia 15

16 EDUCAIRES Janeiro 2015 Veja quais são os principais sinais de que você está realmente no emprego certo Você está satisfeito com o seu trabalho? Saiba como identificar se você possui, de fato, afinidade com o seu trabalho O profissional deve buscar uma carreira que crie relações, promova a aprendizagem, e faça a diferença O trabalho dos sonhos é definido por muitas pessoas como aquele que oferece um ótimo salário, além de inúmeros benefícios. Há também aqueles que relacionam o emprego ideal com aquele que possibilita um equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, ou que ofereça a oportunidade de ajudar as pessoas e tornar o mundo melhor. Em meio a tantas definições para o emprego dos sonhos, Joel Peterson, presidente da JetBlue Airways, publicou no site da LinkedIn os cincos principais sinais que podem indicar se você está (ou não) satisfeito no trabalho. De acordo com Peterson, estar no emprego certo significa ter a sensação de que você possui o melhor emprego do mundo, aquele que se encaixa exatamente com aquilo que você gosta de fazer e aprecia. Ele também recomenda que o profissional não fique parado e busque uma carreira que crie relações, promova a aprendizagem, e faça a diferença. Confira a seguir se você está realmente feliz com o seu emprego: Você consegue se destacar na sua função Não adianta tentar se adaptar a uma atividade para a qual você não possui nenhum talento. Não tente lutar contra a sua própria natureza, procure sempre aquela posição na qual você pode se sobressair de algum modo. Procure algo que se adapte melhor ás suas habilidades e talentos. O peso do trabalho não lhe incomoda Quando você ama a sua função, aquelas tarefas cansativas e irritantes se tornam pequenas, e você enxerga apenas como parte de um grande processo, trabalhando melhor com elas. O trabalho se encaixa dentro da sua personalidade A sua carreira deve refletir a sua personalidade. Se você é muito criativo, não adianta tentar se adaptar a um trabalho repetitivo e mecânico, pois assim você não será feliz. O seu trabalho deve ser um espelho de quem você é. Você gosta dos seus colegas de trabalho Você deve gostar de trabalhar com os seus colegas, afinal, você passará muito tempo convivendo com eles. Além disso, o bom relacionamento na empresa traz mais motivação e produtividade, enquanto o oposto pode prejudicar o seu desempenho. O trabalho também é uma parte agradável da sua vida Não enxergue o seu trabalho como uma obrigação que faz você se arrastar da cama todos os dias. O emprego ideal é aquele que traz satisfação. Se você não se identificou com nenhum desses itens, significa que está na hora de procurar aquela profissão que realmente se encaixe no perfil. Lembre-se do que o pensador Confúcio disse uma vez: Escolha um trabalho que você ama, e você nunca terá que trabalhar um dia em sua vida. Fonte: Universia Brasil

EDUCAIRES Janeiro 2015 17 ENTREVISTA Meninos de Angola Anderson Carlos de Carvalho António (20), Francisco Diogo Domingos (18) e Milton António Cassinda Manaça (23) são três jovens angolanos que decidiram apostar na Argentina para seguir seus estudos. Os rapazes chegaram ao país em 2014 e contam atualmente com o apoio do Projeto AIRES Educa, lançado recentemente pela associação AIRES como resposta a algumas das dificuldades sentidas pelos estudantes estrangeiros no seu processo de integração na Argentina. Na entrevista que cederam à Revista EducAIRES, os jovens contaram sobre suas experiências e expectativas para o futuro. Primeiramente, queria saber os motivos que os levaram a seguir seus estudos fora de seu país. Anderson: Sabemos que o ensino em nosso país não é tão desenvolvido, e temos a consciência de que o exterior fornece um nível de ensino mais amplo. Tivemos como opção a Argentina. Nos informamos e conhecemos primeiramente a UAI (Universidad Abierta Interamericana), instituição na qual fomos matriculados quando chegamos, e percebemos que o país potencialmente emite um ensino de qualidade. Como vocês veem a Educação em Angola hoje? Francisco: A cada dia a Educação em Angola vai melhorando. Ainda tem algumas debilidades, mas são debilidades que todos os países que estão a se desenvolver enfrentam. Não que tenhamos uma má qualidade de ensino, mas para se formar bem é necessário gastar muito. E vimos que aqui na Argentina não é necessário tanto. As universidades privadas são mais acessíveis e oferecem uma qualidade de ensino maravilhosa. Mas eu me orgulho de ver que um país que recém teve uma guerra civil (que terminou em 2002) vem se desenvolvendo muito rápido, e em todos os setores. Isso é muito bom e também nos motiva a nos esforçar, porque se o país está se desenvolvendo, nós também temos que nos desenvolver com o país, para oferecer o que Angola precisa. Anderson: A intenção de todo angolano que sai de seu país é se formar e regressar para ajudar no seu desenvolvimento. A Educação em Angola não está mal. Temos pouco tempo de independência e, além disso, tivemos uma guerra civil muito longa. Mas de 2002 até agora o país está a crescer bem, como disse Francisco. Vocês estão falando de um desenvolvimento que é paulatino, mas também tem sido muito dinâmico, não? O final da Guerra Civil foi em 2002, e a Educação, por exemplo, vem passando por um remodelamento importante. Anderson: Temos importantes instituições públicas e não somos mais um país centralizado. As universidades estão bem distribuídas. Milton: A Universidade Agostinho Neto está a construir uma cidade universitária que também é um orgulho para o país. Há muitos angolanos estudando no exterior, especialmente em Portugal e no Brasil, e há acordos bilaterais entre os países envolvidos que facilitam o ingresso do estudante estrangeiro. Por que optaram pela Argentina? Francisco: Em princípio consideramos esta possibilidade porque meu pai está realiando um doutoramento aqui na Argentina. Então ele nos mostrou que a qualidade do ensino no país é boa, que vale a pena apostar. Buscamos também informações sobre a UBA (Universidad de Buenos Aires) e vimos que ela oferece um ensino de qualidade. Quando chegamos aqui, a nossa primeira impressão como estudantes da UAI foi, sinceramen-

18 EDUCAIRES Janeiro 2015 te, espetacular, porque nos ensinaram uma técnica de estudos muito boa, eram coisas que nós já fazíamos, mas não fazíamos com um conhecimento tão amplo. Conseguimos construir ideias com base nos conhecimentos de outros autores, o que me impressionou muito. O primeiro curso que fizemos foi o preparatório para o exame oral e escrito de língua espanhola, e nos foi muito útil, em apenas duas semanas de classes aprendemos muito. Anderson: Tudo isso devemos também à nossa professora de espanhol Maria Cristina Llobet, ela também nos preparou para o teste. Milton: E chegando na UAI, encontramos professores atenciosos e muito dedicados. Quando começamos a carreira de Relações Internacionais, os professores mostraram-se muito interessados pelo nosso país e estavam sempre a falar conosco. Conhecemos, por coincidência, um professor apaixonado por Angola. Quando chegamos na sala, ele perguntou dónde son ustedes?, e quando dissemos que éramos angolanos, ele ficou surpreso. Logo tirou do bolso a chave de seu carro, e no chaveiro estava uma bandeira de Angola. Anderson: Esta foi uma das coisas mais impressionantes que eu vi aqui. Milton: Foi impressionante para nós ver que um professor da UAI tinha uma bandeira de Angola. Francisco: E também uma coisa que nos motiva a estar aqui é saber que podemos construir projetos que serão benéficos não somente para nós, mas para o nosso país. Hoje, por exemplo, podemos (e queremos) planejar ações que poderão ser favoráveis a futuros estudantes angolanos que queiram vir a Argentina e isso também nos motiva a estar aqui e a nos esforçar cada vez mais. Como foi a chegada a Argentina? Quais eram as expectativas e o que vocês encontraram? Francisco: A principio, saí de casa consciente de que enfrentaria algumas dificuldades, que talvez pudesse encontrar pessoas racistas, mas eu saí preparado para tal. Mas, sinceramente, quando cheguei aqui vi que nem sempre precisamos passar por isso. Encontramos pessoas maravilhosas, fizemos amigos que são pessoas realmente espetaculares, de confiança, com quem podemos conversar abertamente. Superou as nossas expectativas. Viemos preparados para enfrentar dificuldades e, claro, estamos enfrentado, mas não são aquelas previstas a princípio, ou ainda dificuldades que nos fizessem querer retornar. Quando fomos regularizar os documentos no setor de Migraciones, vimos escrito em um cartel que, dentre outras coisas, o imigrante na Argentina pode estudar. E aos poucos vemos que o país está preparado para receber o imigrante, quero dizer, não somente o estrangeiro que vem como turista, mas aquele que sai de seu país de origem para estudar. E isso nos motiva a estar no país e a nos informar sobre ele. Ontem fizemos uma visita à Casa Rosada, sede do governo, e vimos como a Argentina é um país aberto. São coisas que estamos vivendo e não tivemos a oportunidade de viver em nosso país. Situações novas que nos ajudam a crescer e a descobrir mundos novos, isso tudo te prepara para a sociedade. Anderson: Quando chegamos aqui, a princípio ficávamos a nos perguntar: essas ruas todas tem nomes de pessoas, mas quem são essas pessoas? Ontem na sede do governo pudemos conhecer um pouquinho da historia argentina. Vivendo no país e o conhecendo cada dia mais, podemos nos sentir também parte de sua historia. Vocês têm contato com colegas angolanos aqui na Argentina? Milton: Temos contato com alguns colegas de nosso país, mas conhecemos poucos angolanos até o momento. Estamos a desenvolver junto à AIRES (Asociación Internacional de los Residentes Extranjeros) um projeto que visa incentivar a vinda de estudantes angolanos e apoiar os que aqui vivem. Com o apoio da AIRES e de seu projeto AIRES Educa estamos tendo a oportunidade de participar de atividades por meio das quais podemos conhecer o país e nos sentir mais integrados. E temos esperança e fé de que nossas ações possam encorajar mais pessoas a viverem essa experiência. Anderson: Acredito que foi em 18 de novembro que Angola assinou um acordo de cooperação com a Argentina em termos de agricultura e pesca, objetivando a melhoria de vida de pessoas dos dois países. Isso mostra que as relações entre Argentina e Angola são cada vez mais estreitas, e que sim, a Argentina pode ser uma ótima opção para aqueles que almejam seguir seus estudos no exterior. Francisco: Nossa associação será uma associação de alunos angolanos. Anderson: Nós, angolanos (acredito que em sua maioria), somos pessoas que gostamos de nos individualizar, mas graças a Deus não somos todos assim. Sabemos que há muitos angolanos aqui e acreditamos que esse projeto pode ser de alguma maneira revolucionário, no sentido de que pode contribuir para que interajam entre si e também com a comunidade argentina. Milton: O foco principal é chamar a atenção de instituições angolanas para contarmos também com a sua ajuda.

EDUCAIRES Janeiro 2015 19 Vocês já conseguiram o apoio de alguma instituição angolana? Francisco: Se a Embaixada Angolana não nos ajudar, vamos praticamente ficar estáticos, porque quem possui os contatos de Angola aqui, atualmente, é a embaixada. Então, estamos procurando ter com o embaixador para que ele nos ajude com este projeto, porque o seu apoio realmente seria muito útil para nós. Ele é a pessoa que pode indicar como chegar no Ministério. Precisamos do apoio dele. Mas enquanto este apoio não chega, nós trabalhamos com as ferramentas disponíveis. Por exemplo, temos os meios para conseguir professores que ajudem os estudantes a reforçar os seus estudos em determinadas disciplinas. Temos também o apoio de algumas organizações angolanas. Uma delas se ofereceu para fazer uma reportagem a fim de mostrar os estudantes angolanos aqui na Argentina. Então, cada vez mais o que queremos é mostrar como os angolanos se esforçam para crescer e, posteriormente, voltar para o país e oferecer o seu melhor. Desejam acrescentar algo? Anderson: Cheguei aqui com o objetivo de fazer uma carreira: Engenharia Civil. Nunca havia pensado em realizar uma graduação a mais e, não sei como aconteceu, mas devido ao ensino que a Argentina apresenta, estou com a ideia de ingressar em uma segunda carreira. Milton: Queria aproveitar para agradecer aos nossos superpais que estão em Angola, além dos nossos amigos que nos dão força e nos incentivam a viver essa experiência. Francisco: Eu gostaria de agradecer também à AIRES, que nos orientou desde antes de sairmos de Angola e nos acompanhou durante todos os passos na Argentina. Encontramos aqui uma família com a qual podemos contar sempre. Não estamos sozinhos. Me he enriquecido siendo profesora de español por el Proyecto AIRES Educa y espero que pueda brevemente explicar porqué. Dar clase a estudiantes extranjeros implica un conocimiento de otras culturas, produciéndose de esta manera una forma de intercambio alumno-profesor. Los estudiantes aprenden y es una gran satisfacción ver sus progresos en el idioma español, tanto por la gramática como por la dinámica de responder a sus inquietudes en el habla castellana. Los estudiantes de Angola se caracterizan por comprometerse en la tarea y brindarme afecto y respeto. Me han contado que están organizando un grupo de apoyo a los estudiantes que vienen de su país. Pienso que sería una muy buena idea y me gustaría que lo realicen. Maria Cristina Llobet Professora de espanhol pelo Projeto AIRES Educa LEGALIZAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PESSOAL E ACADÊMICA APOIO ACADÊMICO PLANO DE SAÚDE CURSO DE ESPANHOL ORIENTAÇÃO JURÍDICA OFICINAS CULTURAIS www.airesorg.com Contato: (5411) 4811-2248 E-mails: presidente@airesorg.com

20 EDUCAIRES Janeiro 2015 ENTREVISTA Mariana Gebara, mestre em Direito Empresarial Mariana Gebara concluiu recentemente o Mestrado em Direito Empresarial pelo instituto ESEADE, uma renomada escola de negócios argentina. Nesta entrevista, ela fala sobre sua experiência acadêmica e sobre suas perspectivas com relação ao mercado de trabalho: Como foi o início de sua carreira? Eu terminei o curso de Direito e logo comecei uma especialização em Direito Penal e Processo Penal. Depois, passei a dar aulas. Desde então, basicamente tenho me dedicado a isso. Por que optou pela área do Direito Empresarial? Inicialmente, porque no Brasil essa é uma área que está crescendo bastante. Como eu já tenho uma especialização em Criminal, ter um mestrado em Direito Empresarial poderia equilibrar o meu conhecimento. Muitas vezes é isso o que uma empresa procura, um profissional que seja polivalente: Ela vai bem em Direito Penal. Ela trabalha também com negócios, pode auxiliar com gestão de empresas. Eventualmente, no futuro, num processo civil, ela também vai saber como manejar a situação.... Eu acho isso muito importante. Você considera que o empresário brasileiro procura se manter informado sobre Direito Empresarial? Talvez o empresário brasileiro não tenha maiores problemas com questões referentes ao dia a dia de uma empresa. Entretanto, considerando a realidade num parâmetro maior, ou seja, pensando no que ocorre em outros países, pode-se dizer que os brasileiros estão um pouco atrasados. Há novas leis, novos acordos entre países e, para acompanhar tantas novidades, as empresas brasileiras precisam melhorar. A maioria das pessoas é bem intencionada, sabe se relacionar e conduzir bem situações complicadas. O Brasil tem capacidade para estar muito a frente. Uma coisa que atrapalha a evolução brasileira neste sentido é a corrupção (questão que, aliás, foi tema de minha dissertação de mestrado), e não somente a corrupção num âmbito privado, mas também na área pública. Se de alguma maneira a esfera pública está corrompida, isso evidentemente vai atingir a parte privada. Se um empresário precisa de uma autorização de um órgão público para realizar determinado trâmite e aquele que está a frente deste órgão tem o rabo preso, certamente isso vai comprometer as relações. No Direito Penal, temos a teoria dos frutos da árvore envenenada, e acho que podemos fazer aqui uma analogia com o que acontece no âmbito do direito empresarial: um empresário (ou funcionário de uma empresa privada) pode procurar um gestor público com a melhor das intenções, mas se o gestor faz parte de uma rede que está corrompida, é muito fácil para que a empresa também se contamine. Quais são os problemas legais normalmente enfrentados pelas empresas? Além da corrupção, problemas relacionados à discriminação no ambiente de trabalho (por cor, gênero ou religião), questões tributárias, ambientais, referentes a patentes. Claro, questões relacionadas ao direito do consumidor. Como soube sobre o Mestrado em Direito Empresarial oferecido pela ESEADE? Eu fiquei sabendo através de uma professora do curso de especialização. Ela comentou sobre o mestrado, eu pesquei a ideia e busquei me informar sobre tudo: grade curricular, corpo docente, instituição e os requisitos e trâmites para ingresso. Que expectativas você tinha com relação ao curso? Elas foram atingidas? Esperava que fosse um ótimo curso e que as disciplinas oferecidas enriquecessem os meus conhecimentos. E minhas expectativas foram atingidas. Além disso, também me interessei pela experiência de viver no exterior, pela possibilidade de enriquecer-me culturalmente. Buenos Aires possui uma cultura muito distinta, as pessoas são diferentes e conviver com o novo é enriquecedor, aprende-se muito. No último semestre do mestrado, optei por passá-lo integralmente na Argentina, fiquei cinco meses em Buenos Aires e foi uma coisa espetacular, ainda mais para mim, que sou a caçula da família e nunca havia morado sozinha. Sempre fui mimada (no bom sentido) e me ver sozinha lidando com pessoas e situações desconhecidas foi assustador, mas também uma grande possibilidade de crescimento. Passei a valorizar mais a mim mesma e, claro, aos meus pais. Que conselho você daria para quem quer seguir a área do Direito Empresarial? Não é uma carreira fácil, mas vale a pena porque desperta outro lado em quem se dedica a ela. No meu caso, durante a faculdade, sempre foquei outras matérias com as quais sentia ter maior afinidade, como Direito do Trabalho, Direito Penal e Direito Constitucional, talvez consideradas áreas mais humanas. Quando optei por me dedicar ao Direito Empresarial, optei também por sair de minha zona de conforto. Isso despertou outro lado em mim, um lado mais racional. Fazer esse mestrado me permitiu não apenas conhecer mais o Direito Empresarial, mas repensar outras áreas do Direito. Àqueles que pensam em se dedicar à carreira, eu aconselho que o faça, mas faça com determinação, porque é uma carreira muito exigente. Mariana Gebara, especialista em Direito Penal e Processo Penal pela EPD - Escola Paulista de Direito, e mestre em Direito Empresarial pela ESEADE - Escuela Superior de Economía y Administración de Empresas. Professora na Fundação Escola Superior do Ministério Público, em Cuiabá - MT e no Programa PRONATEC, oferecido pela SECITEC-MT (Secretaria de Ciência e Tecnologia - MT).

EDUCAIRES Janeiro 2015 21 Amor que não se MED Angra Paula Rodrigues Este texto é dedicado a todos os estudantes brasileiros residentes na Argentina e a todos aqueles sonhadores que desejam viver fora do país, seja para estudar, trabalhar ou simplesmente conhecer de perto uma nova cultura. Sou Angra Paula Rodrigues, tenho 26 anos, tocantinense, estudante do último período de Enfermagem e segundo ano de Medicina. Vivo em Buenos Aires há quatro anos, mas parece que foi ontem que cheguei. Ao mesmo tempo, sinto-me como se vivesse desde sempre por aqui. Na Argentina tive oportunidades que dificilmente teria no Brasil, como por exemplo, de fazer uma faculdade de Medicina privada a um custo acessível, aprender um novo idioma por imersão e vivenciar uma cultura distinta da que conhecia. A vida em outro país não é fácil, porém afirmo que é uma experiência única. Pessoalmente, sinto-me realizada, já que estou conseguindo conquistar meu objetivo, meu sonho maior. Quando cheguei, tudo era assustador: morar em uma residência estudantil, não conhecer as pessoas com quem compartia o quarto, não saber falar a língua, ter que me adaptar a novos sabores e a novos costumes... Mas com o tempo, notei a receptividade das pessoas mais simples e passei a me sentir mais segura para arriscar o então portunhol, para buscar um trabalho, para planejar e continuadamente refazer meus planos conforme o que conhecia e aprendia. Tentei em uma instituição de ensino e não deu certo; tentei em outra e me adaptei melhor. Nunca pensei em desistir. Realmente não é fácil estar longe de casa, da família e dos amigos, mas quando temos um objetivo, às vezes é preciso passar por momentos difíceis, por obstáculos aparentemente intransponíveis, mas que quando os vencemos, nos sentimos mais fortes. Pelear por um sonho vale a pena. Conheci em Buenos Aires o meu namorado. Nunca imaginei que na Argentina conheceria um brasileiro por quem fosse me apaixonar, mas o destino nos uniu e agora agradeço ao meu amado amigo por sua companhia de valor inestimável, porque com ele jamais me sinto sozinha. Agradeço a Deus a oportunidade concedida. À minha família, agradeço o apoio incondicional, principalmente de minha querida mãe, por ter acreditado em mim, em minha capacidade. Em Buenos Aires ganhei outra família, e a considero o alicerce que me possibilita seguir em frente com segurança e amparo. Se pudesse voltar atrás teria feito tudo de novo. E teria arriscado muito antes. Nas próximas edições da Revista EducAIRES estarei contando e comentando minhas perspectivas sobre a cidade e o país, além das possibilidades de estudo e trabalho na Argentina. Este espaço fica também aberto à participação dos leitores que queiram contribuir com comentários ou dúvidas. Meu lema é tentar não significa conseguir, mas certamente os que conseguiram tentaram. Qual é o seu?

22 EDUCAIRES Janeiro 2015 Dicas Úteis Transporte público O transporte público em Buenos Aires é acessível e econômico. Você pode usar ônibus e metrô lançando mão do cartão SUBE, o qual o usuário abastece para usar durante o mês. Ou pode ainda pagar a passagem com moedas, o que, na verdade, não compensa (há desconto quando se opta por usar la tarjeta SUBE). O cartão citado pode ser adquirido em Kioskos (uma espécie de bomboniere), agências dos Correios, ou mesmo pela Internet. Uma passagem de ônibus hoje custa em média $3.50 (pesos), o que seria aproximadamente R$0,80 centavos. Moeda Existe o mercado oficial, onde a troca é feita em bancos, e há também o mercado paralelo (também conhecido como negro ou blue), onde dólares e reais podem valer até 40% a mais do que no mercado oficial. Esta é uma realidade que não se pode ignorar... Se optar por fazer trocas pelo paralelo, evite as ruas; dê preferência a pessoas indicadas por amigos, com paradeiro conhecido. Comida Não é costume na Argentina comer arroz, feijão e carne. O que mais se come por aqui, além da milanesa com papas (carne empanada com batatas), é carne com salada, carne com purê, carne :-), frango com arroz, empanadas, pastas e pizza. Porém, é tudo muito bom e com o tempo a gente vai se acostumando a ficar sem o feijão nosso de cada dia. Para aqueles que não vivem sem a iguaria, traga sua panela de pressão, porque aqui este utensílio é uma relíquia. Você vai encontrar feijão de diversos tipos: branco, marrom, grandes, pequenos... mas não com tanta variedade como há no Brasil. Normalmente, são encontrados em lojas de produtos naturais ou grandes redes de supermercados. Com relação à praticidade, você vai achar muitas opções de cardápios simples, rápidos e/ou pré-prontos, o que facilita a vida de um forasteiro. E também vai tropeçar em muitos restaurantes chineses (ou chinos, como se diz por aqui), onde há self service e comida por quilo (quase) sempre a um baixo custo. HOSPEDAGEM Há várias opções de residências estudantis, casas para mulheres, casas para rapazes, apartamentos, famílias que disponibilizam vagas e quartos em suas residências, dentre outras. Diferentemente do que ocorre no Brasil, os apartamentos costumam ser mobiliados, com luz, água, gás e internet inclusos no valor do aluguel. Serviços de assessoria Se pretende buscar um serviço de assessoria, não procure a empresa (ou ainda, uma pessoa física) que cobre mais barato, pois certamente o barato sairá caro. Quando decidi buscar orientação e fazer tudo com mais tranquilidade, vendi minha moto para pagar a empresa que me passou mais confiança, e considero que valeu à pena. Contrate uma empresa que esteja devidamente legalizada e, que além de ter CNPJ, tenha CUIT (o correspondente argentino do CNPJ). Vivendo no exterior, você precisa de respaldo também no lugar onde pretende ficar e, assim, é importante saber que a empresa contratada tem endereço fixo e é legalizada no país. Dê os primeiros passos em seu novo caminho com segurança.