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Transcrição:

Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 11 22/05/2014 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.461 ESPÍRITO SANTO RELATOR REQTE.(S) INTDO.(A/S) : MIN. GILMAR MENDES :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Impugnação ao art. 1º da Lei 7.456/2003 do Estado do Espírito Santo. 3. Vinculação automática de subsídios de agentes políticos de distintos entes federativos. Norma estadual que estabelece ao subsídio mensal pago a deputados estaduais valor correspondente a 75% do subsídio mensal de deputados federais, de modo que qualquer aumento no valor dos subsídios destes resulte, automaticamente, aumento daqueles. Impossibilidade. 4. Violação ao princípio da autonomia dos entes federados. Precedentes. 5. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os ministros do, em sessão plenária, sob a presidência dos Senhor Ministro Joaquim Barbosa, na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, julgar procedente a ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei nº 7.456, de 12 de março de 2003, do Estado do Espírito Santo, nos termos do voto do Relator. Brasília, 22 de maio de 2014. Ministro GILMAR MENDES Relator Documento assinado digitalmente documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6543502.

Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 11 22/05/2014 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.461 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. GILMAR MENDES REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) :ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, proposta pelo Procurador-Geral da República, contra o art. 1º da Lei nº 7.456, de 12 de março de 2003, do Estado do Espírito Santo, que assim dispõe: Art. 1º - O subsídio mensal do Deputado Estadual para a 15º legislatura é fixado em parcela única, correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) do que percebe em espécie como subsídios fixos, variável e adicional o Deputado Federal. Sustenta-se violação aos arts. 25; 37, XIII; 39, 1º, e 169, 1º, da Constituição da República. Aduz-se o seguinte: 7. A referida lei estadual, além de promover a vinculação de vencimentos, vedada pelo art. 37, XIII da Constituição Federal, estabelece equiparação entre integrantes de carreiras e atribuições distintas e pertencentes a entidades federativas documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6543503.

Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 11 diversas, quais sejam, o Poder Legislativo Estadual e o Federal. 8. Cabe assinalar, ainda, que o estabelecimento desta vinculação configura, também, violação ao art. 169, 1 da Constituição da República, segundo o qual não é permitido conceder qualquer vantagem ou aumento de remuneração a pessoal do serviço público, quando não houver prévia dotação orçamentária e autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, uma vez que ocorrerá o aumento automático na remuneração dos Deputados Estaduais sempre que se majorar os vencimentos percebidos pelos Deputados Federais. 9. Ademais, a manutenção do texto impugnado, contendo tal previsão de aumento automático dos valores pagos pelo Estado a seus Deputados sempre que houver aumento de subsídio concedido em uma esfera federativa distinta, a despeito da existência de prévia dotação orçamentária, viola o princípio federativo e da autonomia dos Estados prevista no art. 25 da Carta Política. (Fl. 04). Requeridas informações, a Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, após afirmar a constitucionalidade formal do ato normativo, asseverou que a vedação de vinculação ou equiparação à remuneração de pessoal do serviço público tem aplicação restrita aos servidores em geral, não alcançando agentes políticos. Invocou o precedente do RE 181.715, da relatoria do ministro Marco Aurélio. A requerida assim assevera: (...) encontramos na interpretação sistemática da própria Carta Federal razão que sobeja a aceitação da permissibilidade de vinculação remuneratória dos agentes políticos, sem afronta ao Princípio Federativo, neste incluída a autonomia dos Estados-membros. De certo, em vários dispositivos a própria 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6543503.

Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 11 Constituição propugna pelo encadeamento remuneratóro desses agentes, não ocorrendo qualquer cotejamento à violação da autonomia dos Estados, mesmo quando a imposição de norma se dá via poder constituinte reformador. Temos, então, como regras constitucionais, que encadeam a política remuneratória dos agentes políticos de entidades estatais diversas, as constantes dos arts. 27, 2 (subsídios dos Deputados Estaduais); 29, inciso VI (subsídios dos Vereadores); 73, 3 c/c 75 (remuneração dos Conselheiros dos Tribunais de Contas) 93, inciso V (subsídio dos magistrados estaduais); sem embargo da aplicação do teto remuneratório estabelecido através do artigo 37, inciso XI, da referida Lei Maior. Neste diapasão, há de se concluir que, se não houve violação ao pacto federativo ou à autonomia dos Estados e Municípios, ao estabelecer as regras limitadoras acima evidenciadas, através de normas constitucionais emanadas do Poder Constituinte Derivado, numa verticalização, onde o legislador federal as impõe "de cima para baixo", obrigando os Estados e os Municípios a ajustarem-se a tais políticas remuneratórias, também, por uma questão de lógica, não se pode cogitar nesta mesma violação, quando Estados e Municípios por uma opção política e legislativa, resolvem fixar a remuneração dos seus agentes políticos vinculada a dos correspondentes agentes na esfera federal. Com toda vênia, concluímos que, se o legislador federal, detentor do poder constituinte derivado, pode estabelecer limites e até encadeamentos remuneratórios dos agentes políticos estaduais, permitida também é a vinculação remuneratória atinente a esses mesmos agentes políticos, quando o Estado a realiza no exercício de seu poder constituinte derivado-decorrente. (Fl. 91). Acrescenta, ainda, o seguinte: Por fim, sem prejuízo de todo o exposto acerca deste 3 documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6543503.

Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 11 tema, não podemos deixar de inferir uma reflexão sobre mens legis contida no 2, do art. 27 da Carta Federal, que literalmente nos revela, com o uso da expressão "na razão de", um sentido de que os subsídios dos Deputados Estaduais deve ser fixado em correspondência aos subsídios dos Deputados Federais. (Fl. 92). Por fim, a Assembleia Legislativa capixaba argumenta que as leis de Diretrizes Orçamentárias e a Orçamentária para o exercício de 2005 estabeleceram, respectivamente, autorização e prévia dotação orçamentária para fazer frente ao aumento de remuneração de todos os poderes do Estado, razão pela qual não haveria ofensa ao 1º do art. 169 da Constituição. Em sessão plenária do dia 28.6.2006, o Tribunal concedeu a medida cautelar para suspender o dispositivo impugnado, em decisão cuja ementa é a seguinte: Medida liminar em ação direta de inconstitucionalidade. 2. Norma que estabelece como subsídio mensal pago a Deputado Estadual o valor correspondente a 75% do subsídio mensal pago a Deputado Federal. Impossibilidade. Violação ao princípio da autonomia dos entes federados. Precedentes. Configurada a plausibilidade jurídica do pedido (fumus boni iuris). 3. Urgência da pretensão cautelar (periculum in mora) caracterizada na obrigação, decorrente da norma impugnada, de que o Estado efetue pagamentos indevidos aos respectivos Deputados. 4. Medida liminar deferida. (ADI-MC nº 3.461/ES, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 2.3.2007). A Advocacia-Geral da União, com amparo em precedentes desta Corte, manifestou-se pela procedência da ação (fls. 249-255). 4 documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6543503.

Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 11 A Procuradoria-Geral da República, em parecer de fls. 258-261, pronunciou-se pela procedência da ação. Sustenta, preliminarmente, que não houve revogação tácita do artigo atacado pelo art. 2º da Lei estadual nº 8.443/2006, pois, ao cotejar as duas leis, verifica-se que não houve qualquer alteração substancial do artigo impugnado. No mérito, alega que o tema discutido vedação de vinculação entre espécies remuneratórias não é novo nesta Corte Suprema. Portanto, segundo o Procurador-Geral, a medida cautelar deferida está em consonância com a jurisprudência consolidada. A Assembleia Legislativa capixaba prestou informações definitivas, ratificando aquelas oferecidas por ocasião do julgamento da medida liminar (fls. 284-301). É o relatório, do qual a Secretaria distribuirá cópia aos demais ministros desta Corte. 5 documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6543503.

Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 11 22/05/2014 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.461 ESPÍRITO SANTO V O T O O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - (Relator): Ao apreciar a medida cautelar nesta ação, ressaltei que a mesma tese jurídica aqui discutida já havia sido enfrentada pelo Tribunal quando do julgamento da medida cautelar na ADI 891/ES, de cuja ementa destaco o seguinte: Deputado Estadual: subsídios: decreto-legislativo que, no curso da legislatura, os eleva a 75% da remuneração dos Deputados Federais, aos quais acresce 40% a título de ajuda de gabinete : plausibilidade da argüição de ofensa ao art. 27, par. 2., CF (cf. EC 1/92), a qual se soma a da possível violação dos arts. 37, XIII e 25, da Lei Fundamental: riscos de danos financeiros de incerta reparação: medida cautelar deferida. (ADI-MC nº 891/ES, rel. min. Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ 13.8.1993). Naquela ocasião, enfatizou-se que, nos termos do 2º, do art. 27 da Constituição: os 75% da remuneração dos Deputados Federais constituem o limite máximo da que possa ser fixada para os Deputados Estaduais, o diploma questionado os erige em padrão permanente de cálculo dos subsídios básicos destes últimos. Não obstante, isso não significa que a Constituição autorize a pura e simples vinculação de subsídios de deputados estaduais aos dos federais, de maneira que qualquer aumento no valor destes implique, automaticamente, aumento daqueles. E assim não poderia fazê-lo, sob documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6543504.

Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 11 pena de violação ao princípio da autonomia dos entes federados. Nesse particular, pertinente transcrever trecho da ementa da decisão proferida por este Plenário na ADI nº 898/SC, in verbis: 2. Ainda que impressione o argumento de que o art. 37, XIII, CF, não incide, quando não se cuida de vencimentos de servidores públicos, mas de remuneração de agentes de um dos poderes do Estado, o princípio da autonomia do Estado-membro faz plausível a inconstitucionalidade material do atrelamento de subsídios de deputados estaduais aos dos deputados federais (cf. ADIn 491, cautelar, 22.4.92; Pertence, ADIn 891, cautelar, 23.6.92, Pertence). (ADI nº 898/SC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 25.11.1993). Nesse sentido, colaciono também os seguintes precedentes: Poder Judiciário: vencimentos da magistratura estadual: teto e vinculação. Ser a remuneração dos Ministros do STF, por imperativo Constitucional, o limite máximo dos vencimentos dos magistrados estaduais, não afeta a jurisprudência da Corte de que, além de contraria a vedação geral de equiparação e vinculação (CF, art. 37, XIII), e ofensiva a autonomia do Estado-membro, a lei que atrela, de qualquer modo, a remuneração de servidores ou agentes políticos locais a do pessoal da União (v.g., sobre a vinculação dos vencimentos da Policia Militar dos Estados aos do Exército: medidas cautelares nas ADIns 117 (PR), 22.11.89, Rezek; 193 (ES), 1.2.90, Madeira; 196 (AC), 14.2.90, Pertence e, em geral, ADIn 464 (GO), 17.10.91, Borja), ou mesmo - aí, contra o meu voto - a índices federais de mera indexação monetária (v.g., ADIns 303 (RS), 13.6.90, Passarinho; 287 (RO), 21.6.90, Borja; ADIn 437 (SC), 11.03.91, C. Mello). (ADI 691, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ 4.5.1992). 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6543504.

Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 11 Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Leis do Estado do Rio Grande do Sul e Resolução nº 2233, de 7.03.90, da Assembléia Legislativa do mesmo Estado. 3. Revogação das Leis nº 9.061, 9.062 e 9.063, todas de 1990. 4. Prejuízo parcial da ação. 5. A Lei nº 9.064 e a Resolução 2.233, ambas de 1990, ao vincularem os vencimentos de servidores estaduais a índices fornecidos por órgãos e entidades federais, violam o princípio federativo e da autonomia dos Estados. 6. Precedentes. 7. Ação parcialmente procedente. (ADI 303, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 14.2.2003). CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO:REMUNERAÇÃO: VINCULAÇÃO OU EQUIPARAÇÃO. C.F., art. 37, XIII. Lei Complementar nº 7, de 1991, com a redação da Lei Complementar nº 23, de 2002, do Estado de Alagoas. I. Objetivando impedir majorações de vencimentos em cadeia, a Constituição Federal, art. 37, XIII, veda a vinculação ou equiparação de vencimentos para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. II. Inconstitucionalidade de parte da segunda parte do art. 74 da Lei Complementar nº 7, de 1991, com a redação da Lei Complementar nº 23, de 2002, ambas do Estado de Alagoas. III. Não obstante de constitucionalidade duvidosa a primeira parte do mencionado artigo 74, ocorre, no caso, a impossibilidade de sua apreciação, em obséquio ao princípio do pedido e por não ocorrer, na hipótese, o fenômeno da inconstitucionalidade por arrastamento ou atração, já que o citado dispositivo legal não é dependente da norma declarada inconstitucional. ADI 2.653/MT, Ministro Carlos Velloso, DJ de 31.10.2003. IV. ADI julgada procedente, em parte. (ADI 2.895/AL, Rel. Carlos Veloso, DJ 25.5.2005). Importante ressaltar que a tese dominante na jurisprudência desta Corte recebe o amparo da Procuradoria-Geral da República, que, em parecer de fls. 258-261, manifestou-se nos seguintes termos: 3 documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6543504.

Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 11 Não há razão para se modificar o entendimento esposado por essa Corte, quando do julgamento da medida cautelar. [...] Quanto ao mérito, não há o que acrescentar, tendo em vista os diversos precedentes desta Corte, mencionados na inicial, no acórdão que deferiu a medida cautelar, bem como na manifestação da AGU, todos no sentido da impossibilidade de se vincular de forma permanente a remuneração de Deputados Estaduais e Federais (fls. 260/261). Desse modo, na linha da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, voto pela procedência da ação para declarar a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei nº 7.456, de 12 de março de 2003, do Estado do Espírito Santo. 4 documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6543504.

Extrato de Ata - 22/05/2014 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 11 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.461 PROCED. : ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. GILMAR MENDES REQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO INTDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, julgou procedente a ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei nº 7.456, de 12 de março de 2003, do Estado do Espírito Santo. Votou o Presidente, Ministro Joaquim Barbosa. Ausente, neste julgamento, o Ministro Dias Toffoli. Plenário, 22.05.2014. Presidência do Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki e Roberto Barroso. Vice-Procuradora-Geral da República, Dra. Ela Wiecko Volkmer de Castilho. p/ Luiz Tomimatsu Assessor-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticardocumento.asp sob o número 6116902