LOCAÇÃO DE VEÍCULOS LIMITADA, em que se alega, em síntese, a

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1 "RIBUNAL REGIONAL ELI.11 ORAL DO PARANÁ REPRESENTAÇÃO N Representante : COLIGAÇÃO PARANÁ COM GOVERNO (PMDB/PV/PPL) Representados : CARLOS ALBERTO RICHA : MARIA APARECIDA BORGHETTI : COLIGAÇÃO TODOS PELO PARANÁ : MBR LOCAÇÃO DE VEÍCULOS LTDA - ME SENTENÇA I - Relatório _ Trata-se de representação proposta pela COLIGAÇÃO PARANÁ COM GOVERNO em face de CARLOS ALBERTO RICHA, MARIA APARECIDA BORGHETTI, COLIGAÇÃO TODOS PÊLO PARANÁ e MBR LOCAÇÃO DE VEÍCULOS LIMITADA, em que se alega, em síntese, a veiculação de propaganda eleitoral irregular no site que pertenceria a uma pessoa jurídica e, por tal razão, violaria o art. 57-C, 1, I, da Lei 9.504/97. Requereu, em sede de liminar, que os representados sejam compelidos a retirar todas as propagandas eleitorais do site sob pena de multa diária de R$ ,00 (quarenta mil reais).. -. em síntese, que (fls. 42/53): Liminar concedida a fls. 31 /3 5. Em tempestiva contestação, Maria Aparecida Borghetti alegou, a) o sítio é ú site oficial da campanha da candidata a vice-governadora e foi devidamente comunicado à justiça eleitoral em data anterior à propositura da presente demanda; b) não há propaganda irregular, pois o art. 57-B, I, da Lei 9.504/97 dispõe que a propaganda eleitoral pode ser realizada no site do candidato,

2 TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ n. í exigindo a lei a comunicação à justiça eleitoral e que o site seja hospedado em provedor da internet no Brasil, o que ocorre no caso; c) não há como enquadrar o sitio de campanha da candidata na hipótese prevista no art. 57-C, 1, I, da Lei 9504/97, porque, se esta é a intenção do legislador também não seria permitida a realização de propaganda eleitoral no site de partido político, que é uma pessoa jurídica de direito privado; d) é necessário verificar a intenção do legislador quanto a norma do art. 57-C, 1, I da Lei 9504/97, que parece vedar a propaganda em site de pessoa jurídica para não violar o princípio da igualdade das armas; e) exemplificando, se determinado candidato pudesse promover sua campanha em sites de pessoas jurídicas notoriamente conhecidas de grande parte dos eleitores, Americanas, Coca-cola, Itaú ou Google estaríamos diante de verdadeira quebra da isonomia entre os concorrentes. Ao final, requereu a reconsideração da liminar já concedida e que seja julgada improcedente a representação. Decisão que revoga a liminar (fls. 55/56). Carlos Alberto Richa apresentou, tempestiva, contestação ÀS fls. 61/72 em que aduziu, em síntese, os mesmos argumentos já trazidos na defesa de Maria Aparecida Borghetti. " Maria Aparecida Borghetti peticionou nos autos para informar que não é a representante legal da empresa MBR LOCAÇÕES DE VEÍCULOS LTDA., mas sim o Sr. Ricardo José Magalhães Barros e Rafael Kasprowicz Barros (fl.81). Embora tendo sido infrutífera a tentativa de citação da representada Mbr Locações de Veículos Ltda., a mesma apresentou defesa a fls. 82/91, na qual reproduziu os termos da contestação da representada Maria Aparecida Borghetti.

3 TRIBUNAL RFXÜONAL ELEITORAL DO PAR Representação n.! Parecer da Procuradoria Regional Eleitoral que opinou pela improcedência da representação (fls. 108/110). É o relatório. II - Da Decisão e seus Fundamentos Em que pesem os argumentos trazidos pela coligação representante, entendo que o feito merece ser julgado improcedente. Vejamos as razões. Inicialmente, constato que para o desate, do presente caso, faz-se necessário identificar o real alcance da norma contida no art. 57-C, 1, I, da Lei 9.504/97, in verbis: "Art. 57-C. Na internei, é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga.. lo E vedada, ainda que gratuitamente, a veiculação de propaganda eleitoral na internei, em sítios: I - de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos;" A interpretação de tal dispositivo não pode ser feita de forma isolada, sem observar o ordenamento jurídico, como um todo e, em especial a própria norma constitucional. " Como se sabe, um dos pilares basilares do sistema democrático exalado pela Carta Constitucional de 1988, refere-se ao equilíbrio do pleito eleitoral, a ser alcançado com a reprimenda ao abuso de poder econômico. É sob esta ótica que entendo que o citado art. 57-C, 1, I, da Lei 9.504/97 deve ser interpretado, em um verdadeiro exefeício de hermenêutica com o uso da interpretação conforme à Constituição da República. Ou seja, embora uma primeira leitura do invocado dispositivo legal nos leve a uma interpretação literal que desaguaria na procedência da presente

4 TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ Representação n.! demanda, tal técnica de hermenêutica não é suficiente, tendo em vista a necessidade de conformação com todo o sistema jurídico e, em especial, as normas constitucionais eleitorais. Assim, no caso em tela, observa-se que, muito embora tenha havido a utilização de um site, cuja titularidade pertença à uma pessoa jurídica, é certo que não se pode dizer que tal condição desequilibrou a disputa do pleito eleitoral. Como já dito na decisão que revogou a liminar, no site em questão não é perceptível ao internauta, caso faça alguma consulta ao mesmo, saber que se trata de um endereço eletrônico de pessoa jurídica, tendo em vista que não há qualquer divulgação comercial no local. Ademais, conforme se infere do documento de fl. 48, o site em comento, está devidamente registrado na justiça eleitoral, como o site de campanha da representada MARIA APARECIDA BORGHETI e hospedado em provedor da internei estabelecido no Brasil, o que possibilita a plena transparência e identificação do seu responsável, nos termos do que exige e autoriza o art. 57-B, I, da Lei 9.504/97, razão pela qual a presente representação merece ser julgada improcedente. Não é perceptível ao internauta, caso faça alguma consulta, de que se trata de endereço eletrônico de pessoa jurídica. Não houve má-fé nenhuma por parte de MARIA APARECIDA BORGHETTI, pois ela indicou o site como oficial de sua campanha. e que deu norte ao caso: Transcrevo a parte final do parece do Procurador Regional Eleitoral "Conquanto a legislação eleitoraí proíba a veiculação de propaganda eleitoral, ainda que gratuitamente, em sítios de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos (artigo 57-C, Io, I, da Lei 9.504/1997), observa-se, no caso em tela, qua propaganda ora impugnada vendo sendo veiculada vem sendo veiculada dentro dos limites/é tábelecidos pela Lei n. 9504/97, que C

5 TRIBUNAL RECIO1S. \l H I 11 < )RAL DO PARANÁ Representação n. i ' í" 0 permite a propaganda eleitoral, na internei, em sítio, do candidato, com endereço comunicado à Justiça Eleitoral, hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internei estabelecido no país (artigo 57-B, I, da Lei n 9504/1997)."Neste sentido dispõe a Resolução TSE n /2014, no inciso I, do artigo 20)." Assim, como não há infringência ao Artigo 57-C- l, I, da Lei 9504/97, os demais representados CARLOS ALBERTO RICHA, COLIGAÇÃO TODOS PELO PARANÁ, MBR LOCAÇÃO DE VEÍCULOS LIMITADA não podem ser responsabilizados, por ser lógico /1997. Não houve infringência ao Artigo 57-C- Io, inciso I, da Lei III - Dispositivo Diante disso, julgo improcedente a presente representação. Publique-se. Registre-se. Intime-se. Curitiba, 24 de Agosto^e 2014, às 19h. PEDRO CHEMIM - JUIZ AUXILIAR