A INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TEA NA ESCOLA SOB O OLHAR DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO Cibelly Aliny Siqueira Lima Freitas Antonia Bruna Ferreira Braga Emerson Alex Lino Dias Letícia Amélia Gonçalves Bastos William Maax Tavares Bezerra Zélia Maria Azevedo Magalhães Maria Lucicleide Lima Secretaria de Educação de Sobral-Ceará Eixo Temático: 2) Avaliação pedagógica e escolar na perspectiva inclusiva Palavras-chave: Transtorno do Espectro do Autismo; crianças; educação inclusiva 1. Introdução A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDBEN (Lei 9394 de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para portadores de necess (art. 58 3º). Desse modo, na inclusão educacional a formação dos professores é algo estabelecido no art. 59 da LDBEN que prevê, em suas normas para o funcionamento do sistema de ensino, que todas as escolas tenham as condições suficientes para elaborar seu
projeto pedagógico e possam contar com professores capacitados e especializados. (SANTOS, 2007). O Estado assegura educação inclusiva para os sujeitos com necessidades especiais, contudo, muitos professores não possuem capacitação para trabalhar com crianças deficientes especiais, desse modo, uma grande maioria desses profissionais não esta preparada para o trabalho em instituições de educação inclusiva. Além disso, na realidade do ensino público brasileiro, muitos professores trabalham com um número superior de alunos em sala de aula, isso reflete diretamente na atenção ofertada para o aluno portador de deficiência, uma vez que, este representa uma minoria em sala de aula, o que torna essa tarefa difícil, ademais, os professores não especializados têm pouco conhecimento em como agir a determinadas situações específicas relacionadas a seus alunos portadores de deficiências. Nesse contexto, se insere o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Segundo a CID-10, o TEA é classificado como, "Um transtorno invasivo do desenvolvimento, definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometimento que se manifesta antes da idade de três anos e pelo tipo característico de funcionamento anormal em todas as três áreas: de interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo." (CID-10, 2011) As crianças que possuem TEA necessitam de um ambiente para inseri-las, considerando suas necessidades. As dificuldades vivenciadas por estas crianças são inúmeras, no entanto as mais relevantes estão relacionadas ao seu comportamento, a sua comunicação e a sua socialização, alterações estas que devem ser melhoradas a fim de ajudar em seu desenvolvimento. A intervenção deve ser a mais intensiva e precoce possível, realizada por equipe multidisciplinar que inclua psiquiatra da infância e adolescência, psicólogo, neurologista, pediatra, professor, psicopedagogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e enfermeiro, dentre outros. Todo esse processo de acompanhamento deve ocorrer dentro de uma perspectiva interdisciplinar juntamente com os professores para que o processo ensino-aprendizagem seja eficaz. 2. Objetivo Analisar as dificuldades enfrentadas pelos professores de uma escola da rede pública de Sobral, sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
3. Métodos O presente trabalho trata-se de um ensaio de caráter descritivo, com abordagem qualitativa. Gil (2012) ressalta que as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Os sujeitos do estudo foram 25 professores do ensino infantil e fundamental que trabalham em uma escola da rede pública de Sobral CE. A coleta de dados deu-se através de questionário e entrevista semi - estruturada com professores da rede pública de ensino, no período de agosto a dezembro/2015. Foram explicados os objetivos da pesquisa e da necessidade do consentimento e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pautado na Resolução 466/12. 4. Resultados Exploramos a experiência junto a professores do ensino infantil de uma escola da rede pública de Sobral-CE, frente aos desafios do processo de ensino-aprendizagem e cuidado às crianças. Para tanto, organizamos os resultados em duas perspectivas: (1) professores do ensino infantil o universo do transtorno do espectro autista; (2) dificuldades enfrentadas pelos professores na inclusão escolar de crianças com TEA. Dentre os 25 professores presentes, 3 são formados em psicopedagogia e afirmaram está cientes dos sinais de dificuldade de interação social e na comunicação, o que influencia em seu desenvolvimento da linguagem, bem como: o estado emocional da criança em volto de possíveis problemas sociais familiares, em casos de punições por meio da violência domestica e na falta do uso das medicações psicotrópicas que ajudariam o aluno em seu estado de concentração e acompanhamento nas matérias escolares. No entanto, 10 professores
desenvolvimento de seu aprendizado, pois se consideram com falta de conhecimento para intervir na formação do aluno com TEA. Entretanto, 12 professores assumiram não ser capaz o suficiente para realizar essa identificação, e que independente de perceberem os sinais de dificuldade, não se consideram hábeis para realizar um parecer e/ou uma intervenção no processo de desenvolvimento da linguagem ou outras situações. É notável as dificuldades dos professores quanto a sua percepção, ou visão sobre seus alunos com TEA, pois esses professores passam por dificuldades em explicar, de forma, a facilitar o aprendizado de todos os alunos, observar a interação social, comunicação e desenvolvimento do aprendizado. Para isso, sentem-se abandonados e leigos para tratarem de um assunto que, com o passar dos anos, tem se tornado cotidiano. Esses professores sentem a necessidade de mais conhecimento e informação quanto ao assunto, e é evidente que são poucos os que buscam especializar-se no assunto ou buscar entender os fatores desencadeantes e como intervir em meio às variadas situações. Para isso, percebe-se a necessidade de cuidadores que tenham uma formação capaz de intervir por meio de metodologias que se estendem para além da sala de aula. 5. Discussões Considerando o foco do estudo que é a criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a atenção que é dada a mesma no ensino regular público, primeiro precisamos nos ater a entender onde estão as alterações intelectuais que devem ser trabalhadas. Segundo o Manual de Diagnósticos e Estatísticos das Perturbações Mentais, publicado no ano de 1994, descreveu-se o autismo como uma alteração no trio: interação social, comunicação e comportamento repetitivo (DEPM IV, 2014). Visto isso o ensino direcionado a esses indivíduos deve ser diferenciado e desenvolvido com o intuito de prospera todo o seu potencial. O Art. 53 da Lei n 8.069 de 13 de Julho de 1990, diz que a criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhe: I igualdade de condições para o acesso e permanência na escola(...) (CONSTITUIÇÃO Brasileira,1994). No entanto hoje o ensino regular volta suas propostas curriculares as crianças sem nenhum um tipo de necessidade especial, tendo certa dificuldade em receber e trabalhar com as que tem algum tipo de deficiência intelectual, ferindo assim um dos princípios básicos dos direitos humanos.
Para que haja um aprendizado satisfatório, faz-se necessário propostas curriculares no ensino regular não só destinadas as crianças e adolescente com TEA, mas com qualquer tipo de necessidade que precise de uma atenção especializada, voltando-se também a capacitação dos profissionais para que saibam entender, lidar e auxiliar esse individuo, garantindo assim a inclusão do mesmo na escola e seu convívio social, ajudando os mesmos a conviverem com as suas limitações e superá-las.. 6 Conclusões O trabalho com os professores da escola pública de Sobral, nos fez refletir sobre a demanda e o aumento de novas matriculas de alunos com alguma deficiência na educação do nosso País. A cada ano esse número vem aumentando e consequentemente as escolas têm que estarem cada vez mais preparadas para receberem essa demanda anualmente crescente, tanto em estrutura como em material humano para a educação de qualidade e inclusiva dessas crianças com deficiências especiais. Principalmente para os alunos com TEA. A avaliação dos professores revelou que, a uma carência em especialidades e conhecimento no assunto trabalhado. Assim também estes educadores enfrentam dificuldades com os familiares de seus alunos portadores TEA. Isso afirma que políticas de capacitação e especialização no assunto devem ser não só inseridas no sistema educacional e de saúde assim como trabalhadas ativamente em cada setor que tenham em suas atribuições a devem de inclusão de portadores de transtornos especiais, em nosso caso trabalhado, o TEA. 6 Referências MINISTÉRIO incorpora primeiro medicamento para autismo. Brasília DF: Portal da Saúde, 16 set. 2014. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/14590- ministerio-incorpora-primeiro-medicamento-para-autismo>. Acesso em 21 abr. 2015. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria Geral. Centro Nacional de Educação Especial. Plano Nacional de Educação Especial 1977/1979. Brasília: MEC; CENESP, 1977. CORREIA, L. M. Inclusão e necessidades educativas especiais: um guia para educadores e professores. 2. ed. Porto: Porto Editora, 2008.