Angola: Potencialidades

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Transcrição:

Angola: Potencialidades Regionais e Internacionais Sebastião Martins 21 de Abril de 2015

Índice 1. A República de Angola em Contexto 2. As Potencialidades Domésticas da República de Angola 2.1. Económicas 2.2. Políticas 3. As Potencialidades Regionais e Internacionais da República de Angola 4. Considerações Finais 2

1. A República de Angola em Contexto 3

1. A República de Angola em Contexto O eco mediático tem vindo a expandir os acontecimentos derivados da crise petrolífera desde de Junho de 2014; Este cenário provocou, na economia angolana, uma redefinição das prioridades da despesa pública para assegurar a sustentabilidade da Agenda de Desenvolvimento; O Orçamento Geral do Estado (OGE) revisto prevê: Descida de 35,7% do total das receitas; Corte de mais de 25% da despesa face a 2014. 4

1. A República de Angola em Contexto O sector petrolífero ainda se mantém no epicentro da economia angolana; A realidade empresarial angolana é, ainda, caracterizada por empresas de dimensões reduzidas; Os bancos comerciais tem privilegiado a concessão de crédito aos sectores dos serviços e da construção, em desprestígio do sector industrial; A falta de quadros qualificados com formação superior vem, também, dificultar a concretização diversificação económica. 5

O Que Tem Sido Feito Percepção Mediática 1. A República de Angola em Contexto Uma República de Angola sem futuro, refém de uma crise petrolífera, sem um plano de acção estratégico e amarrada a uma voz sem eco na esfera de poder. Acções no âmbito da Estratégia: Médio prazo: Plano Nacional do Desenvolvimento 2013-2017; Longo prazo: Plano Angola 2025. 6

2. As Potencialidades Domésticas da República de Angola 7

2.1. As Potencialidades Domésticas da República de Angola: Económicas Apesar da actual descida do preço do barril de petróleo se assemelhar à situação verificada entre 2008 e 2009, a República de Angola encontra-se agora, com a criação do Fundo Soberano de Angola, com uma inflação menor e com uma redução de subsídios aos combustíveis. Subsídios aos Combustíveis Inflação 8

2.1. As Potencialidades Domésticas da República de Angola: Económicas Evolução da Inflação: Variação Anual do IPC, em Percentagem Fonte: Banco Nacional de Angola 9

2.1. As Potencialidades Domésticas da República de Angola: Económicas O Executivo tem lançado programas de concessão de crédito para apoiar os empresários a consolidar e a internacionalizar as suas empresas. Exemplo disso é o programa Angola Investe que só em 2014 concedeu 64 mil milhões de Kwanzas em crédito e que, em conjugação com o programa «Feito em Angola», conta com 63 empresas aderentes e 494 produtos abrangidos. 10

2.1. As Potencialidades Domésticas da República de Angola: Económicas A criação de organizações como a Comunidade de Empresas Exportadoras e Internacionalizadas de Angola (CEEIA), a Associação Empresarial de Luanda (AEL) e o Instituto Angolano das Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) tem ajudado a diversificar a economia angolana, sendo a cooperação empresarial um importante factor adicional para as políticas económicas estabelecidas. 11

2.1. As Potencialidades Domésticas da República de Angola: Económicas A política monetária adoptada tem procurado a credibilização da moeda e a estabilização das finanças públicas, razão pela qual foi criada uma Unidade de Gestão da Dívida Pública. Neste sentido, e de forma a promover a reestruturação do sistema financeiro, foram impostas medidas que obrigam a que os pagamentos do sector petrolífero sejam feitos em Kwanzas. 12

2.1. As Potencialidades Domésticas da República de Angola: Económicas O arranque da Bolsa de Valores (BODIVA), em 19 de Dezembro de 2014, pode ser o factor adicional de promoção à diversificação económica que o Executivo tanto procura. 13

2.2. As Potencialidades Domésticas da República de Angola: Políticas As Eleições de 2012: Foram as primeiras eleições legislativas gerais; Realizadas a 31 de Agosto de 2012; Constituíram-se num marco importante para a consolidação das instituições existentes; Validadas pelo Tribunal Constitucional e por observadores da UA e da SADC. No que respeita à segurança nacional: a República de Angola, entre 2007 e 2013, melhorou a sua classificação no Índice Ibrahim de Governação Africana em 8.7 pontos percentuais. Relativamente aos objectivos do Milénio, programa iniciado em 2000 e com término no presente ano, a República de Angola já cumpriu quatro, de um total de oito, destes objectivos, tendo os restantes evoluído a bom ritmo. 14

2.2. As Potencialidades Domésticas da República de Angola: Políticas República de Angola: Estágio Actual (2012), Meta Estabelecida e Diferença até 2015 Fonte: CPLP, Metas de Desenvolvimento do Milénio 15

2.2. As Potencialidades Domésticas da República de Angola: Políticas Do ponto de vista do colectivo, as despesas respeitantes ao Sector Social e aos Serviços Públicos Gerais perfazem 47,8% da Despesa Total proposta para o ano de 2015, enquanto as restantes despesas totalizam 52,2%. Composição Funcional da Despesa do OGE 2015 Fonte: Ministério das Finanças 16

3. As Potencialidades Regionais e Internacionais da República de Angola 17

3. As Potencialidades Regionais e Internacionais da República de Angola Terá a República de Angola um lugar promissor no domínio transnacional? A política externa da República de Angola actua em várias linhas estratégicas e esta multiplicidade de frentes de acção faz com que seja apelidada de política multivectorial. CEEAC (Comunidade Económica dos Estados da África Central): É a maior potência militar desta região. Comparando as FA (Forças Armadas) dos países que pertencem à CEEAC nos três principais eixos terrestre, aéreo e naval confirma-se a superioridade hegemónica das FAA (Forçadas Armadas Angolanas); A capacidade económica da República de Angola. Exceptuando a África do Sul, os demais países não tangem sequer a linha dos 100.000 mil milhões de dólares. A República de Angola, por sua vez, sobrepõe essa linha, situando-se muito além dos restantes países também quanto aos níveis de despesa pública. 18

3. As Potencialidades Regionais e Internacionais da República de Angola 450,00 Países da SADC Produto Interno Bruto, Preços Correntes 2012-2019 Mil Milhões de USD 400,00 350,00 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 50,00 0,00 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 África do Sul Angola Botswana Lesoto Madagáscar Malawi Maurícias Moçambique Namíbia República Dem. do Congo Seicheles Suazilândia Tanzânia Zâmbia Zimbábue Fonte: Economist Intelligence Unit 19

3. As Potencialidades Regionais e Internacionais da República de Angola Países da SADC Despesa Pública, Preços Correntes 2012-2019 Mil Milhões de USD 160,00 140,00 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 África do Sul Angola Botswana Lesoto Madagáscar Malawi Maurícias Moçambique Namíbia República Democrática do Congo Seicheles Suazilândia Tanzânia Zâmbia Zimbábue Fonte: Economist Intelligence Unit 20

3. As Potencialidades Regionais e Internacionais da República de Angola CGG (Comissão do Golfo da Guiné): Estima-se que o fornecimento de petróleo africano aos Estados Unidos, aumente de 15% para níveis entre os 25% e os 35%. A República de Angola e a Nigéria encontram-se numa posição privilegiada, sendo os principais países que poderão satisfazer estas necessidades energéticas futuras; Do ponto de vista estratégico-militar, a República de Angola ostenta atributos geográficos ímpares: podendo chegar a constituir-se enquanto um «porta-aviões» fixo. ONU (Organização das Nações Unidas): A relevância da sua eleição é encarada pela oportunidade que os problemas africanos poderão ter ao surgirem no debate do centro de poder mundial o Ocidente. A República de Angola pode constituir-se no representante da voz africana. 21

3. As Potencialidades Regionais e Internacionais da República de Angola Destaca-se ainda a posição da República de Angola: Como um palco promotor da intensificação de relações diplomáticas da região com outros centros de poder mundiais; Na estabilização dos conflitos étnico-religiosos presenciados em diferentes regiões do continente africano. Recentemente, o país confronta-se com o desafio da estabilidade na República Democrática do Congo; Na manutenção da ordem e da paz pública na Guiné-Bissau, através de uma missão técnico-militar denominada por MISSANG; Na Presidência da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), contribuindo para o cumprimento do plano de acção estratégico estabelecido para o período 2014/2018. 22

4. Considerações Finais 23

4. Considerações Finais O impacto que a descida do preço do crude nos mercados internacionais tem na economia angolana passará, a médio/longo prazo, por uma diminuição das receitas públicas, tendo como consequências a diminuição da despesa e um eventual aumento da dívida e do défice orçamental do Estado. Estes efeitos podem ser atenuados pela República de Angola através da continuação quer da diversificação da economia angolana, quer da promoção da sua posição estratégica a nível regional. Os seguintes fenómenos podem dar um impulso ao sector petrolífero: As descobertas nas águas profundas da Bacia do Kwanza; A entrada em funcionamento da unidade de gás natural liquefeito; O Interesse pela exploração das camadas de pré-sal. 24

4. Considerações Finais Deve-se, portanto, equacionar as seguintes questões: 1. «Irá Angola conseguir posicionar-se como um grande actor regional e, quiçá, internacional?» A República de Angola já é uma potência regional e internacional de elevada relevância. É um player estratégico a considerar na esfera internacional, constituindo-se enquanto palco de relações diplomáticas bilaterais e multilaterais relevantes. 2. «A grande dependência económica relativamente ao petróleo irá pôr em causa esses objectivos?» A diminuição do preço do crude afectará com mais ímpeto a posição deste país na África Austral; por uma presença primordialmente marcada pelo domínio económico. Contudo, o Governo angolano tem mostrado que uma das linhas primordiais da política nacional angolana é a política externa. Em suma, verifica-se um conjunto diversificado de potencialidades económicas e políticas em três contextos geográficos distintos: nacional, regional e internacional. 25

Obrigado Sebastião Martins 26