Conceitos florestais e Sucessão Ecológica

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Fonte: Reis, 2005

Diferentes formas de vida que compõe uma vegetação Fonte: http://www.lerf.esalq.usp.br/

Importância das Florestas Função fotossintética, desempenham papéis a nível ecológico, econômico ou social. São fontes de bens como madeiras, combustíveis, alimentos e matériasprimas (ex. resina, celulose, cortiça, frutos, bagas) - Têm funções de proteção do solo contra e erosão, e de controlo do ciclo e da qualidade da água; Concentram a maior parte da biodiversidade terrestre, nomeadamente, de espécies vegetais e animais; Têm um elevado valor paisagístico e recreativo. Sumidouros de carbono Evitar os incêndios; Reflorestamento; plantação de novas árvores depois do corte das velhas Fazer uma exploração racional das florestas

Ecossistema em equilíbrio funções Serviços ambientais Interações meio biótico (organismos vegetais, animais e microorganismos) abiótico (clima, solo, condições de relevo...)

( Fonte: Emater, MG, 2002). ECOSSISTEMA EM EQUILÍBRIO

Ecologia e Equilíbrio Natural

Sucessão ecológica como estratégia de restauração 1) Conceitos de sucessão ecológica Fenômeno no qual uma dada comunidade vegetal é progressivamente substituída por outra ao longo do tempo e em um mesmo local (GANDOLFI et al., 2007)).-------------------------------------------------------------------- - Oliveira, 1998 11

Visão contemporânea Mecanismos de facilitação e relações competitivas. Relação das espécies com seus predadores Fonte: adaptado de GASCON (1998). Sucessão ecológica Associações mais estáveis - equilíbrio dinâmico 12

Visão contemporânea Dinâmica de clareiras 13

2) Classificação da sucessão ecológica Sucessão Primária Assentamento e o desenvolvimento de comunidades de plantas em habitats recém formados (LICHTER, 2000; KAMIJO et al., 2002; RICKLEFS, 2009). 14

2) Classificação da sucessão ecológica Sucessão Primária Fonte: Ricklefs, 2009 15

Sucessão Secundária A regeneração e progressão de comunidades em habitats onde a vegetação foi removida por agentes de perturbações (WHITMORE, 1998; BEGON, 2007). 16 Fonte: Ricklefs, 2009

3) Classificação sucessional das espécies Grupos funcionais conjunto de espécies que apresentam semelhanças nas exigências diversas para germinar, se estabelecer e crescer (UHL, 1987; SWAINE E WHITMORE, 1988; GANDOLF et al., 1995). Estratégias distintas de exploração de recursos- diferentes graus de importância para o funcionamento para o ecossistema (SCARANO e DIAS (2004). Agrupamento de espécies: - 17 Isernhagen et al. (2009)

Características Pioneira Secundária inicial Grupos ecológicos Secundária tardia Clímax Crescimento muito rápido rápido Médio lento ou muito lento Demanda de nutrientes muito alta alta Média baixa ou muito baixa Ciclagem de nutrientes muito rápida rápida Lenta muito lenta Tolerância à sombra muito intolerante intolerante tolerante no estádio juvenil tolerante Regeneração Frutos e sementes banco de sementes pequeno/grande número banco de plântulas banco de plântulas banco de plântulas médio pequeno a médio grande/menor número 1 Reprodução prematuro (1 a 5 anos) Tempo de vida muito curto (até 10anos) prematuro (5 a 10 anos) curto (10 a 25 anos) Relativamente tardia (10 a 20 anos) longo (25 a 100anos) Tardia (mais de 20 anos) muito longo (100anos) Ocorrência capoeiras, bordas de matas, clareiras médias e grandes florestas secundárias, bordas de clareiras e clareiras pequenas florestas secundárias e primárias, bordas de clareias e clareiras pequenas, dossel florestal e subbosque florestas secundárias, em estádio avançado de sucessão, florestas primárias, dossel e sub-bosque 18 Adaptado de Budowski (1965) Gonçalves et al. (2008) e Brancalion et al. (2009).

4) Estratégias utilizadas pelas espécies pioneiras Banco de sementes (PIÑA-RODRIGUES et al., 1990; BRAGA et al., 2008) Dormência (PIÑA-RODRIGUES et al., 1990; VIEIRA e SCARIOT, 2006) Produção de sementes (PIÑA-RODRIGUES et al., 1990; FRANCISCO e GALETTI, 2002) Pioneiras crescimento rápido (PIÑA-RODRIGUES et al., 1990). Associações com microrganismos (FRANCO et al., 1995; MOREIRA e SIQUEIRA, 2002; MELO, 2006). Tipos de diásporos e suas formas de dispersão (BAIDER et al., 1999; FRANCISCO E GALETTI, 2002; BRAGA DA COSTA, 2002; ALMEIDA-CORTEZ, 2004; ÁQUILA, 2004) 19