28/02/2012. Fisiopatologia e Farmacoterapia do Sistema Cardiovascular. .:Farmacologia do ritmo cardíaco:. .:Fisiologia Elétrica do Coração:.

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Transcrição:

Fisiopatologia e Farmacoterapia do Sistema Cardiovascular 1. Farmacologia do ritmo cardíaco 2. Farmacologia da contratilidade cardíaca 3. Farmacologia da regulação do volume 4. Farmacologia do tônus vascular 5. Farmacologia da Hemostasia e trombose 6. Farmacologia do metabolismo do colesterol e das lipoproteínas 7. Farmacologia Cardiovascular Integrativa: Hipertensão, Cardiopatia isquêmica e insuficiência cardíaca Fisiopatologia e Farmacoterapia II Prof. Renata Fontes.:Farmacologia do ritmo cardíaco:. Coração Órgão mecânico e elétrico Atuar em harmonia Componente Mecânico Bombeia o sangue X Insuficiência cardíaca Mesmo com o ritmo normal Componente Elétrico Ritmo cardíaco Componente Mecânico Bombeia o sangue Componente Elétrico Ritmo cardíaco X Arritmia Miócitos não conseguem se contrair de modo sincrônico Alteração do ritmo cardíaco Agentes Antiarritmicos.:Farmacologia do ritmo cardíaco:. Atividade elétrica Determina a contração cardíaca rítmica Despolarização celular e condução de impulso Potencial de ação cardíaco Canais iônicos Mudança de voltagem Células marcapasso Repetição do processo Nodo sinoatrial (SA) ou Marcapasso Controla a freqüência cardíaca Aglomerado de células musculares especializadas Os impulsos originados do nódulo SA espalham-se para os átrios e ventrículos Ritmo do nódulo SA = Ritmo de todo o coração Marcapasso Células Marcapasso e Não-Marcapasso Capacidade de iniciar espontaneamente potenciais de ação Células Marcapasso Automaticidade Capacidade de despolarizar de forma ritmica Potenciais de ação Nodo sinoatrial Nodo atrioventricular Feixe de His Fibras de Purkinje Coordena atividade elétrica do coração 1

Células Marcapasso e Não-Marcapasso Células não marcapasso células atriais e ventriculares Contraem em resposta à despolarização Contração cardíaca como um todo Situações patológicas Automaticidade Íons distribuídos de forma diferente através das membranas Bombas de íons: K+ para o interior Ca2+ e Na+ para o exterior Gradientes elétricos Potenciais mais longos do que os dos nervos ou dos músculos esqueléticos Contração necessária para esvaziar as câmaras cardíacas Células do Nodo SA regulam o ritmo do coração Freqüências cardíacas em repouso 60 e 100 bat/min Rápido Estimulo para contração Fase Platô Tempo adequado para contração das células ventriculares Influxo de Ca2+ Descanso das células Sincronização dos batimentos 2

Despolarização Corrente marcapasso Fluxo de Ca2+ e Na+ para dentro da célula Abertura de canais Ca2+ Potencial Repolarização Fechamento dos canais Ca2+ e Na+ Abertura canais de K+ Corrente de Ca2+ e Na+ para dentro da célula Corrente de K+ para fora da célula Corrente de Na+ rápida para dentro da célula Rápida e breve Potencial de ação 3

Corrente de Ca2+ para dentro da célula Corrente de K+ para fora da célula Corrente de K+ para fora da célula Na prática clinica, a atividade elétrica global do coração é medida, mais do que as alterações iônicas que ocorrem em nível celular. Eletrocardiograma Eletrocardiograma ECG Alterações nos impulsos cardíacos através do registro dos Potenciais Elétricos em vários locais na superfície do corpo Reflete alterações na excitação do miocárdio Avaliar aplicações dos antiarrítmicos 3 formas de ondas elétricas Onda P Complexo QRS Onda T Onda P Despolarização Atrial 4

Intervalo PR Despolarização inicial dos átrios Complexo QRS Despolarização Ventricular Intervalo QT Despolarização e Repolarização ventriculares Onda T Repolarização ventricular.:fisiopatologia da Disfunção Elétrica:. Causas Defeitos na formação do impulso Automaticidade do nodo SA Intervalo ST Despolarização ventricular Platô Defeitos na condução do impulso Alteração na condução do impulso Arritimias 5

Defeitos na formação do impulso Alterações na condução do impulso Distúrbios do Ritmo Cardíaco Antiarrítmicos Restaurar o ritmo cardíaco 6

Mecanismo gerais de ação dos Antiarrítmicos Muitos agentes e poucos mecanismos Em geral: 1. Alteram o potencial de membrana nas células ventriculares 2. Alteram a freqüência de despolarização (Corrente de K+ para fora da célula e Corrente de Na+ e Ca2+ para dentro da célula) 3. Alteram o potencial limiar 4. Alteram a duração do potencial de ação Bloqueio de Canais Iônicos Classes de Agentes Antiarrítmicos 1. Bloqueadores de canais de Na+ 2. Bloqueadores dos receptores ß-adrenérgicos 3. Bloqueadores dos canais de K+ 4. Bloqueadores dos canais de Ca2+ Não total seletividade Bloqueio de mais de um tipo de canal Distúrbios elétricos Diminuem a automaticidade das células do nodo SA 1. Desloca o limiar para potenciais mais positivos 2. Diminuir a inclinação da despolarização da fase 4 Desloca o limiar para potenciais mais positivos Bloqueio dos canais de Na+ Rápidos Menor número de canais disponíveis para abertura Diminuem a reentrada nos miócitos ventriculares 1. Diminuição da fase de despolarização 2. Prolongamento da repolarização Eleva o limiar de disparo Lentifica a despolarização Diminuição da freqüência cardíaca Evitam a ocorrência de arritmias 7

Subclasses Inibição do influxo simpático para as regiões de regulação do ritmo do coração Quinidina: Procainamida Disopiramida Lidocaína Mexileina Fenitoína Flecainida Encainida Moricizina Propafenona O coração é capaz de bater sem invervação do SNA Alteração da freqüência de automaticidade Nodo SA e AV Receptores ß1-adrenérgicos preferenciais no tecido cardíaco Ativação dos receptores ß1-adrenérgicos no nodo SA Aumenta freqüência de despolarização Disparo mais freqüente do coração Ativação dos receptores ß1-adrenérgicos no nodo AV Aumentam a velocidade de condução ( Ca2+ e K+) Diminuição do período refratário Bloqueiam a estimulação simpática - ß1-adrenérgicos Nodos SA e AV Mecanismos: 1) Diminuem a freqüência de despolarização Automaticidade diminuída 2) Prolongam a repolarização Aumenta o período refratário Mais utilizados - Arritmias por estimulação simpática Reduz a mortalidade pós-infarto Várias gerações: algumas características farmacológicas diferentes: 1ª Geração: Propranolol Não-seletivos 2ª Geração: Atenolol, Metoprolol, Acebutolol, Bisoprolol Seletividade 3ª Geração: Labetalol, Carvedilol Vasodilatação Efeitos adversos: Antagonismo ß2-adrenérgico Broncoespasmo 8

3) Inibidores da Repolarização Bloqueiam Canais de K+ Diminuem correntes de K+ Prologam a duração do potencial de ação Fase Platô mais longa 3) Inibidores da Repolarização Ibutilida Sotalol Amiodarona 3) Inibidores da Repolarização Amiodarona Alteração da membrana lípidica na qual se localizam os canais iônicos e os receptores Diminui a frequência de disparo nas células marcapasso (bloqueia canais de Na+) 4) Bloqueadores dos Canais de Ca2+ Bloqueio dos canais de Ca2+ nos nodos SA e AV Lentificam a ascensão do potencial de ação nas células do nodo AV Prevenção arritmias em pacientes com ICC, Infarto recente Efeitos adversos graves: longos períodos e altas doses 4) Bloqueadores dos Canais de Ca2+ Nifedipina: tecido vascular Verapamil: tecido cardíaco Diltiazem: tecido cardíaco 9