Pronunciamento do Deputado Federal ENIVALDO RIBEIRO PP/PB, na sessão do dia 06 de julho de 2005, da Câmara dos Deputados. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, A Nova Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas é um instrumento jurídico de elevado alcance social e econômico para milhões de brasileiros. Sua consistência visa simplificar o tratamento fiscal, modificando a situação onerosa e burocrática vigente para uma nova posição adequada à realidade nacional. Esta correção provocará o aumento do índice de sobrevivência dessas organizações, eliminando o quadro atual, onde cada dez (10) empresas formais criadas, cinco (5) desaparecem durante os dois primeiros anos e oito (8) até o quinto ano. **
Outro ponto de correção é o crescente nível de informalidade, condição que causa prejuízos sociais e econômicos. A informalidade, concorre de modo crescente para o déficit da previdência social, haja vista que milhões de pessoas que estão trabalhando, não contribuírem regularmente, mas passam depois e auferir rendas de Seguridade Social básicas além de ter acesso universal à saúde pública. É causador de subemprego, das longas jornadas de trabalho e da exploração do trabalho infantil e da mulher, desrespeitando os direitos da criança e do adolescente e de gênero, colocando o País em uma posição incômoda perante organismos internacionais, como a Organização Mundial do Trabalho. A informalidade contribui para a evasão fiscal, a sonegação e outro crimes fiscais, reduzindo a arrecadação de tributos, fazendo com que a demanda por serviços públicos seja pressionada por um grande contingente de subempregados, biscateiros e desempregados, provocando queda da qualidade do atendimento em escolas, unidades de saúde, organismos de segurança, e serviços de bem-estar social. O desenvolvimento tecnológico vem promovendo o crescente processo de automação industrial e **
nos serviços. A globalização impõe que as médias e grandes empresas, para continuarem sendo competitivas adotem as mudanças e inovações tecnológicas. Elas são capitalintensivas, poupadoras de mão de obra. E a evolução dos setores modernizados, de tecnologia de ponta, não são mais os líderes na geração de ocupação e renda. Programas de incentivos fiscais destinadas às grandes corporações que centralizam e concentram capital, não causam mais o impacto de promover a correção de desigualdades regionais e uma mais eqüitativa distribuição de renda, através da geração de empregos que formam camadas sociais emergentes, como a tecnocracia e os trabalhadores especializados formados durante as fases de industrialização Brasileira, inclusive para o desenvolvimento do Nordeste e da Amazônia. Na atualidade, o grande vetor para a geração de ocupação e renda são as Micro e Pequenas Empresas. Elas são fundamentais como unidades de apoio e de prestação de serviços aos grandes conglomerados industriais, financeiros e de serviços, em função da flexibilização do trabalho e da terceirização, e ao mesmo tempo, são geradoras de tecnologia apropriadas nãodependentes. **
No Estado da Paraíba 99% das unidades produtivas formais são micro e pequenas empresas. Elas atuam muito em setores intensivos de mão de obra, embora existam reconhecidamente empresas de tecnologia de ponta entre elas, a exemplo de Microinformática, Telemática e Biotecnologia. Existe concentração espacial fazendo com que extensos territórios, a exemplo do Cariri, Curimataú e Serra do Teixeira, apresentem baixa densidade empresarial. Sua viabilidade técnica, organizacional e econômica é patente, podendo ser organizada sob a forma de Arranjos Produtivos Locais (APL S) e Consórcios, como o de redes e de algodão colorido. São as maiores geradoras de ocupação e renda e tem dado condições de sustentabilidade a setores como ovinocaprinocultura, calçados, confecções, artesanato e turismo. É apoiada pelo sistema (SENAI, SEBRAE, SENAR, SENAC) e por ONG S, organismos estatais nacionais e instituições internacionais. **
Apresenta-se como principal interlocutor para a Economia Solidária, atuando nos bairros e arruados periféricos dos centros urbanos. São as organizações que melhor desempenham seus papéis a favor da sustentabilidade na conservação do meio ambiente atuando na agricultura orgânica e em cadeias produtivas de pequeno e médios animais. As reformas jurídicas com a regulamentação dos artigos 146, 170 e 179 da Constituição Federal, promoverão geração de trabalho e renda, inclusão social, redução da informalidade, incentivo à inovação tecnológica apropriada e fortalecimento da economia, com benefício diretos para toda sociedade brasileira. Para o Nordeste, em particular, a nova Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, proporcionará aumentar a densidade empresarial no interior dos estados, sobretudo no semi-árido, reduzindo o êxodo rural e ativando potencialidades produtivas via agricultura familiar, agroindustriais, indústrias urbanas, comércio, serviços, turismo e atividades culturais. **
** As empresas de pequeno porte (EPP) sobrepujarão óbices tributários, trabalhistas, burocráticos e organizacionais, se tornando mais sólidas, passando a ser um marco dinâmico em territórios de baixo nível de desenvolvimento, que terão oportunidade de crescer e se desenvolver de modo sustentado. Assim, no Brasil, um País que já apresenta bons indicadores de empreendedorismo, o caminho mais adequado para as novas gerações produzir sua inclusão social é o fortalecimento das micro empresas (ME) que devem se associar, buscar a educação contínua, ocupar espaços no mercado interno e dar grande contribuição para as exportações Brasileiras. Muito obrigado!