AVALIAÇÃO DE NANOCOMPÓSITOS DE AMIDO TERMOPLÁSTICO E ARGILA POR RMN



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Transcrição:

AVALIAÇÃO DE NANOCOMPÓSITOS DE AMIDO TERMOPLÁSTICO E ARGILA POR RMN D. Schlemmer 1, Tiago C. A. F. Rodrigues 1, I. S. Resck 1, M. J. A. Sales 1 1 Laboratório de Pesquisa em Polímeros (LabPol), Instituto de Química (IQ) Universidade de Brasília (UnB) danielas@unb.br, Campus Darcy Ribeiro, caixa postal 4478, 70919-970, Brasília-DF, Brasil. RESUMO O amido tem sido estudado como substituto de plásticos petroquímicos de vida útil curta. Porém, os filmes de amido apresentam limitações: sensibilidade à umidade e pobre resistência mecânica. Isso pode ser melhorado através da incorporação de cargas como a montmorilonita (MMT), formando nanocompósitos. Foram preparados nanocompósitos de amido com 1, 3, 5 e 10% de MMT, utilizando óleos vegetais do cerrado como plastificantes. Os espectros de RMN dos óleos são semelhantes, com as intensidades dos sinais variando com a proporção dos ácidos graxos presentes. A massa molar dos óleos também foi calculada por RMN. O espectro de CP/MAS RMN 13 C para o amido apresentou um dupleto em 97 e 98 ppm, relativo aos domínios amorfos de C-1, indicando um cristal do tipo A. Os espectros dos nanocompósitos assemelham-se aos do amido e dos óleos. Não aparecem novos picos, sugerindo que não existem fortes ligações químicas entre os componentes. Palavras-chave: amido termoplástico, nanocompósito, óleos vegetais, montmorilonita, RMN. INTRODUÇÃO Atualmente, grande parte das pesquisas em novos materiais está focada na substituição de plásticos petroquímicos de vida útil curta por materiais biodegradáveis com propriedades mecânicas competitivas. Biopolímeros têm 2634

sido considerados materiais promissores para este propósito por serem abundantes, baratos e renováveis (1). O amido é um polímero natural e biodegradável. É formado por moléculas de glicose unidas entre si por ligações glicosídicas do tipo α(1 4). Em sua estrutura há predomínio da amilose, que lhe dá configuração linear, e da amilopectina, polímero de alta massa molar com ramificações em α(1 6). O amido de mandioca possui cerca de 20% de amilose e 80% de amilopectina (2). Para que o amido se torne um termoplástico é necessário que ocorra desestruturação granular, com consequente formação de uma fase contínua. Isso é conseguido através de uma combinação de energia mecânica, térmica e adição de plastificante. A partir daí o amido torna-se conhecido como amido termoplástico (TPS) (3). Entretanto, o TPS tem algumas limitações: é solúvel em água e possui pobre resistência mecânica, o que limita sua aplicabilidade. Assim, a modificação do amido tem sido bastante estudada (2,4,5). Nos últimos anos, vem se tornando frequente o uso de óleos vegetais como plastificantes de materiais poliméricos. Estudos preliminares mostraram que a incorporação de cadeias de ácidos graxos ao amido provoca aumento significativo da plasticidade do material (6,7). O Cerrado brasileiro é um bioma com enorme variedade de espécies vegetais ricas em óleo, oferecendo diversas perspectivas para o desenvolvimento sustentável da região. Um significativo avanço na pesquisa de novos materiais tem ocorrido na preparação de nanocompósitos, nos quais a ordem estrutural pode ser controlada em escala nanométrica. As cargas usadas são geralmente argilas minerais, como a montmorilonita (MMT), que são adicionadas em pequenas concentrações (1-5%). A MMT possui elevada área superficial, tamanho reduzido de partículas e boas propriedades de intercalação (8). O objetivo deste trabalho é o estudo por RMN do amido, dos óleos vegetais e dos seus nanocompósitos com MMT. MATERIAIS E MÉTODOS O amido de mandioca (Manihot esculenta Crantz) acetilado foi fornecido pela AVEBE, Brasil S.A. O óleo de buriti (OB) foi fornecido pelo departamento de física da UFPA. O óleo de macaúba (OM) foi cedido pela Cocal Brasil e o 2635

óleo de pequi (OP) pela Buriti Comercial Ltda. A montmorilonita (K10), com área superficial de 220-270 m 2 /g, foi adquirida da Aldrich. Preparação dos materiais Os filmes foram preparados a partir de uma suspensão aquosa de amido acetilado. Esta foi aquecida até 70 ºC, com agitação mecânica (1h), para gelatinizar os grânulos de amido. O óleo vegetal (25% m/m) foi adicionado à solução, mantendo a agitação, e a temperatura foi aumentada até 95 ºC. Após 30 min a solução foi vertida em placas de PS e a água evaporada em estufa (50 ºC, 24 h). Para preparar os nanocompósitos a MMT foi primeiro dispersa em água destilada por 24 h e adicionada à suspensão aquosa de amido. Caracterização Os espectros de RMN foram adquiridos em um espectrômetro Varian, modelo Mercury Plus 300MHz. Para os óleos vegetais foi utilizada frequência de ressonância de 7,05 MHz, intervalo de pulsos de 1s e 16 varreduras. TMS foi usado como padrão interno. Os espectros do amido e dos filmes foram obtidos no estado sólido, com polarização cruzada (CP) e rotação no ângulo mágico (MAS). Foi utilizado tempo de contato de 1,5 ms; tempo de relaxação de 0,05 s e velocidade de 6kHz. HMB foi utilizado como padrão interno. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Figura 1 apresenta os espectros de RMN 1 H dos óleos vegetais. (a) (b) (c) Figura 1. Espectros de RMN 1 H dos óleos de (a) buriti, (b) macaúba e (c) pequi. 2636

Observa-se que os espectros são semelhantes e as intensidades dos sinais variam, pois dependem da proporção dos ácidos graxos presentes em cada óleo. Apenas o OM apresentou um sinal em 2,8 ppm, que pode ser relacionado aos hidrogênios metilênicos na posição α em relação às duplas ligações (=CH-CH 2 -CH=). Este resultado pode ser atribuído ao fato de apenas esse óleo possuir quantidades significativas (cerca de 9%) de ácido linoléico em sua estrutura. A massa molar dos óleos (Tabela 1) é outro dado que pode ser obtido dos espectros de RMN 1 H através da integração dos sinais (9). Tabela 1. Massas molares dos óleos calculadas por RMN 1 H. Óleo Massa Molar (Da) Buriti 984,2 Macaúba 1008,9 Pequi 897,1 Como os óleos vegetais são misturas heterogêneas, sua estrutura varia de molécula para molécula. Os óleos OB e OM apresentaram massas molares próximas. A pequena diferença entre eles pode ser explicada pelo fato do OM possuir maior quantidade de ácido lignocérico (C24:0) e menor quantidade de ácido palmítico (C16:0) e, consequentemente, maior número de átomos de carbono, em relação ao OB. O OP apresenta elevada quantidade de ácido palmítico (cerca de 35%) em sua estrutura, o que explica sua massa molar inferior em relação aos outros óleos estudados. Os espectros RMN de diferentes tipos de amidos podem ser identificados por uma combinação de características relacionadas a dois tipos de estruturas de polissacarídeos: cristalino, identificado por duplas hélices, e amorfo, identificado por cadeia simples. Esta análise fornece a primeira descrição molecular da estrutura presente nos grânulos de amido. O pico referente ao carbono 1 dá informações sobre a natureza cristalina e não cristalina das cadeias. A multiplicidade do C-1 corresponde ao tipo de empacotamento dos grânulos de amido e pode revelar a natureza de sua cristalinidade (10). A Figura 2 apresenta o espectro de RMN no estado sólido para o amido. 2637

Figura 2. Espectro de CP/MAS RMN 13 C, no estado sólido, do amido. O espectro de CP/MAS RMN 13 C para o amido da mandioca apresenta um dupleto em 97 e 98 ppm e um ombro em 99 ppm, originário dos domínios amorfos de C-1, indicando um cristal do tipo A. Um sinal em 58 ppm é atribuído ao carbono 6 da molécula de glicose. O sinal de maior intensidade em todo o espectro, 68 ppm, é associado aos carbonos C-2, C-3 e C-5 (10). O pico em 68 ppm é relacionado aos grupos CH OH, enquanto os picos próximos a 100 ppm são relacionados ao carbono anomérico C-1, que está ligado a dois átomos de oxigênio (O-C-O) e com isso apresenta um deslocamento químico maior que C-4, que está ligado a somente um oxigênio. Através da análise dos espectros dos TPS (Figura 3) pode-se inferir que não há fortes ligações químicas entre os componentes, pois não há deslocamento de sinais e nem aparecimento de novos sinais além dos já relatados para o amido e do sinal em 178 ppm, relacionado às acilas presentes nas cadeias dos óleos. Figura 3. Espectro de RMN 13 C, no estado sólido, dos TPS com OB, OM e OP. 2638

Os nanocompósitos apresentaram espectros bastante semelhantes aos dos TPS puros (Figura 4). Isso pode ser explicado pelo fato de que apenas materiais com carbonos em sua estrutura podem ser identificados por CP/MAS RMN 13 C. A argila é constituída, essencialmente, de silicatos hidratados de alumínio, não apresentando um sinal característico no RMN de 13 C. Figura 4. Espectro de RMN 13 C, no estado sólido, dos TPS com MMT. CONCLUSÕES O amido de mandioca e os óleos vegetais são recursos naturais, renováveis e biodegradáveis. A argila MMT pode ser usada como carga para a preparação de nanocompósitos. Os espectros de RMN dos óleos se mostraram semelhantes, com as intensidades dos sinais variando com a proporção dos ácidos graxos presentes. A análise do espectro de CP/MAS RMN 13 C para o amido forneceu descrições sobre a sua estrutura cristalina, indicando um cristal do tipo A. Os espectros dos nanocompósitos assemelham-se aos do amido e dos óleos. Não apareceram novos picos, sugerindo que não existem fortes ligações químicas entre os componentes dos compósitos. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CNPq, FINATEC e IQ-UnB pelo suporte financeiro. 2639

REFERÊNCIAS 1. HUANG, M.; YU, J. Structure and properties of thermoplastic corn starch/montmorillonite biodegradable composites. Journal of Applied Polymer Science, v.99, p. 170-176, 2006. 2. CEREDA, M. P.; VILPOUX, O.; DEMIATE, I. M. Amidos modificados. Fundação Cargill: São Paulo, 2001. 3. AVEROUS, L.; BOQUILLON, N. Biocomposites based on plasticized starch: thermal and mechanical behaviors. Carbohydrate Polymer, v. 56, p. 111-122, 2004. 4. SHOGREN, R. L. Preparation, thermal properties, and extrusion of highamylose starch acetates. Carbohydrate Polymer, v.29, p. 57-62, 1996. 5. CHI, H.; XU, K.; WU, X.; CHEN, Q.; XUE, D.; SONG, C.; ZHANG, W.; WANG, P. Effect of acetylation on the properties of corn starch. Food Chemistry, v. 106, p. 923-928, 2008. 6. FANG, J. M.; FOWLER, P. A.; TOMKINSON, J.; HILL, C. A. S. An investigation of the use of recovered vegetable oil for the preparation of starch thermoplastics. Carbohydrate Polymer, v. 50, p. 429-434, 2002. 7. SCHLEMMER, D.; OLIVEIRA, E. R.; SALES, M. J. A. Polystyrene/thermoplastic starch blends with different plasticizers. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, v.87, p. 635-638, 2007. 8. RAY, S. S.; BOUSMINA, M. Biodegradable polymers and their layered silicate nanocompósitos: In greening the 21 st century materials world. Progress in Material Science, v.50, p. 962-1079, 2005. 9. MIYAKE, Y.; YOKOMIZO, K.; MATSUZAKI, N. Determination of unsaturated fatty acid composition by high-resolution nuclear magnetic resonance spectroscopy. Journal of American Oil Chemists Society, v.75, p. 1091-1094, 1998. 10. MORGAN, K. R.; FURNEAUX, R. H.; LARSEN, N. G. Solid-state NMR studies on the structure of starch granules. Carbohydrate Research, v.276, p. 387-399, 1995. 2640

EVALUATION OF THERMOPLASTIC STARCH/MMT NANOCOMPOSITES BY NMR ABSTRACT Starch has been studied for replace petrochemical plastics for short shelf life. However, the starch films have limitations: sensitivity to moisture and poor mechanical strength. This can be improved by incorporating loads such as montmorillonite, forming nanocomposites. Nanocomposites were prepared with 1, 3, 5 and 10% of montmorillonite, using vegetable oils of Brazilian Cerrado as plasticizers. The NMR spectra of oils are similar, but the intensities of the signals varying with the proportion of fatty acids. The molar mass of the oils was also calculated by NMR. The spectrum of CP/MAS 13 C NMR for starch presented a duplet in 97 and 98 ppm, on the amorphous domains of C-1, indicating a crystal type A. The spectra of the nanocomposites are similar to those of starch and oils. No new peaks appear, suggesting that there are no strong chemical bonds between components. Keywords: thermoplastic starch, nanocomposite, vegetable oils, montmorillonite, NMR. 2641