PARECER CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS SERVIDORES DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA BAHIA. Página 1 de 20 DEMANDANTE: PRESIDENTE:



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Transcrição:

PARECER CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS SERVIDORES DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA BAHIA DEMANDANTE: SINDICATO DOS SERVIDORES DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA BAHIA (SINDSALBA). PRESIDENTE: FLÁVIO AUGUSTO CÉZAR DE ABREU. ESCRITÓRIO: CIVITA ADVOCACIA E CONSULTORIA. ADVOGADO RESPONSÁVEL: BEL.. OBJETO DO PARECER: ASPECTOS GERAIS DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. DATA DE APRESENTAÇÃO: 14 DE OUTUBRO DE 2014. Página 1 de 20

PARECER SOBRE A NATUREZA E REGIME JURÍDICOS DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS SERVIDORES DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA BAHIA SALVADOR (BA) OUTUBRO 2014 Página 2 de 20

I APRESENTAÇÃO ITEM I.I O ESCRITÓRIO. Amando e Torres Advocacia e Consultoria. 1.1.1 A Civita Advocacia e Consultoria (Razão Social: Amando e Torres Advocacia e Consultoria) atua no âmbito do assessoramento jurídico-administrativo a gestores públicos e possui expertise nas áreas de direito regulatório, municipal, administrativo e financeiro, adquirida ao longo de anos de atuação dos seus sócios fundadores na prestação de serviços técnicos para entidades públicas. 1.1.2 O escritório oferece serviços de consultoria e auditoria jurídicas, sendo a sua carteira de clientes composta por pessoas jurídicas de direito público (prefeituras, câmaras, órgãos administrativos e demais operadores públicos); sindicatos de servidores públicos e empresas privadas. 1.1.3 A equipe reúne advogados com formação prática e acadêmica, particularmente aptos a acompanhar os nossos clientes no desenvolvimento das suas atividades em ambientes culturais diferentes, além de uma equipe de apoio composta de profissionais especializados em gestão pública. 1.1.4 Ao longo dos últimos 10 (dez) anos tem desenvolvido trabalhos exitosos junto ao Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, o que o credencia para a apresentação desse trabalho técnico tão específico e importante para o desenvolvimento da entidade. Página 3 de 20

ITEM I.II ADVOGADOS. José Amando Junior e Bruno Torres. 1.2.1 O escritório apresenta os seguintes profissionais para o a coordenação das atividades propostas nesse Plano de Ação, assim como corpo técnico a ser oportunamente apresentado para o desenvolvimento das atividades de campo: (A) Advogado Mestre em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com atuação concentrada nas áreas de Direito Eleitoral, Constitucional e Municipal; (B) Lecionou matérias de Direito Público e Direito Eleitoral nos cursos de pós-graduação da Faculdade Ruy Barbosa, EMAB, UNIBAHIA e outras instituições; (C) Foi presidente da Caixa de Assistência dos Advogados da Bahia no triênio 2007-2009, além de presidente da Comissão de Estudos Constitucionais da OAB/BA no biênio 2005-2006; (D) Foi professor no curso de direito da UFBA, Centro Universitário Jorge Amado, FTC, Faculdades Rui Barbosa, UNINASSAU e UNIFACS; (E) É membro efetivo do Instituto dos Advogados da Bahia IAB. BRUNO ALMEIDA TORRES (A) Advogado com atuação concentrada na área de Direito Público, com ênfase em direito municipal, administrativo e financeiro; (B) Foi assessor jurídico na Caixa de Assistência dos Advogados da Bahia (2008-2010); (C) Foi Procurador Geral do Município (D) de Santanópolis (2010-2011); (E) Consultor jurídico e parecerista em diversas (F) Câmaras e Prefeituras da Bahia. Página 4 de 20

ITEM I.III ESCOPO DO PARECER. Contribuição Sindical dos Servidores Públicos. 1.3.1 O presente Parecer visa a informar os servidores da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia acerca dos aspectos mais importantes da contribuição sindical dos servidores públicos. II CONTRIBUIÇÃO SINDICAL ITEM II.I HISTÓRICO E LEGALIDADE. Contribuição Sindical dos Servidores Públicos. 2.1.1 A Constituição Federal de 1988 garantiu ao SERVIDOR PÚBLICO CIVIL o direito de associação/sindicalização, através de previsão contida no seu art. 37, inciso VI, não recepcionando o art. 566 da CLT, dispositivo infraconstitucional que vedava tal direito ao servidor público. 2.1.2 É inquestionável que essa proibição deixou de existir para o servidor público civil. Ora todos os componentes civis dos Poderes Executivo, Judiciário, Legislativo e Ministério Público estão autorizados a organizar-se em sindicato, fato jurídico que ocorre no momento em que a sua categoria resolve instituir uma entidade para tal fim, quer originariamente, quer por transformação de antiga associação de servidores, existente. 2.1.3 Entretanto, a contribuição sindical antigo imposto sindical que sempre foi recebida pelas entidades representativas dos trabalhadores contratados sob o regime jurídico da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), NÃO FOI RECEBIDA Página 5 de 20

IMEDIATAMENTE APÓS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL PELOS SINDICATOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS NO BRASIL. 2.1.4 Após a Constituição de 1988, com a incorporação ao sistema jurídico pátrio do direito de sindicalização dos servidores públicos, os Sindicatos de Servidores Públicos, não obtendo apoio da Administração para o recolhimento da contribuição sindical, começaram a demandar ações jurisdicionais para receberem-na, como no caso do SINDSALBA, que impetrou o mandado de segurança nº 0013414-65.2014.8.05.0000, em tramitação no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. 2.1.5 Se, anteriormente, a proibição da sindicalização do Servidor Público era via CLT, logo, garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, o direito à contribuição sindical das entidades registradas, previsto na CLT em seus arts. 579 c/c art. 580, inciso I, COROLÁRIO DO DIREITO DE SINDICALIZAÇÃO, também foi incorporado ao novo sistema sindical do serviço público: Art. 579 - A contribuição sindical é devida por todos aquêles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo êste, na conformidade do disposto no art. 591. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) (Vide Lei nº 11.648, de 2008) Art. 580. A contribuição sindical será recolhida, de uma só vez, anualmente, e consistirá: (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) (Vide Lei nº 11.648, de 2008) I - Na importância correspondente à remuneração de UM DIA DE TRABALHO, para os empregados, qualquer que seja a forma da referida remuneração; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) Página 6 de 20

2.1.6 Sobre a CONTRIBUIÇÃO SINDICAL, vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federal teve a oportunidade de decidir acerca da sua RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988, ao julgar pedido de medida cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.076, relatada pelo então Ministro Sepúlveda Pertence. 2.1.7 No acórdão restou consignado que a contribuição sindical não só era constitucional, mas também tinha caráter tributário e ATINGIA TODA A CATEGORIA PROFISSIONAL REPRESENTADA PELO SINDICATO, consoante consta do acórdão devidamente acostado a este parecer: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 1076-0 DISTRITO FEDERAL 4. Razoabilidade da proibição questionada, com relação às entidades sindicais, dada a limitação do princípio constitucional de sua liberdade e autonomia pela regra, também constitucional, da unicidade, que além de conferir-lhes poder de representação de toda a uma categoria, independentemente da filiação individual dos que a compõem -, propicia a manutenção da CONTRIBUIÇÃO SINDICAL, estabelecida por lei e de INEQUÍVOCO CARÁTER TRIBUTÁRIO, CUJO ÂMBITO DE INCIDÊNCIA TAMBÉM SE ESTENDE A TODOS OS INTEGRANTES DA CATEGORIA RESPECTIVA. 2.1.8 Assim, o DIREITO DE RECEBIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL POR ENTIDADES OFICIAIS DE SERVIDORES PÚBLICOS, devidamente registradas no Ministério do Trabalho, é direito corolário ao princípio fundamental da liberdade de associação sindical (art. 8 º, inciso I, da CF/88) que, em se cuidando do gênero servidor público civil, está concretizado no art. 37, inciso VI da Constituição Federal. 2.1.9 Ademais, o Supremo Tribunal Federal também já decidiu explicitamente que a contribuição sindical É DEVIDA AOS SINDICATOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS, consoante acórdãos abaixo transcritos e acostados a esta exordial: Página 7 de 20

MANDADO DE INJUNÇÃO 144-8 SÃO PAULO REQUERENTE: ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL DOS BOMBEIROS CIVIS. REQUERIDO: CONGRESSO NACIONAL. EMENTA: - Sindicato de servidores públicos: DIREITO À CONTRIBUIÇÃO SINDICAL COMPULSÓRIA (CLT, ART. 578 SS.), recebida pela Constituição (art. 8º, IV, in fine), condicionado, porém, à satisfação do requisito da unicidade. 1. A Constituição de 1988, à vista do art. 8º, IV, in fine, recebeu o instituto da contribuição sindical compulsória, exigível, nos termos dos arts. 578 ss. CLT, DE TODOS OS INTEGRANTES DA CATEGORIA, independentemente de sua filiação ao sindicato (cf. ADIn 1.076, med. cautelar, Pertence, 15.6.94). 2. Facultada a formação de sindicatos de servidores públicos (CF, art. 37, IV), não cabe excluí-los do regime da contribuição legal compulsória exigível dos membros da categoria (ADIn 962, 11.11.93, Galvão). 3. A admissibilidade da contribuição sindical imposta por lei é inseparável, no entanto, do sistema de unicidade (CF, art. 8º, II), do qual resultou, de sua vez, o imperativo de um organismo central de registro das entidades sindicais, que, à falta de outra solução legal, CONTINUA SENDO O MINISTÉRIO DO TRABALHO (MI 144, 3.8.92, Pertence). AG. REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 413.080 RIO DE JANEIRO RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO. AGRAVANTE: INSTITUTO MUNICIPAL DE ARTE E CULTURA RIO ARTE. EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL (CF, ART. 8º, IV, IN FINE ) SERVIDOR PÚBLICO EXIGIBILIDADE PRETENDIDA IMPOSIÇÃO DE MULTA AUSÊNCIA DE INTUITO PROCRASTINATÓRIO ATITUDE MALICIOSA QUE NÃO PRESUME Página 8 de 20

INAPLICABILIDADE DO ART. 18 E DO 2º DO ART. 557 DO CPC RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal CONSAGROU ENTENDIMENTO NO SENTIDO DE QUE SE REVELA EXIGÍVEL DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL prevista no art. 8º, IV, in fine, da Constituição Federal. 2.1.10 Observa-se, apenas, que a representatividade sindical deve obedecer ao PRINCÍPIO DA UNICIDADE TERRITORIAL, a qual deverá ser comprovada pelo REGISTRO SINDICAL que, na falta de outro órgão específico, deverá ser providenciado junto ao Ministério do Trabalho, consoante trecho do acórdão do Mandado de Injunção 144, supratranscrito. 2.1.11 No caso do SINDSALBA, consoante é possível observar dos seus ATOS CONSTITUTIVOS E CERTIDÃO DE REGISTRO SINDICAL [DOCUMENTO 02], acostados a esta exordial, trata-se de ENTIDADE SINDICAL DE 1º GRAU ÚNICA REPRESENTANTE DOS SERVIDORES DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA BAHIA, plenamente apta ao recebimento da contribuição sindical, inclusive com conta corrente específica junto à Caixa Econômica Federal para esta finalidade, em consonância com o disposto no art. 586 da CLT: Art. 586. A contribuição sindical será recolhida, nos meses fixados no presente Capítulo, à Caixa Econômica Federal ao Banco do Brasil S. A. ou aos estabelecimentos bancários nacionais integrantes do sistema de arrecadação dos tributos federais, os quais, de acordo com instruções expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, repassarão à Caixa Econômica Federal as importâncias arrecadadas. (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) (Vide Lei nº 11.648, de 2008) 2.1.12 Não foi à toa que a própria PROCURADORIA GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA vem sistematicamente opinando pelo recolhimento da contribuição sindical em benefício do SINDSALBA. Página 9 de 20

ITEM II.II CONTRIBUINTE E SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. Servidores Públicos e Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. 2.2.1 O contribuinte, sujeito passivo da relação tributária, é o SERVIDOR PÚBLICO, sendo a contribuição sindical uma espécie de tributo compulsório, do qual o Poder Público empregador, a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA BAHIA é substituto tributário, responsável apenas pelo recolhimento da contribuição sindical: Art. 582. Os EMPREGADORES são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus EMPREGADOS relativa ao MÊS DE MARÇO DE CADA ANO, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos. (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) (Vide Lei nº 11.648, de 2008) 2.2.2 Logo, a Assembleia Legislativa não é devedora da Contribuição Sindical, porém, está vinculada ao fato gerador, PORQUE DEVE EFETUAR A RETENÇÃO DO TRIBUTO EM FOLHA DE PAGAMENTO DOS SALÁRIOS DOS SERVIDORES e está obrigadas a recolherem a quantia arrecadada ao SINDSALBA, nos termos do art. 582 da CLT, acima transcrito. 2.2.3 Nesse sentido, vale ressaltar que a obrigação legal da Assembleia Legislativa decorre do art. 121, inciso II e, 128, do CTN, normas que estabelecem a responsabilidade de terceiros, vinculado aos fatos gerados, pelo pagamento de tributos: Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: II - RESPONSÁVEL, QUANDO, SEM REVESTIR A CONDIÇÃO DE CONTRIBUINTE, SUA OBRIGAÇÃO DECORRA DE DISPOSIÇÃO EXPRESSA DE LEI. Página 10 de 20

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, A LEI PODE ATRIBUIR DE MODO EXPRESSO A RESPONSABILIDADE PELO CRÉDITO TRIBUTÁRIO A TERCEIRA PESSOA, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 2.2.4 Portanto, a responsabilidade da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia é decorrente de PREVISÃO LEGAL, que visa assegura a aplicação das disposições contidas no art. 578 e seguintes da CLT, visto que se não houvesse esta responsabilidade, a Impetrante teria grandes dificuldades para acionar todos os servidores da categoria. ITEM II.III PROCESSO DE RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. Retenção e Repasse da Contribuição Sindical. 2.3.1 A contribuição sindical será anualmente, em única parcela, na importância de um dia de trabalho do servidor público: Art. 580. A contribuição sindical será recolhida, de uma só vez, anualmente, e consistirá: (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) (Vide Lei nº 11.648, de 2008). I - Na importância correspondente à remuneração de um dia de trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma da referida remuneração; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976). 2.3.2 Nos termos do art. 589 da CLT, o SINDSALBA possui direito ao receber 60% (SESSENTA POR CENTO) da receita arrecadada com a referida contribuição sindical, sendo que o restante da receita deverá ser distribuído entre as entidades sindicais de 2º e 3º grau: Página 11 de 20

Art. 589. Da importância da arrecadação da contribuição sindical serão feitos os seguintes créditos pela Caixa Econômica Federal, na forma das instruções que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho: (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) (Vide Lei nº 11.648, de 2008) II - para os trabalhadores: (Redação dada pela Lei nº 11.648, de 2008) a) 5% (cinco por cento) para a confederação correspondente; (Incluída pela Lei nº 11.648, de 2008) b) 10% (dez por cento) para a central sindical; (Incluída pela Lei nº 11.648, de 2008) c) 15% (quinze por cento) para a federação; (Incluída pela Lei nº 11.648, de 2008) d) 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo; e (Incluída pela Lei nº 11.648, de 2008) e) 10% (dez por cento) para a Conta Especial Emprego e Salário ; (Incluída pela Lei nº 11.648, de 2008) 2.3.3 Nos termos do art. 589 da CLT, o SINDSALBA possui direito ao receber 60% (SESSENTA POR CENTO) da receita arrecadada com a referida contribuição sindical, sendo que o restante da receita deverá ser distribuído entre as entidades sindicais de 2º e 3º grau: ITEM II.IV ISENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. Advogados e Profissionais Liberais que Contribuam para Outro Sindicato. 2.4.1 Estão isentos do pagamento do tributo os SERVIDORES INVESTIDOS EM CARGOS PRIVATIVOS DE ADVOGADO, com base no art. 47 da Lei Federal nº 8.906/94, que determina: Art. 47. O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatório da contribuição sindical. Página 12 de 20

2.4.2 Oportuno referir que a espécie de contribuição sindical de que trata o supracitado dispositivo do Estatuto da Advocacia é a mesma que ensejou a emissão do presente parecer. É a única dotada de obrigatoriedade, própria de sua natureza tributária. Não se trata, por conseguinte, das demais espécies de arrecadação de fundos sindicais, eis que as outras três espécies são facultativas e só oneram os sindicalizados. 2.4.3 A mesma lógica não pode ser aplicada aos servidores inscritos nos demais Conselhos de Classes Profissionais, como CRM, CRO, CREA, CRC, CRA e COREN. Ocorre que, afora o Estatuto da Advocacia, as leis que regulamentam as demais atividades profissionais não estabelecem a isenção do tributo sob análise. 2.4.4 Se a contribuição aos respectivos Conselhos de Classes Profissionais não os isenta do imposto sindical, o pagamento da contribuição à entidade sindical representativa da profissão, quando ocorrer, os libera de tal ônus. É o que dispõe o art. 585, da CLT: Art. 585. Os profissionais liberais poderão OPTAR PELO PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL UNICAMENTE À ENTIDADE SINDICAL REPRESENTATIVA DA RESPECTIVA PROFISSÃO, desde que a exerça, efetivamente, na firma ou empresa e como tal sejam nelas registrados. Parágrafo único. Na hipótese referida neste artigo, à vista da manifestação do contribuinte e DA EXIBIÇÃO DA PROVA DE QUITAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO, dada por sindicato de profissionais liberais, o empregador deixará de efetuar, no salário do contribuinte, o desconto a que se refere o Art. 582. 2.4.5 A propósito, oportuno discorrer acerca da definição de PROFISSIONAIS LIBERAIS. Constatou-se que não há consenso entre os doutrinadores acerca do significado da expressão. Alguns consideram sinônimo de profissionais autônomos no exercício de atividade de maior complexidade técnica, científica ou artística. Para outros, Página 13 de 20

basta a complexidade da atividade profissional com titulação acadêmica, sendo desnecessária a autonomia, razão pela qual admitem a possibilidade de que algumas classes de empregados e de servidores públicos sejam classificadas como profissionais liberais. 2.4.6 O art. 585, da CLT, ao referir os profissionais liberais, adotou a corrente da compatibilidade de entre as profissões liberais e o vínculo permanente de trabalho subordinado. Neste sentido, a jurisprudência do STJ: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. EMPREGADOS. RECOLHIMENTO. CRITÉRIO DA PREPONDERÂNCIA DA ATIVIDADE DO EMPREGADOR. ART. 581 E SEGUINTES DA CLT. 1. A contribuição sindical dos empregados é recolhida pelo empregador, mediante desconto em folha de salários, ao sindicato relacionado à atividade preponderante da empresa. 2. Não possuindo o empregador atividade preponderante, deverá a contribuição dos empregados ser recolhida aos sindicatos representativos das diversas categorias profissionais ou econômicas existentes no estabelecimento. 3. A contribuição sindical devida pelos trabalhadores autônomos e profissionais liberais é recolhida diretamente por eles às respectivas entidades sindicais. 4. Caso o empregado, no exercício da liberdade sindical, opte por contribuir ao respectivo sindicato, deverá comunicar o empregador para que deixe de proceder aos descontos em folha de salários. 5. O empregador, até que o empregado comunique que está contribuindo para o sindicato respectivo e apresente o comprovante de quitação, deverá descontar a contribuição e recolhê-la ao sindicato relacionado à atividade preponderante da empresa. 6. Recursos especiais providos. (REsp 121.756/PR, Rel. Min Carlos Meira, 2ª T., STJ, Julgado em 22/3/2005) Página 14 de 20

2.4.7 Pode-se observar que para obter a isenção da contribuição sindical devida ao sindicato ou à federação dos servidores da Assembleia Legislativa não basta encontrar-se investido em cargo sujeito à inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil ou em cargo característico de profissional liberal. 2.4.8 É necessário comprovar o pagamento da contribuição sindical a tais entidades, instruindo o pedido de não-retenção do tributo ao setor de recursos humanos da Assembleia Legislativa com os seguintes documentos: (A) COMPROVANTE DE QUITAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL A SINDICATO DE CATEGORIA DE PROFISSIONAIS LIBERAIS, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE GUIA DE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO OU CERTIDÃO DE QUITAÇÃO EMITIDA PELA ENTIDADE. (B) CERTIDÃO DE REGISTRO SINDICAL DO REFERIDO SINDICATO DE CATEGORIA DE PROFISSIONAIS LIBERAIS, COMPROVANDO QUE O MESMO ESTÁ APTO A RECEBER A REFERIDA CONTRIBUIÇÃO. 2.4.9 Comprovado documentalmente, o pedido deve ser feito ao setor de recurso humanos da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Não sendo realizado o pedido, o desconto em folha de pagamento do valor da contribuição sindical deverá continuar a ser realizado pela Assembleia. ITEM II.V BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. Remuneração do Servidor Público. Exclusão das Parcelas Indenizatórias. 2.5.1 O já transcrito inciso I, do art. 580, da CLT, ao referir a importância correspondente a um dia de trabalho estabelece que a base de cálculo do referido tributo é um dia do salário do servidor. Página 15 de 20

2.5.2 Disciplinando a matéria, o Ministério do Trabalho expediu a Nota Técnica SRT TEM nº 36/2009, estabelecendo que: 2. Entende esta Secretaria, em consonância com referida instrução, que todos os servidores públicos brasileiros, independentemente do regime jurídico a que pertençam, devem ter recolhida, a título de contribuição sindical prevista no art. 578 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, pelos entes da administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta, com desconto, sob rubrica própria, na folha de pagamento do mês de março de cada ano, a importância correspondente À REMUNERAÇÃO OU SUBSÍDIO DE UM DIA DE TRABALHO, EXCETUADAS AS PARCELAS DE NATUREZA INDENIZATÓRIA. 2.5.3 Destarte, vê-se que a base de cálculo do tributo não é o vencimento básico do servidor e sim a sua remuneração, excluindo-se da base de cálculo as parcelas de natureza indenizatórias, estabelecidas pelo art. 28, 9º da Lei 8.212/91, que não integram o salário de contribuição previdenciária: abonos de férias; cotas de saláriofamília; ajudas de custo; parcela in natura recebida de acordo com o PAT; aviso prévio e férias indenizadas; indenização por tempo de serviço e indenização adicional; valetransporte; diárias de viagem que não excedam 50% do salário; bolsa de complementação educacional de estagiário e participação nos lucros. ITEM II.VI COMPULSORIEDADE DO TRIBUTO. Obrigatoriedade da Retenção e Repasse da Administração Pública. 2.6.1 A cobrança do tributo é compulsória e se não for realizada no período devido ensejará aplicação de multa sobre o atraso: Art. 600 - O recolhimento da contribuição sindical efetuado fora do prazo referido neste Capítulo, quando espontâneo, será acrescido da multa de 10% (dez por cento), nos 30 (trinta) primeiros dias, com o adicional de 2% (dois por cento) por mês subseqüente de atraso, além de juros de mora de 1 % Página 16 de 20

(um por cento) ao mês e correção monetária, ficando, nesse caso, o infrator, isento de outra penalidade. (Redação dada pela Lei nº 6.181, de 11.12.1974) (Vide Lei nº 11.648, de 2008) 1º - O montante das cominações previstas neste artigo reverterá sucessivamente: (Redação dada pela Lei nº 6.181, de 11.12.1974) a) ao Sindicato respectivo; b) à Federação respectiva, na ausência de Sindicato; c) à Confederação respectiva, inexistindo Federação. 2º - Na falta de Sindicato ou entidade de grau superior, o montante a que alude o parágrafo precedente reverterá à conta "Emprego e Salário". (Redação dada pela Lei nº 6.181, de 11.12.1974) 2.6.2 Ratificou esse entendimento o Superior Tribunal de Justiça, em relação à cobrança da contribuição sindical para os servidores públicos: RECURSO ESPECIAL Nº 473.574 - RS (2002/0141624-6) EMENTA 1. A concessão de Mandado de Segurança, para que a Administração efetue descontos em folha de pagamento não substitui qualquer ação de cobrança nem interfere com a Súmula 269, do Supremo Tribunal Federal. 2. Os artigos 545 e seguintes, da CLT obrigam a Administração a descontar, em folha de pagamento de seus servidores, INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER FORMALIDADE, a contribuição sindical. 2.6.3 Portanto, a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia está obrigada a reter a contribuição sindical dos seus servidores, sob pena de aplicação das cominações legais, independentemente de qualquer formalidade tal qual requisição por parte do SINDSALBA, a qual se faz plenamente desnecessária. Página 17 de 20

2.6.4 O não-repasse, por sua vez, implica em caracterização de crime de apropriação indébita por parte do Administrador Público, no caso, o Presidente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia: RECURSO ESPECIAL Nº 473.574 - RS (2002/0141624-6) EMENTA 1. A concessão de Mandado de Segurança, para que a Administração efetue descontos em folha de pagamento não substitui qualquer ação de cobrança nem interfere com a Súmula 269, do Supremo Tribunal Federal. 2. Os artigos 545 e seguintes, da CLT obrigam a Administração a descontar, em folha de pagamento de seus servidores, INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER FORMALIDADE, a contribuição sindical. RECURSO ORDINÁRIO EM MS Nº 15.178 - DF (2002/0096229-5) RELATOR: MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROS EMENTA I - PROCESSUAL - RECURSO - ERRO NA DENOMINAÇÃO - APROVEITAMENTO. II - ADMINISTRATIVO - CONTRIBUIÇÃO SINDICAL - NATUREZA TITULARIDADE - RETENÇÃO PELO ESTADO - EMPREGADOR - ILICITUDE. III - ADMINISTRATIVO - DISTRITO FEDERAL - "CUSTO OPERACIONAL". I - O engano na denominação de ato processual não lhe altera a substância. Bem por isso, não se deve negar conhecimento ao apelo, em função do nome que o recorrente lhe emprestou. Se, embora sob denominação equivocada, o recurso tem como destinatário o órgão competente para conhecer do recurso cabível, e satisfaz todos os requisitos de admissibilidade não há como desconhecê-lo. II - A contribuição sindical retirada do salário do servidor público, não constitui parcela devida pela Administração ao sindicato, mas contribuição feita pelo trabalhador, diretamente à entidade a que se filiou. Assim, a parcela retida no pagamento do salário, incorpora-se automaticamente ao patrimônio do sindicato e deve ser imediatamente repassada a ele. Quando afirma que paga o valor líquido do vencimento devido ao servidor, a Administração está dizendo que reteve de tal remuneração, parcela que não Página 18 de 20

lhe pertence, mas a terceiro (o Sindicato). Deixando de transferir, sem demora, a parcela descontada ao patrimônio de seu dono, A ADMINISTRAÇÃO ESTÁ PRATICANDO APROPRIAÇÃO INDÉBITA ATO ILÍCITO, AGRESSOR DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO DO SINDICATO. III - Não é lícita a cobrança de custo operacional na retenção da contribuição mensal em favor de entidades sindicais na forma do Art. 8º, inciso IV da Constituição Federal. O Art. 3º do Dec. 21.557/2.000 veda tal retenção. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros José Delgado, Francisco Falcão e Teori Albino Zavascki votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luiz Fux. Brasília (DF), 13 de maio de 2003 (Data do Julgamento). MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROS Relator 2.6.5 Destarte, o repasse do recurso deve ser realizado imediatamente após a retenção do tributo pela Administração Pública. ITEM II.VII DESTINAÇÃO DOS RECURSOS. Aplicação dos Recursos da Contribuição Sindical pelas Entidades de Classe. 2.7.1 A destinação dos recursos provenientes da contribuição sindical pelas entidades de classe está disciplinada no art. 529 da CLT: Página 19 de 20

Art. 592 - A contribuição sindical, além das despesas vinculadas à sua arrecadação, recolhimento e controle, será aplicada pelos sindicatos, na conformidade dos respectivos estatutos, usando aos seguintes objetivos: (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) (Vide Lei nº 11.648, de 2008) II - Sindicatos de empregados: (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) a) assistência jurídica; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) b) assistência médica, dentária, hospitalar e farmacêutica; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) c) assistência à maternidade; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) d) agências de colocação; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) e) cooperativas; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) f) bibliotecas; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) g) creches; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) h) congressos e conferências; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) i) auxilio-funeral; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) j) colônias de férias e centros de recreação; (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) l) prevenção de acidentes do trabalho; (Incluída pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) m) finalidades deportivas e sociais; (Incluída pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) n) educação e formação profissicinal. (Incluída pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) o) bolsas de estudo. (Incluída pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) 2.7.2 Ante o todo exposto, ressalvados novos entendimentos jurisprudenciais acerca da natureza e regime jurídicos da Contribuição Sindical, É O PARECER. SALVADOR, 14 DE OUTUBRO DE 2014. Página 20 de 20