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solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

CIRCULAR Nº Dispõe sobre o funcionamento de componente organizacional de ouvidoria das administradoras de consórcio.

Transcrição:

Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação PARECER Referência: 99901.000282/2015-43 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Nota fiscal Dentro do escopo da LAI Risco à competitividade e à governança. Pedido genérico. Pedido desproporcional Acata-se a argumentação do recorrido Desprovimento. COBRA Tecnologia S.A. COBRA. I.B.P.T. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº 12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO ATO DATA TEOR Pedido 07/04/2015 Resposta Inicial 07/05/2015 Recurso à Autoridade Superior Solicitante requer acesso a todas as notas fiscais, sejam de entrada ou de saída, que tenham sido emitidas pela empresa, desde de Janeiro de 2012 até a presente data. A Empresa indefere o pedido, uma vez que o considera genérico e desproporcional, de acordo com os incisos I e II do artigo 13 do Decreto n 7.724/12. 14/05/2015 Primeiramente, o recorrente desiste da parte do pedido que se referia ao envio das notas fiscais de saída. O solicitante ainda afirma o seguinte: As compras públicas se submetem às diretrizes da Lei de Licitações, nesse sentido, com a nota fiscal eletrônica é possível conferir se de fato as transações que o órgão divulga em seus portais de transparência e editais de licitações de fato ocorreram. Afinal, nenhuma nota fiscal eletrônica pode ser emitida sem autorização da receita federal. Por esse motivo é que se exige o acesso às notas fiscais eletrônicas ou às chaves de acesso contidas nos DANFE s que representam tais notas fiscais. Assim, o pedido de coaduna com o s princípios de transparência e de controle social elencados na LAI; A CMRI já reconheceu as notas fiscais eletrônicas como instrumento de controle social do gasto público; Ademais, a Lei de Acesso à Informação determina que

os órgãos assegurem acesso às informações garantindo a autenticidade e integridade dos dados, além de determinar que seja possibilitado ao cidadão o acesso a dados em diversos formatos, inclusive formatos abertos e legíveis por máquina. A nota fiscal eletrônica (arquivo xls) ou as chaves de acesso contidas nos DANFE s, atendem a todos esses requisitos; O pedido não é genérico, uma vez que se entende por genérico aquele pedido não específico ou impreciso ou vago. Se a solicitação é de acesso a todas às notas fiscais, sejam de entrada ou de saída, não há o que se falar em pedido não específico, impreciso ou vago, pois o pedido encontra-se devidamente delimitado; É totalmente possível que o órgão forneça as informações requeridas sem que seja necessário para isso qualquer força tarefa ou qualquer mudança considerável na rotina do órgão de modo a prejudicar as demais atividades públicas. A CGTEE pode disponibilizar tranquilamente esses arquivos uma vez que tratam-se de arquivos de existência apenas digital e em formato que possibilita que seja lido por máquina, além de possuir tamanho extremamente reduzido. Caso o órgão recorrido não possua os arquivos xls s, é possível que este requeira as notas fiscais eletrônicas à Secretaria de Fazendo do DF através do site (http://www.fazenda.df.gov.br/area.cfm?id_area=887) ou ao Ministério da Fazenda. Empresa indefere o pedido nos seguintes termos: Resposta do Recurso à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima Resposta do Recurso à Autoridade 29/05/2015 Conforme entendimentos da acerca do artigo 13 do Decreto 7.724/2012, um pedido é desproporcional se o atendimento a este, significar ônus excessivo em termos de gastos públicos e dispersão desproporcional de recursos humanos, fazendo com que equipes deixem de exercer suas atribuições institucionais em prejuízo da coletividade. No caso em tela, ao que pese os argumentos do autor, onde de forma muito otimista, considera que bastaria uma pessoa e um dia de trabalho para consolidar cem mil notas fiscais eletrônicas, não conseguimos concordar. Consideramos também que mesmo após a consolidação dos dados solicitados, seria necessária avaliação de cada documento em questão para verificar tratarse ou não de informação sensível a empresa, já que como Sociedade de Economia Mista, atuamos em regime concorrencial e nossas informações estão sujeitas as exceções descritas no art. 5º, 1º do Decreto 7.724/12, cuja divulgação pode gerar prejuízos à competitividade, governança corporativa ou interesses de acionistas minoritários da Companhia. Por isso, no caso de se encaminhar tais documentos, é preciso verificar se há ou não matérias sensíveis, ou mesmo trechos, que não possam ser divulgadas, e por tanto requer ainda mais horas de dedicação de colaboradores. Com base no descrito, e após reavaliar todos os pontos da solicitação, indefiro o presente recurso, mantendo a decisão anterior, em especial no tocante à desproporcionalidade do pedido. 10/06/2015 Apresenta os argumentos das instâncias anteriores. 29/06/2015 A decisão anterior foi mantida com base nos seguintes argumentos: Mantemos a decisão anterior que restringiu o acesso às informações 2

requeridas, por V. Sa., eis que, com base no art. 6, III, c/c art. 4, III, ambos da Lei 12.527/11, e nos artigos 5. 1, e 13, I, e II, do Decreto 7.724/12, que preveem que cabe aos órgãos e entidades do poder público assegurar a proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, estabelecendo eventuais restrições de acesso, esta Companhia entende que as informações solicitadas por V.Sa., além de serem formuladas em pedido desproporcional, são de acesso restrito e não podem ser divulgadas. Máxima Destacamos, outrossim, que o artigo 5, 1, do Decreto 7.724/12 determina que a divulgação de informações das entidades controladas indiretamente pela União que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no artigo 173, da Constituição Federal, estará submetida às normas pertinentes à Comissão de Valores Mobiliários, a fim de assegurar sua competitividade, governança corporativa e, quando houver, os interesses dos acionistas minoritários. A Cobra Tecnologia se insere nesta condição, portanto, as informações solicitadas por V.Sa. não poderão ser divulgadas. Recurso à 09/07/2015 Solicitante recorre nas mesmas bases dos recursos anteriores. É o relatório. Análise 2. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão inicial; da mesma forma, consta que a autoridade que proferiu a decisão, em segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade. 3. No que tange os requisitos de admissibilidade, registre-se que o recurso foi apresentado à de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, nestes termos: Lei nº 12.527/2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria- Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 3

Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 4. Primeiramente, deve-se restar claro que a COBRA Tecnologia S.A. está sujeita aos dispositivos estabelecidos na Lei de Acesso à Informação, mesmo sendo uma sociedade de economia mista, com natureza jurídica de direito privado. Observe-se o artigo primeiro da Lei n 12.527/11: Art. 1 o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5 o, no inciso II do 3º do art. 37 e no 2º do art. 216 da Constituição Federal. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 5. Percebe-se que a Lei de Acesso à Informação não faz distinções entre entidades da Administração Direta e da Administração Indireta, embora a legislação, em determinadas circunstâncias, defina diferentes tipos de obrigações, em virtude das características da Entidade recorrida. Nesse sentido, o Decreto n 7.724/12 estabelece determinada particularidade em relação às empresas estatais que atuam em regime de concorrência: Art. 5 o Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os órgãos da administração direta, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União. 1 o A divulgação de informações de empresas públicas, sociedade de economia mista e demais entidades controladas pela União que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição, estará submetida às normas pertinentes da Comissão de Valores Mobiliários, a fim de assegurar sua competitividade, governança corporativa e, quando houver, os interesses de acionistas minoritários. Grifo meu. 6. O texto legal acima pretende adequar o marco normativo de acesso a informações públicas à Constituição Federal, no que tange à atuação no mercado privado de empresas estatais que explorem atividades econômicas. Pretende-se, dessa forma, assegurar tanto a competitividade destas empresas quanto evitar eventual abuso de poder econômico, em detrimento dos seus pares privados. O estatuto especial reservado a estas empresas, pelo artigo 173 da Constituição Federal, no entanto, 4

não as desobriga quanto a certos parâmetros de atuação regidos pelo direito público. 7. As sociedades de economia mista, nesse sentido, são entidades de natureza híbrida, visto que não atuam integralmente sob as regras do direito privado. O regime jurídico destas empresas é determinado fundamentalmente com base na natureza de suas atividades-fim e de seus objetos. Aquelas que atuam eminentemente na exploração de atividades econômicas, por exemplo, submetem-se ao regime jurídico de direito público somente em questões expressas diretamente pela Constituição Federal. 8. Assim, por exemplo, todas as sociedades de economia mista que exercem atividade eminentemente econômica estão sujeitas, no que couber, aos institutos legais de licitação e de recrutamento de pessoal. Nesse sentido, as empresas estatais se subordinam aos princípios norteadores da atividade administrativa, determinado no artigo 37 da Constituição Federal. Por isso, a atuação destas companhias deve pautar-se nos princípios de atuação da Administração Públicas, dentre eles, o princípio da publicidade. Constituição Federal/ 1988 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 9. Depreende-se, por conseguinte, que as normas constitucionais que se referem à Administração Pública alcançam também as sociedades de economia mista que exploram atividades econômicas, apesar de serem regidas pelo regime jurídico das empresas privadas. 10. No que tange ao objeto do pedido, ou seja, o acesso às notas fiscais de entrada emitidas pela COBRA Tecnologia, a Comissão Mista de Reavaliação de Informações CMRI - já se manifestou sobre a natureza pública destes documentos. Na decisão n 0140/2014, de 30 de Julho de 2014, referente ao NUP 52750.000598/2013-81, em que o recorrente solicitou as notas fiscais eletrônicas de compra de veículos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a CMRI decidiu o mérito da matéria da seguinte maneira: 5

Embora a Nota Fiscal Eletrônica seja um documento de existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar, para fins fiscais, uma operação de circulação de mercadorias ou uma prestação de serviços, ocorrida entre as partes, e tendo sua validade jurídica garantida pela assinatura digital do remetente e a Autorização de uso fornecida pelo Fisco, antes da ocorrência do fato gerador, têm-se ser este um documento de transparência e de controle da sociedade nas aquisições feitas por órgãos públicos. Diante disso, no mérito, a Comissão Mista analisou as razões do recorrente e da decisão recorrida () e deliberou pela entrega do documento ao recorrente, devendo ser observadas as condições da LAI, em especial o disposto no art. 11. Grifo meu. 11. Percebe-se, dessa forma, que as notas fiscais eletrônicas são consideradas pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações como documentos de transparência e de controle social exercido pela sociedade nas aquisições feitas pelos órgãos públicos. Nesse sentido, a decisão da CMRI se coaduna com as diretrizes expressas nos incisos IV e V, do artigo 3, da Lei n 12.527/11, abaixo: Art. 3 o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; V - desenvolvimento do controle social da administração pública. 12. Este entendimento foi seguido nas decisões de n 0141/2014, n 0142/2014 e n 0143/2014, relativas, respectivamente, aos NUPs 52750.000597/2013-36, 52750.000602/2013-19 e 52750.000600/2013-11. Dessa forma, resta claro que, para o órgão máximo no âmbito da Lei de Acesso à Informação, o objeto do pedido em análise é de interesse público, em função de que suas características possibilitam efetivo controle das compras públicas pela sociedade. Os documentos requeridos são, portanto, importantes instrumentos de controle social e de exercício da transparência na Administração Pública. 13. Neste sentido, considerou-se que a divulgação referente aos dados constantes nas notas fiscais eletrônicas de entrada não fere a legislação nacional quanto ao sigilo fiscal. Este entendimento, como já esclarecido, foi corroborado pela CMRI, por meio das decisões n 6

0140/2014, n 0141/2014, n 0142/2014 e n 0143/2014, que, inclusive, ampliou o escopo de entendimento desta, ao afirmar que os dados das contas bancárias dos fornecedores dos órgãos públicos, bem como as chaves de acesso ao DANFE, que aparecem nestes documentos, tampouco são resguardados por sigilo fiscal. Observe-se trechos importantes do Parecer da sobre a questão: 20. Cinge-se o objeto dos recursos às informações suprimidas das notas fiscais emitidas por empresas contratadas por órgão público, quais sejam: Endereço da empresa contratada, Número do CNPJ, Inscrição Estadual e Municipal, Dados Bancários da empresa contratada (agência e conta) e a chave de acesso que possibilitaria a emissão eletrônica do documento com todas as suas informações. (...) 48. Sendo o endereço informação constante do contrato social, ato constitutivo da sociedade, estando ele acessível a qualquer indivíduo no Cartório de Registro Civil e sendo, ainda, o elemento físico da pessoa jurídica, constitutivo da sua imagem pública, não nos parece razoável que se mantenha a expectativa de sigilo sobre tal informação. Salvo hipóteses muito específicas, a divulgação irrestrita de seu endereço tende a ser do interesse de uma empresa que atue no mercado. 49. Estivesse o endereço da pessoa jurídica submetido a restrição de acesso por força de dispositivo legal, tampouco seria possível que, na emissão do Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral emitido no sítio eletrônico da Receita Federal tal informação fosse disponibilizada a qualquer indivíduo que detivesse o número de CNPJ da pessoa em questão. 50. Quanto aos números de inscrição estadual e municipal, trata-se de informação recuperável nas juntas comerciais dos estados ou Distrito Federal, mediante requerimento igualmente não motivado. Como exemplo, propusemo-nos a formular consulta relativa a situação de regularidade fiscal da empresa citada no processo de acesso à informação registrado sob número 52750.000597/2013-36 junto à Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito Federal. A emissão da certidão negativa, que novamente exige tão-somente o CNPJ divulgado no Portal da Transparência, nos informa, dentre outros dados, o número de inscrição da empresa, sonegado pelo recorrido na resposta ao demandante. (...) 59. Quanto à segunda condicionante, cumpre salientar que a alegação de que a informação poderia afetar a vantagem competitiva de terceiro não poderá persistir sem que haja a apresentação de um nexo claro entre o ato de disponibilização e o dano, nexo este que o recorrido não logrou apontar. Além disso, é de se presumir, no caso, que a vantagem competitiva somente poderia ser vulnerada caso a informação 7

estivesse integralmente no âmbito da autodeterminação da imagem da empresa o que, como se logrou demonstrar no item anterior, não ocorre. (...) 67. Ante o exposto, opina-se pelo conhecimento e provimento parcial dos recursos de acesso à informação registrados sob os números de protocolo 52750.000597/2013-36, 52750.000598/2013-81, 52750.000599/2013-25, 52750.000600/2013-11 e 52750.000602/2013-19, a fim de que o órgão entregue ao recorrido cópia das Notas Fiscais eletrônicas de prestação de serviços automotivos realizados no ano de 2011, compra de veículos e de autopeças, bem como prestação de serviços automotivos no ano de 2012 e compra de autopeças no ano de 2013 (...). 14. Em seguida, deve-se esclarecer que o Decreto n 7.724/12 estabelece situações específicas em que a Administração Pública não está obrigada a fornecer a informação solicitada pelos requerentes, mesmo que esta tenha seu caráter público reconhecido. Observe-se a norma: Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação: I - genéricos; II - desproporcionais ou desarrazoados; ou III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação ou consolidação de dados e informações, ou serviço de produção ou tratamento de dados que não seja de competência do órgão ou entidade. Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do caput, o órgão ou entidade deverá, caso tenha conhecimento, indicar o local onde se encontram as informações a partir das quais o requerente poderá realizar a interpretação, consolidação ou tratamento de dados. 15. Deve-se esclarecer, primeiramente, que não pode prosperar entendimento que considere o pedido em tela como genérico. No entendimento da Controladoria Geral da União, pedido genérico é aquele que não é específico, ou seja, não descreve de forma delimitada (quantidade, período temporal, localização, sujeito, recorte temático, formato, etc.) o objeto do pedido de acesso à informação, o que impossibilitaria a identificação do objeto do pedido pelo analista. É um pedido que se caracteriza pelo seu aspecto generalizante, com ausência de dados importantes para a sua delimitação e atendimento. 16. No caso em epígrafe, percebe-se que o pedido possui escopo temporal bem delimitado (2012 até a data do pedido inicial), recorte temático específico (notas fiscais de compras públicas ou chaves de acesso às DANFE s) e sujeito bem definido (COBRA Tecnologia), de maneira que o recorrido não teve problemas em identificar qual era o objeto da demanda. 8

Sem dúvidas, o pedido é bastante amplo, mas de forma alguma poderia considera-se como não específico. 17. Em seguida, entende-se que o dispositivo do inciso II do artigo 13 do Decreto n 7.724/12 refere-se à proporcionalidade em sentido estrito. Analisa-se, assim, a adequabilidade do pedido de informações, de maneira que o seu atendimento não comprometa significativamente a realização das atividades rotineiras da instituição pública requerida. Para Bandeira de Mello (2013, p. 113-114), o princípio da proporcionalidade deve ser entendido da seguinte maneira: Entendido como o princípio da justa medida, meios e fins são colocados em equação mediante um juízo de ponderação, com o objetivo de se avaliar se o meio utilizado é ou não desproporcionado em relação ao fim. Trata-se, pois, de uma questão de medida ou desmedida para se alcançar um fim: pesar as desvantagens do meio em relação às vantagens do fim. 18. Nesse sentido, percebe-se que a desvantagem em um pedido desproporcional, no âmbito de aplicação da LAI, é a possibilidade de que uma única demanda, em decorrência de sua dimensão, inviabilize o trabalho de toda uma unidade do órgão ou entidade pública por tempo considerável. Esse cenário não é desejável, uma vez que afetaria os direitos de outros cidadãos que, por ventura, também necessitassem dos serviços desta mesma unidade. De outra maneira, a Administração Pública estaria privilegiando o direito de um único sujeito em detrimento de toda a coletividade. 19. Para que haja adequada caracterização da desproporcionalidade de um pedido de informação, ademais, é necessário que o órgão recorrido indique ao recorrente, de forma clara, concreta e com dados objetivos, que o seu pedido inviabilizaria a rotina da unidade responsável pela produção da resposta. Deve-se demonstrar, portanto, o nexo de causalidade entre a dimensão do pedido e a sua inviabilidade operacional. Isso ocorre porque cabe à Administração Pública o ônus de comprovar o fato alegado, quando da negativa de acesso à informação, conforme o inciso II do parágrafo 1 do artigo 11 da Lei n 12.527/11, a seguir: Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: (...) 9

II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; 20. A Companhia estatal, no entanto, não evidenciou o nexo causal necessário para se estabelecer a desproporcionalidade do pedido. É importante, assim, que nas próximas respostas que a empresa considere desproporcional, ela evidencie esta desproporcionalidade por meio da demonstração fática de que o pedido causaria prejuízos às ações da unidade responsável pela sua produção. 21. Neste caso concreto, no entanto, deve-se analisar principalmente o efeito da divulgação dos documentos sobre as relações comerciais da empresa e sua competitividade. Nesse sentido, ao mesmo tempo em que a COBRA Tecnologia tem a obrigação legal de cumprir com os termos legais de transparência e de publicidade, a empresa também possui o direito de agir no mercado privado nas mesmas bases normativas de seus competidores. No caso de colisão entre princípios, não há a supremacia de um sobre o outro, mas apenas se analisa qual deles é mais harmônico quanto ao sistema jurídico pátrio. Na aferição deste caso concreto, portanto, há que se perpetrar juízo de ponderação entre os princípios de publicidade da Administração Pública e o direito à privacidade da pessoa jurídica de direito privado, com base no princípio de proporcionalidade. 22. Dessa forma, tem-se que o direito à privacidade se refere às relações que o indivíduo estabelece com o meio-ambiente em que vive, isto é, suas relações de amizade, comerciais, afetivas, laborais, etc. Assim, percebe-se que neste caso concreto estar-se-ia abordando a questão sobre a privacidade da pessoa jurídica nas relações com o Estado, uma vez que o objeto do pedido se trata da disponibilização de documentos referentes às relações comerciais da pessoa jurídica. 23. O direito à privacidade, no entanto, encontra limitações que resultam do próprio fato de vivermos em sociedade e por outros valores de ordem constitucional, como os princípios da transparência e da publicidade na administração pública. Segundo Tércio Sampaio Ferraz Jr., na acepção contemporânea de democracia, a seara público-política é dominada pelo princípio da transparência e da igualdade, enquanto que a social-privada está sob o domínio do princípio da diferenciação, no sentido do direito de ser diferente, de modo que o direito à privacidade é construído a partir da esfera privada, em contraposição ao social e ao político. 1 0

24. A privacidade visa, portanto, a proteção de relações, como as de confiança, de lealdade, de estratégia etc. O que se protege, dessa forma, são as relações entre individualidades, contra a publicação, no espaço público-político, de informações que devem permanecer na esfera privada. Pode-se considerar, portanto, no sentido contrário, que as informações derivadas das relações constituídas no espaço público-político, regidas pelo princípio da transparência, não teriam o mesmo nível de proteção, uma vez que tenderiam a ser de interesse do público em geral, ou, ao menos, não seriam privadas. 25. No caso em tela, percebe-se que os documentos solicitados estão diretamente ligados a atuação da empresa no mercado concorrencial, ou seja, a compra de insumos e a contratação de serviços pela empresa ocorre na seara social-privada, com o predomínio de regras do direito privado, mesmo sendo uma companhia com capital estatal majoritário. 26. Pode-se verificar pelas informações prestadas pela COBRA Tecnologia que a disponibilização dos documentos solicitados pelo requerente poderá causar prejuízos à Companhia. A disponibilização das informações, nesse sentido, faria com que a recorrida rompesse sua relação de confiança com os seus fornecedores e poderia expor seus negócios, o que afetaria claramente a sua credibilidade no mercado. Neste caso, o sigilo eventual da informação estaria balizado em dispositivo do próprio Decreto regulamentador da LAI e da Lei de Sociedades Anônimas, abaixo: Decreto n 7.724/12 Art. 6 o O acesso à informação disciplinado neste Decreto não se aplica: I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal, bancário, de operações e serviços no mercado de capitais, comercial, profissional, industrial e segredo de justiça; Lei n 6.404/76 Art. 155. O administrador deve servir com lealdade à companhia e manter reserva sobre os seus negócios, sendo-lhe vedado: (...) 1º Cumpre, ademais, ao administrador de companhia aberta, guardar sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do mercado, obtida em razão do cargo e capaz de influir de modo ponderável na cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado valerse da informação para obter, para si ou para outrem, vantagem mediante compra ou venda de valores mobiliários. 1 1

27. A Empresa recorrida, dessa maneira, encontra-se obrigada a seguir os parâmetros de publicidade e de transparência dispostos na Lei n 6.404/76, Lei das Sociedades Anônimas, como, por exemplo, a disponibilização de seus balanços financeiros, patrimoniais e relatórios de auditoria. Essa é a maneira pela qual as sociedades anônimas se comunicam com o mercado privado. Caso a obrigasse a recorrida a publicar todas as suas notas fiscais de compra de insumos, estar-se-ia impondo ônus excessivo em relação aos seus competidores no mercado privado, uma vez que a empresa já possui obrigações de publicidade e de transparência inerentes à legislação específica das sociedades anônimas. Conclusão 28. De todo o exposto, acata-se o argumento da empresa recorrida e opina-se pelo desprovimento do recurso interposto, visto entender que o objeto do pedido de acesso está protegido por sigilo comercial, conforme o inciso I do artigo 6 do Decreto n 7.724/12 e na Lei 6.404/76. JORGE ANDRÉ FERREIRA FONTELLES DE LIMA Analista de Finanças e Controle 1 2

D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria- Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo desprovimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº 99901.000282/2015-43 direcionado à COBRA Tecnologia S.A. LUÍS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União 1 3

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 2304 de 29/07/2015 Referência: PROCESSO nº 99901.000282/2015-43 Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 29/07/2015 Relação de Despachos: Para aprovação superior. JORGE ANDRE FERREIRA FONTELLES DE LIMA ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE Assinado Digitalmente em 23/07/2015 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 29/07/2015 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: fb8b2e38_8d29833d472c733