Análise do movimento Ferrolho

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Análise do movimento Ferrolho 1

Projeto de Pesquisa Trançados musculares saúde corporal e o ensino do frevo Análise do movimento Observador: Giorrdani Gorki Queiroz de Souza (Kiran) Orientação para realização do movimento: Ana Valéria Vicente Movimento para análise: Ferrolho Partes analisadas: Extremidades inferiores Articulações: coxofemoral, joelho e tornozelo 1 Objetivo Analisar a atividade dos seguintes grupos musculares: flexores, extensores, adutores e abdutores do quadril, flexores e extensores do joelho e os dorsiflexores e flexores plantar do tornozelo, durante a execução do passo do frevo Ferrolho e identificar os tipos de contração destes grupos musculares durante as diferentes fases do movimento. 2 Descrição do movimento Ferrolho: Corpo apoiado sobre os dois pés; centro de gravidade no centro e sobre a base de apoio. O movimento consiste em uma rotação do corpo como um todo de uma posição onde o tronco se encontra em seu plano sagital direito com o quadril direito estendido a aproximadamente 45 graus, joelho direito estendido e tornozelo direito dorsiflexionado com apoio nos 1º, 2º, e 3º dedos do pé direito e o quadril esquerdo flexionado a aproximadamente 45 graus, com joelho estendido e tornozelo dorsiflexionado tendo como apoio o calcanhar; para o plano sagital esquerdo com quadril esquerdo estendido a aproximadamente 45 graus, joelhos estendidos e tornozelo dorsiflexionado tendo como apoio os 1º, 2º, e 3º dedos do pé esquerdo, o quadril direito flexionado a aproximadamente 45 graus, joelho estendido e o tornozelo dorsiflexionado tendo o calcanhar como apoio. O corpo tem como posição intermediaria e não estática em uma visão frontal com os dois quadris em abdução de aproximadamente 45 graus, joelhos estendidos e calcanhares dorsiflexionados. 2.1. Orientação para realização do movimento Os pés devem estar alinhados, com ambas as pernas rotadas o suficiente para que os pés apontem para a mesma direção. A perna apoiada sobre os dedos dos pés deve ter uma leve flexão nos joelhos. É essa perna que deve receber o peso do corpo. Ao inverter o lado do movimento, deve-se transferir o peso para a perna em flexão, ou seja, o peso do corpo não deve ser aplicado sobre o calcanhar. Essa transferência é sutil e deve-se evitar um grande deslocamento lateral do quadril. Esse movimento deve ser pensado como um movimento rasteiro, evitando a propulsão para cima. Para isso, deve haver ênfase na rotação dos pés e coxas. Também é fundamental a ativação dos músculos abdominais, para sustentar a coluna e para suspender o peso do corpo durante o movimento. 3 Plano de análise Frontal 2

4 Fases do movimento 1 2 3 4 5 5 Forças externas - Análise do Centro Geral de Massa V = velocidade CGM = centro geral de massa (Centro de gravidade) Vv = velocidade vertical 3

Vh = velocidade horizontal Av = aceleração vertical Ah = aceleração horizontal Não há movimento no sentido horizontal durante este movimento Fg = força da gravidade Fn = força de reação ou força normal Neste movimento o CGM se desloca quase que totalmente na horizontal, da direita para esquerda e de volta para a direita com variação relativamente menor na vertical. A velocidade é aproximadamente constante. Na posição inicial Fg = Fn Fase 1 (rotação para esquerda 1) 1 2 V = aumenta CGM = move-se na horizontal da direita para o centro (do plano sagital esquerdo para o frontal - o tronco está rotacionando), e na vertical no sentido cranial. Vv Vh Av Ah (o movimento do corpo na vertical é irrelevante durante todo o movimento) Fg < Fn - propulsão para deslocamento do corpo Fase 2 (rotação para esquerda 2) V = permanece constante CGM move-se na horizontal do centro para a esquerda (do plano frontal para o sagital direito) e na vertical realiza pequeno deslocamento no sentido caudal. Vv < Vh Av < Ah Fg < Fn fase descendente 2 3 4

Fase 3 (rotação para direita 1) V = permanece constante CGM move-se na horizontal da esquerda para o centro (do plano sagital direito para o frontal) Vv < Vh Av < Ah Fg < Fn - propulsão para deslocamento do corpo 3 4 Fase 4 (rotação para direita 2) V = desacelera CGM move-se na horizontal do centro para a direita (do plano frontal para o sagital esquerdo) Vv < Vh Av < Ah Fg > Fn fase descendente 4 5 6 Forças internas análise do centro parcial de massa (PCM) Análise articular cinética e cinemática ω = velocidade angular α = aceleração angular Articulação coxofemoral Na posição inicial = plano sagital esquerdo com o quadril esquerdo estendido a aproximadamente 45 graus, joelho esquerdo semi-flexionado e o tornozelo esquerdo dorsiflexionado com apoio dividido entre os dedos e as articulações metatarsofalangeais. O quadril direito encontra-se flexionado a aproximadamente 45 graus, o joelho está estendido e o peso é descarregado no calcanhar do tornozelo direito que se encontra dorsiflexionado. 5

Fase 1 (rotação para esquerda 1) Os quadris se movimentam em múltiplos planos. No frontal o quadril direito é abduzido e no sagital estendido. O quadril esquerdo é abduzido no plano frontal e flexionado no plano sagital. 1 2 Quadril D» φ ângulo de flexão =» φ ângulo de abdução = Quadril E» φ ângulo de flexão =» ф ângulo de abdução = ω quadril D» flexão: horário» abdução: horário α quadril D» flexão: horário» abdução: anti-horário ω quadril E» flexão: horário» abdução: anti-horário α quadril E» flexão: horário» abdução: anti-horário Flexores do quadril D (Reto femoral, Iliopsoas): contração excêntrica controle da extensão do quadril; Reto femoral (biarticular) transferência de energia do corpo para os pés. Flexores do quadril E (Reto femoral, Ileopsoas): Contração concêntrica flexão do quadril reto femoral (biarticular) transferência de energia do corpo para os pés. Isquiotibiais D (bíceps femoral, semimembranoso e semitendinoso): contração concêntrica extensão do quadril; 6

Isquiotibiais E (bíceps femoral, semimembranoso e semitendinoso): contração excêntrica controle da velocidade de flexão do quadril; Adutores D (pectíneo, adutor longo, adutor breve, grácil, adutor magno, obturador externo, glúteo máximo - fibras inferiores): contração excêntrica controlar abdução do quadril; Adutores E (pectíneo, adutor longo, adutor breve, grácil, adutor magno, obturador externo, glúteo máximo - fibras inferiores): contração excêntrica controlar abdução do quadril; Abdutores D (psoas maior, íleo, sartório, tensor da fáscia lata, glúteo mínimo, glúteo médio, gêmeo inferior, glúteo máximo (fibras superiores), piriforme, gêmeo superior, obturador interno;): contração concêntrica para abduzir o quadril; Abdutores E (psoas maior, íleo, sartório, tensor da fáscia lata, glúteo mínimo, glúteo médio, Gêmeo inferior, Glúteo máximo (fibras superiores), piriforme, gêmeo superior, obturador interno;): Contração concêntrica para abduzir o quadril Rotadores externos do quadril D (psoas maior, íleo, sartório, obturador externo, glúteo médio (fibras posteriores), gêmeo inferior, quadrado femoral, glúteo máximo, piriforme, gêmeo superior, obturador interno, cabeça longa do bíceps femoral): Contração isométrica estabilização da articulação; Rotadores externos do quadril E (psoas maior, íleo, sartório, obturador externo, glúteo médio 7

(fibras posteriores), gêmeo inferior, quadrado femoral, glúteo máximo, piriforme, gêmeo superior, obturador interno, cabeça longa do bíceps femoral): Contração isométrica estabilização da articulação; Fase 2 (rotação para esquerda 2) O corpo vai da posição intermediária com dois quadris abduzidos, (plano frontal) para a posição final desta fase com o quadril direito estendido e o esquerdo flexionado (plano sagital), o movimento acontece no tronco e os quadris se adaptam a este movimento. 2 3 Quadril D» φ ângulo de flexão =» φ ângulo de abdução = Quadril E» φ ângulo de flexão =» ф ângulo de abdução = ω quadril D» flexão: horário» abdução: anti-horário α quadril D» flexão: horário» abdução: anti-horário ω quadril E» flexão: horário» abdução: horário α quadril E» flexão: horário» abdução: horário Flexores do quadril D: contração excêntrica controla da velocidade da extensão; Flexores do quadril E: contração Concêntrica flexionar o quadril; Isquiotibiais D: Contração concêntrica estender o quadril; Isquiotibiais E: Contração excêntrica controle do torque flexor; 8

Adutores D: contração concêntrica adução do quadril; Adutores E: contração concêntrica adução do quadril; Abdutores D: contração excêntrica controlar velocidade de adução; Abdutores E: contração excêntrica controlar velocidade de adução; Rotadores externos do quadril D: contração isométrica estabilizar a articulação; Rotadores externos do quadril E: contração isométrica estabilizar a articulação; Fase 3 (rotação para direita 1) O corpo mais uma vez muda de plano (do sagital para o frontal) e os quadris acompanham este movimento mantendo sua posição relativa. 3 4 Quadril D» φ ângulo de flexão =» φ ângulo de abdução = Quadril E» φ ângulo de flexão =» ф ângulo de abdução = ω quadril D» flexão: anti-horário» abdução: horário α quadril D» flexão: anti-horário» abdução: horário ω quadril E» flexão: anti-horário» abdução: horário α quadril E» flexão: anti-horário» abdução: horário Flexores do quadril D: Contração concêntrica flexão do quadril; Flexores do quadril E: Contração 9

excêntrica controlar a velocidade da extensão do quadril; Isquiotibiais D: contração excêntrica controlar velocidade de flexão do quadril; Isquiotibiais E: contração concêntrica estender o quadril; Adutores D: Contração excêntrica controlar torque abdutor; Adutores E: Contração excêntrica controlar torque abdutor; Abdutores D: Contração concêntrica abduzir o quadril; Abdutores E: Contração concêntrica abduzir o quadril; Rotadores externos do quadril D: contração isométrica estabilizar a articulação; Rotadores externos do quadril E: contração isométrica estabilizar a articulação; Fase 4 (rotação para direita 2) O corpo passa do plano frontal para o sagital rumo a sua posição final e os quadris voltam a sua posição inicial com o direito flexionado e o esquerdo estendido. 4 5 Quadril D» φ ângulo de flexão =» φ ângulo de abdução = Quadril E» φ ângulo de flexão =» ф ângulo de abdução = ω quadril D» flexão: anti-horário» abdução: anti-horário α quadril D» flexão: anti-horário 10

» abdução: anti-horário ω quadril E» flexão: anti-horário» abdução: horário α quadril E» flexão: antihorário» abdução: horário Flexores do quadril D: contração concêntrica flexão do quadril; Flexores do quadril E: contração excêntrica controle do torque flexor; Isquiotibiais D: contração excêntrica controle do torque flexor; Isquiotibiais E: contração concêntrica extensão do quadril; Adutores D: contração concêntrica adução do quadril; Adutores E: contração concêntrica adução do quadril; Abdutores D: contração excêntrica controlar velocidade de adução; Abdutores E: contração excêntrica controlar velocidade de adução; Rotadores externos do quadril D: contração isométrica estabilizar a articulação; Rotadores externos do quadril E: contração isométrica estabilizar a articulação; 11

Articulação do joelho Posição inicial: durante toda a execução deste movimento acontece muito pouca variação na angulação do joelho, que durante todo o tempo passa de estendido para suavemente flexionado e vice versa de acordo com a necessidade de impulso ou descarga de peso. Fase 1 (rotação para esquerda 1) Durante este movimento os joelhos oscilam entre a hiperextensão e a semi-flexão. Acontece uma tendência à hiper-extensão do joelho onde o quadril está flexionado e uma suave flexão onde o quadril está estendido. 1 2 Tanto a angulação quanto sua velocidade e aceleração angular se apresentam como tendência ou direção da força, pois os joelhos são mantidos estendidos através de força muscular e congruência articular. Joelho D: φ ângulo de flexão = Joelho E: φ ângulo de flexão = ω Joelho D: flexão: horário α Joelho D: flexão: horário ω Joelho E: flexão: horário α Joelho E: flexão: horário Quadríceps D: contração excêntrica contrapor o torque flexor; Quadríceps E: contração concêntrica extensão do joelho; Isquiotibiais D: Contração excêntrica na porção distal flexionar o joelho; Isquiotibiais E: Contração excêntrica contrapor o torque extensor; 12

Fase 2 (rotação para esquerda 2) Com a descarga de peso e a necessidade de acumular energia para impulsionar o corpo de volta a posição inicial, o joelho direito tende a semi flexionar e o esquerdo a hiper estender. 2 3 Joelho D: φ ângulo de flexão = Joelho E: φ ângulo de flexão = ω Joelho D: flexão: horário α Joelho D: flexão: anti-horário ω Joelho E: flexão: horário α Joelho E: flexão: anti-horário Quadríceps D: contração excêntrica contrapor o torque flexor; Quadríceps E: contração isométrica estabilizar o joelho; Isquiotibiais D: inativos na porção distal; Isquiotibiais E: contração excêntrica contrapor o torque extensor; Fase 3 (rotação para direita 1) Utilizando a energia acumulada e força muscular o joelho direito acelera no sentido extensão e o esquerdo no sentido flexão. Joelho D: φ ângulo de flexão = Joelho E: φ ângulo de flexão = 3 4 ω Joelho D: flexão: anti-horário 13

α Joelho D: flexão: anti-horário ω Joelho E: flexão: anti-horário α Joelho E: flexão: anti-horário Quadríceps D: contração concêntrica torque extensor; Quadríceps E: contração excêntrica contrapor o torque flexor; Isquiotibiais D: contração excêntrica estabilizar o joelho; Isquiotibiais E: Contração concêntrica torque flexor; Fase 4 (rotação para direita) O corpo chega à fase final do movimento no plano sagital. Mais uma vez há a descarga de peso sobre a base de suporte levando os joelhos a apresentarem torque de desaceleração. 4 5 Joelho D: φ ângulo de flexão = Joelho E: φ ângulo de flexão = ω Joelho D: flexão: anti-horário α Joelho D: flexão: horário ω Joelho E: flexão: anti-horário α Joelho E: flexão: horário Quadríceps D: contração isométrica estabilizar o joelho; Quadríceps E: contração excêntrica contrapor o torque flexor; Isquiotibiais D: contração excêntrica contrapor o torque extensor; Isquiotibiais E: inativos; 14

Articulação do tornozelo Posição inicial: Os tornozelos permanecem dorsiflexionados durante todo o movimento, mudando apenas o ponto de apoio do calcanhar para os dedos e articulações metatarsofalangeanas, passando pela borda interna do pé durante o movimento intermediário. Durante o movimento os dorsiflexores e flexores plantares irão revezar sua atividade para estabilizar e manter a posição dos tornozelos assim como impulsionar o corpo. Tanto a angulação quanto sua velocidade e aceleração angular se apresentam no tornozelo como tendência ou direção da força, pois os tornozelos são mantidos em dorsiflexão através de força muscular, congruência articular e resistência ligamentar. Fase 1 (rotação para esquerda 1) Tornozelo D: φ ângulo de dorsiflexão = Tornozelo E: φ ângulo de dorsiflexão = 1 2 ω Tornozelo D: flexão plantar: α Tornozelo D: flexão plantar: anti-horário ω Tornozelo E: flexão plantar: anti-horário α Tornozelo E: flexão plantar: anti-horário Dorsiflexores D (tibial anterior, extensor longo dos dedos, fibular terceiro, extensor longo do hálux): Contração isométrica estabilizar o tornozelo; Dorsiflexores E (tibial anterior, extensor longo dos dedos, fibular terceiro, extensor longo do hálux): contração excêntrica controlar a velocidade do torque no sentido flexão plantar; Flexores plantares D (gastrocnêmios, sóleo, flexor longo do hálux, flexor longo dos dedos, plantar, tibial posterior, fibular longo e curto): Contração isométrica manter a flexão plantar; Flexores plantares E (Gastrocnêmios, sóleo, flexor longo do hálux, flexor longo dos 15

dedos, plantar, tibial posterior, fibular longo e curto): inativos; Fase 2 (rotação para esquerda 2) Os pés passam de uma posição sem descarga de peso para uma com descarga de peso. Tornozelo D: φ ângulo de dorsiflexão = Tornozelo E: φ ângulo de dorsiflexão = 2 3 ω Tornozelo D: flexão plantar: anti-horário α Tornozelo D: flexão plantar: horário ω Tornozelo E: flexão plantar: α Tornozelo E: flexão plantar: horário Dorsiflexores D: inativos; Dorsiflexores E : contração concêntrica - dorsiflexão; Flexores plantar D: contração excêntrica contrapor o torque dorsiflexor; Flexores plantar E: inativos; Fase 3 (rotação para direita 1) Tornozelo D: φ ângulo de dorsiflexão = Tornozelo E: φ ângulo de dorsiflexão = 3 4 ω Tornozelo D: flexão plantar: α Tornozelo D: flexão plantar: anti-horário ω Tornozelo E: flexão plantar: anti-horário α Tornozelo E: flexão plantar: horário Dorsiflexores D: contração 16

concêntrica dorsiflexão; Dorsiflexores E : inativos; Flexores plantar D: inativos; Flexores plantar E: contração concêntrica flexão plantar; Fase 4 (rotação para direita 2) Tornozelo D: φ ângulo de dorsiflexão = Tornozelo E: φ ângulo de dorsiflexão = 4 5 ω Tornozelo D: flexão plantar: α Tornozelo D: flexão plantar: anti-horário ω Tornozelo E: flexão plantar: horário α Tornozelo E: flexão plantar: anti-horário Dorsiflexores D: contração concêntrica dorsiflexão; Dorsiflexores E : inativos; Flexores plantar D: inativos; Flexores plantar E: contração excêntrica contrapor o torque no sentido flexão plantar que acontece devido à descarga de peso; 17

7 Tipos de contração Quadril direito e esquerdo Total = 40 contrações Isométricas = 8 (20 %) Excêntricas = 16 (40 %) Concêntricas = 16 (40 %) Inativos = 0 (0 %) Flexores do quadril Isquiotibiais Adutores Abdutores Rotadores externos D E D E D E D E D E Fase 1 EXC CON COM EXC EXC EXC CON CON ISO ISO Fase 2 EXC CON COM EXC CON CON EXC EXC ISO ISO Fase 3 CON EXC EXC CON EXC EXC CON CON ISO ISO Fase 4 CON EXC EXC CON CON CON EXC EXC ISO ISO Joelho direito e esquerdo Total = 16 contrações Isométricas = 2 (12,5 %) Excêntricas = 9 (56,25 %) Concêntricas = 3 (18,75 %) Inativos = 2 (12,5 %) Quadríceps Isquiotibiais D E D E Fase 1 EXC CON EXC EXC Fase 2 EXC ISO INA EXC Fase 3 CON EXC EXC CON Fase 4 ISO EXC EXC INA Tornozelo direito e esquerdo Total = 16 contrações Isométricas = 2 (12,5 %) Excêntricas = 3 (18,75 %) Concêntricas = 4 (25 %) Inativos = 7 (3,75 %) Dorsiflexores Flexores plantar D E D E Fase 1 ISO EXC ISO INA Fase 2 INA CON EXC INA Fase 3 CON INA INA CON Fase 4 CON INA INA EXC 18

8 Conclusão Podemos através desta análise cinesiológica evidenciar a atividade de todos os músculos dos membros inferiores, uns com função mais motora, outros funcionando como transmissores de energia, outros estabilizando as articulações e outros acumulando energia elástica para utilizá-la na propulsão, porém todos eles têm uma função importante no movimento como um todo. O ferrolho foi dividido em 4 fases, duas de rotação para esquerda e duas de rotação para a direita com variações de plano. Durante as passagens da fase 1 e a fase 4 existe um momento de força (torque) em direção à flexão (segundo Hamill, aceleração angular negativa - sentido horário) da articulação do joelho da perna que recebe maior parte do peso corporal, ou seja, a perna que está apoiada nos dedos e articulações metatarsofalangeanas. Isto acontece com a função de amortecer o impacto sobre o tornozelo e quadril, assim como a de armazenar energia e transmiti-la para o tornozelo, sendo nesta articulação utilizada como alavanca para o impulso necessário à mudança de direção do movimento. Durante a execução do ferrolho há um equilíbrio entre contrações excêntricas e concêntricas dos músculos flexores, extensores, adutores e abdutores da articulação do quadril, demonstrando igual participação da musculatura nas funções de aceleração e desaceleração e de contrações isométricas nos rotadores externos para manter a angulação da articulação (estabilização). Já no joelho há uma predominância de contrações excêntricas, principalmente nos extensores, o que mostra claramente tanto uma função de oposição ao torque flexor quanto de desaceleração da velocidade angular neste mesmo sentido para essa musculatura durante a execução deste movimento. Em vários momentos de passo, os músculos que cruzam os tornozelos, seja por apresentarem função antagonista ou por não precisarem mover o segmento em nenhuma direção, não apresentam contrações visíveis. As articulações dos tornozelos, enquanto mantidas em dorsiflexão pela a ação da gravidade sobre o corpo, funcionam como uma mola, acumulando energia elástica para impulsionar o corpo. A maior variação da amplitude de movimentos acontece na articulação coxofemoral, e por esta razão os músculos que cruzam essa articulação apresentam uma maior função motora que os músculos que estão atuando no joelho e tornozelo, os quais estão sendo utilizados predominantemente para conceder vantagem mecânica às alavancas destas articulações e estabilizálas durante a desaceleração e impulsão. O joelho como articulação intermediária está amortecendo o impacto nas duas extremidades do membro inferior e transferindo energia, através dos músculos biarticulares (sartório, reto femoral, isquiotibiais e gastrocnêmico), do quadril para o tornozelo que utiliza esta energia para propulsão do corpo durante a mudança de direção da pelve/tronco. No movimento ferrolho, os músculos abdominais precisam estar ativos durante toda a execução do movimento para diminuir a carga sobre os membros inferiores, estabilizar a pelve, assim como estabilizar a coluna lombar que está sendo exposta a rotações e recebendo toda a carga vinda do tronco. 19

Músculos dos membros inferiores (Fonte: KENDALL & KENDALL. Muscles Testing and Function. 4ª Ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 1993) (listagem por ação muscular) Articulação coxofemoral Flexão Psoas maior, Íleo, sartório, pectíneo, adutor longo, adutor breve, reto femoral, adutor maior (fibras anteriores), tensor da fáscia lata, glúteo mínimo; Extensão Adutor maior (fibras posteriores), glúteo médio posterior, semimembranoso, semitendíneo, glúteo máximo, piriforme, cabeça longa do bíceps femoral; Adução pectíneo, adutor longo, adutor breve, grácil, adutor magno, obturador externo, glúteo máximo (fibras inferiores); Abdução psoas maior, íleo, sartório, tensor da fáscia lata, glúteo mínimo, glúteo médio, Gêmeo inferior, Glúteo máximo (fibras superiores), piriforme, gêmeo superior, abturador interno; Rotação interna (medial) Adutor longo, adutor breve, tensor da fáscia lata, glúteo mínimo, glúteo médio (fibras anteriores), semimembrenoso, semitendíneo; Rotação externa (lateral) psoas maior, íleo, sartório, obturador externo, glúteo médio (fibras posteriores), gêmeo inferior, quadrado femoral, glúteo máximo, piriforme, gêmeo superior, obturador interno, cabeça longa do bíceps femoral. Articulação do joelho Extensão quadríceps, tensor da fáscia lata,; Flexão sartório, grácil, poplíteo, plantar, semimembranoso, semitendíneo, cabeça curta do bíceps femoral, cabeça longa do bíceps femoral, gastrocnêmico; Quando fletidos: Rotação lateral cabeça curta do bíceps femoral, cabeça longa do bíceps femoral; Rotação medial sartório, grácil, poplíteo, semimembranoso, semitendíneo; Articulação do tornozelo Dorsiflexão tibial anterior, extensor longo dos dedos, fibular terceiro, extensor longo do hálux; Flexão plantar fibular longo, fibular curto, tibial posterior, plantar, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux, sóleo, gastrocnêmico. 20