INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO MINERAL E ORGÂNICA NO VALOR NUTRICIONAL DE AVEIA PRETA E AZEVÉM CULTIVADOS EM CONSÓRCIO



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Transcrição:

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO MINERAL E ORGÂNICA NO VALOR NUTRICIONAL DE AVEIA PRETA E AZEVÉM CULTIVADOS EM CONSÓRCIO MARQUES, Anderson Cesar Ramos¹; RIGODANZO, Edson Luiz²; BASSO, Laudenir²; BOTTA, Robson³; MISSIO, Eloir 4, KROLOW, Rodrigo Holz 5 1 Pós graduação em Agrobiologia (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil ² Engenheiro Agrônomo. Itaqui, RS, Brasil ³ Curso de Agronomia da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Itaqui, RS, Brasil 4 Dr. Prof. em Solos da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Itaqui, RS, Brasil 5 Dr. Prof. em Zootecnia da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Itaqui, RS, Brasil E-mail: acrmarques@hotmail.com.br; edsonrigodanzo@hotmail.com; laudejb@hotmail.com; robson_a.b@hotmail.com; eloirmissio@gmail.com; rodrigokrolow@unipampa.edu.br RESUMO Os sistemas agropecuários geram resíduos orgânicos, que corretamente utilizados como fertilizantes, fornecem nutrientes para a produção de alimentos, melhorando as características do solo. As culturas utilizadas foram aveia preta e azevém, submetidas aos tratamentos: Testemunha, sem adubação; Adubo mineral; Adubação organomineral; Adubação orgânica. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso com quatro repetições. Foram realizados três cortes, onde avaliou-se os teores, proteína e fibra. O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Federal do Pampa. O material coletado foi seco, triturado e submetido a análise para a determinação de proteína e fibra. Os teores de fibra não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos. O teor de proteína no azevém, apresentou-se melhor em relação a testemunha apenas no inicio do ciclo. Pode-se concluir que a adubação mineral e orgânica melhoram os teores de proteína, para fibras, nem uma das formas de adubação apresentou aumento dos seus teores. Palavras-chave: Dejeto bovino; Forragem; Nutrientes. 1. INTRODUÇÃO Os sistemas agropecuários dão origem a várias formas de resíduos orgânicos, os quais, se corretamente manejados e utilizados, revertem como fornecedores de nutrientes para a produção de alimentos, atuando na melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo. A bovinocultura leiteira é um exemplo de atividade agropecuária que pode produzir uma grande quantidade de resíduos, em especial dejetos, podendo ser o principal problema ambiental relacionado com a atividade leiteira. De acordo com VITKO (1999), Cada bovino leiteiro tem uma produção diária de 54 kg de dejetos líquido, entre fezes e urina. Estima-se que em 2012 o Brasil ocupara a 6 posição entre os principais países produtores de leite, com um volume entorno de 31.300 mil toneladas, um aumento de 24%

se comparado com o ano de 2006, este crescimento é referente ao aumento do numero de animais, já que a produtividade brasileira não sofreu variações desde 2006, ficando com 1,68 mil kg/vaca ano. Este aumento no numero de animais, também demanda um crescente cuidado com os dejetos gerados por estes, que devem receber um destino adequado, visando minimizar os impactos ambientais. Um exemplo de uso para os dejetos animais, é a aplicação em cultivos, que visa diminuir o uso de fertilizantes minerais. O uso dos dejetos como forma de fertilização, em cultivos de grãos ou até mesmo da própria forragem que ira alimentar os animais, proporciona com que os nutrientes, principalmente nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), retornem para a lavoura de onde foram extraídos, como forma de aporte nutricional para as plantas, estas que podem sob diferentes formas de adubação, em alguns casos, sofrer influência na qualidade da matéria seca (MS), aumentando ou diminuindo a quantidade de alguns nutrientes no tecido vegetal. Pastagens de clima temperado bem manejadas apresentam valores de proteína bruta próximos a 20% e fibra detergente neutro (FDN) entre 40 e 50%, indicativos de uma forragem de excelente qualidade (PEREIRA, 2004). A importância da proteína decorre de sua essencialidade direta para o organismo animal, para fins de mantença e produção, assim como de forma indireta, via atividade da microbiota ruminal. Embora o mínimo de 7% de proteína bruta (PB) seja necessário para garantir a fermentação dos carboidratos estruturais no rúmen, um valor mais alto é necessário para o atendimento das exigências protéicas do organismo animal (GOMIDE e QUEIROZ, 1994). Além da proteína e energia, as forragens provêm a fibra necessária nas rações para promover a mastigação, ruminação e saúde do rúmen. Na formulação de dietas para bovinos, a qualidade e a quantidade de forragens é o primeiro fator a ser analisado no atendimento das exigências nutricionais e de fibra. Os componentes concentrados são usados para complementar as contribuições nutricionais das forragens. A fibra é fonte de carboidratos usados como fonte de energia pelos microrganismos do rúmen e tem sido usada para caracterizar alimentos e para estabelecer limites máximos de ingredientes nas rações (VAN SOEST, 1994). Este trabalho objetivou avaliar teores de proteína e fibra em plantas de aveia preta (Avena strigosa Schreb.) consorciada com azevém (Lolium multiflorum Lam.) adubadas com dejeto bovino e adubação mineral. 3. METODOLOGIA O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Campus Itaqui, região da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, o

município apresenta altitude de 78 metros, coordenadas 29 07 S e 56 32 W. A região possui clima do tipo Cfa, subtropical temperado segundo classificação de Köeppen, com temperatura média mínima anual de 14,4 ºC e máxima média anual de 25,2 ºC, sendo a média da precipitação anual 1.395,8 mm (BURIOL et al., 2007). O solo da área é classificado como Plintossolo Háplico, apresentando os seguintes atributos químicos: argila = 18%, ph = 5,2; P = 3,6 mg/l -1 ; K = 26 mg/l -1 ; matéria orgânica = 1,6%; Al = 0,6 cmolc l -1 ; Ca = 3,1 cmolc l -1 ; Mg = 1,2 Cmolc l -1 ; H + Al = 3,0 Cmolc l -1. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com quatro repetições, possuindo as parcelas área de 6 m². A semeadura ocorreu no dia 15 de maio de 2010, utilizaram-se densidades de 75 kg/ha de sementes viáveis de aveia preta e 30 kg/ha de azevém, os fertilizantes foram aplicados na superfície do solo antes da semeadura, e parcialmente incorporados na mesma operação de incorporação das sementes. As espécies foram submetidas aos seguintes tratamentos: T1 Testemunha, sem adubação (TEST); T2 - Adubo mineral, 300 kg ha -1 de NPK na fórmula 10-15-20 (AM); T3 Adubação organomineral, 50% adubo mineral e 50% dejeto líquido bovino, 150 kg/ha de NPK (10-15- 20) + 67.000 L/ha de dejeto (AOM); T4 Adubação orgânica, 135.000 L/ha de dejeto bovino (AO). As recomendações de adubação, tanto mineral como a orgânica (esta que utilizou metodologia com base na densidade do dejeto), foram realizadas seguindo as recomendações da Comissão de Química e Fertilidade do Solo (CQFS RS/SC, 2004) com base na análise de solo. O dejeto líquido bovino utilizado é oriundo de uma propriedade de produção leiteira familiar, onde predominam vacas da raça holandesa, mantidas em pastagens e suplementadas com ração. A recomendação da adubação orgânica foi realizada no local, no momento da aplicação dos tratamentos, esta apresentou um valor de densidade de 1,016 kg m -3, com teores de N= 1,16 kg m -3 ; P 2 O 5 = 0,65 kg m -3 e K 2 O= 1,09 kg m -3 (CQFS RS/SC, 2004). Foram realizados três cortes, como forma de simular o uso da pastagem para alimentação dos animais, o primeiro corte foi realizado 44 dias após a semeadura, o segundo corte aos 95 dias e o terceiro 133 dias após a implantação do experimento. As avaliações dos teores de proteína e fibra foram feitas através do corte das plantas em 0,5 m² por parcela, sendo o corte a 10 cm do solo. Todo material coletado nos três cortes foi levado para o laboratório, onde foram separadas as plantas de aveia preta e azevém. Em sacos de papel, o material foi colocado em estufas com circulação forçada de ar a 65 C por aproximadamente 72 horas. O material seco foi triturado e submetido a análise para a determinação da proteína e fibra.

Os dados foram submetidos a análise de variância pelo Teste F, sendo significativo aplicou-se o teste de Tukey para comparação das médias através do programa ASSISTAT, versão 7.6 BETA. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Em relação aos teores de fibra, pode-se observar que não houve diferença significativa entre os tratamentos (P>0,05), e que as diferentes formas de adubação não influenciaram nos seus valores (Tabela 1). No entanto, conforme já descrito por LUPATINI et al. (1998), O teor de fibra no azevém e na aveia preta aumenta no decorrer dos cortes e em função do estádio de desenvolvimento da cultura, a relação colmo/folha aumenta e também há uma aceleração acúmulo de carboidratos estruturais na parede celular e consequentemente o teor de fibra aumenta. Tabela 1:Teor de Fibra obtida em cada tratamento nos três periodos em azevém e dois periodos na aveia preta. Itaqui RS, 2010. Avaliação Tratamento % de Fibra do Azevém % de Fibra da Aveia Preta 1 Período 2 Período 3 Período TEST 21,02 a 19,49 a AM 19,26 a 21,42 a AOM 19,10 a 20,56 a AO 19,97 a 21,20 a TEST 26,35 a 22,75 a AM 29,91 a 31,02 a AOM 26,72 a 30,78 a AO 28,50 a 38,19 a TEST AM AOM AO 31,29 a 29,47 a 32,35 a 31,30 a Valores com a mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). A fibra é considerada na maioria das vezes a fonte mais econômica de energia para os ruminantes por ser constituída de forma geral por carboidratos com diferentes potenciais de digestão cujos principais são a celulose, hemicelulose e pectina. Outro aspecto de grande importância é que a fibra é a fração do alimento que promove a ruminação e a saúde do rúmen. Salienta-se que, mesmo nao ocorrendo difereça estátistica entre os tratamentos, o teor de fibra na fase anicial foi menor devido a maior diluiçao de carboidratos no tecido, com o avanço dentro do ciclo o teor de fibra foi aumentando. Em trabalho descrito por

ALVIM e MOOJEN (1984), com emprego de aveia preta e azevém, demonstram comportamento semelhante ao encontrado neste experimento, embora com variação nos teores. Ao analisar-se o teor de proteína no azevém, nota-se que os tratamentos fertilizados apresentaram o melhor resultado em relação a TEST, podendo este fato ser atribuido à maior produção de folhas nesse período inicial, e posterior decrescimo ocorrendo no teor de PB, diminuindo a qualidade. Tabela 2: Teor de Proteína obtida em cada tratamento nos três periodos em azevém e dois periodos na aveia preta. Itaqui RS, 2010. % de Proteína % de Proteína Aveia Corte Tratamento Azevém Preta 1 2 3 TEST 30,55 b 29,71 a AM 35,30 a 33,39 a AOM 35,13 a 31,77 a AO 35,79 a 31,09 a TEST 11,98 b 13,66 a AM 17,93 a 15,81 a AOM 16,73 a 15,03 a AO 15,43 a 10,91 a TEST AM AOM AO 8,19 a 9,05 a 8,82 a 9,8 a Valores com a mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). Quando a PB da forragem atinge níveis inferiores a 7% e os teores de fibra superam 60% ocorre acentuada redução no consumo da forragem (SKONIESKI et al., 2011). De acordo com ROCHA et al. (2007), O avanço no desenvolvimento do ciclo dos cultivares ocasiona redução da proporção de folhas e aumento de colmos e material morto, o que altera a composição química da forragem ao longo do ciclo produtivo. Observou-se neste trabalho que a medida que aumenta o teor de fibra, diminui o de PB diminuindo a qualidade da forragem. A redução na qualidade bromatológica da forragem também pode ser explicada pelas altas temperaturas do final do período produtivo, que aceleraram as atividades metabólicas da planta ocasionando decréscimo no conjunto de metabólitos do conteúdo celular. Desse modo, Os produtos fotossintéticos são rapidamente convertidos em componentes estruturais (ROCHA et al., 2007).

5. CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que a adubação mineral e orgânica melhoram os teores de proteína, para fibras nem uma das formas de adubação apresentou aumento dos seus teores. REFERÊNCIAS VITKO, T. G. Expected quality of dairy wastewater based on thecharacterization of a dairy farm in Chino, California. Oakland: CWEA, 1999. (Technical Articles). PEREIRA, J. C. As pastagens no contexto dos sistemas de produção de bovinos. In: ZAMBOLIM, L; SILVA, A. A. da; AGNES, E. L. (eds.). Manejo integrado: integração agriculturapecuária. Viçosa-MG: UFV, p. 287-330, 2004, GOMIDE, J. A.; QUEIROZ, D. S. Valor alimentício das Brachiarias. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGEM, 11. Anais... Piracicaba: FEALQ, p. 223-247, 1994. VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2. ed. Ithaca: Cornell University, 1994. 476p. PEREIRA, J. C. As pastagens no contexto dos sistemas de produção de bovinos. In: ZAMBOLIM, L; SILVA, A. A. da; AGNES, E. L. (eds.). Manejo integrado: integração agricultura-pecuária. Viçosa- MG: UFV, p. 287-330, 2004. LUPATINI, G. C.; RESTLE, J.; CERRETA, M.; et al. Avaliação da mistura de aveia preta e azevém sob pastejo submetida a níveis de nitrogênio. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v. 33, p. 1939-1943, 1998. ALVIM, M.J.; MOOJEN, E.L. Efeitos de fontes e níveis de nitrogênio e práticas de manejo sobre a produção e qualidade da forragem de azevém anual. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v.13, n.2, p.243-253, 1984. ROCHA, M.G.; QUADROS, F.L.F.; GLIENKE, C.L. et al. Avaliação de espécies forrageiras de inverno na Depressão Central do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.6, p.1990-1999, 2007.