Diálogo CBIC-TCU. Secretaria de Fiscalização de Obras Aeroportuárias e de Edificação

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Transcrição:

Diálogo CBIC-TCU Secretaria de Fiscalização de Obras Aeroportuárias e de Edificação Goiânia Novembro de 2013

QUESTÃO 1 - Resumo Pergunta: A fiscalização do TCU não deveria restringir-se a auditar os certames licitatórios e a verificar se o objeto contratado foi ou está sendo executado dentro dos padrões de qualidade, de prazo e de preço pactuados inicialmente entre as partes?

QUESTÃO 1 - Resumo Tópicos levantados pela CBIC na Questão 1: - Projeto básico inadequado e/ou incompleto apresentado pelo contratante. - SINAPI e SICRO como limites do orçamento de referência. - SINAPI e SICRO não representam a realidade dos preços e composições. - Custo da mão de obra não representa a realidade de mercado. - determinações do TCU que afetam o contrato como ato jurídico perfeito (verificação pelo Tribunal dos equipamentos, dos preços de aquisição de insumos e das distâncias de transporte)

Resposta à Questão 1 Projetos Básicos Deficientes Os projetos básicos deficientes são a principal irregularidade observada pelo TCU nas auditorias de obras públicas ao longo dos ano. Em 2012, 49% das obras fiscalizadas pelo TCU foram licitadas a partir de projetos básicos deficientes.

Resposta à Questão 1 Projetos Básicos Deficientes Conclusão: - o TCU sempre atuou e continua atuando com força para prevenir e corrigir essa irregularidade que está na raiz de vários outros problemas em obras públicas (como a baixa qualidade de execução, os custos elevados, os aditivos imprevistos e os prazos inadequados)

Resposta à Questão 1 Projetos Básicos Deficientes Fundamento legal: Art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/1993. Elementos do Projeto Básico: a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem; c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

Resposta à Questão 1 Projetos Básicos Deficientes Jurisprudência do TCU: Projetos Básicos deficientes podem provocar anulação da licitação. AC 353/2007 Plenário (voto condutor): Além disso, é bom lembrar que, nos exatos termos do art. 7º, 6º, da Lei 8.666/1993, são nulos de pleno direito os atos e contratos derivados de licitações baseadas em projeto incompleto, defeituoso ou obsoleto, devendo tal fato ensejar não a alteração do contrato visando à correção das imperfeições, mas sua anulação para realização de nova licitação, bem como a responsabilização do gestor faltoso.

Resposta à Questão 1 Projetos Básicos Deficientes SÚMULA Nº 261/2010 - TCU Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a elaboração de projeto básico adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovado com todos os elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666/93, constituindo prática ilegal a revisão de projeto básico ou a elaboração de projeto executivo que transfigurem o objeto originalmente contratado em outro de natureza e propósito diversos.

Resposta à Questão 1 Uso do Sinapi e Sicro Legislação que regulamenta a parte de orçamento de obras e serviços de engenharia: - Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO s) - Lei 8.666/1993 - Lei 12.462/2011 (RDC) - Decreto 7.983/2013 (recepcionou muitos dos ditames da LDO)

Resposta à Questão 1 Uso do Sinapi e Sicro Sicro e Sinapi como limites dos orçamentos LDO 2013 Lei 12.708/2012 Estabelece referências de preços para obras e serviços de engenharia. Art. 102. O custo global das obras e dos serviços de engenharia contratados e executados com recursos dos orçamentos da União será obtido a partir de composições de custos unitários, previstas no projeto, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no... SINAPI..., e, no caso de obras e serviços rodoviários, à tabela do... SICRO, excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou que não possam ser considerados como de construção civil.

Resposta à Questão 1 Uso do Sinapi e Sicro Decreto 7.983/2013 Custos de obras e serviços de engenharia. Art. 3 o O custo global de referência de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços e obras de infraestrutura de transporte, será obtido a partir das composições dos custos unitários previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes nos custos unitários de referência do... Sinapi,.. (...) Art. 4 o O custo global de referência dos serviços e obras de infraestrutura de transportes será obtido a partir das composições dos custos unitários previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais aos seus correspondentes nos custos unitários de referência do Sicro,...

Resposta à Questão 1 Uso do Sinapi e Sicro LDO 2013 e Decreto 7.983/2013 - Previsão de utilização de dados contidos em tabela de referência aprovada por órgãos da administração pública federal, em publicações técnicas especializadas, em sistema específico instituído para o setor ou em pesquisa de mercado. (Art.102, 2o da LDO 2013 e art. 8º do Decreto 7.983/2013, com pequenos ajustes) - Na elaboração dos orçamentos-base, os órgãos e entidades da administração pública federal poderão considerar especificidades locais ou de projetos na elaboração das respectivas composições de custos unitários, desde que demonstrada, em relatório técnico elaborado por profissional habilitado, a pertinência dos ajustes para obras ou serviços de engenharia a ser orçada. (Art.102, 2 o e art. 8º do Decreto 7.983/2013, com pequenos ajustes)

Resposta à Questão 1 Uso do Sinapi e Sicro Conclusões: - Os custos presentes no Sinapi e no Sicro são valores a serem utilizados pelos gestores de obras públicas, consoante legislação em vigor. - Nos termos da LDO, as composições referenciais podem (e devem) ser ajustadas para espelhar a realidade executiva da obra. - O gestor, ao identificar a necessidade de promover ajustes nos preços referenciais, deve justificar tal fato em seu orçamento, ainda na fase interna da licitação. * Ou seja, o uso do Sinapi e do Sicro tem fundamento legal, bem como se permite que especificidades locais ou de projetos possam ser consideradas desde que justificadas ou fundamentadas pelo gestor.

Resposta à Questão 1 Adequações nos preços Adequação dos preços do Sinapi e Sicro - Em 2012 foi realizada uma auditoria no IBGE para avaliar os procedimentos de coleta de preços de insumos e o tratamento desses dados para a elaboração das tabelas do Sinapi, bem como comparar os valores obtidos com os praticados no mercado. - Acórdão 56/2013 TCU Plenário: - O comparativo entre os preços coletados diretamente junto aos fornecedores do mercado local em Brasília e os valores referenciados no sistema Sinapi demonstrou que aqueles se encontram, em média, 13,78% mais baixos. Para quarenta dos 58 itens pesquisados, obtiveram-se preços abaixo da mediana do Sinapi, 68,97% do total. Para outros dezessete, obtiveram-se preços acima, e para um insumo obteve-se preço igual. (Trecho retirado do Relatório do Acordão).

Resposta à Questão 1 Adequações nos preços Adequação dos preços do Sinapi e Sicro -... o tema da aderência dos preços do Sinapi aos valores de mercado já foi abordado em ocasiões anteriores. Primeiro, pelo Departamento de Polícia Federal, a partir de estudo realizado e amplamente divulgado sobre os preços inflados do Sinapi, e que inclusive gerou a publicação, na revista Veja de 08/06/2011, de reportagem de capa sobre o superfaturamento de obras públicas. (Trecho retirado do Relatório do Acórdão 56/2013- Plenário). - Oitiva do IBGE para se manifestar sobre: discrepâncias mais significativas observadas entre os valores da mediana de insumos do Sinapi e aqueles efetivamente praticados no mercado,... manifestando-se especialmente sobre os insumos que apresentaram discrepâncias superiores a 30%, a maior ou a menor, entre a mediana do Sinapi e os preços pesquisados pela equipe de auditoria. (Trecho do Acórdão 56/2013 Plenário)

Resposta à Questão 1 Adequações nos preços Conclusão: - A auditoria do TCU apontou que os preços de mercado dos insumos estão, em média, 13,78% abaixo dos preços do Sinapi, o que permite dizer que os preços do Sinapi não estão defasados em relação ao mercado. - Vários efeitos estudados na auditoria podem estar contribuindo para a defasagem observada: - efeito cotação, efeito barganha, efeito escala, efeito marca, efeito administração pública, efeito embalagem, efeito correlação, efeito imputação.

Resposta à Questão 1 Adequações nas composições Adequação das composições do Sinapi e Sicro - No Sinapi, a Caixa é responsável pela base de engenharia e pela definição das composições de custos unitários. No Sicro, a responsabilidade é do Dnit. - Já existe um contrato para aferição das composições do Sinapi atualmente em andamento firmado pela Caixa, que pretende aferir em campo as composições dos serviços já existentes e de outros novos serviços. - Para o Sicro, encontra-se em processo de elaboração o novo sistema que irá substituir o antigo com novidades em matéria de composições.

Resposta à Questão 1 Adequações nas composições Conclusão: - Os órgãos responsáveis pela gestão dos dois sistemas (Caixa e Dnit) estão trabalhando para o seu aperfeiçoamento e atualização, o que se faz necessário frente à constante mudança nos insumos, produtividades e composições dos serviços de engenharia devido à evolução tecnológica.

Resposta à Questão 1 Custo da mão de obra Custo da mão de obra representa a realidade de mercado - Acórdão 56/2013 TCU Plenário: - Foram comparados preços pesquisados pelo IBGE para a mão de obra com as referência públicas oficiais Relação Anual de Informações Sociais Rais e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados Caged. - Foram encontradas algumas discrepâncias nos custos de algumas categorias de mão de obra. No entanto, de modo geral, o custo da mão de obra permaneceu aderente aos estabelecidos na Rais e no Caged.

Resposta à Questão 1 Custo da mão de obra Conclusão: - Com exceção de alguns casos de categorias profissionais e regiões geográficas, não há discrepâncias significativas em relação às fontes oficiais do governo nos custos das categorias de mão de obra informados no Sinapi.

Resposta à Questão 1 Determinações do TCU Determinações do TCU que afetam o contrato - O TCU analisa sempre o preço global da obra: Preço contratado <= Preço referencial; ou Custo contratado + BDI contratual <= Custo referência + BDI referência - No entanto, se houver uma mudança muito substancial da metodologia executiva, das distâncias de transporte de insumos, como brita ou areia, ou dos preços dos insumos, a ponto de representar uma variação altamente significativa em relação às composições contratadas, não havendo a devida justificativa, pode o Tribunal determinar que elas sejam corrigidas. - Não há nenhuma ilegalidade quando for ganho de produtividade da contratada por seus próprios méritos.

QUESTÃO 2 Pergunta: Como o TCU entende que poderão ser ressarcidos tais ônus, desde que devidamente comprovados? Contextualização da CBIC: É muito comum que obras já com ordem de início de serviços, portanto já em andamento, tenham suas atividades paralisadas (total ou parcialmente) por questões de responsabilidade exclusiva do órgão contratante (falta de desapropriação e relocação necessária; falta de liberações ambientais; falta de liberação ou de desapropriação de jazidas; revisão de projeto; entre outras). Tais paralisações fazem com que toda uma administração, equipamentos e equipes de trabalhadores fiquem sem atividade durante um período, por vezes bem expressivo o que provoca, via de regra, aditivos de prazo nas obras sem o correspondente ressarcimento dos ônus financeiros.

Resposta à Questão 2 Amparo legal para o Ressarcimento de despesas: Art. 79 da Lei 8666/93 (...) 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a: I - devolução de garantia; II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão; III - pagamento do custo da desmobilização. (...) 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.

Resposta à Questão 2 Requisitos para o ressarcimento de despesas decorrentes de paralisações ou atrasos causados pela Administração: - comprovação da realização das despesas - demonstração da existência de fato da administração (ação ou omissão do Poder Público, relacionada ao contrato, que impede ou retarda sua execução) - quebra do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, caracterizado, entre outros fatores, pela alteração das condições inicialmente pactuadas e pela assunção de ônus insuportável à execução contratual por uma das partes. (Acórdão 45/1999- Plenário)

Resposta à Questão 2 O contratado pode requerer a rescisão do contrato Lei 8.666/93 Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: (...) XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública (...) ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; (...) XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

Conclusão: Resposta à Questão 2 - É necessário, portanto, observar as determinações da lei e as cláusulas contratuais para que a contratada seja ressarcida dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido. Na ausência de culpa da contratada, ela tem esse direito assegurado.

QUESTÃO 3 Pergunta: A execução dos contratos de obras e serviços de engenharia, normalmente exige longo prazo para sua execução. Não seria mais oportuno esgotar quaisquer questionamentos no decorrer dos contratos, sem provocar sua interrupção a partir de indícios que poderão não ser comprovados posteriormente?

Resposta à Questão 3 Art. 93, inciso II da LDO/2012. - O TCU encaminhará à CMO, até 70 (setenta) dias após o encaminhamento do projeto de lei orçamentária, a relação atualizada dos contratos, convênios, etapas, parcelas ou subtrechos relativos aos subtítulos nos quais forem identificados indícios de irregularidades graves, classificados na forma disposta no art. 91, 1 o, incisos IV, V e VI,

Qtde de fiscalizações x Dotação Resposta à Questão 3 HISTÓRICO DO FISCOBRAS QUANTIDADE X DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 435 381 35,5 35,6 36,7 38,3 Dotação (R$ em bilhões) 319 25,2 23,3 23,6 26,4 27,5 197 12,9 22,8 20,1 266 271 259 231 219 231 230 200 Quantidade 7,8 153 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Resposta à Questão 3 IG-P CONCEITO DE INDÍCIO DE IRREGULARIDADE GRAVE art. 94, 1, inciso IV da LDO/2011 Atos e fatos materialmente relevantes em relação ao valor total contratado que tenham potencialidade de ocasionar prejuízos ao erário ou a terceiros e que: a) possam ensejar nulidade de procedimento licitatório ou de contrato; ou b) configurem graves desvios relativamente aos princípios constitucionais a que está submetida a administração pública.

Resposta à Questão 3 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS NAATUAL LDO, A PRÉVIA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA É CONDIÇÃO PARA DELIBERAÇÃO DA CMO PELA CONTINUIDADE DO CONTRATO, CONVÊNIO, ETAPA, PARCELA, OU EDITAL COM INDICATIVO DE IG-P APÓS PUBLICAÇÃO DA LOA, BLOQUEIOS E DESBLOQUEIOS DEVEM SER FEITOS POR DECRETO LEGISLATIVO

Resposta à Questão 3 JUSTIFICATIVAS DO GESTOR APRESENTADAS NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS OS TITULARES DOS ÓRGÃOS EXECUTORES OU CONCEDENTES DEVERÃO APRESENTAR ARGUMENTOS AO CONGRESSO NACIONAL PARA IMPEDIR A PARALISAÇÃO DE SUAS RESPECTIVAS OBRAS: IMPACTOS E RISCOS DECORRENTES DO ATRASO NA FRUIÇÃO DA OBRA MOTIVAÇÃO SOCIAL E AMBIENTAL DO EMPREENDIMENTO CUSTO DE DETERIORAÇÃO OU PERDA DESPESAS: PRESERVAÇÃO, MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO MEDIDAS ADOTADAS PARA SANEAMENTO DAS IRREGULARIDADES CUSTO TOTAL E ESTÁGIO DE EXECUÇÃO FÍSICA E FINANCEIRA

Resposta à Questão 3 EXEMPLOS P/ REFLEXÃO: Quais os verdadeiros motivos das paralisações e atrasos na entrega das obras no Brasil Complexo Esportivo Canarinho, Boa Vista/RR Nesse processo específico TC 003.714/2013-6, de relatoria do Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa, foram prolatados os Acórdãos 2.088/2013 e 2.557/2013, ambos do Plenário. Nessa primeira decisão, o TCU determinou a repactuação do Contrato n. 3/2012 de modo que fossem observados os preços unitários máximos calculados pela equipe de auditoria, bem como que fosse efetuada glosa no valor do sobrepreço identificado em relação às obrigações da União no âmbito do Contrato de Repasse n. 3227.0348.435-05/2010. Ademais, determinou à Seinf/RR que fizesse gestões junto à empresa Coema Paisagismo com vistas a obter sua concordância, ou não, com a retenção de valores determinada. Outrossim, foi determinado à Caixa Econômica Federal e ao Ministério dos Esportes que exigissem do Estado de Roraima a revisão e a complementação do projeto executivo do empreendimento. Por fim, restou decidido que os achados de sobrepreço seriam reclassificados de IG-P para IG-R, e o de projeto de IG-P para IG-C.

Resposta à Questão 3 EXEMPLOS P/ REFLEXÃO: Quais os verdadeiros motivos das paralisações e atrasos na entrega das obras no Brasil Vila Olímpica de Parnaíba/PI A recomendação de paralisação, conforme esclarecido pelo Acórdão 2.394/2013- TCU-Plenário, não atingiu a etapa da obra já contratada, uma vez que o porte da obra e as condições de uso, manutenção e operação, seriam mais compatíveis com a realidade local. Para que as etapas subsequentes das obras possam ter continuidade é imprescindível que o Ministério do Esporte e a Fundespi demonstrem a viabilidade do empreendimento, avaliando, dentre outros aspectos: i) qual será o órgão/entidade responsável pela administração e manutenção do complexo; ii) a estimativa dos custos de operação e manutenção; iii) a programação de atividades e eventos a serem realizados no complexo esportivo; iv) a estimativa de público e de renda para as referidas atividades e eventos; v) a inserção dessas atividades no contexto do desenvolvimento do esporte em âmbito local, regional e nacional.

Resposta à Questão 3 Conclusões: - Atualmente apenas três obras públicas estão incluídas no quadro de bloqueio da LOA. - Na consolidação do Fiscobras de 2013, apenas sete obras com IG-P foram recomendadas ao Congresso Nacional para deliberar sobre o seu possível bloqueio, com a indicação das medidas saneadoras pelo TCU. - Previsão na LDO de manifestação prévia dos gestores antes da recomendação. * A atuação do TCU evita ao máximo recomendar a paralisação de obras, só procedendo assim nos casos em que não for possível a resolução prévia das irregularidades. Apenas 3 obras no quadro bloqueio é muito pouco diante das milhares de obras executadas com recursos federais.

QUESTÃO 4 - continuação Pergunta: Como seria possível o TCU estabelecer uma diretriz que obrigue os órgãos executivos a cumprirem de forma correta a orçamentação dessas despesas?

Resposta à Questão 4 - Os gastos com administração local de obras devem constar na planilha orçamentária da respectiva obra como custo direto, assim como despesas de mobilização/desmobilização e de instalação e manutenção de canteiro (Acórdãos 325/207, 2369/2011 e 2622/2013). - Devem ser apresentados o detalhamento dos valores orçados com administração local. - Deve-se evitar celebração de aditivos em que sejam remuneradas essas rubricas, sem que os serviços aditados necessariamente justifiquem acréscimos de administração local ou de mobilização e desmobilização. - Aumento da transparência e controle do orçamento.

Resposta à Questão 4 Parametrização da Administração Local - O recente Acórdão 2.622/2013-Plenário estabeleceu parâmetros para a Administração Local a partir de estudo estatístico produzido com base em contratos públicos. Percentual de Administração Local inserido no Custo Direto 1º Quartil Médio 3º Quartil CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 3,49% 6,23% 8,87% CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS 1,98% 6,99% 10,68% CONSTRUÇÃO DE REDES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, COLETA DE ESGOTO E CONSTRUÇÕES CORRELATAS 4,13% 7,64% 10,89% CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTAÇÕES E REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 1,85% 5,05% 7,45% OBRAS PORTUÁRIAS, MARÍTIMAS E FLUVIAIS 6,23% 7,48% 9,09%

Resposta à Questão 4 Parametrização da Administração Local * Deliberação do Acórdão 2.622/2013-Plenário: 9.3. determinar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que: 9.3.1. constitua grupo de trabalho, sob sua coordenação, para elaboração de estudos técnicos para a construção de composições referenciais para itens orçamentários associados à administração local, com vistas a estabelecer parâmetros de mercado para subsidiar a elaboração e a análise dos orçamentos de obras públicas, em consonância com os dispositivos legais previstos no Decreto n. 7.983/2013, em especial no art. 17, contando com a participação dos órgãos e entidades responsáveis pela manutenção de sistemas de referência de preços de obras públicas da Administração Pública Federal, a exemplo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Dnit, da Caixa Econômica Federal, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba Codevasf, da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República SEP/PR, da Eletrobras, dentre outros, e encaminhe a este Tribunal, no prazo de cento e vinte dias, os resultados dos aludidos estudos;

Resposta à Questão 4 Parametrização da Administração Local * Deliberação do Acórdão 2.622/2013-Plenário: 9.3.2. oriente os órgãos e entidades da Administração Pública Federal a: 9.3.2.1. discriminar os custos de administração local, canteiro de obras e mobilização e desmobilização na planilha orçamentária de custos diretos, por serem passíveis de identificação, mensuração e discriminação, bem como sujeitos a controle, medição e pagamento individualizado por parte da Administração Pública, em atendimento ao princípio constitucional da transparência dos gastos públicos, à jurisprudência do TCU e com fundamento no art. 30, 6º, e no art. 40, inciso XIII, da Lei n. 8.666/1993 e no art. 17 do Decreto n. 7.983/2013; 9.3.2.2. estabelecer, nos editais de licitação, critério objetivo de medição para a administração local, estipulando pagamentos proporcionais à execução financeira da obra, abstendo-se de utilizar critério de pagamento para esse item como um valor mensal fixo, evitando-se, assim, desembolsos indevidos de administração local em virtude de atrasos ou de prorrogações injustificadas do prazo de execução contratual, com fundamento no art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e no arts. 55, inciso III, e 92, da Lei n. 8.666/1993;

Resposta à Questão 4 Conclusões: - O TCU, por meio do Acórdão 2.622/2013-Plenário, atuou em duas frentes para que os orçamentos efetivamente passem a conter os itens de Administração Local como custo direto: - orientou os órgãos da AP a discriminar os custos de administração local na planilha orçamentária de custos diretos e a estabelecer, nos editais de licitação, critério objetivo de medição para a administração local. - determinou ao MPOG que elabore estudos técnicos para a construção de composições referenciais para itens orçamentários associados à administração loca * Portanto, o TCU está tomando as medidas necessárias para que os itens de Administração Local constem da planilha orçamentária da obra, com valores mais precisos a serem aferidos por estudo técnico a ser elaborado.

QUESTÃO 5 Pergunta: O TCU não considera que estaria interferindo indevidamente na gestão empresarial e no livre mercado ao tabelar o Lucro nas obras públicas?

Resposta à Questão 5 - Os preços referenciais utilizados pelo TCU de forma alguma constituem tabelamento de preços ou limites máximos absolutos aos preços praticados em obras públicas. - São valores dispostos pela legislação, que podem sofrer ajustes, para mais ou para menos, conforme os projetos e a realidade executiva da obra. - O TCU analisa sempre o preço global da obra: Preço contratado <= Preço referencial; ou Custo contratado + BDI contratual <= Custo referência + BDI referência

Resposta à Questão 5 - A taxa de lucro é um componente do BDI. - O BDI da contratada e seu lucro podem ser maiores que os referenciais de BDI e lucro utilizados pelo Tribunal. - Exige-se apenas que o preço contratado seja inferior ao preço de referência, representativo do valor de mercado. - De acordo com o Acórdão 2622/2013-Plenário, foram definidas, a partir de um estudo estatístico, os valores abaixo de BDI. VALORES DO BDI POR TIPO DE OBRA - 1º QUARTIL, MÉDIO E 3º QUARTIL TIPOS DE OBRA 1º Quartil Médio 3º Quartil CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 20,34% 22,12% 25,00% CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS 19,60% 20,97% 24,23% CONSTRUÇÃO DE REDES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, COLETA DE ESGOTO E CONSTRUÇÕES CORRELATAS 20,76% 24,18% 26,44% CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTAÇÕES E REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 24,00% 25,84% 27,86% OBRAS PORTUÁRIAS, MARÍTIMAS E FLUVIAIS 22,80% 27,48% 30,95% BDI DIFERENCIADO PARA MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 11,10% 14,02% 16,80%

Resposta à Questão 5 OUTROS FATORES QUE TAMBÉM DEVEM SEREM CONSIDERADOS NOS PREÇOS REFERENCIAIS: Não consideram ganhos de economia de escala na aquisição de insumos; Adotam preços médios ou medianos como paradigma de preços de mercado; Não consideram condições negociais entre construtoras e fornecedores (prazos maiores para pagamento, parcelamento dos pagamentos, descontos, promoções, etc.); Adotam produtividades médias para mão de obra e equipamentos. Notas Fiscais obtidas pelo TCU em casos concretos demonstram que os insumos são adquiridos por custos inferiores aos constantes nos sistemas referenciais de preços.

Resposta à Questão 5 FATORES QUE CONTRIBUEM PARA DISTORÇÃO NOS PREÇOS DOS INSUMOS DO SINAPI Efeito Cotação: diferença entre a média ou mediana de preços e o menor preço pesquisado. É resultado do procedimento rotineiro de pesquisa de preços, por meio do qual o comprador realiza cotações e escolhe o estabelecimento que apresentou o menor preço Efeito Barganha: resultado da negociação de grande quantidade, o que provoca redução do preço unitário do material a ser comprado Efeito Administração Pública : Resultado da identificação por parte do comprador, de que a aquisição atenderá a Órgão Público. No caso das cotações, esse efeito tende a provocar uma majoração dos preços informados pelo fornecedor, em virtude de não existir expectativa de compra imediata por parte do vendedor. Ele tende a fornecer o preço "de balcão", ou seja, sem qualquer tipo de abatimento comumente oferecido, pois encara a pesquisa como mera informação e não como uma venda potencial

Resposta à Questão 5 Conclusões: - O TCU não tabela o lucro. Ele apenas utiliza um BDI referencial que, em conjunto com os custos referenciais do Sinapi e do Sicro, permitem conhecer um preço referencial da obra. - O BDI e o lucro da contratada são livres. Se for uma empresa com alta produtividade que consiga reduzir seu custo direto, poderá ela lucrar mais (lucro real) sem que o preço global contratado supere o preço global de referência. - A jurisprudência do TCU admite faixas de valores referenciais para o BDI, podendo inclusive, sob justificativa adequada, serem elas excedidas diante de certas especificidades da obra.

QUESTÃO 6 Pergunta: E qual a posição do TCU em relação à existência de duas leis para regular as Licitações Públicas (Lei 8.666/93 e RDC)? Tópicos levantados pela CBIC na Questão 6: - Orçamento sigiloso nas licitações. - Prazo de 30 dias entre a divulgação do edital e a apresentação de propostas. - Possibilidade da adoção de critérios subjetivos na Remuneração Variável.

Resposta à Questão 6 Orçamento Sigiloso no RDC (Lei 12.462/2011) Art. 6 o Observado o disposto no parágrafo 3 o, o orçamento previamente estimado para a contratação será tornado público apenas e imediatamente após o encerramento da licitação, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias para a elaboração das propostas. 1 o Nas hipóteses em que for adotado o critério de julgamento por maior desconto, a informação de que trata o caput deste artigo constará do instrumento convocatório. 2 o No caso de julgamento por melhor técnica, o valor do prêmio ou da remuneração será incluído no instrumento convocatório. 3 o Se não constar do instrumento convocatório, a informação referida no caput deste artigo possuirá caráter sigiloso e será disponibilizada estrita e permanentemente aos órgãos de controle externo e interno.

Resposta à Questão 6 Orçamento Sigiloso no RDC (Lei 12.462/2011) AC 2.880/2012 Plenário (Aeroporto Confins) - VOTO: 11. Estando os autos em meu gabinete, ainda, tive notícia de que o RDC em exame foi considerado fracassado pelo fato de os preços apresentados pelas licitantes terem sido superiores à estimativa da Infraero. A situação é preocupante; principalmente porque a realização de um novo procedimento licitatório envolve trâmites burocráticos que podem impactar no cronograma de execução das obras, cujo prazo para conclusão era dezembro/2013.

Resposta à Questão 6 Orçamento Sigiloso no RDC (Lei 12.462/2011) AC 3011/2012 Plenário (Copa 2014) - VOTO: -o sigilo no orçamento-base não é obrigatório, -recomendação à Infraero que pondere a vantagem, em termos de celeridade, de realizar procedimentos com preço fechado em obras mais complexas, com prazo muito exíguo para conclusão e em que parcela relevante dos serviços a serem executados não possua referência explícita no Sinapi/Sicro, em face da possibilidade de fracasso das licitações decorrente dessa imponderabilidade de aferição de preços materialmente relevantes do empreendimento.

Resposta à Questão 6 Orçamento Sigiloso no RDC (Lei 12.462/2011) AC 3011/2012 Plenário (Copa 2014) - VOTO: Trecho do voto O sigilo do orçamento, como optativo, é uma dessas portas a serem devidamente motivadas. Orçamento aberto ou fechado, basta sopesar, em cada caso, a melhor escolha. O que ora apresentamos, deste modo, é que a extrema urgência no término da obra é um dos fatores a serem ponderados, em face do risco de licitações fracassadas.

Resposta à Questão 6 Orçamento Sigiloso no RDC (Lei 12.462/2011) AC 3011/2012 Plenário (Copa 2014) - VOTO: Trecho do voto O RDC delineou uma vasta gama de soluções para que o gestor definisse como obter a melhor proposta. Basta motiválas, considerando as particularidades e idiossincrasias de cada contratação. Se demonstrada a vantagem em abrir o orçamento, que assim se faça...

Resposta à Questão 6 Prazo de 30 dias entre edital e propostas (Lei 12.462/2011) Art. 15. Será dada ampla publicidade aos procedimentos licitatórios e de pré-qualificação disciplinados por esta Lei, ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, devendo ser adotados os seguintes prazos mínimos para apresentação de propostas, contados a partir da data de publicação do instrumento convocatório: [...] II - para a contratação de serviços e obras: a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento pelo menor preço ou pelo maior desconto; e b) 30 (trinta) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela alínea a deste inciso;

Resposta à Questão 6 Prazo de 30 dias entre edital e propostas (Lei 12.462/2011) - O prazo de 30 dias úteis é um prazo mínimo. Deverá ser adequadamente dosado, a depender da complexidade da obra e do projeto, para que dê tempo suficiente para os licitantes prepararem suas propostas. - O TCU ainda não tem casos concretos avaliando esse ponto em particular. - Considera-se que o gestor é discricionário para escolher o prazo mais adequado a cada caso.

Resposta à Questão 6 Remuneração Variável (Lei 12.462/2011) Art. 10. Na contratação das obras e serviços, inclusive de engenharia, poderá ser estabelecida remuneração variável vinculada ao desempenho da contratada, com base em metas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazo de entrega definidos no instrumento convocatório e no contrato. Parágrafo único. A utilização da remuneração variável será motivada e respeitará o limite orçamentário fixado pela administração pública para a contratação. - Desde que devidamente motivado, não há oposição à remuneração variável por parte do TCU. É importante, entretanto, que os critérios legais de aferição estejam definidos no edital e no contrato.

Resposta à Questão 6 Conclusões: - O TCU entende que o RDC propiciou uma evolução significativa nas contratações públicas, porquanto trouxe novas regras que tendem a trazer maior eficiência às contratações sem atingir os princípios que as regem. - Existem cerca de 35 acórdãos relevantes do TCU tratando do RDC, com vários entendimentos já sendo consolidados sobre o tema. - O TCU fiscalizou quase que somente editais de licitação do RDC até agora, como os de obras aeroportuárias. - Ainda é cedo para saber se a execução das obras com o RDC será realizada a contento, pois quase não há casos fiscalizados de obras em fase final de execução ou já encerradas. - Um dos assuntos relevantes que o Tribunal tem se debruçado é sobre a matriz de riscos, que delineia na fase de edital as responsabilidades e riscos a serem assumidos pelo contratante e pela contratada. - Não há nenhum óbice à existência de duas leis regulando as contratações públicas no Brasil.

QUESTÃO 7 Pergunta: Sempre que aditivos contratuais forem necessários, qual o procedimento correto para que contratantes, contratados e a fiscalização possam autorizá-los de forma segura? Existe no TCU uma prédisposição a vetar qualquer tipo de aditivo?

Art. 65 da Lei 8.666/93. Resposta à Questão 7 Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I - unilateralmente pela Administração: a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; II - por acordo das partes: [...] d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. 1 o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

Resposta à Questão 7 Exemplos de jurisprudência do Tribunal. De acordo com entendimento desta Corte, devem ser consideradas as reduções ou supressões de quantitativos de forma isolada, ou seja, o conjunto de reduções e o conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados sobre o valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de compensação entre eles, os limites de alteração estabelecidos no dispositivo legal. Obras de construção do Terminal Pesqueiro Público de Natal/RN. Compensação entre reduções e acréscimos contratuais. Proibição.Acórdão 2886/2013-Plenário [Acórdão] 9.2. dar ciência ao Ministério da Integração Nacional sobre a impropriedade "acréscimos e supressões em percentual ao legalmente permitido", identificada nos Contratos 45/2007-MI e 25/2008-MI, informando que, nas futuras contratações celebradas a partir da data de publicação deste acórdão no Diário Oficial da União, os limites de aditamento estabelecidos no art. 65, inciso II, 1º, da Lei nº 8.666/93 devem considerar a vedação da compensação entre acréscimos e supressões de serviços, consoante a jurisprudência deste Tribunal, consubstanciada, por exemplo, pelos Acórdãos nº 749/2010, 1.599/2010, 2.819/2011 e 2.530/2011, todos do Plenário;. Obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (Pisf) - Eixo Norte, Lotes 1, 2 e 14. Modulação dos efeitos da decisão do TCU. Não compensação entre os acréscimos e as supressões. Aplicação às contratações futuras.acórdão 2681/2013-Plenário

Resposta à Questão 7 Conclusões: - Os aditivos devem seguir as disposições legais referentes à matéria. - A lei estabelece os percentuais máximos de 25% ou 50% do valor original do contrato, a depender do caso. - Há a possibilidade de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, quando comprovada sua necessidade no caso concreto. - A jurisprudência do TCU é firme no sentido de que se deve vedar a compensação entre acréscimos e supressões para fins de cálculo dos 25%. - O TCU não tem nenhuma disposição de vetar aditivos. Caindo nas hipóteses legais, eles são regulares.

Obrigado! José Ulisses Rodrigues Vasconcelos secobedif@tcu.gov.br