ILUSTRíSSIMO SENHOR JEFFERSON DI LORENZO GASCÓN, PREGOEIRO DO CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE - SP.



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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃo PAULO 2007/053092 10/12/200714:22:59 Origem: AT Chave:VS DATA Destino:CPR WEa-SCp PROTOCOLO WES-SCP ILUSTRíSSIMO SENHOR JEFFERSON DI LORENZO GASCÓN, PREGOEIRO DO CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE - SP. Preaão Presencial n 45/2007 VS DATA COMERCIAL INFORMÁTICA LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n 07.268.152/0001-19, com sede na Rua Santa Rosa, n 112, 3 andar, Sala 21, Edifício Coral, Bairro Brás, São Paulo-SP, vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, por seu representante legal abaixo assinado I com fundamento no artigo 4, inciso XVIII da Lei n 10.520/02 c.c. o item XXII, subitem 1, do competente Edital de Licitação ("Edital"),apresentar CONTRA-RAZÕES ao RECURSO formulado por PLANET PRINT BLACK & COLOR LTDA. EPP ("PLANET PRINT'1.pelos motivos de fato e razões de direito adiante expostos e articulados. I - Síntese das Razões Recursais Em resumo, sustenta a PLANET PRINT em seu Recurso que: 1

(i) (ii) a exigência contida na descrição dos itens exigidos no Anexo I do instrumento convocatório é ilegal; atendeu integralmente o Edital, sendo de rigor a sua imediata reclassificação para os itens em comento. o Recurso da PLANET PRINT não tem condição de ser provido, pois se isso ocorresse estar-se-ia diante de flagrante e inaceitável violação ao princípio da vinculação ao Edital, que deve nortear qualquer licitação, além de atentar-se contra vários dispositivos legais. É o que se passa a demonstrar. 11 - Mérito 1I.I.Da "reclusão do direito de contraditar o Edital nada mais é do que reabrir uma questão iá Dreclusa. o que pretende a PLANET PRINT com o Recurso ora interposto Tivesse a Recorrente alguma dúvida acerca do Edital por exigir que os Lotes 1 e 2 devem ser originais do fabricante do equipamento, deveria ter apresentado Impugnação ao Edital no prazo legal. Nesta hipótese, uma vez decidida a Impugnação ao Edita/, de forma definitiva, na esfera administrativa - o que, no caso concreto inocorreu -, dois caminhos restariam à Recorrente: abster-se de participar da Licitação, caso não pudesse atender os precisos termos do Edital; ou participar da Licitação, oferecendo exatamente os produtos tal como exigidos no Edital. o que jamais poderia fazer era participar da Licitação, oferecendo produtos em condições diversas daquelas expressamente exigidas no Edital, para, em momento posterior, voltar-se contra a decisão da Administração, repelindo inoportunamenteas suas disposições. 2 \.

Como bem ensina MARÇAL JUSTEN FILHO: "O particular tem o direito de continuar a participar do certame, até que sua impugnaçiio seja decidida. Mas, se vier a ser derrotado, o descumprimmto às regras do edital aca"etará sua ac/usdo" J. Simples leitura das razões recursais da PLANET PRINT conduz à anafastávelconclusãode queo objetivoé de reabrira questão- iá oreclusa -de poder ou não o Edital exigir, para os lotes sub examine, somente a cotação de suprimentos da marca do fabricante da impressora e não compatíveis ou similares. E essa discussão, como visto alhures, está preclusa, diante da inexistência de Impugnação ao Edital formulada pela própria Recorrente ou quaisquer dos demais licitantes. Deve, pois, neste passo, ser julgado improcedente o Recurso por ela interposto. II.2.Da legalidade da dislldsicão COlltida liti AIleJCol do Edital Em que pesem as razões alegadas pela Recorrente, há fundamentos iurídicos suficientes oara resoaldar a manutencão da cláusula em comento. Vejamos: Da forma como invoca suas razões, reputa a Recorrente que estar-se-ia violando, por via transversa, o tão propalado princípio da isonomia. Não obstante, o aludido princípio merece ser analisado de forma bem mais profunda que a arrazoada. Isonomia não quer dizer a proibição pura e simples de a Administração diferenciar os particulares entre si. Um raciocínio superficial e simplista como esse não permitiria à Administração atingir a finalidade máxima da licitação: selecionar a melhor proposta, Le, aquela de menor preço e melhor qualidade. I "Comomtários à L"i d" Licitaçõ&:S"Contratos Administrativos", Diahilica, 7a. cd., pág. 422 3

Isto porque. ao definir o objeto a ser contratado deve a Administração delinear quais critérios diferenciadores serão adotados para escolha do contratante e, a poste riori, verificar quem preenche satisfatoriamente tais diferenças. Esses critérios devem ser pertinentes e proporcionais ao objeto do certame, servindo de instrumento para garantir a perfeita execução do mesmo e, por conseqüência, do interesse público envolvido. Neste sentido, o ensinamento de LÚCIAVALLEFIGUEIREDOE SÉRGIO FERRAZ2:"a desigualdade não é repelida, o que se repele é a desigualdade injustificada". O princípio da isonomia destina-se a coibir diferenciações arbitrárias e subjetivas. O fato de a Administração exigir "cartuchoorigináriodo fabricante da impressora" tem por finalidade assegurar a adequada execução do contrato. É um requisito objetivo, pertinente e proporcional ao objeto e, atende aos interesses Dúblicos do Conselho Reaional de Contabilidade de São Paulo. transcrevemos a seguir: Esse é o pensamento do Prof. MARÇALJUSTEN FILH03, que "_.Não se admite, porém, a discriminação arbitrária, produto de preferências pessoais e subjetivas do ocupante do cargo púb6co. A ücitação consiste em um instrumento jurújico para afaslilr a arbitrariedade na seleção do contratante. Portanto, o ato convocatório deverá definir, de modo objetivo, as diferenças que sertio reputm/aspara a Administração. A isonomia significa o tratilmento uniforme para situações uniformes, distinguindo-se-as na medida em que exista diferença. " 'In "Di$pen$u e Inexigibilidade de Licituçãu", 2' t:d., São Paulo, RT, 1992, p.24 ) In "Cumentáriu$ ti Lei de Licitaçõe$ e CuntratwAdmmimutivw", 9" IXI.,ed. Dialética" p.60 4

Portanto, não há qualquer ofensa ao art. 3D,da Lei n 8.666/93, uma vez que a condição em questão não pode ser considerada impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato. Se a exigência prevista no edital acaba por restringir a participação de algumas empresas, é para assegurar determinada finalidade de interesse público, que se sobrepõe ao interesse particular dos pretensos licitantes. Vejamos decisão proferida pelo C. STJ em caso análogo: "AdministraDvo. Mandado de Segurança. Licitação. Disposições Editalícias. C.F., arngo 37, XXI. Leis nos8666/93 (am. 3, ]0, I, e 7, 5 ) e 8883-9.1. Segurança Denegada. 1. O interesse públko reclama, além do suporte técnico-operacional compatível para a realização das obras ou serviços especiojizothjs,outros requisitos ditados no chamamento edita/ício. 2. Exigência editalicia orientada pelo interesse público no cumprimento das obrigações. Legalidade. 3. Recurso sem provimento." (STJ, 1" Turma, RO em MS no 9.687-PR [1998/0030.J10-OJ,re! Min. Mi/Jon Luiz Pereira,j. 12.06.2001)." Apesar do tipo de licitação em debate ser denominado de "menor preço", não se pode ignorar que a qualidade dos produtos a serem adquiridos é de imensa relevância para os interesses do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo, podendose afirmar que, no presente caso, é essa a vantagem buscada pelo administrador, daí a exigência da especificação em comento, que visa tão-somente acautelar a Administração Pública, evitando que adquira produtos pretensamente similares, mas que a rigor sejam remanufaturados ou recondicionados, podendo ocasionar sérios danos ao parque de equipamentosjá instalado. Esse é o princípio da "vantajosidade", que significa dizer que a Administração Pública deve sempre buscar a maior qualidade da prestação e o maior beneficio econômico, concomitantemente. Para que isso seja possível, todas as exigências consideradas oportunas e pertinentes, devem constar do edita!. 5

Portanto, se no intuito de atender ao interesse públiéo- (que, insista-se, se sobrepõe ao do particular), obtém-se a maior vantagem, que é a qualidade com preço justo, é plenamente justificável a especificação apresentada na descrição dos produtos no Anexo I do instrumento convocatório. Vale aqui transcrever trecho da obra do já citado Prof. MARÇAL JUSTEN FILH04: ''A vantagem não se relaciona apenas e exclllsivamente com a questão financeira. O Estado necessita receber prestações satisfatórias, de qualidade adequada. De nada serviria ao Estado pagar valor irrisório para receber objeto imprestável Muitas vezes, a vantagem técnica apresenta relevância tamanha que o Estmio tem de deixar a preocupação financeira em segundo plano. " A Recorrente alega, também, a vedação legal por preferência de marca específica, consoante artigo 15, parágrafo 7, inciso I e artigo 25, inciso I da Lei n 8666/93. No entanto, tal vedação deve ser interpretada com parcimônia. Foi intenção do legislador proibir o direcionamento da licitação para determinados fornecedores, de forma arbitrária e despropositada, mas, havendo critérios objetivos respaldando e justificando a exigência de determinada marca, pode o administrador assim proceder. Defato, "é possível a contratação de fornecedores exclusivos ou a preferência por certas marcas, desde que presente o interesse púbico. Não se admite a opção arbitrária, destinada a beneficiar detenninado fornecedor ou fabricante. A proibição não atinge, obviamente, a mera utilização de marca como instrumento de identificação de um bem - selecionado pela Administração em virtude de suas caracteristicas intrinsecas. O que se proíbe é a escolha arbitrária pela marca, processo psicológico usual entre particulares e irrelevante nos lindes do direito privadons. Repisa-se: a especificação a que se refere a descrição dos itens a serem cotados no Anexo I do Edital, visa apenas acautelar o parque de equipamentos do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo. 4 Op. Cil, p. 62 5MarvaJJusWnFilho, Op.Cit, P.126 6 \

".3.Da Villeulação ao IIIstrumellto COllvocat6riD Um dos princípios basilares da licitação é o da vinculação instrumento convocatório, insculpido no artigo 41 da Lei n 8.666/93. ao Ou seja: era dever das licitantes a apresentação de produtos ORIGINAIS DO FABRICANTE DA IMPRESSORA, ALÉM DE NÃO REMANUFATURADOS, RECONDICIONADOS OU RECICLADOS. Não existe, portanto, outra interpretação; todas as empresas interessadas em cumprir rigorosamente o edital deveriam abster-se de apresentar produtos em desacordo com as exigências editalícias. Trata-se de exigência absolutamente legal e plenamente justificada; afinal, está dentro do poder discricionário do administrador e visa coibir a paralisação dos serviços por má qualidade dos produtos e o incremento no custo de manutenção dos equipamentros. E dela as empresas interessadas não podiam prescindir. MARÇALJUSTEN FILHO,paraquem:6 Quem sobre o assunto manifestou-se de forma coerente foi "Toda exigência fomull ou liulterialprevista no edital tem função instrumental Nenhuma exigência se justifica por si própria. O requisito previsto no edital se identijit:acomo instrumento de assegurar (ou reduzir o risco de não se obter) o interessepúblico". Daí a justificativa da exigência de produtos que não fossem recondicionados I recicjados/ remanufaturados. A jurisprudência sobre o assunto é uniforme, como se verifica: 7 6 Comentário8 à L&:ido:Licital;ÕI08e Conlrato8 Adminislrativ08 -Aidê Editora, Rio de Janeiro, 1994, 3' Edição, pág. 253 2 Superior Tribunal de Justiça - MS 5829 ES - Min. Garcia Vieira - DI de29 03 99 7

"Não atendendo aos requisitos exigidos no edital oco"e processo Ikitatório de conco"ência." a inabilitação em Deveras, a apresentação de produtos 100% novos, não remanufaturados e originais do fabricante da impressora constitui-se imprescindível para a presente licitação, sendo considerada essencial tanto para a classificação como, principalmente, para o cumprimento do objeto do contrato. Em suma, a empresa Recorrente no certame não cumpriu a exigênciade apresentação de produtos originais do fabricante do equipamento e escoimados de qualquer espécie de remanufatura/ recondicionamento. Não cumpriu, portanto, o edita I! Destarte, é certo que a única alternativa é a manutenção da desclassificação da Planet Print, de acordo com o art. 41 da Lein 8.666/93: "Art. -li. A Administração não pode descumpr;r as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vincu/iuja." mesma lei de licitações, que assim está fincada: Esta é também a inteligência da primeira parte do artigo 4 da "Art. -I".Todos quantos participem de Ikitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1" têm direito públko subjeâvo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta Lei.. " 8

Assim, uma vez editado o ato convocatôrio,todos a ele se prendem, restando, para o administrador, pouco espaço para subjetivismo. Impõe-se, nesse momento, a necessidade da vinculação dos atos da administração ao que fora previamente combinado. A jurisprudência a respeito é farta, pacífica e remansosa. Todos os Tribunais têm defendido o respeito ao princípioda vinculação aos editais, como se verifica do seguintearesto:8 "Conco"ênda Pública. Licitação a menor preço. Proposta em desconfonnidade com o editaldesclassificação. Segurança dmegada." No mesmo sentido o julgado do Egrégio Superior Tribunal de Justiça extraído dos autos do Mandado de Segurança no575510f (199810022982-5) em que foi relator o Ministro Oemócrito Reinaldo: 9 "ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. lnobservâncla DO DEr'1DO PROCESSO LEGAL. ALTERAÇÃO DO EDITAL NO CURSO IX) PROCEDIMENTO LlCITATÓRIO, EM DESOBEDIÊNCIA AOS DITAMES DA LEI. CORREÇÃO POR MEIO DE MANDADO DE SEGURANÇA. O princípio da vineulação ao instrumento convocatório norteia a atividade do Administrador, no procedimento licitatório, que constitui ato administrativo formal e se erige em freios e contrapesos aos poderes da autoridade julgadora. O devido processo legal se traduz (no procedimento da licitação) na obediência à ordenação e à sucessão das fases procedimentais consignadas na lei e no edital de convocação, sendo este inalterável através de mera comunicação interna aos licitantes (art. 21, 4~ da Lei no8.666/93). Desde que iniciado o procedimento do certame, a alteração do Edital, com reflexo nas propostas já apresentadas, exige a divulgação pela mesma forma que se deu ao texto original, determinando-se a publicaçll0 (do Edita!) pelo mesmoprazo inicialmenteestabelecido. a M~ o" 20.2116-0O do TI SP -Impelrante: CODEP -Conservadora e Dedetizadora de Prédios e Jardins, Lida.; Impetrado: Presideote do TCE-SP VoIoo"1.09S, 1" S"\'ão. julg. em 09 09 19911,plbl DJU de 031119911, pág. 006, RDA n" 21S 203, RJADCOAS 0"001 1SS 9

o aviso interno, como meio de publicidade às alterações subseqüentes ao instrumento de convocação, desatende à legislação da regência e gera aos participantes o di~ito subjetivo a serprotegido pelo mandado de segurança,. Segundo ainda a lição segura de HELY LOPES MEIRELLES:1o "As propostas deverão satisfazer na forma e no conteúdo às exigências do edital, que é a norma especial da licitação e a matriz do futuro contrato. A prpponente há que submeter-se, irrestritamente, às cláusulas do edital e ofertar com clareza e exatidão, sobpena de invalidar a suaprópria oferta. A proposta que desatender o edital é inaceitável" A respeito dessa matéria, JESSÉ TORRES PEREIRA JÚNIOR ao analisar o artigo 30 da Lei 8.666/93, divide em três categorias os princípios formadores da norma geral das licitações: 11 (i) na primeira, o princípio universal da isonomia; (ii) na segunda, os princípios constitucionais gerais, quais sejam, da legalidade, impessoalidade, disponibilidade, devido processo legal e continuidade, presentes em todas as atividades administrativas estatais; (iii) na terceira e a que interessa para este caso, os princípios do direito administrativo específicos para as licitações, quais sejam, os da vinculacão ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e correlatos. A importância dos princípios nomeados no artigo 30 da lei de competições públicas está em que, o da vinculação ao instrumento convocatório, faz do edital a lei interna de cada licitação, impondo-se a observância de suas regras à Administração 10 Lici~ão c Contrato Administrativo, RT,,. ei\., pág. 112 11Comentários à Lei de LicitaçÕC8c ConlrataçÕC8da Administração Pública", 4' edição, 2'1iragern, Ed. Renovar, pág.36 10

Pública e aos licitantes, estes em face dela e em face uns dos outros, nada podendo ser exigido, aceito ou permitido, além ou aquém de suas cláusulas e condições. o mesmo JESSÉ TORRES PEREIRA JÚNIOR: Não cabe, destarte, procedimento diverso da regra. Como ensina "O cumprimento exato do procedimento previsto na lei, no regulamento e no edital é dever da Administração (tambémpor força do princípio da igualdade), ao qual corresponde o direito público subjetivo dos licitantes de exigirem que ela assim se conduza." J] Ora, o caráter dessa norma (art.41, Lei rt' 8.666/93)é geral, pois trata-se de norma-síntese de toda principiologia envolvente da licitação pública. Para ela convergem e dela ressaem os princípios da isonomia, da moralidade, da publicidade, da impessoalidade, da competitividade, do julgamento objetivo, da adjudicação do objeto ao autor da melhor proposta, entre outros já referidos. Administração às normas e condições do edital: Deveras, três são as conseqüências quanto à vinculação da ~ a discricionariedade da Administração para estabelecer o conteúdo do edital transmuda-se em vinculação uma vez este publicado, passando a obrigar tanto o administrador quanto os competidores; ~ descumprimento de disposição editalícia, pela Administração, eqüivale à violação do direito subjetivo dos licitantes de se submeterem ao certame segundo regras claras, previamente fixadas, estáveis e iguais para todos os interessados; ~ para que o edital vincule legitimamente a Administração e os licitantes, necessário é que todas as suas cláusulas e condições conformem-se aos princípios regentes da matéria e à lei, seguindo-se que o edital não é peça intangível, ao interno alvedrio da Administração. IZ Comentários à Lei de Licitações e Conlutações da Administração Pública, JeBSéTom:s P cira JÚDior,ed. Renovar, 4" edição, pág.45 11

Costuma-se dizer que o edital é a lei da licitação. Mas ele é muito mais; é a lei da licitação e do contrato, pois o que nele se contiver deve ser rigorosamente cumprido, sob pena de nulidade. Trata-se, em suma, da aplicação do princípio da vinculação ao instrumento convocatório. princípio aqui analisado, como se verifica 13 : MARÇAL JUSTEN FILHO tece alguns comentários sobre o "...além da ki, o instrumento convocalório da 6citação determina as condições a serem observadas pelos envolvidos na ücilação. A vinculação ao instrumento convoctdório complemento a vinculação à lei". Aliás, na mesma obra citada, o autor lembra interessante julgado do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, nestes termos: 14 "Por isso, já se decidül ser imperiosa a observância estrita dos termos do edita/, que não dá ensejo à adnússão de critérios outros, mesmo que mais vantajosos à administração" Deveras, o ato convocatório possui características especiais e anômalas. Enquanto ato administrativo, não se sujeita integralmente ao princípio da temporalidade. A autoridade administrativa dispõe de faculdade de escolha, ao editar o ato convocatório. Porém, nascido tal ato, a própria autoridade fica subordinada ao conteúdo dele. Vale dizer: editado o ato convocatório, o administrador e o interessado submetem-se a um modelo norteador de sua conduta. O instrumento convocatório " Comentári06 à Lei d" Licitaçõcs "Coll1ratos Administrativ06, 4" edição, Ed. Aid", pág. 31 RIT.lESP 103 157 12

cristaliza a competência discricionária da Administração, Que se vincula a seus termos. Conjugando a regra do artigo 41 com aquela do artigo 49, pode-se afirmar a estrita vinculação da Administração ao edital, seja quanto a regras de fundo, seja quanto àquelas de procedimento. Ao descumprir normas constantes do edital, a Administração Pública frustra a própria razão de ser da licitação. Viola os principios norteadores da atividade administrativa, tais como a legalidade, a moralidade, e a isonomia. E como ensina CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO: 15 "Violar um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um especifico mandamento obrigatório, mas a todo um sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. " A jurisprudência não discrepa dessa doutrina, como se verifica: 16 "Mandado de SeguranfIJ. Edital de chamamento de interessados para prestação de serviços de guarda diurna e noturna, bem. conw tarefas complementares. Eliminação de empresa interessada,por ato da Comissão de Licitação daacarpa (Associação de Crédito easristência Social). Alegação de ikgahdode e violllção de dúeijo líquido e cedo. Não se caraderiza ikgalidade se órgão competente elimina o interessado por inobservância das exigências contidas no editlll de chamamento. Não pode o cantbdato alegar desconhecimento das normas do editlll nem estobelecer novas condições, a seu nwdo. Extinção doprocesso por impossibijidllljejurídica. " 10Curso de Direito Administrativo - Malhciros Editores - 6" ed - pág. 338 16 TIPR -Ap. Cív. 1.74787 - Ac. 5.661-2" Câm. -Rei: Des. OssianFrança- j. em 25.05.88. Fonte: Banco de Dados de Jurisprudência do TI PR, sendo 1108S0808 grif'08 13

111 - Conclusões Diante de todo o exposto e, sobretudo, diante da fragilidade das razões recursais apresentadas pela PLANET PRINT, deverá ser negado provimento ao Recurso interposto, mantendo-se assim, a sua desclassificação uma vez que não ofertou produtos "oriainais de fábrica", como expressamente consignado no Edita!. Termos em que, P. Deferimento. São Paulo, em 06 de dezembro de 2007 Donatella GiseUa Favretti (RG n. 3.196.325 e CPF n. 022.759.338-32),ONSELHOREGIONALDECONTABIUUAul.. DOESTADODESÃOPAULO AT..la_L'slr..l.~. ~. :ÃRÕl-A R l-elgaréjõ. A XILlAR ADM!NISTRATIVO 14