JULGAMENTO DE RECURSO DE IMPUGNAÇÃO DE EDITAL

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Valentina Frade Brandt
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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO REITORIA PROCESSO: / REFERENTE: CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 01/2011 IMPUGNANTE: LTM CONSTRUÇÕES LTDA JULGAMENTO DE RECURSO DE IMPUGNAÇÃO DE EDITAL Com base na análise do Processo Administrativo nº / e considerando as informações apresentadas pela Comissão Especial de Licitação, CONCEDO PROVIMENTO PARCIAL ao recurso impetrado pela Empresa LTM CONSTRUÇÕES LTDA, no inteiro teor da Decisão Proferida pela Comissão Especial de Licitação de Obras do IFMA nos autos do referido Processo Administrativo. São Luís, 07 de outubro de José Ferreira Costa Reitor Pró-Tempore

2 PROCESSO: REFERENTE: CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 01/2011 IMPUGNANTE: LTM CONSTRUÇÕES LTDA ATA DE JULGAMENTO DE IMPUGANAÇÃO DE EDITAL Aos sete dias do mês de outubro do ano de 2011, reuniram-se os membros da Comissão Especial de Licitações de Obras do IFMA, nomeados consoante Portaria nº 107, de 12 de janeiro de 2011, para análise e julgamento da impugnação ao Edital da Concorrência Pública nº 01/2011, impetrado pela LTM CONSTRUÇÕES LTDA, doravante denominada LTM, através do Processo Administrativo nº I. DOS FATOS O Reitor do Instituto Federal do Maranhão - IFMA, por intermédio da Comissão Especial de Licitações de Obras, fez publicar o edital de Licitação da Concorrência Pública nº 01/2011, cujo objeto é a contratação de empresa de engenharia para execução dos serviços necessários à conclusão da obra do Campus Bacabal. A licitação foi publicada no DOU e divulgada em dois jornais de circulação regional, inclusive nos site e sendo a Sessão Pública de recepção e abertura dos envelopes de habilitação e proposta, marcada para o dia 13/10/2011, às 10h00min. Em 07/10/2011 foi protocolada no IFMA e recebida pela Comissão Especial de Licitação na mesma data, a impugnação da empresa LTM CONSTRUÇÕES LTDA, aos Termos do Edital da Concorrência Pública nº 01/2011/IFMA cujas razões serão descritas, analisadas e julgadas a seguir. II. RAZÕES DO IMPUGNANTE Nas razões de impugnação, a postulante discorda da exigência inserta no item , subitem d do Edital da Concorrência Pública nº 01/2011/IFMA, 2

Comissão Especial de Licitações de Obras do IFMA, nomeados consoante Portaria nº 107, de 12 de janeiro de 2011, para análise e julgamento da impugnação ao Edital da Concorrência Pública nº 01/2011,

3 (...) tendo em vista que, no caput da exigência, ao determinar a comprovação da capacidade técnico-operacional da licitante, esta tem que possuir no seu corpo técnico profissionais de nível superior em engenharia civil ou arquitetura, devidamente registrados no CREA. Mais adiante, ao exigir a comprovação dos serviços executados, determina a parcela correspondente a serviços de perfuração de poço artesiano, atribuição específica do GEÓLOGO, em clara infringência à Lei 5.194/66, em consonância com a Resolução 218/73 do CREA. Acrescenta, ainda, que Assim, as exigências se tornam inadequadas, por conterem profissional não incluído na atividade de engenharia e arquitetura. Pelo exposto, a impugnante requer que seja (...) retirada a exigência relativa ao item , subitem d do edital, referente à parcela perfuração de poço artesiano, para que seja respeitada a mais FIEL JUSTIÇA. Por ultimo, solicitar que (...), seja o processo licitatório chamado à ordem para corrigir as eivas do ato convocatório, mormente ás características citadas, julgando procedente a presente IMPUGNAÇÃO e, procedidas as modificações, seja suspenso o certame, restituindo-se os prazos na forma do art. 21, 4º da norma legiferante licitatória. III. ANÁLISE DAS RAZÕES DO IMPUGNANTE Preliminarmente, cabe esclarecer que o item do edital da Concorrência Pública nº 01/2011/IFMA, refere-se sobre a comprovação de Capacidade Técnica Operacional das empresas que pretendem contratar com o IFMA. A exigência de capacidade técnica operacional tem amparo legal no inciso II, do artigo 30, combinado com os 1º e 3º do mesmo artigo da Lei nº 8.666/93. Esse dispositivo legal se encontra em consonância com as determinações introduzidas pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, inciso XXI, que assim dispõe: Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública, que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente 3

Mais adiante, ao exigir a comprovação dos serviços executados, determina a parcela correspondente a serviços de perfuração de poço artesiano, atribuição específica do GEÓLOGO, em clara infringência à

4 permitira as exigências de qualificação técnica e econômica indispensável à garantia do cumprimento das obrigações. (destaquei) Assim sendo, as exigências contidas no item do edital são lícitas. Foram incluídas no referido edital devido às características da obra e em função da necessidade de a licitante, como unidade jurídica, apresentar condições técnico-operacionais para a execução do objeto, bem como para que o poder público se cerque de todas as garantias da real capacidade técnica de sua futura contratada para o cumprimento das obrigações resultante da futura avença, além de representar uma das parcelas de maior relevância e valor significativo da obra (representa o item com o terceiro maior valor da obra: 5,15%). É equívoco pensar que a execução de poço artesiano um tipo de obra executada apenas por Geólogo ou Engenheiros de Minas, como alega a recorrente, visto que existem várias técnicos de níveis superiores que detém tal capacidade técnico-profissional, dentre eles o Engenheiro de Minas, Engenheiro Civil, etc., bastando, porem, possuir qualificação curricular, seja à níveis de graduação ou pós graduação. Dado o argumento da recorrente de que apenas o Engenheiro Geólogo possui essa atribuição de perfuração de poço, peço licença para citar a Decisão da Egrégia 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que, no voto do Juiz Relator, Dr. Jorge Antônio Maurice, no Processo de Apelação/Reexame nº , assim Acordaram: CREA. PERFURAÇÃO DE POÇOS ARTESIANOS. RESPONSABILIDADE TÉCNICA. ENGENHEIRO CIVIL. Habilita-se o Engenheiro Civil, registrado no CREA, para atuar como responsável técnico em perfurações de poços artesianos, ante o conteúdo programático das disciplinas, por ele cursadas, no caso, Mecânica dos Solos I e II e Hidrologia Aplicada. Afasta-se a restrição imposta pelo CREA/RS ao exigir, de empresa que explora a atividade de perfuração de poços artesianos, a contratação somente de Engenheiro de Minas ou Geólogo como responsável técnico IV. DA DECISÃO Contudo, uma análise mais detida da referida exigência em função do comportamento do mercado (em geral as empresas de construção civil subcontratam o serviço de perfuração de poço artesiano) e da permissibilidade existente no instrumento convocatório (o item 47, do edital, prever a possibilidade 4

objeto, bem como para que o poder público se cerque de todas as garantias da real capacidade técnica de sua futura contratada para o cumprimento das obrigações resultante da futura avença, além de

5 de subcontratação de até o limite de 30% (trinta por cento) do valor proposto), bem como objetivando aumentar a competitividade entre possíveis interessados, sem prejuízo do interesse público, a Comissão Especial de Licitações de Obras do IFMA, por UNANIMIDADE, DECIDE: 1. Receber o Recurso de Impugnação impetrado pela empresa LTM Construções Ltda., por atender os pré-requisitos estabelecidos na Lei 8.666/93, para no mérito julgar parcialmente procedente; 2. Não inabilitar as licitantes participantes da Concorrência Pública nº 01/2011, que deixarem de comprovar através de atestado de capacidade técnica-operacional e profissional a execução de serviços de perfuração de poço artesiano, previsto no item 17.4 do edital; 3. Manter inalterados a data e horário para o recebimento dos envelopes de habilitação e proposta, ou seja, 13/10/2011, às 10:00H, visto que as situações admitidas pela Comissão não altera a formulação da proposta das empresas interessadas em participar das licitação. JOSÉ EVANGELISTA SILVA PEREIRA PRESIDENTE DARLAN GAMA MARTINS MEMBRO MAGNO SOUSA FRANÇA MEMBRO 5

, por atender os pré-requisitos estabelecidos na Lei 8.666/93, para no mérito julgar parcialmente procedente; 2.

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