Mural Eletrônico do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul Publicação: segunda-feira, 20 de outubro de 2014-14 horas Processo Classe: RP Nº 2568-10.2014.6.21.0000 Protocolo: 663522014 ESPÉCIE: REPRESENTAÇÃO Representante(s): COLIGAÇÃO O NOVO CAMINHO PARA O RIO GRANDE (PMDB / PSD / PPS / PSB / PHS / PT DO B / PSL / PSDC) (Adv(s) Milton Cava Corrêa e Paulo Renato Gomes Moraes), JOSÉ IVO SARTORI (Adv(s) Milton Cava Corrêa) Representado(s): TARSO FERNANDO HERZ GENRO e COLIGAÇÃO UNIDADE POPULAR PELO RIO GRANDE (PT/ PPL / PROS / PTC / PCdoB / PTB / PR) (Adv(s) Edson Luis Kossmann, Guilherme dos Santos Todeschini, Guilherme Rodrigues Carvalho Barcelos, Juliana Brisola, Maritânia Lúcia Dallagnol e Oldemar José Meneghini Bueno) Vistos etc. Trata-se de representação por propaganda eleitoral irregular no horário gratuito de televisão, com pedido liminar, ajuizada pela COLIGAÇÃO O NOVO CAMINHO PARA O RIO GRANDE (PMDB/PSD/PPS/PSB/PHS/PTdoB/PSL/PSDC) e JOSÉ IVO SARTORI em desfavor da COLIGAÇÃO UNIDADE POPULAR PELO RIO GRANDE (PT/PPL/PROS/PTC/PCdoB/PTB/PR) e TARSO FERNANDO HERZ GENRO. Narra a inicial que os representados utilizaram recursos de computação gráfica e efeitos especiais em inserção levada ao ar na RBS TV no dia 17 de outubro, às 23h47min, assim como no dia 18 de outubro, às 8h17min e 18h16min, o que é vedado pelo art. 51, IV, da Lei n. 9.504/97. Requerem a concessão de medida liminar, determinando seja sustada a veiculação da propaganda impugnada, sob pena de multa diária, bem como possível incidência no crime de desobediência, julgando-se, ao final, procedente a representação. Analisando a propaganda ora impugnada, levada ao ar pelos representados em inserções à candidatura ao governo do Estado, verifico que foram utilizados recursos de computação gráfica e efeitos de áudio e vídeo, ferramentas de uso expressamente vedado pelo art. 51, IV, da Lei n. 9.504/97, e, especificamente para as eleições de 2014, pelo art. 38, III, da Resolução 23.404/2014, a seguir transcrito: Art. 38. (...) III - na veiculação das inserções, são vedadas: utilização de gravações externas, montagens ou trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais, e a veiculação de mensagens que possam degradar ou ridicularizar candidato, partido político ou coligação (grifei). Em uma primeira análise, portanto, a propaganda infringiu a legislação eleitoral, sendo pertinente a suspensão liminar de sua reprodução, até decisão final. O perigo na demora evidencia-se pela divulgação reiterada de propaganda que, em juízo perfunctório, afronta a legislação eleitoral. Diante do exposto, DEFIRO a liminar, determinando que os representados se abstenham de veicular a inserção ora impugnada, sob pena de multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a cada inserção doravante veiculada. Notifiquem-se os demandados, inclusive após as 19h, para cumprimento da decisão liminar, e, desejando, apresentarem defesa no prazo de 48 horas. Com a defesa ou transcorrido in albis o prazo, encaminhem-se os autos em vista à Procuradoria Regional Eleitoral. Após, retornem conclusos. Intimem-se. 1
Dra. Lusmary Fátima Turelly da Silva, Processo Classe: RP Nº 2544-79.2014.6.21.0000 Protocolo: 576382014 ESPÉCIE: REPRESENTAÇÃO Representante(s): MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL (PRE) Representado(s): JOSE FRANCISCO MALLMANN (Adv(s) Júlio César Freitas da Rosa), COLIGAÇÃO ESPERANÇA POR UM RIO GRANDE MELHOR (PSDB / SD / PRB) Vistos etc. Trata-se de representação por propaganda irregular proposta pela PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL do Rio Grande do Sul em desfavor de JOSÉ FRANCISCO MALLMANN, candidato a Deputado Estadual, e COLIGAÇÃO ESPERANÇA POR UM RIO GRANDE MELHOR (PSDB/SD/PRB), visto que o representado enviou mensagens com conteúdo eleitoral para os e-mails institucionais de dois servidores do quadro da Procuradoria, incorrendo na penalização dos arts. 57-E e 24 da Lei n. 9.504/97 (fls. 02-05). Notificados (fls. 18 e 20), apresentaram defesa em peças apartadas. A Coligação Esperança Por Um Rio Grande Melhor afirma que não se caracteriza a suposta cessão de cadastro eletrônico em favor de candidatos, visto que somente dois servidores do Ministério Público Federal receberam as mensagens impugnadas. Aduz que o envio de mensagens eletrônicas é permitido, as quais foram remetidas para o endereço institucional pessoal dos destinatários, de acesso restrito dos mesmos dentro da instituição (fls. 22-24). Por sua vez, José Francisco Malmmann não nega que ele e amigos enviaram e-mails para suas listas de contatos com material de propaganda da sua candidatura, mas sustenta que essas duas mensagens não possuem a força de desequilibrar o pleito em seu favor. Afirma que a referência ao inc. IV do art. 24 da Lei n. 9.504/97, pertinente ao recebimento de valores de entidade de classe ou sindical, não se coaduna com o caso sob exame, inexistindo, de qualquer modo, comprovação de cessão ou compra de cadastro eletrônico de funcionários públicos. Aduz que não há ilicitude no envio de mensagem eletrônica, a teor do art. 20, III, da Resolução TSE n. 23.4004/2014 (fls. 26-30). O agente ministerial propôs representação por propaganda eleitoral irregular veiculada por José Francisco Malmmann, candidato a Deputado Estadual, e Coligação Esperança Por Um Rio Grande Maior, visto que o representado enviou mensagens com conteúdo eleitoral a dois servidores públicos federais ligados à Procuradoria, entendendo que houve a utilização de cadastro eletrônico de órgão da administração pública, prática vedada na propaganda eleitoral, com fundamento nos arts. 24, II (registro que o representante, no item "c" do pedido, faz referência ao inc. VI do art. 24, gerando a confusão que a defesa de Malmmann retrata), e 57-E, ambos da Lei n. 9.504/97 e a seguir transcritos: Art. 57-E São vedadas às pessoas relacionadas no art. 24 a utilização, doação ou cessão de cadastro eletrônico de seus clientes, em favor de candidatos, partidos ou coligações. 1º É proibida a venda de cadastro de endereços eletrônicos. 2º A violação do disposto neste artigo sujeita o responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Art. 24 É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de: I - Entidade ou governo estrangeiro; II - Órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos provenientes do Poder Público; III - Concessionário ou permissionário de serviço público; IV - Entidade de direito privado que receba, na condição de beneficiária, contribuição compulsória em virtude de 2
disposição legal; V - Entidade de utilidade pública; VI - Entidade de classe ou sindical; VII - Pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior; VIII - Entidades beneficentes e religiosas; IX - Entidades esportivas; X - Organizações não-governamentais que recebam recursos públicos; XI - Organizações da sociedade civil de interesse público. Parágrafo único. Não se incluem nas vedações de que trata este artigo as cooperativas cujos cooperados não sejam concessionários ou permissionários de serviços públicos, desde que não estejam sendo beneficiadas com recursos públicos, observado o disposto no art. 81. (grifo contido na inicial) No entanto, não observo nos autos elementos suficientes a confortar o juízo condenatório buscado. Primeiro, registro que é possível o envio de mensagem eletrônica por meio da internet, em conformidade com o inc. III do art. 57-B da Lei das Eleições, nos seguintes termos: Art. 57-B A propaganda eleitoral na internet poderá ser realizada nas seguintes formas: (...) III - por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, partido ou coligação; Dessa forma, de acordo com José Jairo Gomes (Direito Eleitoral, Editora Atlas. 6ª edição, pág. 359), pode o candidato lançar mão de cadastros que lhe forem cedidos gratuitamente por terceiros, sejam pessoas naturais ou jurídicas, exceto as pessoas arroladas no art. 24 da LE. Contudo, o envio de duas mensagens, e somente duas, convém enfatizar, a servidores de uma instituição do porte da Procuradoria Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, não pode levar ao entendimento de que o candidato tenha se utilizado de cadastro eletrônico doado ou cedido para a remessa de sua propaganda voltada ao pleito. Observo que não há nos autos qualquer prova do alegado pelo representante, não se podendo pressupor a utilização indevida de um cadastro pelo representado quando inexistem indícios nesse sentido, mormente considerando a diminuta quantidade de destinatários que receberam a mensagem. Não obstante isso, entendo não ser possível cominar pena por infringência ao art. 57-E da Lei n. 9.504/97. Isso porque o caput do referido artigo faz constar a expressão "cadastro eletrônico de seus clientes", hipótese à qual a situação posta não se amolda. É que a remessa de propaganda eleitoral com a utilização de cadastro eletrônico se deu para servidores/funcionários, e não para clientes. Tratando-se de norma de viés sancionador, como é, não é possível um tratamento por analogia, para aplicá-la. Não posso deixar de registrar, aqui, a posição de que a diferenciação, axiologicamente posta, não faz sentido. Para fins de quebra de isonomia na competição eleitoral - bem jurídico que as normas eleitorais precipuamente visam a defender - não deveria importar se o cadastro eletrônico de órgão público utilizado é de clientes ou de servidores, funcionários. Todavia, os termos legais são bastante claros, cabendo ao julgador o exemplo de obediência à regra posta, sobretudo quando, como já dito, ela tem cunho punitivo. À vista dessas considerações, não havendo elementos que comprovem a alegada utilização de cadastro eletrônico por parte do representado, a improcedência da demanda se afigura o destino apropriado para seu desfecho. Diante do exposto, julgo improcedente a representação. Publique-se e intimem-se. Porto Alegre, em 19 de outubro de 2014. Dra. Lusmary Fátima Turelly da Silva, Processo Classe: RP Nº 2462-48.2014.6.21.0000 Protocolo: 616952014 ESPÉCIE: PETIÇÃO 3
Representante(s): COLIGAÇÃO O NOVO CAMINHO PARA O RIO GRANDE (PMDB / PSD / PPS / PSB / PHS / PT DO B / PSL / PSDC) (Adv(s) Milton Cava Corrêa e Paulo Renato Gomes Moraes), JOSÉ IVO SARTORI (Adv(s) Milton Cava Corrêa) Representado(s): TARSO FERNANDO HERZ GENRO e COLIGAÇÃO UNIDADE POPULAR PELO RIO GRANDE (PT / PTC / PCdoB / PROS / PPL / PTB / PR) (Adv(s) Edson Luis Kossmann, Guilherme dos Santos Todeschini, Guilherme Rodrigues Carvalho Barcelos, Juliana Brisola, Maritânia Lúcia Dallagnol e Oldemar José Meneghini Bueno) Vistos. A COLIGAÇÃO O NOVO CAMINHO PARA O RIO GRANDE e JOSÉ IVO SARTORI ajuizaram representação por propaganda eleitoral irregular no horário eleitoral gratuito contra TARSO FERNANDO HERZ GENRO e COLIGAÇÃO UNIDADE POPULAR PELO RIO GRANDE, tendo em vista que os representados veicularam inserção com gravações externas nos dias 11 de outubro, às 11h33min, e 12 de outubro, às 10h57min, na RBS TV, em ofensa ao disposto no artigo 38, III, da Resolução 23.404/2014. A liminar foi deferida, determinando-se a suspensão da propaganda impugnada (fls. 11-12). Vieram aos autos informação de que os representados teriam reincidido no ilícito no dia 13 de outubro, às 14h24min, às 18h32min e às 23h04min (fls. 19-21). Em vista dessa informação, foi fixada multa diária de R$ 5.000,00 enquanto não fosse cumprida a ordem de suspensão da propaganda impugnada (fl. 33). Os representados manifestaram-se, asseverando que cumpriram a determinação, juntando CD com cópia das novas propagandas e novo mapa da mídia enviado à emissora (fls. 40-52). Os autos foram em vista ao Ministério Público Eleitoral, o qual se manifestou pela procedência da representação, afastando, entretanto, a aplicação de sanção pelo alegado descumprimento da ordem (fls. 54-56). Nova manifestação dos representantes informou ter havido o descumprimento da decisão liminar na data de 16 de outubro, às 22h10min. (fls. 58-59). Relatei. O artigo 51, III, da Lei n. 9.504/97 veda, na propaganda eleitoral gratuita mediante inserções, o uso de gravações externas: art. 51. IV - na veiculação das inserções é vedada a utilização de gravações externas, montagens ou trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais, e a veiculação de mensagens que possam degradar ou ridicularizar candidato, partido ou coligação. Cuida-se de regra de cunho objetivo, ou seja, verificado o simples uso de gravações externas nas inserções, está caracterizado o ilícito. Na hipótese, houve inequívoco uso de gravações externas nas inserções veiculadas nos dias 11 de outubro, às 11h33min, e 12 de outubro, às 10h57min, na RBS TV, pois divulga imagens de veículos oficiais, servidores em serviço e cidadãos no seu local de trabalho, devendo, por isso, ser confirmada a liminar concedida, para que não ocorra nova divulgação da mesma propaganda. Quanto aos alegados descumprimentos da decisão liminar, verifica-se inexistir provas da alegação. As mídias trazidas pelos representantes nas diversas manifestações (fls. 28-30, 35 e 58-59) não puderam ser visualizadas e continham arquivo com extensão (.xspf) diversa das elencadas no artigo 7º, 4º, da Resolução TSE 23.398/2013 (.wmv,.mpeg ou.avi), concluindo-se pela ausência de prova do descumprimento da ordem judicial. Diga-se, ainda, que as inserções do dia 13 de outubro, cujas veiculações foram admitidas pelos representados (fls. 42-43), foram transmitidas no mesmo dia em que proferida e comunicada a decisão (fls. 12 e 13), não se vislumbrando máfé no seu descumprimento, tendo em vista que os representados admitiram ter havido um erro de comunicação com a emissora e juntaram prova das providências adotadas para o cumprimento da liminar (fls. 44-44-52). Nesse mesmo sentido manifestou-se o Ministério Público Eleitoral (fl. 56): No que diz respeito à alegação de descumprimento da decisão que deferiu a liminar, observa-se que as mídias juntadas aos autos pelos representantes (fls. 31-36), contêm arquivos no formato ".xspf", formato não reconhecido pelos programas usuais, o que impossibilita o acesso ao seu conteúdo. [ ] 4
No entanto, não há elementos que demonstrem a prática do crime de desobediência eleitoral, especialmente pela ausência das mídias nos formatos estabelecidos pela Resolução acima mencionada. Ademais são plausíveis as alegações dos representados no sentido de que não houve intenção de desobedecer a ordem judicial, tendo as inserções irregulares sido veiculadas no interregno entre a decisão e a comunicação às emissoras. No mesmo dia, foram as inserções substituídas por outras (fls. 40-52) Deve, portanto, ser julgada procedente a representação, confirmando-se a liminar, mas afastada a aplicação de multa pela reincidência do ilícito, tendo em vista a ausência de provas do descumprimento voluntário da ordem judicial. DIANTE DO EXPOSTO, julgo procedente a representação, confirmando a liminar concedida, mantendo inclusive as astreintes fixadas, mas afasto a incidência da sanção neste momento, por ausência de provas do descumprimento voluntário da ordem judicial. Publique-se e intimem-se. Dra. Lusmary Turelly da Silva, Processo Classe: RP Nº 2524-88.2014.6.21.0000 Protocolo: 575362014 ESPÉCIE: PETIÇÃO Representante(s): MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL (PRE) Representado(s): COLIGAÇÃO UNIDOS PELA ESPERANÇA (PP / PRB / SD / PSDB) (Adv(s) André Luiz Siviero, Gustavo Bohrer Paim, Jivago Rocha Lemes, Miguel Tedesco Wedy, Paulo Renato Gomes Moraes e Ricardo Hermany), NELSON MARCHEZAN JUNIOR (Adv(s) Paulo Renato Gomes Moraes) 1. RELATÓRIO Trata-se de representação por propaganda eleitoral irregular ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL contra COLIGAÇÃO UNIDOS PELA ESPERANÇA (PP / PRB / SD / PSDB) e NELSON MARCHEZAN JUNIOR. A representação foi protocolada às 18h33min do dia 04.10.2014, véspera do primeiro turno da eleição. Conforme a inicial, o Ministério Público Eleitoral recebeu notícia de que o representado NELSON MARCHEZAN, candidato a deputado federal, "estaria realizando propaganda através do serviço pago de telefonia de SMS". Sustenta ter sido desobedecida a legislação eleitoral - art. 25 da Resolução n. 23.404, do TSE, bem como a Recomendação n. 01/2014 da própria Procuradoria Regional Eleitoral. Indica a responsabilidade solidária da agremiação. Requer a condenação dos representados a não mais veicularem propaganda eleitoral por meio de SMS, sob pena de configurar crime de desobediência. Em defesa conjunta (fls. 19-22) os representados aduzem que não há justificativa para o impedimento de envios de SMS, eis que o art. 25 da Resolução TSE n. 23.404 permite expressamente mensagens eletrônicas; que o candidato remeteu alguns torpedos a pessoas de suas relações, constantes em cadastro próprio, sem que tenha adquirido banco de dados para esse fim. Sustentam, ainda, que o candidato apresentará, por ocasião da prestação de contas, os gastos relativos a esta espécie de propaganda eleitoral, "não sendo razoável antecipar qualquer julgamento condenatório antes de ser analisada a situação no devido momento processual". 2. DECISÃO Por meio da presente representação, a douta Procuradoria Regional Eleitoral requer a condenação dos representados - candidato a cargo de deputado federal e respectiva coligação - a não mais veicularem propaganda eleitoral por meio de SMS, sob pena de configurar crime de desobediência. Conforme já referido no relatório, a representação foi protocolada às 18h33min do dia 04.10.2014, véspera do primeiro turno da eleição. Todavia, no presente momento, transcorrido o primeiro turno das eleições, homologados os resultados e proclamados os eleitos do pleito proporcional, forçoso é o reconhecimento da perda de objeto da presenta ação, pois a demanda foi 5
ajuizada com a única pretensão de impedir a veiculação da propaganda impugnada, não subsistindo a irregularidade com o decurso das eleições proporcionais. Nestes termos, verifica-se a perda superveniente do objeto, pois a tutela jurisdicional não se mostra mais útil, decorrente da inevitável perda do interesse processual na obtenção da medida reclamada, razão pela qual restou prejudicada a análise do mérito em face da ausência de utilidade e de necessidade de provimento judicial, aplicando-se ao caso os arts. 267, VI e 462 do CPC: Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença. Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (...) VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; 3. DISPOSITIVO DIANTE DO EXPOSTO, reconheço, de ofício, a perda do objeto para o fim de extinguir o feito sem resolução de mérito, nos termos dos arts. 267, VI e 462 do CPC. Publique-se, registre-se e intimem-se. Lusmary Fátima Turelly da Silva, Processo Classe: RP Nº 2551-71.2014.6.21.0000 Protocolo: 653592014 ESPÉCIE: PETIÇÃO Representante(s): COLIGAÇÃO O NOVO CAMINHO PARA O RIO GRANDE (PMDB / PSD / PPS / PSB / PHS / PT DO B / PSL / PSDC) (Adv(s) Milton Cava Corrêa e Paulo Renato Gomes Moraes), JOSÉ IVO SARTORI (Adv(s) Milton Cava Corrêa) Representado(s): TARSO FERNANDO HERZ GENRO e COLIGAÇÃO UNIDADE POPULAR PELO RIO GRANDE (PT / PTC / PCdoB / PROS / PPL / PTB / PR) (Adv(s) Edson Luis Kossmann, Guilherme dos Santos Todeschini, Guilherme Rodrigues Carvalho Barcelos, Juliana Brisola, Maritânia Lúcia Dallagnol e Oldemar José Meneghini Bueno) Vistos etc. Trata-se de representação por propaganda eleitoral irregular no horário gratuito de televisão, com pedido liminar, ajuizada pela COLIGAÇÃO O NOVO CAMINHO PARA O RIO GRANDE (PMDB/PSD/PPS/PSB/PHS/PTdoB/PSL/PSDC) e JOSÉ IVO SARTORI em desfavor da COLIGAÇÃO UNIDADE POPULAR PELO RIO GRANDE (PT/PPL/PROS/PTC/PCdoB/PTB/PR) e TARSO FERNANDO HERZ GENRO. Narra a inicial que os representados utilizaram gravações externas em inserções levadas ao ar na RBS TV no dia 15 de outubro, às 21h22min e no dia 16 de outubro, às 9h36min, pedindo a determinação de imediata suspensão da propaganda impugnada. Foi determinada a juntada de novas mídias no prazo de 24 horas (fls. 12-13), trazidas aos autos pelos representantes nas folhas 15 a 17. A petição inicial veio acompanhada de mídia que não pode ser visualizada, contendo arquivo com extensão distinta das arroladas no art. 7º, 4º, da Resolução TSE n. 23.398/2013. A Secretaria Judiciária, de ordem, notificou os representantes para que regularizassem a situação no prazo de 24 horas (fl. 13), intimando-os às 15h47min do dia 17 de outubro (fl. 12). A parte autora, entretanto, somente veio a se manifestar às 12h09min do dia 19 de outubro (fl. 15), quando já havia 6
transcorrido o aludido prazo, situação que leva ao indeferimento da inicial, conforme expressa previsão da Portaria n. 219/2014 da Presidência desta Corte: art. 3º. As representações entregues diretamente na Seção de Protocolo do Tribunal deverão, obrigatoriamente, ser apresentadas em 2 (duas) vias, com a indicação do número de fac-símile e endereço do(s) representantes e representado(s). 3º Fica autorizada a Secretaria Judiciária, após a autuação do feito e constatado descumprimento de qualquer determinação do caput e do parágrafo segundo, a notificar a parte para, em 24 h, complementar ou corrigir, sob pena de indeferimento da inicial. Não sendo observado o prazo concedido para regularizar vício de documento indispensável para a propositura da ação, deve ser indeferida a petição inicial, com fundamento no art. 284, parágrafo único, combinado com o art. 283 do Código de Processo Civil. Diante do exposto, indefiro a petição inicial, com fundamento no art. 284, parágrafo único, combinado com o art. 283 do Código de Processo Civil e no art. 3º, 3º, da Portaria 219/2014 da Presidência deste Tribunal. Intimem-se. Transcorrido o prazo de recurso, arquivem-se os autos. Dra. Lusmary Fátima Turelly da Silva, 7