ADEPH Academia de Desenvolvimento e Planejamento Humano. 2002 Franciane Ulaf



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Transcrição:

2002 Franciane Ulaf Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5988 de 14/12/73. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, ou transmitida de qualquer modo, seja eletrônico, mecânico, de fotocópia, de gravação, ou outros, sem a prévia autorização, por escrito, da autora. ADEPH Academia de Desenvolvimento e Planejamento Humano

Para minha mãe

SUMÁRIO PARTE I Introdução 07 Reflexão Auto-percepção 16 Um balanço prévio de sua vida 18 PARTE I 19 1. PEP 20 O que é PEP? 20 Por que você deveria planejar a sua vida 23 2. Os fatores que facilitam e dificultam o sucesso de um PEP 29 Comportamentos que facilitam o sucesso 29 Comportamentos que dificultam o sucesso 31 3. Quais os primeiros passos 42 3.1 Mudança de Paradigma 42 3.2 Postura Proativa 53 3.3 Autoconhecimento 57 Ferramentas para o Autoconhecimento 60 1. Descubra quais são seus valores pessoais 60 2. Identificação dos pontos fortes e fracos 75 3. Identificação de padrões 78 PARTE II 79 4. Projeto de Vida 80 4.1 Foco 82 4.2 Metas X Objetivos 88 4.3 Visões X Objetivos 89 5. Planejamento Estratégico 94 5.1 A Missão e a Visão 94 5.2 Definição de Metas 97 5.3 Estratégia 107 5.3.1 Nível estratégico 110 1. Análise dos Fatores Internos 110 2. Análise dos Fatores Externos 111 3. Análise de Questões Críticas 112 4. Estratégias Alternativas 113

5.3.2 Nível Tático 116 5.3.3 Nível Operacional 118 1. Suas Metas são Compatíveis? 118 2. Recursos Externos 118 3. O Recurso Responsabilidade 119 4. Organização 119 5. Recursos Pessoais 119 5.4 Análise Estratégica 126 5.5 Manutenção da Estratégia 129 5.6 Montagem do Planejamento Estratégico 130 PARTE III 134 6. Auto-organização 135 6.1 Organização Física 135 6.2 Organização Psicológica 136 6.3 Organização Mental 138 7. Definição de Limites 140 7.1 Disponibilidade 140 7.2 Pressão 142 7.3 Qualidade 142 7.4 Envolvimento 143 8. Definição de Prioridades 144 8.1 Os 4 Níveis de Prioridades 144 8.2 O mais Importante em Primeiro Lugar 147 8.3 Coerência na Priorização 151 9. Produtividade 155 9.1 Eficiência X Eficácia 155 9.2 Ocupado X Produtivo 156 10. Administração do Tempo 157 10.1 O Tempo 159 10.2 A Administração do Tempo 164 10.3 O que é Administrar o Tempo? 173 10.4 As 4 Gerações de Administração do Tempo 175 10.5 A Organização do 2º Quadrante 180 11. Objetivos X Felicidade 184 Considerações Finais 187 Referências Bibliográficas 189 Como entrar em contato com Franciane Ulaf 192

Tu és o arquiteto do teu próprio destino.trabalha, espera e ousa. Wilcox Wheeler

INTRODUÇÃO A idéia de escrever sobre planejamento estratégico pessoal surgiu durante um curso de autodesenvolvimento em 1997. Dentre as ferramentas que utilizávamos para alavancar o desenvolvimento pessoal estava o planejamento. A técnica utilizada era rudimentar: definir metas a curto, médio e longo prazo. Através de conversas com os demais participantes, pude perceber que a maioria já estava fazendo o curso pela 2º ou 3º vez, e persistiam as dificuldades para cumprir o planejado. Os maiores problemas, segundo as pessoas que tive contato, estavam relacionados à administração do tempo, auto-organização e autoconhecimento. Deficiências nestas áreas dificultavam a realização das metas propostas. A partir deste curso decidi pesquisar os temas relacionados à organização e planejamento pessoal. Ao longo desse tempo que venho pesquisando o tema, pude constatar que muitos dos problemas relacionados ao estresse, depressão, falta de motivação, baixa autoestima, dentre outros, estão diretamente ligados à falta de organização e má administração do tempo e, principalmente, à ausência de objetivos pessoais de longo prazo. Constatei que a maioria das pessoas não precisa de um manual de planejamento ou um guia de administração do tempo, se antes não se conhecerem o suficiente para saberem onde estão e onde querem chegar. Isso envolve autoconhecimento, saber onde está significa conhecer seus pontos fortes e fracos, seus objetivos de vida, seus valores pessoais, seus mecanismos de defesa, enfim, só um conhecimento claro, objetivo e realista sobre você mesmo é que poderá determinar onde você quer chegar. Isso é manifestado através de um projeto de vida, definição de metas realistas, priorização coerente.

Franciane Ulaf Cheguei à conclusão de que a motivação é uma questão de objetivos, sem saber para onde está indo, a pessoa sente que tudo o que faz é inútil. Atividades isoladas, desconectadas de um objetivo maior não são motivadoras pois não têm significado. O significado é o porque, a razão. Se não houver esse porquê, a desmotivação é uma conseqüência natural. Quem gosta de fazer algo sem saber porque está fazendo? Muitas pessoas acreditam que não possuem poder de decisão sobre a própria vida, que devem aceitar passivamente o que lhes acontece. As evidências nos mostram que a realidade é bem diferente. Os grandes sucessos foram conquistados em cima de muito suor e determinação. As pessoas que conseguem o que querem têm um sonho e o perseguem até realizarem o que desejam, não esperam que a vida, o destino, Deus, ou algo externo determine seu rumo. Estudos demonstram que a maioria das pessoas não sabe o que quer da vida, ou se sabe, não tem idéia de como realizar seus sonhos. Não me refiro a sonhos como algo abstrato, irreal, mas como objetivos que podem ser realizados, mas ainda não tomaram forma, não foram planejados. A literatura na área de planejamento e administração do tempo é muito vasta, no entanto, é comum ouvirmos comentários de pessoas que já tentaram de tudo e não conseguiram mudar velhos hábitos negativos e aplicar as técnicas propostas. Se as pessoas não estão obtendo êxito aplicando o que há disponível no mercado é porque algo está errado. As técnicas em si são boas e parecem aplicáveis. Então por que as pessoas não conseguem segui-las e administrar suas vidas da forma como desejam? O planejamento é a ponta do iceberg. A administração do tempo é apenas uma ferramenta. É preciso cuidar muito bem da base pra que esse planejamento de fato reflita realidade, ou seja, para que você não planeje um monte de coisas que não vai cumprir pelo simples fato das metas serem ilusões, ou você não estar preparado para cumprí-las. Você também precisa cuidar da base do iceberg para que esse planejamento seja realmente o que você precisa, as pessoas às vezes planejam 8

Planejamento Estratégico Pessoal baseando-se em hobbies, ilusões passageiras, sem saber o que elas precisam de verdade. Aqui você não encontrará somente técnicas para aplicação imediata, mas uma oportunidade de reflexão profunda e contínua, através de ferramentas de autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e reavaliação de hábitos, conceitos e paradigmas. A 1º parte é destinada a esclarecer o tema planejamento estratégico pessoal, analisar os fatores que facilitam e dificultam o sucesso de um planejamento, e também propor os primeiros passos e as mudanças interiores necessárias para que você seja bem sucedido ao planejar seus objetivos. A 2º parte trata do planejamento estratégico em si. Como elaborar um projeto de vida, como definir metas e objetivos e como planificar detalhadamente cada meta, traçando caminhos, prevendo obstáculos, levantando recursos. A 3º parte apresenta algumas ferramentas de administração pessoal que podem auxiliar e até garantir o sucesso de um planejamento, como auto-organização, administração do tempo, definição de limites e prioridades. A era do desenvolvimento pessoal "Daqui a alguns séculos, quando a história da nossa era for escrita de uma perspectiva bem distante, eu acho que é muito provável que o evento mais importante que esses historiadores irão retratar não será a tecnologia, não será a Internet e nem mesmo o comércio via e-mail (ecommerce). O que verão é uma mudança sem precedente na condição humana. Pela primeira vez, literalmente, há um substancial e rápido crescimento no número de pessoas que tem escolhas. Pela primeira vez, 9

Franciane Ulaf eles terão que gerenciar a eles mesmos. E deixe-me dizer, nós estamos totalmente despreparados para isso." Peter Drucker A evolução da história humana pode ser compreendida em eras. Após alguns milhares de anos tentando compreender e controlar o mundo e a natureza, o homem chegou ao século XXI com um conhecimento razoável a cerca do seu ambiente e das ferramentas, oportunidades, insumos que este proporciona. Fechamos a era industrial, entramos na era da informação onde tudo parece mais rápido, mais fácil, mais barato. No entanto, era após era, os problemas básicos do homem permanecem os mesmos. Nenhuma nova descoberta conseguiu encontrar a fórmula da felicidade, da motivação, da auto-realização, embora as livrarias estejam abarrotadas de livros de auto-ajuda e gurus cobrem fortunas por uma "palestra motivacional". Essa incessante busca pelo equilíbrio interno sempre esteve presente na natureza humana, entretanto, é agora, na era da informação que essa necessidade se faz notar de forma explícita. Ouvimos muito dizer que nós estamos no início da era da informação. Sim estamos, mas também estamos vivenciando o início da era do desenvolvimento pessoal. Nunca na história humana nós tivemos tanta necessidade de buscarmos um significado para as nossas vidas. O porquê não é difícil de entender. Durante toda a sua trajetória, o homem teve quem o liderasse, não precisava pensar muito, bastava "seguir o rumo da vida", como seus pais haviam feito, como seus irmãos, amigos e vizinhos estavam fazendo. Não havia, para a grande maioria, nem sequer o que questionar, era esse o caminho a seguir, a vida era uma seqüência de fatos previsíveis. Se o pai era fazendeiro, os filhos também seriam fazendeiros, iriam se casar com uma mulher da comunidade e ter vários de filhos, esses filhos também seriam fazendeiros e assim por diante. Até metade do século XX, se você não nascesse na 10

Planejamento Estratégico Pessoal alta sociedade provavelmente nunca faria parte dela, a não ser por casamento, ou se você tivesse uma brilhante idéia e criasse um império industrial como Henry Ford, John Rockfeller, Thomas Edison. Até a década de 80 ainda existia um certo determinismo, a presença de muitos governos autoritários, a forte influência da religião, principalmente antes dos anos 60 fazia com que as pessoas sempre tivessem alguém que as liderasse. Elas sentiam que não eram livres, que não podiam fazer as escolhas que quisessem, pois o governo as proibia, a religião não permitia, o trabalho era uma coisa totalmente maçante e necessária para o próprio sustento. Poucos pensavam em realização pessoal quando se tratava de trabalho. As mulheres começaram a trabalhar por quê? Primeiro por necessidade, depois por uma questão de libertação, de conquistar a liberdade de poder ter uma profissão, mas não era por realização pessoal. Nessa época quem pensava em realização pessoal eram cientistas, escritores, filósofos, pessoas que passavam fome mas faziam o que gostavam, não abriam mão da realização pessoal. Mas essas pessoas eram raras, o sistema não permitia que todo mundo fosse assim, a situação mundial requeria pessoas-máquinas que produzissem sem pensar e não questionassem as regras. Quando as oportunidades de realização pessoal começaram a aparecer, as pessoas se voltaram para a busca de status e dinheiro. No final dos anos 70 até começo dos anos 90 as empresas incharam seus quadros de funcionários, criaram cargos absurdos numa hierarquia cada vez mais vertical onde as oportunidades de promoção eram imensas. Foi a era yuppie, aqueles executivos que trabalhavam sem parar em busca de mais dinheiro, de promoções, de status. O que aconteceu quando vieram as novas teorias de administração? A reengenharia e o downsizing diziam para achatar a hierarquia, reorganizar a empresa, enxugar o quadro de pessoal que era excessivo, cortar custos. As empresas entenderam que cortar custos era só demitir o pessoal. Foi aquela enxurrada de gente na rua, sem perspectiva de encontrar um novo emprego porque todas as 11

Franciane Ulaf empresas estavam fazendo downsizing. Isso coincidiu com o início da era da informação. Em 94, a internet começou a funcionar comercialmente nos EUA, em 95, em praticamente todo o resto do mundo. Nessa mesma época, ou um pouco antes, outras teorias começaram a se destacar, começaram a falar de qualidade de vida, inteligência emocional, de autodesenvolvimento. De repente as pessoas começam a perceber que elas eram muito mais livres do que jamais foram, do que seus antepassados jamais puderam sonhar em ser. E essa liberdade trouxe com ela toda uma gama de escolhas. Não há mais ninguém para dizer o que você tem que fazer, ou como você deve agir. No entanto o que se percebe é que as pessoas temem essa liberdade, tentam achar que ainda existe determinismo, que elas não têm escolha, que um problema pequenininho é capaz de bloquear todo o caminho da vida. Agarram-se à pessoas, religiões, ideologias que digam pra elas isso é certo, isso é errado, Você tem que fazer deste jeito. Isto dá a segurança que elas precisam para que não tenham que olhar para dentro de si mesmas e procurar as próprias respostas. Por incrível que pareça, as pessoas têm um medo enorme de olhar para dentro de si. Então buscam falsas verdades fora de si. Necessitam desesperadamente que alguém lhes diga qual o caminho certo a seguir. A insegurança proporcionada pela liberdade, diversas escolhas, diversos caminhos a seguir, desperta o medo. Esse processo é inconsciente, muitas vezes, inclusive, a pessoa sente tanto medo, que está cheia de caminhos a sua frente, mas acha que está sem saída, que a vida empacou, que seus problemas não têm mais solução. Nas palavras de Peter Drucker: Nós teremos que aprender primeiro quem nós somos. Nós não sabemos. Quando eu pergunto aos meus alunos - pessoas bem-sucedidas, Você sabe em que você é bom? quase nenhum sabe responder. Você sabe o que você precisa aprender para utilizar 100% as suas forças? Nenhum deles nunca, sequer, questionou-se sobre isso. Do contrário, a maioria deles está muito orgulhosa da sua ignorância. Há um tempo atrás, o 12

Planejamento Estratégico Pessoal assunto autoconhecimento era tido como místico, alternativo, para quem gostava de ficar filosofando, pensando na vida. A visão era de que autoconhecimento era coisa de quem não tem o que fazer. Hoje, o maior guru de administração e economia da atualidade está dizendo que o autoconhecimento é fundamental. No mundo de hoje já não há mais a figura da autoridade a quem se deve obedecer sem questionar, seja política, religiosa ou familiar. O homem é mais livre do que jamais pode imaginar, no entanto, não sabe lidar com essa liberdade. A oportunidade, talvez a primeira na história, de se encontrar a auto-realização, está presente em todos os momentos de nossas vidas, e não está em livros de auto-ajuda ou conselhos de um grande guru motivador, mas na capacidade de autogerenciamento da própria vida. Estamos vivendo o início da era do desenvolvimento pessoal. Agora, é mais do que necessário conhecer-se bem e escolher um caminho a seguir. Nunca tivemos tantas oportunidades de encontrar a autorealização, o aproveitamento destas chances depende unicamente de cada um de nós. Objetivos Estabelecer um objetivo é como plantar uma semente. Você a enterra, depois rega, expõe à luz do sol e fertiliza. Em algum momento do futuro surge um brotinho. Você dá continuidade ao processo de cuidados, até ter uma planta robusta e forte com brotos e frutos. Você não planta uma semente e fica só olhando para a terra, esperando resultados imediatos. Chérie Carter-Scott 13

Franciane Ulaf A falta de objetivos de longo prazo é o grande responsável por estados depressivos, sensação de vazio, desperdício de tempo e falta de motivação. Se a pessoa não sabe porquê faz as coisas, qual o resultado final, se não tem motivos, a sensação de estar sendo inútil é inevitável. A sensação de que a vida não tem sentido, a falta de perspectiva a longo prazo causa depressão e falta de motivação. Muitas pessoas dizem que não podem planejar a vida porque esta muda tanto que não cumpririam o planejado de qualquer maneira. Imagine um viajante. Ele pega o carro, sai de São Paulo sem destino, pois acha melhor e mais divertido sair por aí sem rumo. No fundo, tem uma vaga idéia de que quer chegar em Fortaleza, mas não sabe muito bem para onde tem vontade de ir. Sem mapa e sem objetivo, pega a estrada. Ao longo do caminho, vai parando, conhecendo outras pessoas, fica um tempo em algumas cidades, passa rapidamente por outras... Em algum ponto do caminho entre o Rio e Vitória, ele encontra uma pessoa que o convence a ir a Cuiabá. Depois de passar um tempo nesta cidade, ele decide partir, outra vez sem rumo. Desta vez, ele acaba em Brasília, após muitas paradas. De repente, ele se lembra que gostaria de conhecer Fortaleza e que sua idéia inicial, apesar de vaga, era seguir para essa cidade. Mas a essas alturas, ele percebe que suas economias acabaram e que ele terá que voltar para São Paulo, pois já não tem condições de ficar viajando sem rumo por aí. A vida de muitas pessoas é como a do viajante sem rumo. Sem um planejamento, sem um objetivo e suas respectivas metas, o indivíduo acaba sendo governado pelas circunstâncias e pelas decisões de terceiros. Aí, é claro que a vida vai mudar bastante, quando não há um controle e um foco, para onde o vento soprar a pessoa segue. E isso não envolve somente pessoas sem personalidade ou submissas, desde que não se saiba para onde está indo, o que o controlará são as forças externas. A vida segue sempre em frente, e é preciso ter alguém no comando, se na 14

Planejamento Estratégico Pessoal sua vida essa pessoa não é você, tome cuidado, tem alguém tomando decisões em seu lugar! Entretanto, esse controle não pode ser total, a intenção não pode ser de controle absoluto, pois não somos oniscientes, não temos conhecimento das variáveis externas que atuam sobre nós, não podemos controlar as pessoas ao nosso redor nem as ocorrências do ambiente externo. Cada dia que vivemos é um território desconhecido, na qual podemos prever o que queremos fazer, mas não podemos ter certeza do que iremos de fato fazer. Querer controlar o tempo cronologicamente por exemplo, é ineficaz, pois as circunstâncias externas não vão deixar de acontecer porque você resolveu organizar-se. Também não podemos buscar sermos eficientes com as pessoas, não podemos dizer agora não posso escutar seus problemas, volte outra hora. Há quem faça isto, estas pessoas estão acabando com seus relacionamentos mais preciosos. Da mesma forma, não podemos escolher baseando-se somente em uma liberdade individual independente. Não vivemos isolados, o ambiente influencia nossas decisões. Há pessoas que em nome de uma liberdade utópica escolhem plantar no outono, o inverno vem e mata suas sementes, e elas ainda ficam se perguntando o que foi que deu errado. Todas estas questões serão profundamente analisadas a diante para que você tenha todo um embasamento ideológico para compreender o processo de planejamento e gerenciamento de vida como um processo complexo, integrado e interdependente e não como um conjunto de técnicas isoladas de efeito imediato, porém inúteis a longo prazo. O que você encontrará aqui então, transcende a simples transmissão de técnicas de gerenciamento do tempo e planejamento de vida. A determinação de um foco, o autoconhecimento, a eliminação de hábitos negativos e aperfeiçoamento de qualidades como autodisciplina e organização são também abordadas para que o seu processo de planejamento de vida não seja somente um maço de papéis esquecido em alguma gaveta. 15

Franciane Ulaf Reflexão AUTOPERCEPÇÃO Esse exercício tem o objetivo de identificar o nível de autoconhecimento prévio ao início do processo de auto-estudo. As respostas à estas perguntas serão utilizadas em outros exercícios posteriormente. Muitas vezes nem paramos para pensar em questões como estas e não percebemos influências negativas provenientes de nosso próprio comportamento. O mais importante neste exercício é o autoquestionamento, é forçar-se a pensar nestas questões, por mais difícil que seja. 1. Quem sou eu? (Qual a imagem que você faz de si mesmo? Imagine-se como outra pessoa descrevendo você. Que características ela salientaria, como o descreveria como pessoa, profissional, membro de uma família, etc.) 2. Como eu acho que os outros me vêem? (essa pergunta é importante para identificar características como arrogância, insegurança, humildade, etc. Provavelmente as outras pessoas não o enxergam como você imagina!) 3. Quais são meus pontos fortes? 4. Quais são meus pontos fracos? 5. Sou o que gostaria de ser? Se não, consigo identificar o porquê? 6. Quais são meus maiores medos? 7. Quais são os valores que norteiam a minha vida? 8. Qual o meu nível de receptividade à mudanças? (Sou uma pessoa aberta à mudanças ou procuro deixar as coisas sempre do jeito que estão, pois me sinto mais seguro?) 9. Como é minha relação com minha família? 16

Planejamento Estratégico Pessoal 10. Como é minha relação com a sociedade? (sou uma pessoa aberta, sociável, ou tímida, retraída? Evito ou procuro o contato com as pessoas?) 11. Qual o meu nível de satisfação profissional? (gosto do que faço, ou trabalho só pela necessidade do dinheiro? O trabalho que tenho me satisfaz totalmente?) 12. Qual o meu nível de satisfação financeira? (ganho o que gostaria ou imaginava ganhar nesta etapa da vida, ou minha situação financeira é sempre fruto de insatisfação e preocupação?) 13. Qual o meu nível de satisfação pessoal? (minhas experiências, meus contatos, minhas conquistas são satisfatórias?) 14. O que constitui um desafio para mim? (o que é um desafio difere de pessoa para pessoa, o que eu encaro como desafio? Procuro ou evito desafios em minha vida?) 15. Quais são meus objetivos de vida? (objetivos gerais de longo prazo) 16. Quais são as qualidades que mais admiro em outras pessoas? Quem são as pessoas que mais admiro e por quê? 17. Quais são os defeitos que mais abomino em outras pessoas? Quais são as pessoas que não gosto e por quê? 18. Se dinheiro e tempo não fossem problemas para você, o que faria em sua vida? 17

Franciane Ulaf UM BALANÇO PRÉVIO DE SUA VIDA 1. Como está sua vida, suas realizações neste momento atual? 2. Quais são os valores que estão balizando a sua vida neste momento? 3. Qual foi a última ação significativa que você teve? 4. Quais foram os grandes desafios que você superou em sua vida? 5. Que características pessoais foram alavancadas para esse sucesso? 6. Que características, habilidades e qualidades você gostaria de preservar por toda a vida? 7. Que características você precisa abandonar? 8. Quais são seus objetivos para os próximos 3 anos? 9. Que fatores impulsionam a realização desses objetivos? 10. Que fatores restringem a concretização desses objetivos? 11. Como você pode reduzir a força desses fatores restritivos? 12. Qual o objetivo mais significativo para você nesse momento? 13. Qual o primeiro passo que você deve dar em direção à ele? 14. "Nós somos o resultado de nossas escolhas" ; O que você fez no seu passado para ser o que é hoje? Você é hoje o que imaginava que seria no passado? 15. O que você está fazendo hoje para ter o futuro que deseja para você? 18

PARTE I O que é Planejamento Estratégico Pessoal Quais os fatores que dificultam e quais os que facilitam o sucesso de um planejamento Quais os primeiros passos As mudanças interiores necessárias

Franciane Ulaf 1 PEP O que é PEP? O PEP, abreviação para Planejamento Estratégico Pessoal, apresenta-se como um conjunto de técnicas, conceitos e ferramentas que visa dinamizar a auto-organização, a administração do tempo e a busca da realização de objetivos pessoais e profissionais, através do autoconhecimento e desenvolvimento pessoal e planejamento. Planejar a vida estrategicamente não envolve somente a criação de estratégias para a realização de metas específicas. A simples aplicação de técnicas isoladas, desvinculadas de um processo de autoconhecimento, ou com um fim específico, tem se demonstrado ineficaz. As mais recentes pesquisas na área de comportamento humano concluíram que o processo de desenvolvimento não ocorre isoladamente, mesmo de uma habilidade específica. É preciso prestar atenção no todo para que a pequena parte em questão se desenvolva adequadamente. O simples fato de se estar mudando uma pequena parte em si mesmo já afeta o todo de alguma forma. É o equilíbrio natural da vida, se dermos atenção demais a uma determinada parte em detrimento das outras, o desequilíbrio se fará notar em algum ponto. A técnica PEP foi desenvolvida com base em observação e questionamento quanto à alguns fatos: A maior parte do material disponível para auxiliar pessoas a administrarem melhor o seu tempo, planejarem suas vidas, obterem maior produtividade ou organizarem-se melhor, quando suas 20

Planejamento Estratégico Pessoal técnicas funcionam, quebram a pessoa em partes, ou seja, o trabalho é muito bem administrado, mas as outras dimensões de sua vida são deixadas de lado. Ou olham para a vida como departametada e organizam a agenda para conseguir atender as demandas de cada uma das partes para que se consiga um equilíbrio, que na verdade acaba sendo uma forma de conseguir um tempinho na agenda para a família, para o lazer, para a saúde, sem se descuidar do trabalho. Assim, tem-se a sensação de ser uma pessoa preparada para o mercado do 3º milênio, uma pessoa que consegue administrar carreira, família e lazer com equilíbrio. Observando estas pessoas que se intitulam bem-sucedidas e atualizadas, pude perceber que na verdade, o que elas conseguiram foi atingir um alto grau de automação pessoal, conseguem realizar várias atividades, delegam com sucesso, muitas trabalham bem em equipe, realizam alguma atividade física, possuem uma família equilibrada e conseguem dar alguma atenção à ela. Ou seja, conseguem ser perfeitos robôs, fazendo tudo o que é defendido em artigos e livros como qualidades e comportamentos desejáveis em um bom profissional. Aparentemente representam o ideal de profissional a ser seguido, mas no fundo não se sentem felizes, o tipo de vida que levam não representa qualidade de vida em si. Muitos profissionais que se enquadram neste perfil relatam que possuem tudo o que uma pessoa pode querer, um bom emprego, uma família equilibrada, saúde e conseguem dar conta de tudo, ou seja, são vistos como bem sucedidos, como exemplos. No entanto, dizem que apesar de tudo sentem um vazio muito grande, não sentem-se motivados como gostariam. A sensação é de que algo está faltando em suas vidas. A motivação, apesar de estar sendo pesquisada há muito tempo, ainda representa um mistério. A maioria das pessoas não consegue permanecer motivada por um longo tempo e acabam procurando-na 21

Franciane Ulaf nos lugares errados. Valores distorcidos podem fazer a pessoa acreditar que o que a motiva é algo que somente a faz fugir de uma realidade da qual ela não gosta, por exemplo. Empresas investem pesado em programas motivacionais onde palestrantes animados tentam transmitir seus motivos aos funcionários e fazê-los ver a vida como eles vêem de forma a tornarem-nos motivados. O resultado é alguns dias de motivação intensa e depois tudo volta ao normal. Há pessoas que insistem em definir as próprias regras de vida e às vezes, mesmo sob fracassos seguidos, não percebem que o jogo da vida possui suas próprias regras e que estas não podem ser mudadas para satisfazer vontades egoístas. Estes são os fatos. A técnica PEP então propõe que: Não adianta organizar-se, administrar muito bem o tempo para realizar atividades diárias, rotineiras, sem conexão com algo maior, pois desta forma a pessoa sente-se desmotivada. A motivação surge justamente quando as atividades realizadas no dia-a-dia têm um porquê, um significado, estão interligadas com objetivos de médio e longo prazo. Para saber o que o motiva, você deve conhecer-se bem e eliminar as influências externas e valores distorcidos. Os valores adotados devem passar por um processo de questionamento visando buscar qualquer incompatibilidade com as leis naturais da vida - não adianta querer criar suas próprias leis, se plantar no inverno, suas sementes morrerão de qualquer jeito. A natureza nos ensina que tudo na vida é interdependente e segue leis que estão fora do nosso limite de controle. Não é possível ser totalmente independente, vivendo sob regras próprias, quem insiste 22

Planejamento Estratégico Pessoal acaba sentindo na prática que a força da natureza é mais forte que a vontade individual. Por que você deveria planejar a sua vida? Algumas pessoas apresentam uma certa resistência quando o assunto é planejamento de vida. Dizem que isso não dá certo, que suas vidas estão nas mãos de Deus, que não podem controlar o destino, etc... Planejar a vida não significa controlar cada passo e viver como um robozinho autoprogramado. Planejar significa saber onde se está, onde se quer ir e como chegar lá. Não são poucas as pessoas que passam a vida reclamando que nunca conseguem o que querem, que seus sonhos nunca se realizam. São estas mesmas pessoas que adotam uma postura reativa com relação à vida. Esperam que as soluções para seus problemas caiam do céu, reclamam da vida e do destino, não raro pedem para terceiros sejam santos, parentes, amigos, políticos resolverem seus problemas e cruzam os braços. Nada fazem por si mesmas, não tomam atitude alguma para saírem da situação da qual reclamam tanto, mas que elas próprias criaram. Nós somos a soma de nossas escolhas. Se o resultado não nos agrada, devemos nos questionar e descobrir quais foram as ações do passado que trouxeram esse resultado indesejado, e não reclamar e colocar a culpa em terceiros ou na má sorte, no destino ou na vontade de Deus. 23

Franciane Ulaf Eis alguns motivos pelas quais você deveria levar à sério a idéia de planejamento de vida: Preparação Nem tudo na vida pode ser feito de uma hora para outra, a maioria das metas a que nos propomos realizar requerem um tempo de preparação até que possam ser realizadas. A construção de uma casa, a compra de um bem, uma viagem longa, grandes mudanças, são alguns exemplos bem comuns da necessidade de planejamento. O navegador Amyr Klink passa anos planejando suas viagens. Podemos encarar nossas metas como uma viagem. Não é possível decidir de um dia para o outro partir sem antes planejar. Há metas que exigem dedicação durante anos para que ao final possa ser concretizada. A não realização de muitos sonhos se deve ao fato de que as pessoas têm seus objetivos em mente, mas não se preparam para eles, não tomam atitudes no presente para que no futuro possam realizar seus sonhos. Para que um jovem consiga passar no vestibular, é preciso meses de dedicação, onde a cada dia há algo a ser feito para que a meta de passar seja alcançada, não é possível estudar tudo de um dia para o outro. Também com nossos objetivos, devemos saber o que fazer a cada dia ou mês para que no final do prazo estabelecido possamos ver os sonhos realizados. Empregabilidade Os empregos estão acabando, e isso não é novidade. Desde o início dos anos 80, quando a informática e a robótica começaram a tomar o lugar das pessoas nas empresas, fala-se em empregabilidade. No início dos anos 90, as enxurradas de demissões tiveram ainda outro motivo, 24