A PREVALÊNCIA DO ESPORTE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FISICA NO ENSINO MÉDIO SANTOS, Luiz Fernando Pereira dos 1 ; DILL Alencar¹ ; LUZ, Vagner Mauricio da¹; SCHIMIT, Michele de Castro¹; BARASSUOL, Cristiano Castro¹; SILVA, Alessandra Cristina da¹ ; ROSSATO, Vânia Mari.² Palavras-chave: Ensino Médio, Educação Física, Esporte Introdução O presente estudo objetivou refletir sobre alguns desafios no campo da Educação Física no que se refere à prevalência do esporte em suas aulas no Ensino Médio nas escolas de Cruz Alta. Esse ensaio foi construído durante o 2º semestre letivo de 2013, na disciplina de Educação Física no Ensino Médio, do curso de Educação Física Licenciatura UNICRUZ. O ensino médio esta crescendo cada vez mais e sofrendo grandes mudanças nas propostas oferecidas aos alunos, o numero de alunos matriculados no ano de 2011, atingiu o número de 10.357.874 milhões. Os principais motivos deste aumento foram à melhoria do sistema publico brasileiro de ensino e também o nível de exigência para entrar no mercado de trabalho (BRASIL, 2011). Segundo o referencial curricular de Educação física (2009) o principal objetivo da Educação Física na escola não deve ser preparar o aluno apenas fisicamente e sim leva-los a conhecerem e apreciarem diferentes e variadas práticas corporais. Conhecer as práticas de forma proficiente potencializando o desenvolvimento de atividades recreativas a fim de proporcionar o lazer e a sociabilização e valorizar a amplitude sociocultural. Na citação de Mulinari (2005) a Educação Física é vista como uma área de conhecimento da cultura corporal do movimento. Já a Educação Física escolar é tida como uma disciplina que integra o aluno na cultura corporal do movimento tornando-o cidadão que vá produzi-la e transformá-la para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em beneficio do exercício prático da academia e da melhoria da qualidade de vida, desvinculando as aulas de Educação Física do Ensino Médio somente da prática esportiva. 1 Acadêmicos do Curso de Educação Física UNICRUZ. Disciplina Educação Física no Ensino Médio. 2 Professora do Curso de Educação Física- Unicruz, Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Física Escolar- GEPEFE- vaniarst@hotmail.com
Segundo Mattos e Neira (2000, p. 21) Considera-se o esporte as práticas em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizadas em federações regionais, nacionais e internacionais que regulamentam a atuação amadora e profissional. Trabalhar a Educação Física no Ensino Médio não deve refletir somente a prática do esporte e sim o movimento nas mais variadas representações da cultura corporal do movimento, que engloba práticas diversificadas como, por exemplo, a ginástica, lutas, atividades lúdicas e os desportos não resumidos apenas em pratica, mas ser objeto de estudo assim conhecendo o lado cultural dos mesmos de forma a preparar o aluno para interagir de forma crítica e autônoma na sociedade (PCN, 2009). De acordo com Darido e Rangel (2009) A Educação Física enquanto disciplina integra a área de linguagens, códigos e suas tecnologias, levando a uma grande discussão de sua função dentro da escola a respeito do seu papel no desenvolvimento do aluno, já que se encontra em uma área que para alguns causa uma certa estranheza, mas que se justifica pelo uso da linguagem corporal. No entanto, o conhecimento específico da Educação Física vai mais além das formas de se expressar corporalmente. A linguagem corporal é um dos elementos que a Educação Física compartilha com as outras disciplinas da área de linguagens e códigos. Atualmente a Educação Física começa a lutar por sua legitimidade, querendo assim, conquistar um lugar de respeito junto aos demais componentes curriculares. A Educação Física está em busca de seus princípios fundamentais, questionando quais são seus objetivos, seus conteúdos, suas metodologias de modo a dizer da sua importância junto aos demais saberes escolares (MATTOS e NEIRA 2000). A Educação Física no ensino médio deve proporcionar ao aluno, conhecimento sobre a cultura corporal do movimento, que implica na compreensão, reflexão, análise crítica e desenvolvimento motor. O mesmo autor ainda sugere algumas idéias para a Educação Física escolar quando diz que existem algumas vantagens e desvantagens em relação à disciplina. As vantagens são os níveis de motivação e participação dos alunos nas aulas quando bem elaboradas pelo professor. As desvantagens são as dificuldades encontradas pelo professor para elaborar suas aulas pela falta de material e de espaço apropriado. Muitas vezes tendo que improvisar espaços e materiais para realizar atividades quando trabalha com diferentes turmas. Outro fator que dificulta o desenvolvimento das aulas é a pouca disposição dos alunos em participar de aulas sistematizadas pelo professor, dando preferência a atividades voltadas somente para
jogar da forma que sabem, sem compromisso em participar de novas aprendizagens proporcionadas pelo professor. Esse fator gera muitas vezes um conflito entre professor e aluno. A Educação Física como disciplina no ensino médio possui um corpo de conhecimentos que necessitam ser sistematizados, a fim de desenvolver seu conjunto de práticas corporais, conceitos que promovam a reflexão do aluno a cerca das manifestações dessas práticas na construção de seus valores, que os levarão a compreenderem as possibilidades e necessidades de transformações para interagir na sociedade como agentes de transformação. A Educação Física diante disso deve levar o aluno á descobrir, motivos e sentidos nas práticas corporais, favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas, para com elas levarem à aprendizagem de comportamentos adequados à sua prática, levando ao conhecimento, compreensão e análise dos dados científicos e filosóficos, relacionados à cultura corporal de movimento, dirigindo sua vontade e sua emoção, para a prática e a apreciação do corpo em movimento. (CARVALHO, 2001). De acordo com Falkenbach (2002) á Educação Física do Ensino Médio, vem passando por uma necessidade de atenção especial dos professores. Não se trata de derrubada de legislação ou outro movimento de caráter político. A necessidade é pedagógica, e está relacionada aos professores, que devem estar convictos da importância e do papel da educação física nesta etapa. A Educação física no Ensino Médio vai além de exercitar segmentos musculares e de aperfeiçoar técnicas e táticas desportivas, ela tem o compromisso com a continuidade e o aprofundamento da formação social e humana do jovem. Para Guedes e Guedes (1994 apud MUSTAFA, 2006, P. 56), o objetivo mais importante na educação física escolar, mais do que melhorar a aptidão física, seria criar mecanismo que levem aos educados a perceber a importância de adotar um estilo de vida saudável. Assim, a Educação Física deve levar o adolescente a conhecer seu corpo, gastando energia em atividades prazerosas, participativas e recreativas, onde todos devem praticar e conviver socialmente com os outros.
Conclusão A Educação Física adequada no Ensino Médio é aquela em que desenvolve a prática com embasamentos teóricos, ou seja, saber fazer, e saber o porquê fazer e saber como se faz. Demonstrando um equilíbrio entre a teoria e a prática para que ambos tenham significado para o aluno. O professor no seu papel de conduzir a aprendizagem de seus alunos é um mediador, facilitador e transmissor de conhecimentos nas aulas, sendo assim, o principal responsável por oportunizar a construção de conhecimentos aos seus alunos com um embasamento teórico para complementar a prática. As reflexões proporcionadas pela pesquisa permitiram um olhar mais atento e crítico acerca do tema Educação Física no Ensino Médio, buscando melhor entendimento sobre seu papel na escola e a ação dos professores na busca de estratégias que aumentem o interesse de seus alunos pela prática da atividade física, melhorando sua qualidade de vida e incentivando hábitos saudáveis. Referências BETTI, M. Atitudes e opiniões de escolares de 1º grau em relação à Educação Física. In: XIV SIMPÓSIO DE CIÊNCIA DO ESPORTE. 1986. São Caetano do Sul. Anais. São Caetano do Sul. Celafiscs/ Fec. do ABC, p. 66 1986. Disponível em:<http://www3.mackenzie.br/editora/index.php/remef/article/view/1363> Acesso em: 12 set. 2013. BRASIL. Todos pela educação. DF: INEP/MEC, IPEA/DISOC e IBGE, 2011. Disponível em:< http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-no-brasil/numeros-do-brasil/brasil/pdf/> Acesso em: 08 out. 2013. CARVALHO, Y. M. de; RÚBIO, K. (org.). Educação física e ciências humanas. São Paulo: Hucitec, 2001. p. 74. DARIDO, S. C; RANGEL, I. C. A. EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA: Implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. FALKENBACH, Atos Prinz. A Educação Física na Escola: uma experiência como professor. Lajeado: UNIVATES, 2002. Disponível em:< Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s151786921998000400002&script=sci_arttext> Acesso em: 13 set. 2013. MATTOS, Mauro G. NEIRA, Marcos G. Educação Física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte Editora, 2000.
MATTOS, M. G. ; NEIRA, M. G.. A inserção da educação Física no Projeto Político Pedagógico da escola.. Revista Paranaense de Educação Física, 2000. MULINARI, Adriana de Siqueira. A Contribuição da Educação Física Escolar no relacinamento Socio-Afetivo. TCC Curso de Educação Física da Universidade de Cruz Alta, 2005. MUSTAFA, Z. Hassen. A educação física e a educação para a saúde nas escolas públicas da cidade de Dourados/MS.DF,p.25, 2006 RIO GRANDE DO SUL. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Referencial Curricular: Lições do Rio Grande - linguagens, códigos e suas tecnologias Arte e Educação Física. Porto Alegre-RS, 2009. V. 2