Simulação: uma ferramenta de apoio à gestão de recursos num moinho de embalagens de PET

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Transcrição:

Simulação: uma ferramenta de apoio à gestão de recursos num moinho de embalagens de PET Luciangela Galletti da Costa (PEP/COPPE/UFRJ) luciangela@pep.ufrj.br Rogério Valle (PEP/COPPE/UFRJ) valle@pep.ufrj.br Alberto Gabbay Canen (PEP/COPPE/UFRJ) agcanen@pep.ufrj.br Resumo: Este estudo tem como objetivo aplicar um modelo de simulação, utilizando o programa ARENA, para encontrar o dimensionamento adequado dos recursos a serem aplicados num processo de reciclagem de embalagens de PET. Palavras-Chave: Simulação; Programa ARENA; Embalagens de PET 1. Introdução A recuperação de produtos e materiais tem recebido grande atenção devido ao esgotamento da capacidade de incineração, à falta de espaço para construção de novos aterros sanitários e à maior conscientização da população em relação à proteção ambiental. Os bens descartados podem ser transformados em fontes de materiais ou produtos reaproveitáveis. (FULLER & ALLEN, 1995) É neste contexto que a simulação se insere, pois quando bem empregadas, poderá auxiliar na aplicação das atividades de reciclagem por exemplo, de forma sólida, econômica e eficiente. O Council of Logistics Management - CLM (1993, p. 284), apresentou nos Estados Unidos, em 1993, algumas opções para a melhoria do desempenho da reciclagem que poderiam garantir maior estruturação e desenvolvimento organizacional. Estas opções são: 1) Redução da instabilidade de preços, quantidade e qualidade do mercado de reciclados; 2) Maior equilíbrio entre a demanda e a oferta de reciclados; 3) Aumento das quantidades de estocagem de materiais reciclados, bem como, melhores processos de beneficiamento de materiais de pós-consumo; 4) Melhora em várias fases, dos aspectos logísticos de transporte - cujos custos inviabilizam, muitas vezes, a utilização econômica dos reciclados; identificar novos modos de transporte menos dispendiosos para estes materiais reciclados; 5) Instalação das empresas que utilizam materiais reciclados, preferencialmente, junto às áreas urbanas onde está a fonte de materiais. 6) Adoção de novos critérios de projeto para os produtos originais, tendo o cuidado de prevêlos do início ao fim da vida, objetivando facilitar a desmontagem e reaproveitamento de peças e componentes. Por meio da simulação, é possível verificar onde localizar pontos de recebimentos de produtos recicláveis, centros de reparo de produtos danificados, pontos de apoio para a seleção e inspeção de materiais recolhidos, local para estocagem de material usado, além de analisar quantos postos de serviços são necessários instalar. 1

Este artigo apresenta um estudo de caso onde o processo produtivo da reciclagem de embalagens de PET é analisado por meio de simulação utilizando o aplicativo ARENA, para verificar a melhor alternativa de aplicação de recursos, conhecendo-se a capacidade produtiva e a formação de filas. O programa ARENA foi utilizado por apresentar ambiente de trabalho amigável e facilidade para a modelagem e depuração do problema, permite que se visualize em tempo real, por meio de animação, o modelo que se está simulando, além de gerar relatórios com os resultados obtidos. 2. Reciclagem do PET A reciclagem poupa as fontes não renováveis de energia e elimina o impacto ambiental causado pelo descarte indevido das embalagens, que acabam lançadas em aterros e lixões, cujas capacidades estão próximas da saturação. (ABIPET, 26) A reciclagem de embalagens PET pode ser feita por meio de três processos diferentes: 1. Reciclagem energética: é o reaproveitamento da energia gerada pela incineração do material. Pode aquecer caldeiras, alimentar fornos ou mesmo gerar eletricidade em usinas termelétricas. Pelo alto poder calorífico e por não conter substâncias tóxicas, a queima do PET é um procedimento seguro. Porém, pelo alto valor obtido pela sucata de PET e suas aplicações, a incineração se torna uma opção praticamente descartada pelo mercado. 2. Reciclagem química: processo no qual o plástico é desmontado. Isso significa que as matérias-primas originais são extraídas e podem ser novamente utilizadas na fabricação de diversos produtos, como: solventes, tintas, resinas e adesivos. 3. Reciclagem mecânica: é o método predominantemente utilizado no Brasil. Nele, as garrafas são moídas, lavadas e secas, resultando nos flocos da garrafa. Os flocos já são matéria-prima e podem ser utilizados na transformação. Neste processo, as características técnicas do PET são mantidas muito próximas dos níveis originais. Cabe ressaltar que a empresa estudada aplica a reciclagem mecânica. Na Tabela 1, podem ser vistos os números da reciclagem de embalagens de PET no Brasil: TABELA 1 Reciclagem de embalagens de PET no Brasil Ano Consumo (mil toneladas) Reciclagem (mil toneladas) % Reciclado/ Consumo 1994 8 13 16 1995 12 18 15 1996 15 22 15 1997 185,7 3 16 1998 223,6 4 18 1999 244,8 5 2 2 255,1 67 26 21 27, 89 33 22 3, 15 35 23 329,1 141,5 43 24 355,3 167 47 Fonte: ABIPET (26) 2

Como pode ser observado na Tabela 1, o consumo e a reciclagem do PET vêm crescendo ao longo dos anos. Este crescimento acentuado está relacionado ao mercado de embalagens - principalmente o de embalagens de bebidas, como refrigerantes, água e sucos pois os materiais plásticos de embalagem que possuem PET na sua constituição apresentam resina de boa qualidade, o que proporciona alto índice de utilização e agrega valor às embalagens, despertando o interesse no processo de reciclagem. 3. Aplicações dos resíduos sólidos resultantes da reciclagem das embalagens de PET São várias as aplicações do PET reciclado: indústria automotiva e de transportes - tecidos internos (estofamentos), carpetes, peças de barco e parachoques; pisos - carpetes, capachos para áreas de serviço e banheiros; artigos para residências - enchimento para sofás e cadeiras, travesseiros, cobertores, tapetes, cortinas, lonas para toldos e barracas; artigos industriais e para a construção civil - rolos para pintura, cordas, filtros, reforços para concreto, asfalto e rebocos e mantas de impermeabilização; embalagens - garrafas para produtos de limpeza, embalagens para cosméticos e fitas para decorar; vestuário, calçados e bolsas - têxteis, roupas esportivas, calçados, malas, mochilas, vestuário em geral; uso químico - resinas alquídicas, adesivos. Na Figura 1, pode ser verificada a distribuição dos mercados para o PET reciclado no Brasil: Q uím icos 1% 7% 23% Embalagem para não alimentício Fitas para decorar 41% 4% 15% Têxtil Exportação O utros FIGURA 1 - Mercados para o PET reciclado Fonte: ABIPET (26) Como pode ser observado na Figura 1, o maior mercado no Brasil para o PET pósconsumo reciclado é a indústria têxtil, onde os filamentos de PET - também conhecidos como fibras de poliéster - vêm ganhando espaço, sendo utilizados na fabricação de calça jeans, blusas, cintos, entre outros. Algumas roupas como as peças de microfibra - são produzidas com 1% de poliéster. São, também, utilizados em outras indústrias, trazendo os produtos feitos com PET reciclado para o nosso dia-a-dia: roupas, tecidos, vassouras, novas embalagens de produtos não alimentícios, fitas para decorar e outros mais. 3

No caso da empresa estudada, os flocos de PET produzidos são fornecidos para indústrias dos segmentos têxtil e químico, sendo o principal cliente fabricante de embalagens não-alimentícias. 4. Fatores motivadores para a prática de reciclagem das embalagens de PET De modo geral, a proteção ao meio ambiente sempre foi a principal motivação à reciclagem de materiais, inclusive das embalagens de PET. Porém, com o desenvolvimento tecnológico e econômico da atividade de reciclagem, outros fatores passaram a motivadores para sua prática: Fatores sociais: no Brasil, um enorme contingente de pessoas vive diretamente das atividades de coleta, triagem e mesmo reciclagem do PET. Essas atividades permitem a obtenção de rendimentos a pessoas que, normalmente, estariam fora do mercado de trabalho. Fatores econômicos: o processo mecânico de reciclagem de PET requer, em média, 3% da energia necessária para a produção da matéria-prima virgem. Além da economia de energia elétrica, há a economia de petróleo, pois a maioria dos plásticos é dele derivada e um quilo de plástico equivale a um litro de petróleo em energia. O menor preço - para o consumidor - dos artefatos produzidos com plástico reciclado é outro fator econômico, pois são aproximadamente 3% menos dispendiosos do que os mesmos produtos fabricados com matéria-prima virgem. Fatores governamentais: pelo fato de o PET não estar incluído como material perigoso não há, no Brasil, legislação específica de responsabilidade sobre a cadeia produtiva como um todo. O que existe é a Lei 3369/, regulamentada em 22 pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, que estabelece que as empresas devem apoiar financeiramente as cooperativas de catadores e instalar postos de recompra, ou praticar a recompra direta no estabelecimento de venda do produto. Fatores relacionados à responsabilidade corporativa: são poucos os fabricantes e envasadores de bebidas que se preocupam com a coleta das embalagens de PET após o descarte. Isto ocorre porque, no Brasil, estas embalagens, não podem ser reutilizadas no envasamento de bebidas, proibição do Ministério da Saúde devido ao risco de contaminação, caracterizando, desta forma, um canal reverso de ciclo aberto : os materiais reciclados não retornam para a fabricação de produto de mesma natureza. 5. Formulação do problema As simulações são fundamentadas em modelos que são a descrição simplificada e idealizada do sistema. Para se efetuar uma simulação, é necessária a formulação do problema, por meio da qual se aplica a simulação e obtém-se resultados que poderão ser utilizados em tomadas de decisões sobre o modelo avaliado. Este trabalho estuda a simulação das operações de funcionamento de um moinho de embalagens de PET. O ARENA permite visualizar o sistema a ser modelado, constituído de um conjunto de estações de trabalho que prestam serviços a clientes, chamados de entidades e se movem através do sistema. No caso estudado, a entidade é o lote de PET e as estações de trabalho são: separação, inspeção, moinho, lavagem e tanque de separação, mencionadas de acordo com a seqüência do fluxo que a entidade percorre o sistema. 4

Deste modo, o modelo foi montado contendo as estações de trabalho local onde a entidade recebe o atendimento - e o fluxo percorrido pela entidade no sistema. A versão do programa ARENA utilizada foi a 7. (trainning evaluation) e a representação gráfica do modelo pode ser vista na Figura 2. Após delineado o sistema, foi necessário inserir dados em cada um dos módulos que representam as estações de atendimento, como por exemplo, o tempo médio que cada estação de trabalho leva para atender. Este dimensionamento serviu para tratar das variáveis - como tempo de espera da entidade para atendimento, ou seja, para a fila gerada em cada estação e o número ideal de atendentes que suporte um aumento ou diminuição da demanda. Em simulação, estas variáveis são aleatórias, isto é, são descritas por distribuição de probabilidades. Moinho Moinho de Embalagens de Embalagens de de PET PET da Empresa Brasil Estudada PET Arrive Ch e g a d a d e P e d i d o s 5% Caixa Plástica 1% Server I n s p e c a o Moinho Moinho Tanque de T a n q u e S e p a r a c a o 1% Caixa Plástica Server M o i n h o T a n q u e d e S e p a ra c a o Server Expedição S e p a ra c a o S a i d a 5.1 Modelo Simulate de Simulação do Moinho de Embalagens de PET da Empresa Brasil PE M o i n h o d e E m b a l a g e n s d e P E T 1 1 5 2 FIGURA 2 - Moinho de embalagens de PET da empresa estudada Através do estudo de caso é possível avaliar o funcionamento do moinho de embalagens de PET da empresa estudada com relação aos recursos disponíveis do sistema. A empresa necessitava conhecer melhor o comportamento do sistema produtivo em relação à alocação dos recursos humanos e materiais, ou seja, saber como seria seu comportamento à medida que estes recursos variavam tanto para mais como para menos. Assim, após realizada a simulação do sistema produtivo do moinho, é apresentada uma análise de sensibilidade por meio de algumas alterações dos recursos disponíveis. Este mecanismo de avaliação serve para que se possam efetuar comparações entre as alternativas de recursos oferecidas e suas alterações afim de encontrar o melhor balanceamento do sistema produtivo. Deste modo, procura-se encontrar um modelo que melhor aproveite os recursos disponíveis, auxiliando na tomada de decisões quanto as operações e recursos oferecidos pelo moinho da empresa. Através do levantamento de campo foram obtidos os seguintes dados: Entidade: Lotes de fardos de PET (cada lote possui 4 fardos) Recursos humanos: 24 pessoas na estação de separação e 8 pessoas na estação de inspeção. Cabe mencionar que esta configuração base apresentará variações quando da realização da análise de sensibilidade; Recursos materiais: 1 moinho, 1 máquina de lavagem e 1 tanque de separação; Percentuais Médios de Rejeição: 5% do material passado pela estação de separação, 1% da estação de inspeção e 1% da estação tanque de separação; Server Depart Secagem 5

Peso Médio do Fardo: 1 Kg ; (em cada quilograma de PET há aproximadamente 2 garrafas); Lote de Fardo: 4 fardos, aproximadamente 4 Kg; (os fardos são levados em lotes para a estação separação); Tempo de Simulação: 1 ano que é equivalente a 115.2 minutos, uma vez que o moinho funciona em média 24 dias no ano por 8 horas por dia; 6. Resultados da simulação Para cada uma das estações de trabalho foram avaliadas as seguintes variáveis: tempo médio de espera na fila, tamanho médio da fila e taxa de ocupação dos recursos. Os resultados referentes ao sistema original encontram-se na Tabela 2: TABELA 2 - Resultado da simulação (cenário real) Tempo médio na fila Tamanho médio da fila Taxa de ocupação do atendente 1,7523,11679 72% 48,457 3,2239 91% Moinho 5,2913,35159 67% Tanque de,6548,4345 67% Quantidade produzida em 1 ano: 7.72 lotes de fardos de PET A Tabela 2 mostra que, utilizando os recursos do sistema original, há a formação de fila em todas as estações de atendimento. Como pode ser observado, o tempo médio na fila para separação é de aproximadamente 1,8 minutos e o tamanho médio da fila é de aproximadamente,12 lotes. Na estação moinho o tempo médio de espera na fila é de 5 minutos para uma média de,35 lotes aguardando o atendimento. Já na estação tanque de separação, o tempo médio de espera na fila é de,65 minutos, sendo o tamanho médio da fila de,4 lotes. O tempo médio em fila mais crítico foi o da estação inspeção que corresponde a 48 minutos de espera com uma média de 3 lotes aguardando o atendimento. Através da análise de sensibilidade será verificada a possibilidade de redução do tempo médio em fila e, conseqüentemente, do tamanho médio da fila. A Figura 3 apresenta a taxa de ocupação das estações de atendimento do moinho, em termos percentuais: 1 9 8 7 T a x a d e 6 o c u p a ç ã o (% ) 5 4 3 2 1 7 2 9 1 6 7 6 7 S e p a ra ç ã o Insp e ç ã o M o in h o T. S e p a ra ç ã o E sta ç õ e s d e a te n d im e n to FIGURA 3 - Taxa de ocupação dos recursos do moinho de embalagens de PET 6

7. Análise de sensibilidade Após rodar o programa ARENA com diferentes números de recursos, por exemplo, com o aumento do número de atendentes da estação separação ou inspeção, é possível estudar a sensibilidade do moinho de embalagens de PET objetivando mostrar como variações no sistema podem afetar diretamente as entidades e as atividades do moinho. Sua utilidade será conhecer o comportamento do sistema após algumas alterações nos recursos originais, e apoiar as decisões com relação à alocação de recursos no sistema produtivo. Deste modo, simular-se-á o comportamento do sistema de operações de acordo com: Análise dos recursos humanos: será representada por redução e aumento da quantidade de pessoal alocada nas estações correspondentes a estes recursos. 8. Análise da disponibilidade do recurso separação Um dos estudos de sensibilidade mais realizados em modelos que apresentam em seus sistemas recursos humanos é verificar a disponibilidade destes recursos. No caso do moinho das embalagens de PET, a presença das equipes de separação e inspeção é necessária para o funcionamento adequado do sistema produtivo. Deste modo, torna-se importante analisar o comportamento do sistema, mediante alterações da quantidade disponível destes recursos. Nesta análise será verificada, principalmente, a possibilidade de reduzir o tempo médio de espera na fila para atendimento da estação inspeção por apresentar o maior tempo médio entre as estações de atendimento do moinho. Os resultados da análise de sensibilidade efetuada reduzindo o número de atendentes da estação separação podem ser vistos na Tabela 3 e na Figura 4 que mostram o tempo médio em fila aguardando o atendimento nas estações separação e inspeção. Já na Tabela 4 e na Figura 5 podem ser vistos o tamanho médio das filas das estações separação e inspeção: TABELA 3 - Tempo médio de espera na fila nas estações separação e inspeção ao reduzir o número de atendentes na estação separação 24 23 22 21 2 19 1,7523 2,8144 6,2718 9,416 13,252 31,271 48,457 48,419 46,592 4,213 23,327 18,383 Tempo Médio de Espera na Fila 6, 5, 4, 3, 2, 1,, 24 23 22 21 2 19 Número de Atendentes na Estação FIGURA 4 Efeito da redução do número de atendentes na estação separação 7

TABELA 4 - Tamanho médio das filas nas estações separação e inspeção ao reduzir o número de atendentes na estação separação 24 23 22 21 2 19,11679,18914,41594,6265,85522 2,31 3,2239 3,814 3,547 2,6442 1,512 1,1914 Tamanho Médio da Fila 3,5 3 2,5 2 1,5 1,5 24 23 22 21 2 19 Número de Atendentes na Estação FIGURA 5 Tamanho médio das filas nas estações separação e inspeção ao reduzir o número de atendentes na estação separação Observa-se nas Tabelas 3 e 4 e nas Figuras 4 e 5 que à medida que se reduz o número de atendentes na estação separação, o tempo médio de espera na fila e o tamanho médio da fila desta estação aumentam, enquanto que na estação inspeção, a partir de 22 atendentes na estação separação o tempo médio de espera na fila e o tamanho médio da fila se reduzem. Com 2 atendentes na estação separação, embora o tempo médio de espera para atendimento desta estação aumente de aproximadamente 1,8 minutos para 13 minutos o tempo médio de espera para atendimento na estação inspeção se reduz consideravelmente, ou seja, de 48 minutos para 23 minutos. As Tabelas 5 e 6 apresentam o tempo médio de espera para atendimento e o tamanho médio da fila das estações moinho e tanque de separação, respectivamente, à medida que se reduz o número de atendentes na estação separação. TABELA 5 - Tempo médio de espera para moagem e tamanho médio da fila de acordo com o número de atendentes na estação separação Número de Tempo médio de fila Tamanho médio da fila atendentes 24 5,2913,35159 23 5,35,35534 22 4,953,3275 21 5,1439,33788 2 5,2341,33627 19 5,17,3376 TABELA 6 - Tempo médio de espera para tanque de separação e tamanho médio da fila de acordo com o número de atendentes na estação separação Número de Tempo médio de fila Tamanho médio da fila atendentes 24,6548,4345 23,64769,434 8

22,64373,4256 21,63957,421 2,61176,393 19,66151,4283 As Tabelas 5 e 6 mostram que com a redução do número de atendentes na estação separação, o tempo médio da fila nas estações moinho e tanque de separação apresentam pequena variação. As Tabelas 7 e 8 e as Figuras 6 e 7 a seguir, apresentam, respectivamente, o tempo médio em fila aguardando o atendimento e o tamanho médio da fila das estações separação e inspeção, à medida que o número de atendentes da estação separação aumenta: TABELA 7 - Tempo médio de espera na fila nas estações separação e inspeção ao aumentar o número de atendentes na estação separação 24 25 26 27 28 29 1,7523 1,5211,6597,3829,228,629 48,457 51,39 51,64 66,293 73,21 58,97 Tempo médio de Espera na Fila 8 7 6 5 4 3 2 1 24 25 26 27 28 29 Número de Atendentes na Estação FIGURA 6 Efeito do aumento do número de atendentes na estação separação TABELA 8 - Tamanho médio das filas nas estações separação e inspeção ao aumentar o número de atendentes na estação separação 24 25 26 27 28 29,1183,129,4357,2525,1468,412 3,2239 3,368 3,3925 4,7814 5,5638 4,3935 6 5 Tamanho Médio da Fila 4 3 2 1 24 25 26 27 28 29 Número de Atendentes na Estação FIGURA 7 Tamanho médio das filas nas estações separação e inspeção ao aumentar o número de atendentes na estação separação 9

Como se pode observar nas Tabelas 7 e 8 e nas Figuras 6 e 7, à medida que se aumenta o número de atendentes na estação separação, o tempo médio de espera na fila e o tamanho médio da fila nesta estação diminuem, porém na estação inspeção a tendência é de aumento do tempo médio de fila e do tamanho médio da fila. Isto ocorre porque o processo de atendimento na estação separação se torna mais ágil a medida que se aumenta o número de atendentes, gerando a formação de fila de espera para o atendimento na próxima estação de trabalho, que no caso é a inspeção. Deste modo, não é interessante para o processo produtivo, da empresa estudada, o aumento do número de atendentes na estação separação. 9. Análise da disponibilidade do recurso inspeção As Tabelas 9 e 1 e as Figuras 8 e 9 apresentam, respectivamente, o tempo médio em fila e o tamanho médio da fila na estação inspeção, à medida que o número de atendentes nesta estação aumenta: TABELA 9 - Tempo médio de espera na fila na estação inspeção ao aumentar o número de atendentes 8 9 1 11 12 13 48,457 15,435 4,5719 1,6135,5712,26425 Tempo Médio de Espera na Fila 6 5 4 3 2 1 8 9 1 11 12 13 Número de Atendentes na Estação FIGURA 8 Efeito do aumento do número de atendentes na estação inspeção TABELA 1 - Tamanho médio da fila na estação inspeção ao aumentar o número de atendentes 8 9 1 11 12 13 3,2239 1,231,3771,3142,1793,175 Tamanho Médio da Fila 3,5 3 2,5 2 1,5 1,5 8 9 1 11 12 13 Número de Atendentes na Estação FIGURA 9 Tamanho médio da fila da estação inspeção ao aumentar o número de atendentes 1

As Tabelas 9 e 1 e as Figuras 8 e 9 mostram que com o aumento do número de atendentes na estação inspeção há uma diminuição no tempo médio de espera em fila e no tamanho médio da fila desta estação de atendimento. Cabe mencionar que a estação inspeção trabalhando com 8 pessoas está no limite da capacidade de atendimento, porque cada lote de fardos de PET chega ao processo produtivo numa média de 15 minutos, e cada pessoa da estação inspeção leva em média 11 minutos para atender um lote, ou seja, o tempo médio da estação é de 13,75 minutos (11 8 ). Assim, ao se reduzir, por exemplo, para 7 atendentes na estação inspeção, o tempo médio de atendimento desta estação passará a ser de 15,71 minutos (maior que 15 minutos que é o tempo médio da chegada de cada lote de fardos de PET), gerando um enorme gargalo que levará à saturação do sistema produtivo. As Tabelas 11 e 12 apresentam o comportamento das estações de atendimento moinho e tanque de separação, respectivamente, à medida que se aumenta o número de atendentes na estação inspeção. TABELA 11 - Tempo de espera para moagem e tamanho médio da fila de acordo com o número de atendentes na estação inspeção Número de Tempo médio de fila atendentes Tamanho médio da fila 8 5,2913,35159 9 6,1939,4119 1 6,627,43649 11 7,3844,49371 12 7,8592,51829 13 8,329,55149 TABELA 12 - Tempo de espera para tanque de separação e tamanho médio da fila de acordo com o número de atendentes na estação inspeção Número de Tempo médio de fila Tamanho médio da fila atendentes 8,6548,4345 9,74634,4942 1,92623,698 11 1,414,6962 12 1,6891,749 13 1,111,7347 As Tabelas 11 e 12 mostram que com o aumento do número de atendentes na estação inspeção, o tempo médio em fila e o tamanho médio da fila das estações moinho e tanque de separação têm um aumento muito pequeno. Isto ocorre porque o processo de atendimento da estação inspeção se torna mais ágil gerando uma pequena fila nas estações seguintes moinho e tanque de separação. Embora haja um aumento nos tempos médios de atendimento destas estações, não se tornam críticos para o sistema produtivo. 1. Sugestões para melhoria do sistema A partir da realização das análises de sensibilidade do modelo, com relação ao efeito da variação dos recursos humanos, foi possível apresentar uma proposta de melhoria do sistema produtivo da empresa estudada. A Tabela 13 ilustra as configurações real e proposta de recursos: 11

TABELA 13 - Configurações real e a proposta dos recursos Recursos Configuração real Configuração proposta 24 2 8 12 Moinho 1 1 Tanque de 1 1 Como já mencionado, a preocupação da empresa em análise - com relação a seu sistema produtivo - estava relacionada com a dimensão mais adequada dos recursos humanos. Deste modo, a Tabela 13 apresenta uma proposta para a empresa analisar a possibilidade de sua implantação. A proposta consiste em alocar 2 pessoas na estação separação e 12 pessoas na estação inspeção. Como o número de atendentes da estação inspeção será reduzido de 24 para 2 pessoas, será possível transferir desta estação para a inspeção 4 atendentes, não sendo necessária a contratação de novos empregados. 11. Conclusões sobre a reciclagem do PET e a aplicação da simulação A quantidade de embalagens de PET recicladas no Brasil é inferior à consumida. Conforme demonstra a Tabela 1. Estes números podem crescer se o conhecimento por parte dos empresários sobre o estabelecimento de empresas neste setor for difundido. Deste modo, este estudo de caso teve como intuito apresentar o processo de reciclagem, a aplicação do PET reciclado e, principalmente, quais são as estações de trabalho que constituem um moinho de PET, além de demonstrar que, por meio da simulação, é possível dimensionar a quantidade adequada de recursos a serem aplicados no sistema, facilitando, por exemplo, a tomada de decisões quanto à necessidade de investimentos relacionados a estes recursos. O programa ARENA verificou a formação de filas no processo produtivo, atual da empresa estudada, do floco de PET e, por meio da análise de sensibilidade, foi possível tentar melhor balancear os recursos disponíveis no sistema. Assim, ao iniciar as atividades neste setor, torna-se interessante desenvolver um estudo, que pode ser por meio da simulação no ARENA, para verificar a necessidade de recursos de acordo com a capacidade de produção almejada. 12. Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE EMBALAGENS DE PET - ABIPET. Disponível em: http:// www.abipet.org.br. Acesso em: julho (26). COUNCIL OF LOGISTICS MANAGEMENT CLM. Reuse and Recycling Reverse Logistics Opportunities, Illinois, Council of Logistics Management, 1993. FULLER, D. A., ALLEN, J. Reverse Channel Systems, Nova Iorque, Haworth Press, 1995. 12