Transtorno de estresse pós-traumático e Transtornos de Adaptação Prof. Eduardo Henrique Teixeira PUC - Campinas
Transtorno de estresse pós-traumático TEPT É uma condição que se desenvolve quando a pessoa vê, ouve ou é envolvida por um estressor traumático extremo. História Estresse: interação do indivíduo com o ambiente, exigindo mudanças e adaptação. Coração de soldado: Guerra Civil Americana (1861-1865), sintomas autonômicos Neurose traumática: Séc. XX, psicanálise Choque de granadas: I Guerra Mundial (1914-1918) Neurose de combate / fadiga operacional: II Guerra Mundial (1939-1945) Transtorno de estresse pós-traumático: Guerra do Vietnã (1955-1975)
Transtorno de estresse pós-traumático Epidemiologia: 8% população geral 5 a 15 % formas subclínicas 5 a 75% grupos de alto risco 75% encarcerados em campos de concentração 36% vítimas tortura 30 % veteranos do Vietnã Fatores de risco mulher (2M : 1H) adulto jovem solteiro baixo nível socioeconômico gravidade do trauma estressor imposto por pessoas duração proximidade à exposição padrão familiar
Transtorno de estresse pós-traumático Etiologia Estressor guerra, tortura, catástrofes naturais, assaltos, estupro, acidentes graves Fatores psicodinâmicos significado estressor, trauma na infância Fatores biológicos noradrenalina: hiper-reatividade ( PA, FC, tremor) opiódes: estados dissociativos e analgesia do estresse eixo HHA: baixas concentrações de cortisol, volume abaixo da média da região do hipocampo Hipocampo: controle nas respostas ao estresse, memória e resposta condicionada
Transtorno de estresse pós-traumático Características clínicas Re-experimentação (revivescência ou flash back), esquiva, hiperexcitabilidade Duração maior que um mês Agudo ou crônico Sentimentos de culpa, rejeição, humilhação Estados dissociativos e ataques de pânico Sintomas depressivos e ansiosos Agressividade, impulsividade Déficit de memória e atenção
DSM-IV-TR : TEPT A. Exposição a um evento traumático no qual os seguintes quesitos estiveram presentes: (1) a pessoa vivenciou, testemunhou ou foi confrontada com um ou mais eventos que envolveram morte ou grave ferimento, reais ou ameaçados, ou uma ameaça à integridade física, própria ou de outros; (2) a resposta da pessoa envolveu intenso medo, impotência ou horror. Nota: Em crianças, isto pode ser expressado por um comportamento desorganizado ou agitado B. O evento traumático é persistentemente revivido em uma (ou mais) das seguintes maneiras: (1) recordações aflitivas, recorrentes e intrusivas do evento, incluindo imagens, pensamentos ou percepções. Nota: Em crianças pequenas, podem ocorrer jogos repetitivos, com expressão de temas ou aspectos do trauma; (2) sonhos aflitivos e recorrentes com o evento. Nota: Em crianças podem ocorrer sonhos amedrontadores sem um conteúdo identificável; (3) agir ou sentir como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente (inclui um sentimento de revivência da experiência, ilusões, alucinações e episódios de flashbacks dissociativos, inclusive aqueles que ocorrem ao despertar ou quando intoxicado).
Tratamento - TEPT Farmacoterapia 1ª linha: ISRS sertralina paroxetina Venfalaxina Tricíclicos imipramina amitriptilina Dose t. depressivo Duração mínimo 8 semanas Psicoterapia Individual apoio exposição gradual enfrentamento manejo do estresse Grupo compartilhamento apoio Familiar
Transtorno de estresse agudo Estressor Sintomas variados Duração: ocorre mais precocemente dentro de 4 semanas do trauma remissão dentro de 2 dias a 4 semanas
DSM-IV-TR Transtorno de estresse agudo A.Exposição a um evento traumático no qual ambos os seguintes quesitos estiveram presentes: (1) a pessoa vivenciou, testemunhou ou foi confrontada com um ou mais eventos que envolveram morte ou sérios ferimentos, reais ou ameaçados, ou uma ameaça à integridade física, própria ou de outros; (2) a resposta da pessoa envolveu intenso medo, impotência ou horror; B. Enquanto vivenciava ou após vivenciar o evento aflitivo, o indivíduo tem três (ou mais) dos seguintes sintomas dissociativos: (1) um sentimento subjetivo de anestesia, distanciamento ou ausência de resposta emocional; (2) uma redução da consciência quanto às coisas que o rodeiam (por ex., "estar como num sonho") (3) desrealização; (4) despersonalização; (5) amnésia dissociativa (isto é, incapacidade de recordar um aspecto importante do trauma).
Curso e prognóstico Bom prognóstico início rápido dos sintomas curta duração bom desempenho pré mórbido apoio social ausência de outros transtornos psiquiátricos, médicos ou relacionados a drogas Sem tratamento 30% se recuperam totalmente 40% continuam com sintomas leves 20% continuam com sintomas moderados 10% não tem alteração ou pioram
Tratamento transtorno estresse agudo Apoio, ventilação e orientação Monitorar o quadro Suporte e encorajamento Reengajamento às rotinas Uso de suporte social, familiar e religioso Garantir segurança e abrigo Reavaliar na 3ª semana
Transtorno de adaptação São reações mal adaptativas de curto prazo na presença de um estressor psicossocial. Epidemiologia 2 a 8 % população geral 2M : 1H pacientes hospitalizados
Transtorno de adaptação Etiologia Estressor: eventos da vida cotidiana perda de um ente querido mudança de emprego / escola situação financeira casamento / divórcio doença física saída da casa dos pais nascimento dos filhos aposentadoria podem ser único ou múltiplo, recorrente ou contínuo
Transtorno de adaptação Etiologia Fatores psicodinâmicos natureza do estressor sentido consciente e inconsciente vulnerabilidade do paciente t. personalidade, comprometimento orgânico, família disfuncional Fatores genéticos e familiares
Transtorno de adaptação Diagnóstico Sintomas depressivos, ansiosos ou mistos são mais comuns em adultos Sintomas físicos são mais comuns em crianças e idosos Comportamento agressivo, direção imprudente, beber em excesso, retraimento, insônia Podem aparecer em até 3 meses do estressor
DSM-IV-TR : transtorno de adaptação A. Desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a um estressor (ou múltiplos estressores), ocorrendo dentro de 3 meses após o início do estressor (ou estressores). B. Esses sintomas ou comportamentos são clinicamente significativos, como evidenciado por qualquer um dos seguintes quesitos: (1) sofrimento acentuado, que excede o que seria esperado da exposição ao estressor (2) prejuízo significativo no funcionamento social ou profissional (acadêmico) C. A perturbação relacionada ao estresse não satisfaz os critérios para outro transtorno específico do Eixo I, nem é meramente uma exacerbação de um transtorno preexistente do Eixo I ou do Eixo II. D. Os sintomas não representam Luto. E. Cessado o estressor (ou suas conseqüências), os sintomas não persistem por mais de 6 meses. Especificar se: Agudo: se a perturbação dura menos de 6 meses. Crônico: se a perturbação dura 6 meses ou mais.
Transtorno de adaptação Subtipos Com humor depressivo tendência ao choro e sentimentos de impotência t. depressivo maior, luto Com ansiedade palpitações, inquietação, agitação t. de ansiedade Com misto de ansiedade e depressão Com perturbações da conduta violações de normas e direitos t. de conduta, t. personalidade anti-social Com perturbação mista das emoções e da conduta Inespecificado negação de doença física, não adesão à tratamento, retraimento social
Transtorno de adaptação CID-10 Classifica os transtornos de adaptação na mesma categoria que as reações ao estresse grave Início geralmente dentro de 1 mês do evento estressante Características particulares em crianças Comportamentos regressivos : urinar na cama, falar como bebê, chupar o dedo
Transtorno de adaptação Curso e prognóstico favorável adolescentes com esse diagnóstico tem maior probabilidade de desenvolverem t. de humor ou relacionados a substâncias
Tratamento Psicoterapia Tratamento de escolha Grupo Estressores semelhantes Individual Estressor x traumas anteriores Farmacoterapia Sintomas específicos Período breve ansiolítico antidepressivo antipsicótico
Dissestes que se tua voz Tivesse força igual À imensa dor que sentes Teu grito acordaria Não só a tua casa Mas a vizinhança inteira
Obrigado